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OAB - Direito_Tributario_Aula_0_268_012413_CUR_COMP_ADV_PUB_DIR_TRIB_AULA_01 (2)

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CURSO COMPLETO DE ADVOCACIA PÚBLICA 2013 
Direito Tributário 
Josiane Minardi 
1 
EXERCÍCIO DA COMPETÊNCIA 
TRIBUTÁRIA 
 
Como vimos a competência tributária é o 
poder concedido pela Constituição Federal aos 
Entes Federativos para eles criarem, 
instituírem e majorarem tributos. 
Os Entes Federativos irão criar, instituir e 
majorar os tributos apenas por meio de lei e via 
de regra lei ordinária. 
A lei ordinária é o instrumento por 
excelência da imposição tributária. Para efeito 
de votação parlamentar, indica um quorum de 
maioria simples, o voto favorável de mais da 
metade do número de parlamentares presentes 
no dia da votação. 
Existem 4 tributos, todavia, que só podem 
ser instituídos ou majorados por meio de Lei 
Complementar, que são: Contribuição Social 
Residual (art. 195,§ 4º da CF); Empréstimo 
Compulsório (art. 148 da CF); IGF (Imposto 
sobre Grandes Fortunas – Art. 153, VII da CF) 
e Imposto Residual (art. 154, I da CF). 
Segundo a literalidade do art. 62, § 2º da CF 
Medida Provisória, que é um instrumento 
normativo, com força de lei, poderá instituir e 
majorar impostos. 
Primeira Observação: Ainda que o art. 62, 
§ 2º da CF estabeleça que a Medida Provisória 
poderá instituir e majorar impostos, o STF tem 
entendimento de que as Medidas Provisórias 
podem instituir ou majorar outras espécies 
tributárias, desde que essas não necessitem de 
Lei Complementar para sua instituição. 
Nesse sentido, transcreve-se ementa do 
Acórdão AI-AGR 236.976/MG da relatoria do 
Ministro Néri da Silveira: 
 
Medida Provisória. Força de lei. A medida 
Provisória, tendo força de lei, é instrumento 
idôneo para instituir e modificar tributos e 
contribuições sociais. 
 
A Medida Provisória, no entanto, para 
instituir ou majorar impostos deverá observar 
dois requisitos: 
Primeiro: Que o Imposto possa ser 
instituído por meio de Lei Ordinária, pois o art. 
62, § 1º, III da CF, veda a MP tratar sobre 
matérias reservadas à Lei Complementar. 
Segundo: Em se tratando de impostos, 
excepcionados o Imposto Extraordinário 
Guerra, Imposto sobre a Importação (II), 
Imposto sobre a Exportação (IE), Imposto 
sobre grandes fortunas (IGF) e Imposto sobre 
produtos industrializados (IPI), é necessário 
que a medida provisória que os criar seja 
convertida em lei até o final do exercício 
financeiro, para que possa produzir efeitos no 
exercício subsequente. 
 
Princípio da Legalidade 
 
 
Nos termos do art. 150, I da CF nenhum 
tributo será instituído ou aumentado, a não 
ser por intermédio de LEI! 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias 
asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e 
aos Municípios: 
 
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o 
estabeleça 
 
Além dos tributos só poderem ser 
instituídos, extinto ou majorados, reduzidos por 
lei, temos outras matérias, de acordo com o art. 
97 do CTN que também só podem ser tratadas 
por meio de lei, e como o CTN menciona 
apenas lei, temos que poderá ser por meio de 
lei ordinária. 
 
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
 
(…) 
 
III - a definição do fato gerador da obrigação 
tributária principal, ressalvado o disposto no 
inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito 
passivo; 
 
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua 
base de cálculo, ressalvado o disposto nos 
artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
 
V - a cominação de penalidades para as 
ações ou omissões contrárias a seus 
dispositivos, ou para outras infrações nela 
definidas; 
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e 
extinção de créditos tributários, ou de 
dispensa ou redução de penalidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CURSO COMPLETO DE ADVOCACIA PÚBLICA 2013 
Direito Tributário 
Josiane Minardi 
2 
A mera atualização do valor monetário da 
respectiva base de cálculo NÃO constitui 
majoração de tributo, nos termos do art. 97, § 
2º do CTN, podendo ser realizada por meio de 
simples Decreto. 
Todos os tributos estão sujeitos ao Princípio 
da Legalidade, ou seja, só podem ser 
instituídos ou majorados por intermédio de lei. 
Conquanto, a Constituição Federal, em seu 
artigo 153, § 1º prevê alguns impostos que 
podem ter as alíquotas alteradas, desde que 
observados os limites e condições 
estabelecidos em lei, por meio de ato do 
Poder Executivo, o que se dá comumente por 
decreto presidencial ou por portaria do 
Ministro da Fazenda. São eles: 
 
Imposto sobre a Importação (II) 
Imposto sobre a Exportação (IE) 
Imposto sobre produtos Industrializados 
(IPI) 
Imposto sobre Operações de Crédito, 
Câmbio e Seguros (IOF) 
 
O art. 153, § 1º da CF ao estabelecer que o 
Poder Executivo poderá alterar as alíquotas do 
II, IE, IPI e IOF, possibilitou, inclusive, que 
esses tributos tenham suas alíquotas 
majoradas, por decreto, por exemplo, desde 
que observados os limites e condições 
estabelecidos em lei, é claro. 
O art. 177, § 4º, I, “b” da CF também 
possibilita ao Poder Executivo reduzir e 
restabelecer as alíquotas da Contribuição de 
intervenção no domínio econômico 
Combustível – CIDE COMBUSTÍVEL, por meio 
de ato próprio, no caso, o decreto presidencial. 
O art. 155, § 4º, IV, “c” da CF possibilita ao 
Poder Executivo reduzir e restabelecer as 
alíquotas do ICMS incidência monofásica, nas 
operações com combustíveis e lubrificantes 
previstos em lei complementar federal. 
No caso do ICMS combustível os convênios 
interestaduais, celebrados no âmbito do 
CONFAZ (Conselho de Política Fazendária) é 
que definirão as suas alíquotas. 
 
Princípio da Isonomia 
 
É vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios instituir tratamento 
desigual entre contribuintes que se encontrem 
em situação equivalente, proibida qualquer 
distinção em razão de ocupação profissional ou 
função por eles exercida, independentemente 
da denominação jurídica dos rendimentos, 
títulos ou direitos (art. 150, II da CF). 
Pelo princípio da isonomia deve-se tratar 
igualmente os iguais e desigualmente os 
desiguais na medida de suas desigualdades. 
Enquanto o art. 5º da CF determina a 
igualdade de modo genérico, o art. 150, II da 
CF, explora-a de modo específico, no campo 
do direito tributário. 
A concessão de isenção, dispensa legal do 
dever de pagar tributo, ou tratamento 
diferenciado para algumas atividades, não viola 
o princípio da isonomia, quando se busca tratar 
desigualmente contribuintes em situações 
desiguais. 
A Lei Complementar nº 123/2006, por 
exemplo, traz tratamento diferenciado para as 
microempresas e empresas de pequeno porte, 
pelo fato dessas apresentarem capacidade 
contributiva distinta das demais empresas. 
 
Princípio da Irretroatividade 
 
É vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios cobrar tributos em 
relação a fatos geradores ocorridos antes do 
início da vigência da lei que os houver 
instituído ou aumentado. (art. 150, III, “a” da 
CF). 
O princípio da Irretroatividade também 
reflete a segurança jurídica, nos termos do art. 
5º, XXXVI da CF, o qual determina que “a lei 
não prejudicará o direito adquirido, o ato 
jurídico perfeito e a coisa julgada”. 
O Código Tributário Nacional prevê três 
exceções ao princípio da irretroatividade, 
artigos 106, I e II e art. 144, § 1º. 
 
Primeira Possibilidade: (art. 106, I, do CTN) - 
Quando se tratar de lei expressamente 
interpretativa e desde que não comine 
penalidade. 
Uma lei interpretativa apenas esclarece o 
sentido de uma outra anterior, sem inovar a 
ordem jurídica e por essa razão somente 
retroagirá se a interpretação que der à lei 
anterior coincidir com a interpretação que lhe 
der o Judiciário e havendo qualquer agravação 
na situação do contribuinte,será considerada 
ofensiva ao princípio da irretroatividade das 
leis. 
 
 
 
 
 
 
 
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CURSO COMPLETO DE ADVOCACIA PÚBLICA 2013 
Direito Tributário 
Josiane Minardi 
3 
 
Segunda Possibilidade: (art. 106, II, “a” e 
“b”e “c” do CTN) - A lei tributária poderá 
retroagir tratando-se de ato NÃO 
definitivamente julgado: 
a) quando deixe de defini-lo como infração; 
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a 
qualquer exigência de ação ou omissão, desde 
que não tenha sido fraudulento e não tenha 
implicado em falta de pagamento de tributo; 
c) quando lhe comine penalidade menos 
severa que a prevista na lei vigente ao tempo 
da sua prática. 
 
Terceira Possibilidade: (art. 144, § 1º do 
CTN) - Em se tratando de lançamento 
tributário, lei que instituir novos critérios de 
apuração ou fiscalização. 
Princípio da Anterioridade 
 
O tributo que for instituído ou majorado 
nesse exercício financeiro, (coincide com o ano 
civil, inicia no dia 1º de janeiro e se encerra no 
dia 31 de dezembro), somente poderá ser

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