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CURSO COMPLETO DE ADVOCACIA PÚBLICA 2013 
Direito Tributário 
Josiane Minardi 
1 
Princípio da Anterioridade 
 
O tributo que for instituído ou majorado nesse 
exercício financeiro, (coincide com o ano civil, 
inicia no dia 1º de janeiro e se encerra no dia 31 
de dezembro), somente poderá ser exigido no 
próximo exercício e desde que tenham 
transcorridos 90 dias da data da publicação da 
lei que houver instituído ou majorado o tributo. 
(art. 150, III, “b” e “c” da CF). 
a) Temos tributos que não precisam aguardar 
o próximo exercício (NÃO RESPEITA o 
Princípio da Anterioridade) e nem 90 dias 
(NÃO RESPEITA o Princípio Nonagesimal), ou 
seja, o tributo pode ser cobrado: 
IMEDIATAMENTE!!!! Sãoeles: 
 
- Imposto extraordinário guerra (IEG) 
- empréstimo Compulsório Guerra ou 
Calamidade Pública, 
- Imposto sobre importação (II), 
- Imposto sobre exportação (IE) 
- Imposto sobre operações financeiras 
(IOF) 
 
b) Existem tributos, no entanto, que não 
precisam aguardar o próximo exercício (NÃO 
RESPEITAM o Princípio da Anterioridade) 
MAS precisam aguardar 90 dias, para poder ser 
exigido, (RESPEITAM o Princípio Nonagesimal), 
são: 
 
- IPI 
- casos de redução e restabelecimento das 
Alíquotas da CIDE Combustível e do ICMS 
Combustível (155, § 4º, IV, “c” e 177, § 4º, I, “b” 
da CF. 
• Contribuição Social (195,§ 6º da CF) 
 
c) Existem tributos que devem respeitar o 
Princípio da Anterioridade (RESPEITAM o 
Princípio da Anterioridade do Exercício), mas 
não precisam respeitar 90 dias (NÃO 
RESPEITAM o Princípio Nonagesimal), são: 
 
-IR 
- alteração de Base de cálculo do IPTU e do 
IPVA 
 
Dizer que esses tributos respeitam a 
anterioridade do exercício e não respeitam 90 
dias significa dizer 
 
 
Importante: o art. 150, III, “b” e “c” que se 
refere aos princípios da anterioridade do 
exercício e nonagesimal, só se aplicam no caso 
de instituição ou majoração de tributo. 
A mudança da data do prazo de pagamento 
do tributo não está sujeita aos princípios da 
anterioridade. Nesse sentido, temos a Súmula 
669 do STF: 
 
Norma legal que altera o prazo de recolhimento 
da obrigação tributária não se sujeita ao princípio 
da anterioridade. 
 
Princípio do não-confisco 
 
O princípio da vedação ao confisco, 
disposto no art. 150, IV da CF, decorre do direito 
de propriedade, que coíbe o confisco ao 
estabelecer prévia e justa indenização na 
desapropriação. O tributo não pode inviabilizar o 
direito de propriedade. 
Por essa razão, deve-se analisar 
individualmente cada situação à luz de todo o 
sistema tributário, isto é, analisar a soma de 
todos os tributos devidos pelo contribuinte e não 
apenas o tributo isoladamente. Deve-se, ainda, 
aplicar os princípios da proporcionalidade e da 
razoabilidade. 
Verifica-se, ainda, que a Constituição 
Federal, ao tratar do princípio do não-confisco 
em seu artigo 150, IV, refere-se aos tributos, ou 
seja, de acordo com a literalidade desse 
dispositivo constitucional, apenas os tributos 
devem respeitar o não-confisco. 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras 
garantias asseguradas ao contribuinte, 
é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios: 
(...) 
 
 
 
 
 
 
 
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CURSO COMPLETO DE ADVOCACIA PÚBLICA 2013 
Direito Tributário 
Josiane Minardi 
2 
IV - utilizar tributo com efeito de 
confisco. 
 
Nesse sentido, muitos indagam se as 
multas estariam sujeitas ao princípio do não-
confisco, pois se sabe que multa não é tributo, 
mas sanção exigível pelo descumprimento de 
obrigação tributária. 
Princípio da Liberdade de Tráfego 
O princípio da liberdade de tráfego está 
previsto no art. 150, V da CF e veda os Entes 
Federativos de instituírem tributos interestaduais 
ou intermunicipais que visem estabelecer 
limitações ao tráfego de pessoas ou bens, 
ressalvada, contudo, a exigência do pagamento 
de pedágio pela utilização das vias conservadas 
pelo Poder Público. 
Com relação ao pedágio, de acordo 
com o art. 150, V da CF, o legislador constituinte 
o considera como tributo, quando cobrado pelo 
Poder Público pela utilização de vias por ele 
conservadas. Nesse sentido, segue a decisão do 
STF: 
EMENTA: - CONSTITUCIONAL. 
TRIBUTÁRIO. PEDÁGIO. Lei 7.712, de 
22.12.88. I.- Pedágio: natureza 
jurídica: taxa: C.F., art. 145, II, art. 150, 
V. II.- Legitimidade constitucional do 
pedágio instituído pela Lei 7.712, de 
1988. 
(RE nº 181475, Re. Min. Carlos Velloso, 
D. J. 04-05-1999). 
 
De acordo com o entendimento do STF 
o pedágio teria a natureza tributária de taxa, cujo 
fato gerador seria a utilização (efetiva) da 
rodovia. A base de cálculo deve ser fixada em 
lei, de forma a guardar relação direta com o 
custo do benefício prestado ao contribuinte. 
Atualmente o pedágio não é cobrado 
apenas pelo Poder Público, tem sido cobrado 
por particulares em regime de concessão, 
permissão ou autorização. Nesses casos não 
terá a natureza de tributo, mas sim de preço 
público, tarifa. 
 
Princípio da Uniformidade Geográfica 
O princípio da uniformidade geográfica 
veda a União “instituir tributo que não seja 
uniforme em todo o território nacional ou que 
implique distinção ou preferência em relação a 
Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em 
detrimento de outro, admitida a concessão de 
incentivos fiscais destinados a promover o 
equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico 
entre as diferentes regiões do País”. (art. 151, I 
da CF). 
Não é possível à União, por exemplo, 
instituir IPI com alíquotas diferenciadas para 
certos Estados, salvo se for concessão de 
incentivo fiscal. 
 
Princípio da Proibição das Isenções 
Heterônomas 
 
A União não pode conceder isenção 
para tributos que não estejam em sua 
competência tributária. 
Art. 151. É vedado à União: 
(...) 
III - instituir isenções de tributos da 
competência dos Estados, do Distrito 
Federal ou dos Municípios 
 
A União não pode conceder isenções 
de tributos estaduais ou municipais, sob pena de 
violar o princípio do pacto federativo. 
Assim, só pode conceder isenção de 
determinado tributo o Ente Federativo que tem 
competência para a sua instituição. 
Quando um Ente Federativo diferente 
daquele que detém a competência para instituir 
o tributo concede a isenção, tem-se a isenção 
heterônoma. 
Será heterônoma, por exemplo, a 
concessão de isenção do ITBI pela União, vez 
que esse imposto é de competência dos 
Municípios. 
Como dito anteriormente, a isenção 
heterônoma é vedada no Brasil, mas há 
exceções: 
 
1. ISS sobre serviços prestados no exterior: 
O art. 156, § 3º, II da CF prevê a 
possibilidade da União, por lei 
complementar, conceder isenção do ISS nas 
exportações de serviços. O art. 2º, I da LC nº 
116/03 trata sobre a referida isenção. 
2. Tratados e Convenções Internacionais – O 
Supremo Tribunal Federal tem o 
entendimento pacífico de que os Tratados e 
Convenções Internacionais PODEM 
conceder isenções de tributos estaduais e 
municipais, visto que a União, ao celebrar o 
tratado, não se mostra como pessoa política 
 
 
 
 
 
 
 
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CURSO COMPLETO DE ADVOCACIA PÚBLICA 2013 
Direito Tributário 
Josiane Minardi 
3 
de Direito Público Interno, mas como pessoa 
política internacional. 
 
E M E N T A: RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO – GASODUTO 
BRASIL- -BOLÍVIA – ISENÇÃO DE 
TRIBUTO MUNICIPAL (ISS) 
CONCEDIDA PELA REPÚBLICA 
FEDERATIVA DO BRASIL MEDIANTE 
ACORDO BILATERAL CELEBRADO 
COM A REPÚBLICA DA BOLÍVIA – A 
QUESTÃO DA ISENÇÃO DE TRIBUTOS 
ESTADUAIS E/OU MUNICIPAIS 
OUTORGADA PELO ESTADO 
FEDERAL BRASILEIRO EM SEDE DE 
CONVENÇÃO OU TRATADO 
INTERNACIONAL - POSSIBILIDADE 
CONSTITUCIONAL – DISTINÇÃO 
NECESSÁRIAQUE SE IMPÕE, PARA 
ESSE EFEITO, ENTRE O ESTADO 
FEDERAL BRASILEIRO (EXPRESSÃO 
INSTITUCIONAL DA COMUNIDADE 
JURÍDICA TOTAL), QUE DETÉM “O 
MONOPÓLIO DA PERSONALIDADE 
INTERNACIONAL”, E A UNIÃO, 
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO 
PÚBLICO INTERNO (QUE SE 
QUALIFICA, NESSA CONDIÇÃO, COMO 
SIMPLES COMUNIDADE PARCIAL DE 
CARÁTER CENTRAL) - NÃO 
INCIDÊNCIA, EM TAL HIPÓTESE, DA 
VEDAÇÃO ESTABELECIDA NO ART. 
151, III, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 
CUJA APLICABILIDADE RESTRINGE-
SE, TÃO SOMENTE, À UNIÃO, NA 
CONDIÇÃO DE PESSOA JURÍDICA DE 
DIREITO PÚBLICO INTERNO – 
RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. - 
A cláusula de vedação inscrita no art. 
151, III, da Constituição - que proíbe a 
concessão de isenções tributárias 
heterônomas - é inoponível ao Estado 
Federal brasileiro (vale dizer, à 
República Federativa do Brasil), 
incidindo, unicamente, no plano das 
relações institucionais domésticas que se 
estabelecem entre as pessoas políticas 
de direito público interno. Doutrina. 
Precedentes. - Nada impede, portanto, 
que o Estado Federal brasileiro celebre 
tratados internacionais que veiculem 
cláusulas de exoneração tributária em 
matéria de tributos locais (como o ISS, p. 
ex.), pois a República Federativa do 
Brasil, ao exercer o seu treaty-making 
power, estará praticando ato legítimo que 
se inclui na esfera de suas prerrogativas 
como pessoa jurídica de direito 
internacional público, que detém - em 
face das unidades meramente federadas 
- o monopólio da soberania e da 
personalidade internacional. - 
Considerações em torno da natureza 
político-jurídica do Estado Federal. (…) 
(RE 543943 AgR/PR, Rel. Min. Celso de 
Mello, D.J. 30-11-2010)

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