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Inquérito Policial

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INQUÉRITO POLICIAL
AULAS 04 e 05
CONCEITO
É o conjunto de diligências realizadas pela polícia judiciária para apurar autoria e materialidade delitivas.
Art. 4º do CPP - A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. 
NATUREZA JURÍDICA
	Procedimento administrativo
	Não é processo! Porque não incide nenhum princípio ou garantia típica da instrução criminal.
 Questiona-se: Sendo o IP um procedimento administrativo, pode o juiz condenar alguém com base nos elementos do inquérito?
NATUREZA JURÍDICA
	
	Em regra não.
	 Mas o art. 155 CPP, em sua parte final expõe 03 exceções: 
		- provas não receptíveis; 
		- provas cautelares;
		- provas antecipadas
TITULARIDADE
	Quem preside o inquérito policial é o delegado de polícia. 
Contudo, a doutrina permite a participação do MP no inquérito. Pode o Promotor requisitar dados necessários ao inquérito, desde que este sejam realmente importantes. Deve o Promotor intervir de uma forma sadia. No entanto, não existe hierarquia entre o Promotor e o Delegado.
INVESTIGAÇÃO DIRETAMENTE PELO MINISTÉRIO PÚBLICO
STF fixa requisitos para atuação do Ministério Público em investigações penais - (RE) 593727, com repercussão geral reconhecida – Julgamento - 14 de maio de 2015 
Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a legitimidade do Ministério Público (MP) para promover, por autoridade própria, investigações de natureza penal e fixou os parâmetros da atuação do MP. 
INVESTIGAÇÃO DIRETAMENTE PELO MINISTÉRIO PÚBLICO
A tese acolhida foi: “O Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria, e por prazo razoável, investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado.
INVESTIGAÇÃO DIRETAMENTE PELO MINISTÉRIO PÚBLICO
Devendo ser observadas, sempre, por seus agentes, as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição e, também, as prerrogativas profissionais de que se acham investidos, em nosso País, os Advogados (Lei 8.906/94, artigo 7º, notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, XIV e XIX), sem prejuízo da possibilidade – sempre presente no Estado democrático de Direito – do permanente controle jurisdicional dos atos, necessariamente documentados (Súmula Vinculante 14), praticados pelos membros dessa instituição”.
CARACTERÍSTICAS
 a) Inquisitivo
 b) Sigiloso
 c) Escrito
 d) Indisponível
 e) Dispensável
 f) Unidirecional
 g)Oficiosidade 
CARACTERÍSTICAS
	 a) Inquisitivo 
	A autoridade policial dirige como bem lhe convier as atividades investigatórias, não há um rito pré-estabelecido. 	Em suma, não há contraditório, nem ampla defesa no âmbito do inquérito policial, mesmo porque ainda não há partes, não há acusação, apenas investigação, podendo se definir o suspeito, um sujeito investigado. (art. 14 c/c 107 e 184 do CPP). 
CARACTERÍSTICAS
 b) Sigiloso 
	 Art. 20 CPP – “A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade”
	 – Externo
	 – Interno (* Súmula Vinculante 14 STF)
CARACTERÍSTICAS
Súmula Vinculante 14 STF
 É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
CARACTERÍSTICAS
 
c) Escrito
	Todas as peças do inquérito policial serão escritas, (a mão) datilografadas ou digitadas, sendo que, nesses últimos dois casos, a autoridade policial deverá rubricar cada página (art. 9° CPP).
CARACTERÍSTICAS
 d) Indisponível
	Instaurado o inquérito policial, esse não mais poderá ser paralisado ou arquivado por iniciativa da própria autoridade policial (art. 17 do CPP), que deverá continuar nas investigações até o fim, quando, então, deverá remetê-lo ao poder judiciário (a reforma do CPP, prevê que o inquérito será remetido direto para o Ministério Público, a quem é o seu destinatário), onde o representante do Parquet fará a opinio delicti.
CARACTERÍSTICAS
 e) Dispensável
	Outras fontes de investigações poderão servir de base para a instauração penal, não obrigatoriamente o Inquérito Policial. 
	Ex.: CPI, Inquérito Civil, Inquérito Policial Militar (IPM) etc.
CARACTERÍSTICAS
f) Unidirecional 
	Com o fim da investigação, a Autoridade Policial se limita a elaborar um relatório, sem emitir juízo de valor.
g) Oficiosidade (INCIATIVA EX OFFICIO): tomando conhecimento da prática de crime de ação penal pública, em razão do dever que o Estado tem de exercer o jus puniendi, fica a autoridade policial obrigada a instaurar o respectivo inquérito policial (art. 24 do CPP).
INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
NA AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA – Art. 5º, §§§ 1º, 2º e 3º CPP
 De ofício
 Requisição do Juiz
 Requisição do Ministério Público
 Requerimento do Ofendido
 Auto de Prisão em Flagrante
INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
Cognição imediata: decorre quando a autoridade policial tem conhecimento da atividade delitiva devido o desempenho de suas atividades regulares.
Cognição mediata: quando a autoridade policial tem conhecimento do crime por intermédio de terceiros, como por: Requerimento do ofendido, Requisição do juiz ou do Ministério Público, Delatio criminis. 
Cognição coercitiva: decorrente de prisão em flagrante.
INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
Delatio criminis: 
	Quando qualquer pessoa informa a autoridade policial da ocorrência da infração penal, conforme o art. 5º, § 3º do CPP. 
A delatio criminis é facultativa, exceto nos casos de funcionários públicos ou da área da saúde, que tem a obrigação de informar a ocorrência de crimes de ação pública incondicionada que venham a tomar conhecimento no desempenho de suas funções.
INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
 De ofício
	Quando o delegado recebe a notícia do crime, desde que haja indícios de autoria e materialidade delitiva. 	Portaria é o ato pelo qual o delegado inicia o IP, em razão do conhecimento da prática delitiva.
É importante mencionar que a existência da notitia criminis pode chegar por diversas formas, como um boletim de ocorrência, informação prestada por conhecidos, ou mesmo por comunicação policial.
INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
 
 Denúncia anônima pode servir de base para instauração do IP?
	
	 STJ a orientação fundamenta-se no raciocínio segundo o qual não se pode movimentar a polícia e o Judiciário tendo como base apenas uma notícia feita às ocultas, mesmo porque a própria Lei Maior veda o anonimato.
INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
Mas, o entendimento segundo o qual não pode dar início a investigação e/ou processo exclusivamente em denúncia anônima não quer significar que não se possa colher outras provas com base na denúncia apócrifa.
“Embora as informações não sejam idôneas a ponto de deflagrar ação penal por si só, caso sejam corroboradas por outros elementos de provas, dão legitimidade ao início da investigação” –STJ.
INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
Para que um procedimento investigatório seja iniciado após diligências feitas com base em denúncia anônima, há que se destacar três momentos relevantes:
	 (a) denúncia anônima; 
	(b) diligências investigativas posteriores; 
	(c) instauração do inquérito policial (ou adoção de alguma medida cautelar).
INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
Presentes os dois primeiros atos, resulta legitimado o terceiro. 
O que não é, e esta é também a orientação jurisprudencial consolidada, é instaurar inquérito diretamente a partir da denúncia anônima, sem a realização das devidas investigações preliminares (para se apurar a veracidade mínima da denúncia).
INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
Requisição do Juiz ou Requisição do MP
	Quando o juiz ou promotor público, no exercício de suas funções, requisitam a instauração
do inquérito policial, no qual será obrigado o delegado iniciar as investigações.
INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
Requisição do Ofendido
	Quando a vitima do delito endereça uma petição inicial à autoridade solicitando por via escrita (formalmente) para que sejam iniciadas as investigações.
	Havendo indeferimento da petição pela autoridade policial, do despacho de indeferimento, cabe recurso para o chefe de policia como o delegado-geral ou secretário de segurança pública.
INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
Auto de Prisão em Flagrante
	Quando uma pessoa é presa em fragrante é lavrado na delegacia de policia o auto de prisão em que consta qual o motivo da prisão e seu delito, assim, lavrado o ato, o inquérito será instaurado.
INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
 
NA AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO – Art. 5º, § 4º CPP
 - Representação do ofendido ou representante legal
NA AÇÃO PENAL PRIVADA – Art. 5º, § 5º CPP
 - Requerimento da Vítima
FLAGRANTE DELITO
	O termo flagrante provém do latim flagrare, que significa queimar ou arder.
Portanto, segundo Hélio Tornaghi, flagrante é o que está a queimar, ou seja, o que está acontecendo.
FLAGRANTE DELITO
A prisão em flagrante advém da certeza visual do crime. Apesar da liberdade ser a regra em um Estado Democrático de Direito e a prisão a exceção, a prisão em flagrante é um mecanismo de autodefesa da sociedade e deriva da necessidade de fazer cessar a prática criminosa, assegurando também a prova da materialidade e da autoria do fato criminoso. 
FLAGRANTE DELITO
Art. 302 CPP
O flagrante próprio (ou real) está consagrado nos incisos I e II do artigo 302 do Código de Processo Penal e ocorre quando o agente está cometendo o crime ou acabou de cometê-lo. 
	Ocorre quando o agente ainda está cometendo o crime ou acabou de cometê-lo, sem que tenha transcorrido qualquer intervalo de tempo considerável entre o término do cometimento do crime e a efetivação da prisão.
FLAGRANTE DELITO
O flagrante impróprio (ou quase flagrante), está no inciso III do dispositivo legal citado - ocorre quando o agente é perseguido logo após o crime em uma situação que nos faça presumir ser ele o autor deste crime. 
	Há um intervalo de tempo um pouco maior entre a prática do crime e o início da perseguição do agente se comparado àquele intervalo, praticamente inexistente, consagrado no inciso II entre o fim da prática do delito e a prisão. 
FLAGRANTE DELITO
 O flagrante presumido, está consagrado no inciso IV do artigo 302 do Código de Processo Penal. 
	Ele ocorre quando o agente é encontrado logo depois da prática criminosa com instrumentos, armas, documentos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração. 
	Nesse caso não é necessário que tenha havia qualquer perseguição.
OUTRAS ESPÉCIES DE FLAGRANTE DELITO
 Flagrante esperado: é uma hipótese válida de flagrante, ainda que não prevista no CPP, onde a polícia se antecipa em relação a atividade criminosa, e aguarda a prática do primeiro ato executório do agente para emboscar e empenhar a captura. A polícia não estimula a prática do crime, apenas o acompanha;
OUTRAS ESPÉCIES DE FLAGRANTE DELITO
 Flagrante provocado/ preparado/ delito de ensaio/ delito putativo por obra do agente provocador: é aquele em que o agente é induzido à prática de um crime pela “vítima”, pelo policial ou por terceiro (agente provocador) sendo impossível a consumação”, nos termos da súmula 145 do STF. 
	Configura crime impossível, não punível nos termos do artigo 17 do Código Penal. Trata-se de hipótese ilegal de flagrante.
DILIGÊNCIAS A SEREM REALIZADAS NO IP
 Art. 6o  Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
		I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais;
   II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; 
	 III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
DILIGÊNCIAS A SEREM REALIZADAS NO IP
   IV - ouvir o ofendido;
  V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
   VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
  VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
     VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
 IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter. (grifos nossos)
INDICIAMENTO
Ocorre quando todas as diligências do inquérito apontam para alguém como sendo o suposto autor do fato. A partir desse momento, o agente passa a ser o centro das investigações, sendo qualificado e interrogado. 
 Qual o resultado prático do indiciamento?
Anotação na Folha de Antecedentes Criminais
INDICIAMENTO
 Quais as consequências do indiciamento?
STF – o indiciamento tem caráter ambíguo, porque se por um lado traz constrangimento inerente ao indiciamento, por outro é uma fonte de garantia individual (direito ao silêncio; direito a um defensor)
 O indiciamento de um agente, subordina a atuação do Ministério Público? Ou seja, o agente obrigatoriamente será denunciado?
Não
INDICIAMENTO
 Quais as consequências do indiciamento?
STF – o indiciamento tem caráter ambíguo, porque se por um lado traz constrangimento inerente ao indiciamento, por outro é uma fonte de garantia individual (direito ao silêncio; direito a um defensor)
 O indiciamento de um agente, subordina a atuação do Ministério Público? Ou seja, o agente obrigatoriamente será denunciado?
Não
PRAZOS PARA CONCLUSÃO DO IP
INQUÉRITO POLICIAL COM PRISÃO TEMPORÁRIA DECRETADA
Crime Comum – Lei 7.960/89
Crime hediondo ou equiparado a hediondo – Lei 8.072/90
PRAZOS PARA CONCLUSÃO DO IP
INQUÉRITO POLICIAL COM PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO
Ocorre quando esgotadas as diligências investigatórias não foi possível esclarecer autoria e materialidade delitivas, devendo o mesmo ser encerrado. 
ARQUIVAMENTO
– Arquivamento Objetivo – é aquele cujo objeto são fatos investigados.
 – Arquivamento Subjetivo – é aquele cujo objeto são pessoas investigadas.
 – Arquivamento Implícito – para parte da doutrina, esse arquivamento ocorria quando o MP se omitia na denúncia em relação a algum fato ou autor e o juiz sem perceber essa omissão, recebia a inicial. Nesse momento ocorreria o arquivamento implícito, de forma que o MP só poderia aditar a denúncia se surgisse prova nova.
MODALIDADES DO ARQUIVAMENTO
	 Questiona-se: A posição doutrinária - Arquivamento Implícito prevalece nos Tribunais Superiores?
			O STF já se manifestou que NÃO existe arquivamento implícito
MODALIDADES DO ARQUIVAMENTO
	ART. 28 CPP
Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. 
MODALIDADES DO ARQUIVAMENTO
SÚMULA 524 STF 
Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.
MODALIDADES DO ARQUIVAMENTO
É possível que seja desarquivado um inquérito policial?
	Somente o PGJ pode desarquivar
inquérito policial, art. 39, XV, da LC 109. Há quem sustenta ser possível o promotor que atuou.
 O arquivamento do IP, faz coisa julgada? 
Inf. 439 e 446 STF: em regra, arquivamento do inquérito não faz coisa julgada, pois trata-se de decisão que pela sua própria natureza é sujeita a alterações, salvo, em reconhecimento de atipicidade ou extinção da punibilidade, que farão coisa julgada material.
DESARQUIVAMENTO
 Notícia de prova nova X Prova Nova
	Precisa de novas provas para o oferecimento da denúncia, essas, “novas provas”, tem natureza de condição de procedibilidade.
 É necessário o desarquivamento do IP, para o oferecimento da denúncia?
Não.
DESARQUIVAMENTO
No art. 18 CPP ele quer prosseguir com as investigações, “notícias de novas provas”. 
		Diante dessa notícia ele representará pelo desarquivamento do inquérito policial.
DESARQUIVAMENTO

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