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OAB - Direito_Tributario_Aula_0_268_012413_CUR_COMP_ADV_PUB_DIR_TRIB_AULA_01 (14)

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CURSO COMPLETO DE ADVOCACIA PÚBLICA 
Direito Tributário 
Josiane Minardi 
1 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
Nos termos do artigo 96 do CTN, a 
legislação tributária compreende: Leis, Tratados 
e Convenções Internacionais, Decretos e 
Normas Complementares. 
Assim, quando houver menção à 
expressão “legislação tributária”, não temos 
apenas a lei em sentido estrito, mas os demais 
atos normativos que cuidam de relações 
jurídicas tributárias. 
 
Lei Ordinária 
 
A lei ordinária é o veículo, por excelência, da 
matéria tributária, pois é o instrumento de 
instituição, modificação e extinção dos tributos. 
Os tributos irão ingressar no sistema jurídico 
pátrio, via de regra, por meio de lei ordinária. 
O artigo 97 do CTN estabelece as matérias que 
somente poderão ser tratadas por meio de lei: 
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
II - a majoração de tributos, ou sua redução; 
III - a definição do fato gerador da obrigação 
tributária principal; 
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua 
base de cálculo; 
V - a cominação de penalidades para as ações 
ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou 
para outras infrações nela definidas; 
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e 
extinção de créditos tributários, ou de dispensa 
ou redução de penalidades. 
 
Lei Complementar 
Existem quatro tributos que só podem 
ser instituídos e majorados por meio de lei 
complementar. 
 
Contribuição Social Residual (art. 195, § 
4º CF); 
Empréstimo Compulsório (art. 148 CF); 
IGF (art. 153, VII CF); 
Imposto Residual (art. 154, I CF); 
 
Além desses 4 tributos que só podem 
ser instituídos por meio de lei complementar, a 
Constituição Federal determina que algumas 
matérias também só podem ser tratadas por 
meio de lei complementar, nesse sentido, temos 
o art. 146 da CF: 
 
 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
 
I - dispor sobre conflitos de competência, em 
matéria tributária, entre a União, os Estados, 
o Distrito Federal e os Municípios; 
II - regular as limitações constitucionais ao 
poder de tributar; 
III - estabelecer normas gerais em matéria de 
legislação tributária, especialmente sobre: 
 
a) definição de tributos e de suas espécies, bem 
como dos impostos discriminados nesta 
Constituição, e dos respectivos fatos geradores, 
bases de cálculo e contribuintes; 
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e 
decadência tributárias; 
c) adequado tratamento tributário ao ato 
cooperativo praticado pelas sociedades 
cooperativas. 
d) definição de tratamento diferenciado e 
favorecido para as microempresas e para as 
empresas de pequeno porte, inclusive regimes 
especiais ou simplificados no caso do imposto 
previsto no art. 155, II, das contribuições 
previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da 
contribuição a que se refere o art. 239 
 
Parágrafo único. A lei complementar de que trata 
o inciso III, d, também poderá instituir um regime 
único de arrecadação dos impostos e 
contribuições da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, observado que: 
(...) 
Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer 
critérios especiais de tributação, com o objetivo 
de prevenir desequilíbrios da concorrência, 
sem prejuízo da competência de a União, por lei, 
estabelecer normas de igual objetivo. 
 
Lei Delegada 
 
Nos termos do art. 68 da CF, é um ato 
normativo de feitura do Poder Executivo, em que 
o Presidente da República solicita autorização 
do Congresso Nacional para poder legislar sobre 
a matéria. 
A delegação pelo Congresso Nacional 
ocorrerá por meio de Resolução. 
O § 1º do art. 68 da CF proíbe a lei 
delegada tratar sobre matérias reservadas à lei 
complementar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CURSO COMPLETO DE ADVOCACIA PÚBLICA 
Direito Tributário 
Josiane Minardi 
2 
§ 1º - Não serão objeto de delegação os atos de 
competência exclusiva do Congresso Nacional, 
os de competência privativa da Câmara dos 
Deputados ou do Senado Federal, a matéria 
reservada à lei complementar, nem a legislação 
sobre: (...) 
A lei delegada está praticamente em 
desuso atualmente, dado a possibilidade do 
Presidente da República valer-se das Medidas 
Provisórias para instituir e majorar impostos, 
sem a necessidade de buscar autorização do 
Congresso Nacional. 
 
Tratados e Convenções Internacionais 
 
A Convenção de Viena de 26 de maio 
de 1969, sobre o Direito dos Tratados, no art. 2º, 
§1º, “a” esclarece não importar a terminologia 
atribuída aos atos internacionais, por essa razão 
não se faz distinções entre as expressões 
“tratado” e “convenção internacional”. 
Os tratados internacionais (ou 
Convenções) são atos firmados entre dois ou 
mais Estados, no intuito de estabelecer normas 
comuns a serem observadas no âmbito 
internacional. 
Em matéria tributária, os tratados e 
convenções internacionais são muito utilizados 
para evitar a bitributação, estabelecer a 
tributação de mercadorias exportadas e 
importadas. 
Nos termos do art. 84, VIII, da CF 
compete privativamente ao Presidente da 
República celebrar tratados ou convenções 
internacionais, sujeitos a referendo do 
Congresso Nacional. 
 
O art. 98 do CTN estabelece que: 
 
Os tratados e as convenções internacionais 
revogam ou modificam a legislação tributária 
interna, e serão observados pela que lhes 
sobrevenha. 
Aplica-se a literalidade do dispositivo 
supracitado, no sentido de que “os tratados e as 
convenções internacionais revogam ou 
modificam a legislação tributária interna”. 
Contudo, observa-se que uma vez denunciado o 
tratado, a norma interna volta a produzir efeitos. 
Assim, tendo em vista que a legislação 
interna volta a vigorar, uma vez denunciado o 
tratado, não se pode dizer que ela havia sido 
revogada, mas apenas estava com sua eficácia 
suspensa. 
 
Tratados e Convenções Internacionais e a 
Isenção Heterônoma 
 
Os Tratados Internacionais podem 
conceder isenção de tributos estaduais e 
municipais, uma vez que o Presidente da 
República ao assinar esses tratados, assina 
como chefe de Estado e não como chefe de 
governo e, por isso, não seria considerado uma 
isenção heterônoma, vedada pela nossa 
Constituição Federal no art.151, III. 
 
EMENTA: DIREITO TRIBUTÁRIO. RECEPÇÃO 
PELA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 
1988 DO ACORDO GERAL DE TARIFAS E 
COMÉRCIO. ISENÇÃO DE TRIBUTO 
ESTADUAL PREVISTA EM TRATADO 
INTERNACIONAL FIRMADO PELA REPÚBLICA 
FEDERATIVA DO BRASIL. ARTIGO 151, 
INCISO III, DA CONSTITUIÇÃO DA 
REPÚBLICA. ARTIGO 98 DO CÓDIGO 
TRIBUTÁRIO NACIONAL. NÃO 
CARACTERIZAÇÃO DE ISENÇÃO 
HETERÔNOMA. RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO E PROVIDO. 
1. A isenção de tributos estaduais prevista no 
Acordo Geral de Tarifas e Comércio para as 
mercadorias importadas dos países signatários 
quando o similar nacional tiver o mesmo 
benefício foi recepcionada pela Constituição da 
República de 1988. 2. O artigo 98 do Código 
Tributário Nacional "possui caráter nacional, com 
eficácia para a União, os Estados e os 
Municípios" (voto do eminente Ministro Ilmar 
Galvão). 3. No direito internacional apenas a 
República Federativa do Brasil tem competência 
para firmar tratados (art. 52, § 2º, da 
Constituição da República), dela não dispondo a 
União, os Estados-membros ou os Municípios. O 
Presidente da República não subscreve 
tratados como Chefe de Governo, mas como 
Chefe de Estado, o que descaracteriza a 
existência de uma isenção heterônoma, 
vedada pelo art. 151, inc. III, da Constituição. 
4. Recurso extraordinário conhecido e 
provido. (STF, Pleno, RE, nº 229.096, Min. Rel. 
Ilmar Galvão, DJ. 16-08-2007). 
 
Decreto 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CURSO COMPLETO DE ADVOCACIA PÚBLICA 
Direito Tributário 
JosianeMinardi 
3 
Trata-se de instrumento normativo, 
utilizado pelo Presidente da República, conforme 
previsão do art. 84, IV da CF, para obter a 
correta aplicação e execução da lei, sem ampliar 
ou restringir o conteúdo por ela definido. 
Nesse sentido, estabelece o art. 99 do 
CTN: 
Art. 99. O conteúdo e o alcance dos 
decretos restringem-se aos das leis em 
função das quais sejam expedidos, 
determinados com observância das 
regras de interpretação estabelecidas 
nesta Lei. 
 
Normas Complementares 
 
Nos termos do art. 100 do CTN, são quatros as 
normas complementares das leis, dos tratados e 
convenções internacionais e decretos: 
I - Os atos normativos expedidos pelas 
autoridades administrativas; 
II - As decisões dos órgãos singulares ou 
coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei 
atribua eficácia normativa; 
III - As práticas reiteradamente observadas pelas 
autoridades administrativas; 
IV - Os convênios que entre si celebrem a União, 
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. 
 
A observância das normas 
complementares exclui a imposição de 
penalidades, a cobrança de juros de mora e a 
atualização do valor monetário da base de 
cálculo do tributo. (CTN, art. 100, parágrafo 
único). 
 
Interpretação da Legislação Tributária 
 
A aplicação da lei a um caso concreto, 
seja pela autoridade administrativa, pelo julgador 
ou ainda pelo próprio sujeito passivo, requer a 
sua interpretação para que seja identificado o 
seu significado e o seu alcance. Assim, fazem-se 
necessárias no momento de aplicação da 
legislação considerações de ordem léxica, 
lógica, sistemática, histórica e teleológica. 
Por essa razão, admite-se em direito 
tributário, salvo as hipóteses previstas no art. 
111 do CTN, a utilização de todos os métodos 
de interpretação admitidos em direito, tais como 
o método literal, sistemático, teleológico e 
histórico. 
A interpretação literal analisa pura e 
simplesmente o significado das palavras 
constantes no texto legal. 
Quanto às hipóteses de suspensão, 
exclusão do crédito tributário, bem como 
dispensa do cumprimento de obrigação 
acessória, conforme disposto no art. 111 do 
CTN, o aplicador somente poderá se valer da 
interpretação LITERAL. 
Assim, todas as hipóteses de 
suspensão do crédito tributário previstas no art. 
151 do CTN, e as de exclusão, constantes no 
art. 175 do CTN, só podem ser interpretadas 
literalmente. 
 
 
 
Ademais, nos termos do art. 112 do 
CTN a lei tributária que define infrações, ou que 
comina penalidades, será interpretada da 
maneira mais favorável ao acusado, sempre 
que houver dúvida quanto: 
 
(i) à capitulação legal do fato; 
(ii) à natureza ou às circunstâncias materiais do 
fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; 
(iii) à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; 
(iv) à natureza da penalidade aplicável, ou à sua 
graduação. 
 
Ressalta-se, ainda, que a lei tributária 
não pode alterar a definição, o conteúdo e o 
alcance de institutos, conceitos e formas de 
direito privado utilizados, expressa ou 
implicitamente, pela Constituição Federal, pelas 
Constituições dos Estados, ou pelas Leis 
Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, 
para definir ou limitar competências tributárias. 
(CTN, art. 110). 
Vistas as possibilidades de 
interpretação da legislação tributária acima, tem-
se ainda as situações em que há obscuridade ou 
lacuna da lei e que se deve preencher o vácuo 
por meio de integração. O art. 108 do CTN 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Tributário 
Josiane Minardi 
4 
permite a utilização da integração desde que 
ocorra na seguinte ordem sucessiva: 
 
(i) analogia; 
(ii) princípios gerais de direito tributário; 
(iii) princípios gerais de direito público; 
(iv) equidade. 
 
O aplicador da legislação se vale da 
analogia: quando diante de um caso sem 
previsão expressa, utiliza uma norma legal 
prevista para uma situação semelhante. 
Conquanto, ninguém pode se valer da 
analogia para cobrar tributo, conforme 
estabelece o § 1º do art. 108 do CTN. 
A equidade atua como instrumento de 
realização concreta da justiça. Mas ninguém 
pode utilizar a equidade para ser dispensado do 
pagamento do tributo.

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