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OAB - Direito_Tributario_Aula_0_268_012413_CUR_COMP_ADV_PUB_DIR_TRIB_AULA_01 (11)

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CURSO COMPLETO DE ADVOCACIA PÚBLICA 
Direito Tributário 
Josiane Minardi 
1 
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
Conforme prevê o art. 113 do CTN, a 
obrigação tributária pode ser Principal ou 
Acessória. 
A obrigação principal tem por objeto o 
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. 
(art. 113, § 1º CTN), consiste em dar dinheiro, 
pagar. A obrigação acessória refere-se, na 
verdade, aos deveres formais que o sujeito 
passivo está obrigado, a fim de facilitar a 
arrecadação e a fiscalização. Nos termos do art. 
113, § 2º do CTN, são prestações positivas ou 
negativas que irão facilitar a arrecadação e a 
fiscalização dos tributos. Por prestações 
positivas, tem-se como obrigação acessória do 
sujeito passivo o dever de “emitir nota fiscal”, 
“escriturar livros”, “declarar impostos”, etc. 
Quanto às prestações negativas, cita-se o dever 
de “não receber mercadorias desacompanhadas 
da devida documentação fiscal”. 
A inobservância de uma obrigação 
acessória pelo sujeito passivo implica no 
surgimento de uma obrigação principal referente 
à penalidade tributária. Assim, por exemplo, se o 
sujeito deixar de declarar o imposto de renda, 
terá que declará-lo com atraso e por esse motivo 
deverá pagar uma multa, essa multa é uma 
obrigação principal. 
 
Art. 113 CTN (...) 
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da 
sua inobservância, converte-se em obrigação 
principal relativamente à penalidade pecuniária. 
O fato do sujeito passivo não ter uma 
obrigação principal, por gozar de imunidade ou 
isenção tributária, por exemplo, não afasta a sua 
obrigação acessória, vez que essa é autônoma 
em relação à obrigação principal. 
O sujeito que goza de imunidade ou 
isenção, ainda assim, deve manter suas 
obrigações acessórias em dia. 
 
Pessoa com Imunidade 
Tributária 
Pessoa com Isenção 
Tributária 
Pessoa que paga Tributos 
Normalmente 
Não tem obrigação 
principal 
Não tem obrigação 
principal 
Tem obrigação principal 
TEM obrigação acessória TEM obrigação 
acessória 
TEM obrigação acessória 
 
 
 
Sujeito Ativo 
 
É a pessoa jurídica de direito público 
que detém a competência para exigir o 
cumprimento da obrigação tributária. Pode ser o 
ente federativo, autarquia, ou qualquer outra 
pessoa jurídica de direito público que detenha 
capacidade ativa tributária, ou seja, as funções 
de arrecadar e fiscalizar os tributos, conforme 
estabelece o art. 119 do CTN. 
 
Sujeito Passivo 
 
O sujeito passivo da obrigação tributária 
principal é a pessoa obrigada ao pagamento do 
tributo ou da penalidade tributária. 
À luz do art. 121 do CTN destacam-se 
dois tipos de sujeitos passivos na relação 
jurídico-tributária: o contribuinte e o responsável. 
O contribuinte, também denominado 
pela doutrina de sujeito passivo direto, é aquele 
que tem relação direta e pessoal com a situação 
que constitua o fato gerador da obrigação. Na 
verdade, é quem pratica o fato gerador. 
O proprietário de um imóvel urbano, por 
praticar o fato gerador do IPTU, “ser proprietário 
de imóvel urbano”, irá pagar esse imposto na 
condição de contribuinte. 
O responsável (sujeito passivo indireto) 
é aquele que sem revestir a condição de 
contribuinte, mas por ter relação indireta com a 
situação que constitua o fato gerador, a lei lhe 
atribui o dever de pagar o tributo. Assim, os pais 
pagam os tributos devidos pelos seus filhos 
menores, na condição de responsáveis, pois o 
art. 134 do CTN assim estabelece. 
É importante ressaltar que a 
responsabilidade tributária decorre tão somente 
de lei. 
Os sujeitos passivos (contribuinte ou 
responsável) podem ser solidários, desde que 
haja interesse comum na situação que constitua 
o fato gerador do tributo, ou sempre que a lei 
assim determinar. 
Art. 124. São solidariamente obrigadas: 
I - as pessoas que tenham interesse 
comum na situação que constitua o fato 
gerador da obrigação principal; 
II - as pessoas expressamente 
designadas por lei. 
 
Para existir a solidariedade entre as 
pessoas, com relação ao inc. I do art. 124 do 
 
 
 
 
 
 
 
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CURSO COMPLETO DE ADVOCACIA PÚBLICA 
Direito Tributário 
Josiane Minardi 
2 
CTN, os sujeitos devem estar no mesmo polo da 
relação, pois se estiverem em posições 
contrapostas, não haverá solidariedade. 
 
O art. 124, parágrafo único, e o art. 125, 
ambos do CTN, determinam quatro efeitos da 
solidariedade, que salvo disposição de lei em 
contrário: 
(i) não comporta benefício de ordem; 
(ii) o pagamento efetuado por um dos obrigados 
aproveita aos demais; 
(iii) a isenção ou remissão de crédito exonera 
todos os obrigados, salvo se outorgada 
pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse 
caso, a solidariedade quanto aos demais pelo 
saldo; 
(iv) a interrupção da prescrição, em favor ou 
contra um dos obrigados, favorece ou prejudica 
aos demais. 
 
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA 
 
O responsável tributário é a pessoa que, sem 
ter praticado o fato gerador, a lei lhe impõe o 
dever de pagar o tributo, excluindo a 
responsabilidade do contribuinte (quem 
praticou o fato gerador) ou atribuindo-lhe em 
caráter supletivo do cumprimento da 
obrigação tributária. 
Na lição de Hugo de Brito Machado1, a 
responsabilidade, em sentido estrito, é a 
submissão, em virtude de disposição legal 
expressa, de determinada pessoa que não é 
contribuinte, mas está vinculada ao fato 
gerador da obrigação tributária, ao direito do 
fisco de exigir a prestação respectiva. 
A responsabilidade tributária pode ser 
classificada, segundo a doutrina, por 
substituição ou por transferência. 
A responsabilidade por substituição surge 
contemporaneamente à ocorrência do fato 
gerador, vez que no momento da ocorrência 
do fato gerador o dever de pagar o tributo já 
recai sobre o responsável. 
Já a responsabilidade por transferência 
decorre de um evento posterior à ocorrência 
do fato gerador quando a lei determina que 
não mais o contribuinte deverá pagar o 
tributo, mas outra pessoa, por essa ter 
incorrido na situação estabelecida em lei 
como modificadora da sujeição passiva. A 
responsabilidade por transferência pode ser 
dividida em responsabilidade por sucessão, 
por solidariedade e de terceiros. 
 
Responsável por Substituição 
 
A responsabilidade por substituição, como 
visto anteriormente, é quando a lei determina 
que uma terceira pessoa deve pagar o tributo 
em substituição ao contribuinte. Essa 
modalidade de responsabilidade é muito 
utilizada para facilitar a fiscalização e a 
arrecadação para o Fisco. 
Há dois casos de responsabilidade por 
substituição no ordenamento pátrio. A 
substituição para trás (regressiva ou 
antecedente) e a substituição para frente 
(progressiva ou subsequente). 
 
Substituição para trás 
 
A substituição para trás, regressiva ou 
antecedente é quando ocorre o fato gerador 
e o pagamento do tributo será realizado 
posteriormente, por uma terceira pessoa (o 
responsável), em substituição àquele que 
praticou o fato gerador (contribuinte). Se não 
fosse a substituição, ocorrendo o fato 
gerador, o pagamento seria imediato e 
efetuado pelo contribuinte. 
Um exemplo de substituição para trás é a da 
cadeia de produção e circulação. Quando o 
produtor vende a sua mercadoria para a 
indústria, ocorre uma operação de circulação 
de mercadoria o que o abrigaria a recolher o 
ICMS, mas a lei determina que quem irá 
recolher esse tributo em substituição ao 
produtor (contribuinte, por ter praticado o fato 
gerador) será o próximo da cadeia, ou seja a 
indústria. 
 
Substituição para Frente 
 
A substituição para frente, progressiva, ou 
ainda, subsequente, é quando primeiro 
ocorre o pagamento do tributo sobre uma 
base de cálculo presumida e posteriormentese realiza o fato gerador. 
A Constituição Federal, no art. 150, § 7º trata 
sobre a possibilidade da substituição para 
frente. 
§ 7.º A lei poderá atribuir ao sujeito passivo 
de obrigação tributária a condição de 
responsável pelo pagamento de imposto ou 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Tributário 
Josiane Minardi 
3 
contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer 
posteriormente, assegurada a imediata e 
preferencial restituição da quantia paga, 
caso não se realize o fato gerador 
presumido. (grifo nosso) 
 
Nos termos do dispositivo acima 
mencionado, tem-se que na substituição 
para frente, quando o responsável paga o 
tributo no início da cadeia e no futuro acaba 
NÃO ocorrendo o fato gerador, caberá a 
restituição daquele tributo. 
No Convênio nº 13-97, celebrado por 23 
Estados brasileiros, ficou estabelecido que 
ocorrendo o fato gerador, na substituição 
para frente, mas por um valor inferior ao 
recolhimento realizado pelo responsável no 
início da cadeia, não poderá ser realizada a 
restituição pelo sujeito passivo. 
Em julho de 1998 a Confederação Nacional 
de Comércio (CNC) ajuizou ação direta de 
inconstitucionalidade contra o Convênio, ADI 
1851, por entender que deveria ocorrer a 
restituição do ICMS caso o fato gerador 
ocorresse por um valor inferior ao recolhido 
pelo responsável tributário. 
O STF entendeu ser constitucional o 
Convênio, pois quando a Constituição 
Federal previu a substituição para frente, no 
art. 150, § 7º, tratou apenas sobre a hipótese 
de restituição quando não ocorresse o fato 
gerador, sem falar nada sobre a ocorrência 
do fato gerador em valor inferior. Nesse 
sentido, trecho da Ementa da ADI nº 1851 
determina: 
O fato gerador presumido, por isso 
mesmo, não é provisório, mas definitivo, 
não dando ensejo a restituição ou 
complementação do imposto pago, 
senão, no primeiro caso, na hipótese de 
sua não-realização final. 
Admitir o contrário valeria por despojar-se o 
instituto das vantagens que determinaram a 
sua concepção e adoção, como a redução, a 
um só tempo, da máquina-fiscal e da evasão 
fiscal a dimensões mínimas, propiciando, 
portanto, maior comodidade, economia, 
eficiência e celeridade às atividades de 
tributação e arrecadação. 
Assim, para as provas objetivas da FGV 
temos: 
 
 
 
Responsabilidade Por Sucessão 
 
Responsabilidade do Adquirente de Bens 
Imóveis - Art. 130 do CTN 
 
Nos termos do art. 130 do CTN, o adquirente 
de um bem imóvel responde pelos créditos 
tributários relativos a impostos cujo fato 
gerador seja a propriedade, posse, o 
domínio útil de bens imóveis, bem como o 
pagamento das taxas pela prestação de 
serviços referentes a tais bens, ou 
contribuições de melhoria, salvo se houver 
prova de quitação desses débitos. 
O título de prova de quitação a que se refere 
o art. 130 do CTN é uma Certidão Negativa 
de Débitos (CND). Logo, se o Comprador do 
bem imóvel retirar perante a Autoridade 
Administrativa uma CND referente a esse 
bem, ainda que sejam lançados créditos 
tributários posteriormente, o adquirente não 
estará responsável por esses pagamentos, 
pois os créditos foram lançados após a 
emissão da CND. 
Assim, se uma pessoa compra um bem 
imóvel com dívidas de IPTU ou ITR, taxas e 
contribuição de melhoria, será o responsável 
pelo pagamento dos respectivos créditos 
tributários, apenas se não houver uma CND, 
uma prova de quitação. Por essa razão 
pode-se afirmar que os créditos tributários 
sub-rogam-se na pessoa do adquirente do 
bem imóvel nessa situação. 
Conquanto, se a aquisição do bem imóvel for 
por arrematação em hasta pública, o 
parágrafo único do art. 130 do CTN 
determina que os créditos tributários sub-
rogam-se no respectivo preço: 
 
Art. 130. Os créditos tributários relativos a 
impostos cujo fato gerador seja a 
propriedade, o domínio útil ou a posse de 
bens imóveis, e bem assim os relativos a 
taxas pela prestação de serviços referentes a 
tais bens, ou a contribuições de melhoria, 
subrogam-se na pessoa dos respectivos 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Tributário 
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adquirentes, salvo quando conste do título a 
prova de sua quitação. 
Parágrafo único. No caso de arrematação 
em hasta pública, a sub-rogação ocorre 
sobre o respectivo preço. (grifo nosso) 
Assim, se um sujeito arrematar um imóvel 
por R$ 100.000 em hasta pública, e existir 
uma dívida de R$ 50.000 de IPTU, essa 
dívida sub-roga-se no valor arrematado. E se 
a dívida for superior ao valor arrematado, 
ainda assim, o adquirente não ficará 
responsável pelo pagamento do excedente, 
pois a aquisição ocorreu em hasta pública. 
 
Nesse sentido, temos o entendimento do 
STJ: 
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. 
AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE 
INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU 
SOBRE IMÓVEL ARREMATADO EM 
HASTA PÚBLICA. ILEGITIMIDADE 
PASSIVA. DÉBITOS TRIBUTÁRIOS. SUB-
ROGAÇÃO QUE OCORRE SOBRE O 
PREÇO. PARÁGRAFO ÚNICO, DO ART. 
130, DO CTN. IMPOSSIBILIDADE DE 
IMPUTAR-SE AO ARREMATANTE 
ENCARGO OU RESPONSABILIDADE 
TRIBUTÁRIA. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
PENDENTE, QUE PERSISTE PERANTE O 
FISCO, DO ANTERIOR PROPRIETÁRIO. 
1. O crédito fiscal perquirido pelo fisco 
deve ser abatido do pagamento, quando 
do leilão, por isso que, finda a 
arrematação, não se pode imputar ao 
adquirente qualquer encargo ou 
responsabilidade tributária. (...) 
2. Os débitos tributários pendentes sobre o 
imóvel arrematado, na dicção do art. 130, 
parágrafo único, do CTN, fazem persistir a 
obrigação do executado perante o Fisco, 
posto impossível a transferência do encargo 
para o arrematante, ante a inexistência de 
vínculo jurídico com os fatos jurídicos 
tributários específicos, ou com o sujeito 
tributário. Nesse sentido: "Se o preço 
alcançado na arrematação em hasta pública 
não for suficiente para cobrir o débito 
tributário, nem por isso o arrematante fica 
responsável pelo eventual saldo." 
(BERNARDO RIBEIRO DE MORAES, 
Compêndio de Direito Tributário, 2º vol., Rio 
de Janeiro: Forense, 1995, p. 513). 
3. Assim, é que a arrematação em hasta 
pública tem o efeito de expurgar qualquer 
ônus obrigacional sobre o imóvel para o 
arrematante, transferindo-o livremente de 
qualquer encargo ou responsabilidade 
tributária. 
(AgRg no Ag nº 124.6665, Rel. Min. Luiz Fux, 
DJ 22-04-2010) 
 
Responsabilidade do Art. 131 CTN 
 
 
O adquirente ou remitente de bens é 
responsável pelo pagamento dos créditos 
tributários dos bens adquiridos ou remidos. 
No caso de aquisição de um veículo com 
dívidas de IPVA, o adquirente é responsável 
pelo pagamento desse tributo. 
Se o bem for adquirido em arrematação 
judicial, o STJ entende que se aplica o 
parágrafo único do art. 130 do CTN por 
analogia, assim o crédito sub-roga-se no 
respectivo preço. 
TRIBUTÁRIO - ARREMATAÇÃO JUDICIAL 
DE VEÍCULO - DÉBITO DE IPVA -
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA - CTN, 
ART. 130, PARÁGRAFO ÚNICO. 
1. A arrematação de bem em hasta pública é 
considerada como aquisição originária, 
inexistindo relação jurídica entre o 
arrematante e o anterior proprietário do bem. 
2. Os débitos anteriores à arrematação sub-
rogam-se no preço da hasta. Aplicação do 
artigo 130, § único do CTN, em interpretação 
que se estende aos bens móveis e 
semoventes. 
(Resp nº 807455, Rel. Min. Eliana Calmon, 
DJ 21-11-2008) 
Quanto à sucessão hereditária, o art. 131, III 
do CTN prevê que o espólio é responsável 
pelo pagamento dos tributos devidos pelo de 
cujus até a abertura da sucessão. Durante o 
processo de inventário ou arrolamento, o 
espólio tem o dever de pagar os tributos 
cujos fatos geradores ocorrerem nesse 
período, sendo a responsabilidade do 
cônjuge meeiro e dos sucessores até omontante do seu quinhão, até a partilha. 
Art. 131. São pessoalmente responsáveis: 
(...) 
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge 
meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus 
até a data da partilha ou adjudicação, 
 
 
 
 
 
 
 
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5 
limitada esta responsabilidade ao montante 
do quinhão do legado ou da meação; 
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de 
cujus até a data da abertura da sucessão. 
 
 
PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. 
IPTU. ARREMATAÇÃO DE IMÓVEL EM 
HASTA PÚBLICA. AQUISIÇÃO 
ORIGINÁRIA. ADJUDICAÇÃO. VIOLAÇÃO 
DO ART. 
130, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CTN. 
OCORRÊNCIA. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
PROPTER REM. EXISTÊNCIA DE 
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. 
1. Discute-se nos autos se o credor-
exequente (adjudicante) está dispensado 
do pagamento dos tributos que recaem 
sobre o imóvel anteriores à adjudicação. 
2. Arrematação e adjudicação são 
situações distintas, não podendo a 
analogia ser aplicada na forma pretendida 
pelo acórdão recorrido, pois a 
adjudicação pelo credor com dispensa de 
depósito do preço não pode ser 
comparada a arremate por terceiro. 
3. A arrematação em hasta pública 
extingue o ônus do imóvel arrematado, 
que passa ao arrematante livre e 
desembaraçado de tributo ou 
responsabilidade, sendo, portanto, 
considerada aquisição originária, de 
modo que os débitos tributários 
anteriores à arrematação sub-rogam-se 
no preço da hasta. Precedentes: REsp 
1.188.655/RS, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira 
Turma, DJe 8.6.2010; AgRg no Ag 
1.225.813/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, 
Segunda Turma, DJe 8.4.2010; REsp 
909.254/DF, Rel. Min. Mauro Campbell 
Marques, Segunda Turma DJe 21.11.2008. 
4. O adquirente só deixa de ter 
responsabilidade pelo pagamento do 
débitos anteriores que recaiam sobre o 
Bem, se ocorreu, efetivamente, depósito 
do preço, que se tornará a garantia dos 
demais credores. De molde que o crédito 
fiscal perquirido pelo fisco é abatido do 
pagamento, quando da praça, por isso 
que, encerrada a arrematação, não se 
pode imputar ao adquirente qualquer 
encargo ou responsabilidade. 
5. Por sua vez, havendo a adjudicação do 
imóvel, cabe ao adquirente (credor) o 
pagamento dos tributos incidentes sobre 
o Bem adjudicado, eis que, ao contrário 
da arrematação em hasta pública, não 
possui o efeito de expurgar os ônus 
obrigacionais que recaem sobre o Bem. 
6. Na adjudicação, a mutação do sujeito 
passivo não afasta a responsabilidade 
pelo pagamento dos tributos do imóvel 
adjudicado, uma vez que a obrigação 
tributária propter rem (no caso dos autos, 
IPTU e taxas de serviço) acompanha o 
Bem, mesmo que os fatos imponíveis 
sejam anteriores à alteração da 
titularidade do imóvel (arts. 130 e 131, I, 
do CTN). 
7. À luz do decidido no REsp 
1.073.846/SP, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira 
Seção, DJe 18.12.2009, "os impostos 
incidentes sobre o patrimônio (Imposto 
sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR 
e Imposto sobre a Propriedade Predial e 
Territorial Urbana - IPTU) decorrem de 
relação jurídica tributária instaurada com 
a ocorrência de fato imponível encartado, 
exclusivamente, na titularidade de direito 
real, razão pela qual consubstanciam 
obrigações propter rem, impondo-se sua 
assunção a todos aqueles que sucederem 
ao titular do imóvel." Recurso especial 
provido. 
(REsp 1179056/MG, Rel. Ministro 
HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA 
TURMA, julgado em 07/10/2010, DJe 
21/10/2010) 
 
Responsabilidade do Art. 132 do CTN 
 
Nas operações de fusão, incorporação ou 
transformação, a pessoa jurídica resultante 
será responsável pessoalmente pelo 
pagamento dos tributos devidos até a data 
do ato pelas pessoas jurídicas de direito 
privado fusionada, incorporada, ou 
transformada. 
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado 
que resultar de fusão, transformação ou 
incorporação de outra ou em outra é 
responsável pelos tributos devidos até à data 
do ato pelas pessoas jurídicas de direito 
privado fusionadas, transformadas ou 
incorporadas. 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Tributário 
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6 
 
As operações de fusão decorrem da união 
de duas ou mais sociedades para formar 
sociedade nova, que lhes sucederá em todos 
os direitos e obrigações, incluindo as de 
natureza tributária, conforme prevê art. 228 
da Lei nº 6.404-76. 
A incorporação é quando uma empresa 
absorve outra empresa. E a operação de 
transformação ocorre quando a sociedade 
passa, independentemente de dissolução e 
liquidação, de um tipo para outro. (Lei nº 
6.404-76, art. 220). Quando, por exemplo, 
uma empresa por quotas de 
responsabilidade limitada transforma-se em 
uma sociedade por ações (S.A). 
Observa-se, que o Código Tributário 
Nacional não tratou sobre a responsabilidade 
nos casos de cisão, quando a companhia 
transfere parcelas de seu patrimônio para 
uma ou mais sociedades, constituídas para 
esse fim ou já existentes, extinguindo-se a 
companhia cindida, se houver versão de todo 
o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu 
capital, se parcial a versão. (Lei nº 6.404-76, 
Art. 220). 
O entendimento majoritário que tem 
prevalecido é que nos casos de cisão, a 
responsabilidade pelo pagamento dos 
tributos segue a previsão do art. 233 da Lei 
nº 6.404-76 que estabelece: 
Art. 233. Na cisão com extinção da 
companhia cindida, as sociedades que 
absorverem parcelas do seu patrimônio 
responderão solidariamente pelas 
obrigações da companhia extinta. A 
companhia cindida que subsistir e as que 
absorverem parcelas do seu patrimônio 
responderão solidariamente pelas 
obrigações da primeira anteriores à cisão. 
Parágrafo único. O ato de cisão parcial 
poderá estipular que as sociedades que 
absorverem parcelas do patrimônio da 
companhia cindida serão responsáveis 
apenas pelas obrigações que lhes forem 
transferidas, sem solidariedade entre si ou 
com a companhia cindida, mas, nesse caso, 
qualquer credor anterior poderá se opor à 
estipulação, em relação ao seu crédito, 
desde que notifique a sociedade no prazo de 
90 (noventa) dias a contar da data da 
publicação dos atos da cisão. (grifo nosso). 
 
E nos casos de extinção de pessoas 
jurídicas o parágrafo único do art. 132 do 
CTN prevê que as regras do caput se 
aplicam quando a respectiva atividade seja 
continuada por qualquer sócio 
remanescente, ou seu espólio, sob a mesma 
ou outra razão social. 
 
Responsabilidade do Art. 133 do CTN 
 
 
O Adquirente de fundo de comércio ou 
estabelecimento comercial, industrial ou 
profissional que continuar a respectiva 
exploração, ainda que modifique a razão 
social, é responsável pelo pagamento dos 
tributos devidos pelo fundo ou 
estabelecimento adquirido, devidos até a 
data do ato. 
O adquirente responderá integralmente pelos 
créditos tributários se o alienante cessar a 
exploração do comércio, indústria ou 
atividade. 
A responsabilidade do adquirente será 
subsidiária com o alienante se este 
continuar a explorar qualquer atividade ou 
iniciar, dentro de seis meses a contar da 
data da alienação, nova atividade no mesmo 
ou em outro ramo de comércio, indústria ou 
profissão. 
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de 
direito privado que adquirir de outra, por 
qualquer título, fundo de comércio ou 
estabelecimento comercial, industrial ou 
profissional, e continuar a respectiva 
exploração, sob a mesma ou outra razão 
social, ou sob firma ou nome individual, 
responde pelos tributos, relativos ao fundo 
ou estabelecimento adquirido, devidos até à 
data do ato: 
I - integralmente, se o alienante cessar a 
exploração do comércio, indústria ou 
atividade; 
II - subsidiariamente com o alienante, se este 
prosseguir na exploraçãoou iniciar dentro de 
seis meses a contar da data da alienação, 
nova atividade no mesmo ou em outro ramo 
de comércio, indústria ou profissão. 
 
O Superior Tribunal de Justiça tem entendido 
que o adquirente do fundo de comércio ou 
estabelecimento comercial responderá nos 
 
 
 
 
 
 
 
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CURSO COMPLETO DE ADVOCACIA PÚBLICA 
Direito Tributário 
Josiane Minardi 
7 
termos do caput art. 133 do CTN, inclusive 
com relação às penalidades tributárias. 
RECURSO ESPECIAL. MULTA 
TRIBUTÁRIA. SUCESSÃO DE 
EMPRESAS.RESPONSABILIDADE. 
OCORRÊNCIA. DECADÊNCIA. TEMA NÃO 
ANALISADO. RETORNO DOS AUTOS. 
1. A empresa recorrida interpôs agravo de 
instrumento com a finalidade de suspender a 
exigibilidade dos autos de infração lavrados 
contra a empresa a qual sucedeu. Alegou a 
ausência de responsabilidade pelo 
pagamento das multas e, também, 
decadência dos referidos créditos. O Tribunal 
a quo acolheu o primeiro argumento, 
julgando prejudicado o segundo. 
2. A responsabilidade tributária não está 
limitada aos tributos devidos pelos 
sucedidos, mas também se refere às multas, 
moratórias ou de outra espécie, que, por 
representarem dívida de valor, acompanham 
o passivo do patrimônio adquirido pelo 
sucessor. 
3. Nada obstante, os art. 132 e 133 apenas 
refiram-se aos tributos devidos pelo 
sucedido, o art. 129 dispõe que o disposto na 
Seção II do Código Tributário Nacional 
aplica-se por igual aos créditos tributários 
definitivamente constituídos ou em curso de 
constituição, compreendendo o crédito 
tributário não apenas as dívidas decorrentes 
de tributos, mas também de penalidades 
pecuniárias (art. 139 c/c § 1º do art. 113 do 
CTN). 
4. Tendo em vista que a alegação de 
decadência não foi analisada em razão do 
acolhimento da não responsabilidade 
tributária da empresa recorrida, determina-se 
o retorno dos autos para que seja analisado 
o fundamento tido por prejudicado. 
5. Recurso especial provido em parte. 
(Resp nº 1017186, Rel. Min. Castro Meira, 
DJ 27-03-2008) 
A regra do caput do art. 133 do CTN só não 
é aplicável quando o fundo de comércio ou 
estabelecimento comercial, industrial ou 
profissional for adquirido em processo de 
falência ou processo de recuperação judicial. 
Art. 133 (...) 
 § 1o O disposto no caput deste artigo não 
se aplica na hipótese de alienação judicial: 
I – em processo de falência; 
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em 
processo de recuperação judicial. 
Conquanto, o adquirente responderá pela 
dívida tributária, nos termos do caput, se a 
aquisição do fundo de comércio ou 
estabelecimento comercial, ainda que 
realizada no processo de falência ou 
recuperação judicial, for por: 
(i) sócio da sociedade falida ou em 
recuperação judicial, ou sociedade 
controlada pelo devedor falido ou em 
recuperação judicial; 
(ii) parente, em linha reta ou colateral até o 
4o (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do 
devedor falido ou em recuperação judicial ou 
de qualquer de seus sócios; ou 
(iii) identificado como agente do falido ou do 
devedor em recuperação judicial com o 
objetivo de fraudar a sucessão tributária. 
Em processo da falência, o produto da 
alienação judicial de empresa, filial ou 
unidade produtiva isolada permanecerá em 
conta de depósito à disposição do juízo de 
falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado 
da data de alienação, somente podendo ser 
utilizado para o pagamento de créditos 
extraconcursais ou de créditos que preferem 
ao tributário. (art. 133, § 3º do CTN). 
 
 
1 Curso de direito tributário, 129 Ed., p. 150.

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