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Ep33_Kierkegaard2

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Kierkegaard – Ou-Ou: Um Fragmento de Vida
O tédio é pior que a morte?
Em uma dada situação de extremo tédio e impaciência, um pode, figuradamente, desejar a morte. Mas este tipo de monotonia bruta e sem sentido pode fazer com que alguns se questionem: O tédio é pior que a morte?
Para o filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard, há algumas coisas piores que o tédio, incluindo a morte. Escrevendo através de um de seus muitos pseudônimos, Kierkegaard foi longe o bastante para dizer “A raiz do mal é o tédio, e é isso que deve ser mantido à distancia”. Veja bem, o tédio não é estar arrumado para sair, mas sem nenhum lugar para ir. Não é um período de inatividade. É um sintoma de um problema muito maior; o tédio é o genuíno padecimento da alma.
-“Panteísmo, em geral, contém a qualidade de completude; com o tédio é o oposto, é baseado no vazio, mas é por isso mesmo uma categoria panteísta. O tédio repousa sobre o nada que segue o seu caminho através da existência; sua vertigem, como o que vem de olhar dentro de um abismo infinito, é infinita.” (Pantheism, in general, contains the quality of fullness; with boredom it is the opposite, it is based on emptiness, but it is for that very reason a pantheistic category. Boredom rests upon the nothingness that winds its way through existence; its giddiness, like that which comes from gazing down into an infinite abyss, is infinite. EITHER/ OR: A FRAGMENT OF LIFE).
Para Kierkegaard, há algumas maneiras de que as pessoas tendem a viver: Eles vivem a vida do esteta (Aesthete), do eticista (Ethicist), ou da pessoa religiosa (Religious). Cada tipo de pessoa lida com o tédio de uma maneira diferente. O esteta é a priori preocupado com sua experiência pessoal de prazer e dor, eles são o tipo de caçadores de emoção que estão sempre procurando por novas maneiras de tornar a vida interessante. Sua solução ao tédio é semelhante ao plantio de novas culturas a cada temporada. Para manter o solo da vida rico, eles vão atrás de novas experiências. Para Kierkegaard, o esteta não entende que a procura por novos prazeres é inútil. Ao se preocuparem com experiências sensitivas e encontrando humor na vida, eles se recusam a focar no verdadeiro problema; eles mesmos. A vida estética é uma vida egoísta, eles não se preocupam com os demais. O tédio é o sintoma da deficiência espiritural, e para Kierkegaard, suas almas estão paradas.
O eticista parece lidar com o tédio de uma forma melhor, eles constroem respostas filosóficas para os problemas que encontram na vida, eles criam sistemas inteiros de relações éticas. Louvável, mas para Kierkegaard isso não é suficiente. O trabalho eticista ainda é inadequado, pois carece do elemento espiritual. Basicamente, ambos o esteticista e o eticista precisam da religião. Kierkegaard clama que a cura para o tédio não é a atividade constante, tampouco se perder em problemas filosóficos abstratos; a cura esta em sua relação com uma força maior.
A razão pela qual a maioria das pessoas está entediada é porque elas não têm propósito. O cristianismo cria significado em cada momento, o conceito de Ágape - ou amor – preenche o vazio de cada momento com a percepção de que o trabalho das pessoas não deveria ser direcionado a fins egoístas ou experiências sensuais, mas sim à eterna salvação.
A fé restaura o significado nos momentos vazios de pavor e insignificância que as pessoas experienciam no tédio. A ideia não é encontrar as experiências mais extremas possíveis para combater o tédio – é viver uma vida em testemunha do divino, se importar imensamente com os outros, e cultivar uma preocupação apaixonada pelos demais.
Este texto pertence à Wisecrack –YouTube Channel e detém toda sua autoria. Esta versão é meramente uma tradução livre.

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