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Ciclo das Pentoses ou Via das Pentoses Fosfato A via das pentoses é um dos 3 destinos que a glicose 6 -P pode seguir: O ciclo das pentoses fosfato é uma via de oxidação da glicose-6-P, que ocorre no citosol, e que não gera ATP, mas é importante por dar origem ao NADPH (que atua como coenzima doadora de hidrogênio em sínteses redutoras e em reações para proteção contra compostos oxidantes) e ribose 5-P (pentose constituinte dos nucleotídeos, que vão compor os ácidos nucléicos, e de muitas coenzimas, como o ATP, NADH, FADH2 e coenzima A) O NADPH produzido pela via das pentoses fosfato é utilizado pelas células dos tecidos em que ocorre a síntese de grande quantidade de ácidos graxos (fígado, tecido adiposo, glândulas mamárias durante a lactação). Também ocorre onde há síntese de colesterol e hormônios esteróides (fígado, glândulas adrenais e gônadas). Os eritrócitos, as células da córnea e do cristalino, também, possuem alta atividade da via das pentoses fosfato. Isto, para minimizar os efeitos deletérios das espécies reativas do oxigênio, pois estão diretamente expostos a ele. A manutenção do ambiente redutor (relação alta da concentração de NADPH para NADP+, assim como da glutationa reduzida para a oxidada) previne ou recupera o dano oxidativo sobre lipídios, proteínas e outras moléculas sensíveis. As células que se dividem rapidamente (crescimento ou regeneração), como as da medula óssea, da pele, da mucosa intestinal, assim como as dos tumores, também, apresentam alta atividade da via das pentoses fosfato (D-ribose utilizada na biossíntese de ácidos nucléicos). A via das pentoses fosfato é composta por duas fases: a oxidativa e não oxidativa: FASE OXIDATIVA • A glicose-6-fostato é oxidada pela glicose-6-fosfato desidrogenase em 6-fosfoglicono- δ-lactona com redução NADP+ e formação de NADPH. • A 6-fosfoglicono-δ-lactona é hidrolisada em 6-fosfogliconato pela lactonase. • A oxidação de 6-P-gliconato pela 6-fosfoglionato desidrogenase libera dióxido de carbono e gera Ribulose 5-fosfato e NADPH. • A fosfopentose isomerase converte a Ribulose-5-fosfato no seu isômero aldose, a ribose 5-fosfato. Em alguns tecidos, a via das pentoses fosfato termina nesse ponto. E a equação é: Glicose-6P + 2 NADP+ + H2O -> Ribose-5P + CO2 + 2 NADPH + 2H + Os NADPH formados na fase oxidativa são usados para produzir glutationa reduzida (GSH) a partir de glutationa oxidada (GSSG) e para participar das biossínteses redutoras As riboses 5-fosfato são precursoras de nucleotídeos, coenzimas e ácidos nucleicos. FASE NÃO OXIDATIVA Esta fase ocorre em tecidos que requerem, fundamentalmente, NADPH. Pentoses fosfato são reclicadas em glicose-6-fosfato. • As ribuloses-5-fosfato, produzidas na fase oxidativa, são transformadas em ribose-5- fosfato por uma isomerase ou em xilulose-5-fosfato por uma epimerase. • Estas pentoses-5-fosfato são convertidas mediante a atividade de transcetolase, que transfere grupos de 2 carbonos e tem tiamina pirofosfato – TPP (produzida a partir da vitamina B1) como grupo prostético em Sedoeptulose-7-fosfato e Gliceraldeído-3- fosfato. • Sedoeptulose-7-fosfato e Gliceraldeído-3-fosfato são convertidos pela transaldolase (que transfere 3 grupos de carbonos) em Frutose-6-fosfato e Eritrose-4-fosfato. • A continuação das reações acarretará na regeneração da glicose 6-fosfato, que pode seguir novamente a fase oxidativa, permitindo a formação contínua de NADPH. Rearranjo dos esqueletos carbônicos dos açúcares intermediários. Seis pentoses são convertidas em cinco hexoses fosfato. INTERRELAÇÃO ENTRE VIA DAS PENTOSES FOSFATO E REAÇÃO DA GLUTATIONA PEROXIDASE NO ERITRÓCITO Se ocorre excesso de radicais livres na célula pode ocorrer vários danos aos lipídios, às proteínas e ao DNA. Por isso, eles precisam ser degradados. Para que ocorra a quebra do H2O2, a glutationa redutase pega H+ do NADPH que veio da via das pentoses fosfato e reduz a glutationa. A glutationa reduzida é utilizada pela Glutationa Peroxidase para quebrar uma molécula de H2O2, liberando 2 moléculas de H2O.” “A gama glutationa (reduzida) fornece elétrons para moléculas que foram oxidadas por radicais livres. O NADPH H+ devolverá os elétrons às gamas glutationas para que estas possam recuparar novos danos oxidativos”. – prof Henrique CORRELAÇÕES CLINICAS Deficiência da glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) A G6PD catalisa o primeiro passo na via das pentoses fosfato, a qual produz NADPH. Esse redutor protege as células de danos provocados por substancias oxidativas como o peroxido de hidrogênio (H2O2) e radicais livres superóxidos, todos oxidantes muito reativos gerados como produtos colaterais metabólicos ou, então, pela ação de drogras como a primaquina (antimalárico) e produtos naturais como a divicina, o ingrediente tóxico presente nos feijões fava (ingrediente do falafel). Durante os processos naturais de detoxicação, H2O2 é convertido em H2O pela glutationa reduzida sob a ação da glutationa peroxidase; a glutationa oxidada resultante é recliclada na forma reduzida pela glutationa redutase e NADPH. A H2O2 também pode ser quebrada em H2O e O2 pela enzima catalase. Nos indivíduos com deficiência de G6PD, a produção de NADPH fica diminuída e a detoxicação da H2O2 inibida. Disso resulta dano celular: ocorre oxidação do DNA e de proteínas e peroxidação de lipídeos, com consequente rompimento da membrana do eritrócito, anemia hemolítica. A deficiência de G6PD é assintomática é só será manifestada com a ingestão de substâncias oxidativas mencionadas.
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