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TRABALHO LIBRAS E PRATICA PROFISSIONAL

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Centro Universitário Internacional 
Uninter 
 
 
 
 
 
 
 
A História dos Surdos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abril-2015 
 
 
Vanessa Monferdini 
 
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Centro Universitário Internacional 
Uninter 
 
 
 
 
 
 
 
 
A História dos Surdos 
 
 
 
 
Vanessa Carvalho Monferdini de Freitas 
1º Semente 
Graduação em História 
 
 
 
 
 
 
 
 Abril-2015 
 
 
Vanessa Monferdini 
 
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Sumário 
Os surdos da Antiguidade á Idade Média ................................................................................. 4 
Os surdos até a Idade Moderna ............................................................................................. 5 
Congresso de Milão ............................................................................................................. 7 
A Educação dos Surdos no Brasil ............................................................................................ 11 
Conclusão ............................................................................................................................... 12 
Bibliografia ........................................................................................................................ 13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os Surdos da Antiguidade até a Idade Média 
 
 
Vanessa Monferdini 
 
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No Egito, os Surdos eram adorados, como se fossem deuses, serviam de 
mediadores entre os deuses e os Faraós, sendo temidos e respeitados pela população. 
Na época do povo Hebreu, na Lei Hebraica, aparecem pela primeira vez, referências aos 
Surdos. 
Na Antigüidade os chineses lançavam-nos ao mar, os gauleses sacrificavam-nos 
aos deuses Teutates, em Esparta eram lançados do alto dos rochedos. Na Grécia, os 
Surdos eram encarados como seres incompetentes. Aristóteles, ensinava que os que 
nasciam surdos, por não possuírem linguagem, não eram capazes de raciocinar. Essa 
crença, comum na época, fazia com que, na Grécia, os Surdos não 
recebessem educação secular, não tivessem direitos, fossem marginalizados (juntamente 
com os deficientes mentais e os doentes) e que muitas vezes fossem condenados à 
morte. No entanto, em 360 a.C., Sócrates, declarou que era aceitável que os Surdos 
comunicassem com as mãos e o corpo. 
Os Romanos, influenciados pelo povo grego, tinham ideias semelhantes acerca 
dos Surdos, vendo-o como ser imperfeito, sem direito a pertencer à sociedade, de acordo 
comLucrécio e Plínio. Era comum lançarem as crianças surdas (especialmente as 
pobres) ao rio Tibre, para serem cuidados pelas Ninfas. O imperador Justiniano, em 529 
a.C., criou uma lei que impossibilitava os Surdos de celebrar contratos, elaborar 
testamentos e até de possuir propriedades ou reclamar heranças (com exceção dos 
Surdos que falavam) 
Em Constantinopla, as regras para os Surdos eram basicamente as mesmas. No 
entanto, lá os Surdos realizavam algumas tarefas, tais como o serviço de corte, como 
pajens das mulheres, ou como bobos, de entretenimento do sultão. 
Mais tarde, Santo Agostinho defendia a ideia de que os pais de filhos Surdos estavam a 
pagar por algum pecado que haviam cometido. Acreditava que os Surdos podiam 
comunicar por meio de gestos, que, em equivalência à fala, eram aceites quanto à 
salvação da alma. 
Os cristãos, até à Idade Média, criam que os Surdos, diferentemente 
dos ouvintes, não possuíam uma alma imortal, uma vez que eram incapazes de proferir 
os sacramentos. 
John Beverley, em 700 d.C., ensinou um Surdo a falar, pela primeira vez (em 
que há registo). Por essa razão, ele foi considerado por muitos como o 
primeiro educador de Surdos. 
É só no fim da Idade Média e inicio do Renascimento, que saímos da 
 
 
 
Vanessa Monferdini 
 
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perspectiva religiosa para a perspectiva da razão, em que a deficiência passa a ser 
analisada sob a óptica médica e científica. 
 
Os surdos até a Idade Moderna 
 
Foi na Idade Moderna que se distinguiu, pela primeira vez, surdez de mudez. A 
expressão surdo-mudo, deixou de ser a designação do Surdo. 
Pedro Ponce de León, um monge católico da ordem dos beneditinos, inicia, 
mundialmente, a história dos Surdos, tal como a conhecemos hoje em dia. Para além de 
fundar uma escola para Surdos, em Madrid, ele dedicou grande parte da sua vida a 
ensinar os filhos Surdos, de pessoas nobres, nobres esses que de bom grado lhe 
encarregavam os filhos, para que pudessem ter privilégios perante a lei (assim, a 
preocupação geral em educar os Surdos, na época, era tão somente económica). León 
desenvolveu um alfabeto manual, que ajudava os Surdos a soletrar as palavras (há quem 
defenda a ideia de que esse alfabeto manual foi baseado nos gestos criados por monges, 
que comunicavam entre si desta maneira pelo fato de terem feito voto de silêncio). 
Nesta época era costume que as crianças que recebiam este tipo de educação e 
tratamento fossem filhas de pessoas que tinham uma situação económica boa. As 
demais eram colocadas em asilos com pessoas das mais diversas origens e problemas, 
pois não se acreditava que pudessem se desenvolver em função da sua "anormalidade". 
Juan Pablo Bonet, aproveitando o trabalho iniciado por León, foi estudioso dos 
Surdos e seu educador. Escreveu sobre as maneiras de ensinar os Surdos a ler e a falar, 
por meio do alfabeto manual. Bonet proibia o uso da língua gestual, optando o método 
oral. 
John Bulwer, médico inglês, acreditava que a língua gestual deveria possuir um 
lugar de destaque, na educação para os Surdos; foi o primeiro a desenvolver um método 
para comunicar com os Surdos. Publicou vários livros, que realçam o uso de gestos. 
John Wallis (1616-1703), educador de Surdos e estudioso da surdez, depois de 
tentar ensinar vários Surdos a falar, desistiu desse método de ensino, dedicando-se mais 
ao ensino da escrita. Usava gestos, no seu ensino. George Dalgarno desenvolveu um 
sistema inovador de dactilologia. Konrah Amman, defensor da leitura labial, já que 
considerava que a fala era uma dádiva de Deus que fazia com que a pessoa fosse 
humana (não considerava os Surdos que não falavam como humanos). Amman não 
fazia uso da língua gestual, pois acreditava que os gestos atrofiavam a mente, embora os 
usasse como método de ensino, para atingir a oralidade. 
 
 
Vanessa Monferdini 
 
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Charles Michel de L'Épée, nascido em 1712, ensinava, numa primeira fase, os 
Surdos, por motivos religiosos. Muitos o consideram criador da língua gestual. Embora 
saibamos que a mesma já existia antes dele, L'Épée reconheceu que essa língua 
realmente existia e que se desenvolvia (embora a não considerasse uma língua 
com gramática). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vanessa Monferdini 
 
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Congresso de Milão 
Se as abordagens gestualistas defendiam a primazia das linguagens (e línguas) 
de sinais na instrução do sujeito surdo, assumindo-as como língua primeira nos afazeres 
escolares e em outras situações de interação entre esses indivíduos, as práticas oralistas 
opunham-se ao gesto, afirmando-o como um sistema precário de comunicação, como 
um esforço que em muito atrapalhava o aprendizado da fala. Esses dissensos e 
distensões no campo político/pedagógico da surdez desdobraram-se em novas 
proposições que alteraram radicalmente o dia-a-dia e o destino de muitos indivíduos 
surdos.Tais mudanças cristalizaram-se e oficializaram-se, sobretudo, por meio do 
Congresso de Milão, em 1880.Sete dias de discussões, apresentações e votações, entre 6 
e 11 de setembro de 1880, em Milão, Itália, coroaram os pressupostos oralistas. As 
resoluções foram quase unânimes, contando com poucas, e isoladas, oposições: às 
escolas de surdos cabia o ensino da fala como meio de inserção do surdo em um mundo 
ouvinte. Os gestos? Que fossem banidos. As práticas bimodais que utilizavam sinais em 
simultaneidade com a fala também foram rejeitadas. O oralismo puro, como acordado 
por grande parte dos mais de 170 membros do Congresso (em sua quase totalidade 
ouvintes), foi apontado como a melhor abordagem para a educação de surdos. 
As oito resoluções ali decididas por educadores de diferentes países acenavam 
para a incontestável superioridade da língua oral como meio privilegiado de acesso ao 
conhecimento. E o oralismo puro, sem a interferência de qualquer sistema gestual, foi 
ratificado oficialmente, naquele momento, como a abordagem preferível em escolas e 
instituições para surdos. 
Tais resoluções pautaram-se em uma série de premissas que permeavam as 
concepções da época sobre a surdez. 
As práticas de normalização do corpo “anormal” por meio de investidas 
biomédicas, terapêuticas e pedagógicas, bem como a desvalorização das línguas de 
 
 
Vanessa Monferdini 
 
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sinais, sustentavam a oposição de muitos profissionais à assumpção das pedagogias 
gestualistas. Como afirma Skliar (2005a), o Congresso de Milão constituiu não o 
começo do oralismo, mas a sua legitimação oficial. Tratou-se de um marco histórico 
que cristalizou a hegemonia do ouvir e do falar, e que se desdobrou em uma série de 
reformulações nas estruturas, nos currículos e nas metodologias de várias instituições de 
então. 
Skliar ainda cita outros pressupostos que sustentavam o ideário oralista. Entre 
eles, pressupostos filosóficos, religiosos e políticos. 
Por uma perspectiva filosófica, as linguagens gestuais figuravam como sinônimo 
de obscuridade do pensamento: a razão só seria acessível pelo domínio da palavra 
falada, de acordo com as bases aristotélicas já citadas. A “linguagem mímica”, como a 
percebiam alguns, ligava-se ao primitivo, ao rude, a um meio de comunicação precário e 
limitado. As formas manuais estariam, sob essa compreensão, muito aquém da 
complexidade e das possibilidades das línguas orais. 
Do ponto de vista religioso, um surdo não oralizado não partilharia a língua em 
que se fundamenta a doutrina cristã: a língua dos escritos sagrados, das liturgias, das 
relações sacramentais com os pontífices. Sem o domínio da língua vernácula, não seria 
possível ao indivíduo surdo confessar-se ou ter acesso à palavra de Deus. 
Ainda, por uma óptica política, havia novas demandas para se acabar com 
dialetos locais, favorecendo os esforços unificadores por que passavam algumas regiões 
europeias (como a Itália e a Alemanha). A(s) língua(s) majoritária(s) era(m) um 
dos principais meios de afirmação identitária e, por isso, seu reforço e aprendizado era 
de vital importância para a formação/unificação dos novos Estados-nações. 
Assim, as propostas oralistas contaram com a chancela oficial do Congresso de 
Milão, fazendo de grande parte das escolas para surdos espaços de reabilitação, de 
 
 
Vanessa Monferdini 
 
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ortopedia da fala, de normalização de indivíduos “anormais”. 
Professores surdos foram afastados da docência; as línguas de sinais, já banidas 
da maior parte das instituições de ensino para surdos, postas à marginalidade; e os 
discursos médico-terapêuticos fizeram-se hegemônicos no domínio da surdez 
(sobretudo na Europa). 
Durante boa parte do século XX, o oralismo vigorou como abordagem 
predominante nas instituições de ensino para surdos de diferentes países do mundo. A 
proscrição dos sistemas gestuais em salas de aula, bem como a proibição das línguas de 
sinais em ambientes escolares, justificavam-se, sobretudo, pelo argumento de que a 
comunicação manual prejudicava e desestimulava o aprendizado da língua oral. O uso 
de linguagens viso-espaciais, como se cria, tornava os surdos “preguiçosos” para a fala. 
Em muitas instituições, alunos eram castigados quando flagrados a sinalizar; em outras, 
mãos chegavam a ser amarradas para se evitar a propagação do gesto. 
Os discursos médicos fizeram-se hegemônicos, e à escola para surdos coube um 
espaço de reabilitação e terapia da fala, onde diferentes metodologias eram aplicadas 
para a correção e a cura da surdez. Com o desenvolvimento de novas próteses e 
aparelhos auditivos, bem como de novas tecnologias usadas nos afazeres pedagógicos, a 
apropriação de modelos e comportamentos ouvintes tornou-se exigência ainda maior 
para grande parte das crianças e jovens surdos, seja em âmbito familiar, seja nas 
escolas/asilos em que eram institucionalizadas. 
Os discursos patológicos sobre a surdez reacenderam-se, reforçados pela 
valorização de uma norma ouvinte construída por uma trama de narrativas e 
dispositivos que teciam uma ideologia ouvintista. Dos surdos cobravam-se a 
fala, a leitura orofacial, os treinamentos auditivos, a eliminação dos gestos, os 
comportamentos ouvintes, os esforços de reabilitação e o isolamento em relação 
às comunidades surdas. O défice auditivo e a representação do surdo como um 
doente/incapaz faziam-se lastro para uma série de medidas compensatórias que 
 
 
Vanessa Monferdini 
 
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buscavam a normalização desses sujeitos. O corolário da hegemonia ouvintista e 
das resoluções do Tratado de Milão estendeu-se por diferentes países, privando 
muitos surdos de uma primeira língua possível (as línguas de sinais) e da 
convivência em comunidades em que vigoravam práticas culturais comuns. 
A tutela do outro ouvinte, sabedor do mundo sonoro e referência de 
normalidade, (re)criava relações de poder que subalternizavam e apequenavam os 
surdos-mudos em consonância com as grandes narrativas de privações, faltas e 
incapacidades. Com um viés paternalista, muitas instituições (escolas, centros 
profissionalizantes, associações de apoio, clínicas, etc.) firmaram-se como centros de 
excelência para a reabilitação desse público “deficiente”. 
Mas muitos surdos resistiam, clandestinos, aos imperativos oralistas, e faziam de 
suas mãos conversas em momentos privados, longe dos olhos e do policiamento 
ouvintista. Nas ruas, nos dormitórios das instituições – às escondidas –, em encontros 
com amigos, a comunicação manual sobrepunha-se aos esforços da fala, mantendo uma 
linha tênue de confronto contra as imposições que lhes eram ditadas. Não só a 
comunicação mudava de modalidade (de uma modalidade oral-aural/oral-auditiva para 
outra visual-espacial/viso-motora) na presença de outros interlocutores surdos, como 
muitas práticas simbólicas eram partilhadas nesses sítios em que se driblavam os 
ditames das imposições ouvintes. As formas de convivência, de associação, de 
resistência e de luta entre sujeitos surdos eram das mais diferentes, de acordo com os 
lugares em que se davam, mas mantinham-se (com menos ou mais resiliência) acesas. 
Nos segredos dos gestos, nos encontros em associações, nas práticas desportivas, 
nos momentos privados em espaços escolares e em instituições “especiais”, nas lutas e 
nos movimentos sociais, as línguas de sinais mantinham-se vivas, assim como práticas 
culturais próprias perpetuavam-se entre gerações. Desse modo, as comunidades surdas 
se fortaleceram, pouco a pouco, (re)criando espaços próprios e comuns em que a 
diferença não subalternizava, permitindo articulações e promoções de lutas por direitos 
 
 
Vanessa Monferdini 
 
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e reconhecimento.A educação dos surdos no Brasil 
 A educação dos surdos teve seu início em 1857, com a criação do Instituto 
Imperial dos Surdos-Mudos pelo Imperador D. Pedro II, hoje Instituto Nacional de 
Educação dos Surdos (INES), de responsabilidade Federal, vinculado ao MEC. 
Entretanto, apesar de significativo crescimento no atendimento educacional aos surdos a 
partir da década de 60, o acesso ao ensino ainda é precário, não apresentando bons 
resultados, uma vez que ainda há um índice alto de retenção nos anos iniciais e faltam 
serviços de educação Especial nas instituições regulares de ensino. Acerca do ensino 
ofertado aos surdos, existem dois métodos de ensino, o oral e o gestual, ou bilíngue. O 
ensino oral é caracterizado pelo aprendizado da língua falada, e pela leitura labial. Esse 
método, desacompanhado da língua de sinais é bastante criticado por colocar o ouvinte 
como “modelo” a ser seguido pelo surdo, sendo que ele não pode se comunicar da 
mesma maneira. Outro aspecto levantado por LIMA (2006), é o fato de desconsiderar a 
linguagem de sinais como meio de comunicação inicial da criança, contribuindo para o 
isolamento e discriminação. A abordagem Gestual reconhece tanto a Língua de Sinais 
como a língua oral como possibilidade de aprendizado, levando em conta as 
especificidades da surdez. Atualmente, em várias escolas do estado e do país, a inclusão 
das crianças surdas na escola vem sendo possibilitada pela contratação de intérpretes 
que fazem a tradução simultânea do português para a LIBRAS. Os alunos surdos 
geralmente apresentam bons resultados em disciplinas como matemática e artes. Tendo 
uma maior dificuldade na aprendizagem da escrita, pois a LIBRAS tem uma estrutura 
gramatical própria, diferente da estrutura da língua portuguesa. Essa dificuldade se dá 
porque a escrita é o resultado da sua linguagem interior, e a linguagem internalizada 
pelo surdo é a Língua de sinais, sendo essa a primeira língua de grande parte deles. 
Outro empecilho na adaptação dos alunos surdos na escola é a interação 
alunoprofessor e aluno-aluno, pois como apresenta Vygotsky (1984), a aprendizagem se 
dá na interação entre o sujeito e o ambiente onde o mesmo está inserido. Geralmente o 
professor não fala a língua de sinais, tornando sua comunicação, com o aluno surdo, 
dependente do intérprete. E, apesar de muitos professores, atualmente apresentarem 
maior interesse em conhecer a língua de sinais outros ainda apresentam resistência 
criando uma barreira interacional com o aluno. Por outro lado, a interação com os outros 
alunos geralmente é boa, com aceitação por parte dos alunos ouvintes que aprendem a 
se comunicar com os surdos, possibilitando tanto a integração do surdo na sociedade, 
quanto o respeito por parte dos ouvintes, combatendo assim, o preconceito. 
 
 
 
Vanessa Monferdini 
 
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Conclusão 
 
Com este trabalho pude descobrir como os surdos eram discriminados e mal 
tratados, sem espaço na sociedade e sendo comparados a animais, com o passar dos 
anos e o avanço na medicina e na educação os surdos finalmente conquistaram o seu 
lugar na sociedade e no mundo, tornando a Libras um novo idioma e ao invez de serem 
conhecidos como deficientes como foram chamados por muito tempo hoje são 
conhecidos como bilingues e provaram não somente para a sociedade mas para sí 
mesmos que são capazes de fazer qualquer coisa, ter suas profissões, suas famílias, seu 
sucesso pessoal assim como todos os ouvintes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vanessa Monferdini 
 
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Bibliografia 
 
História dos surdos- http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_dos_surdos 
Congresso de Milão- http://culturasurda.net/congresso-de-milao/ 
Educação dos surdos- http://dmd2.webfactional.com/media/anais/A-
EDUCACAO-DOS-SURDOS-UMA-ANALISE-HISTORICO-
CRITICA.pdf 
Conhecendo a história dos surdos- 
http://www.uel.br/prograd/nucleo_acessibilidade/documentos/texto_libra
s.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
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Centro Universitário Internacional 
Uninter 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Análise de Projeto Político Pedagógico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Mogi Guaçu 
 Maio de 2015 
 
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Centro Universitário Internacional 
Uninter 
 
 
 
 
 
 
Análise de Projeto Politico Pedagógico 
 
 
 
Vanessa Carvalho Monferdini de Freitas
1
 
RU 1208068 
Graduação em História 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mogi Guaçu-SP 
 
1
 Vanessa Carvalho Monferdini de Freitas- Graduação em História 
3 
 
Maio de 2015 
Sumário 
Introdução .......................................................................................................................... 6 
História da Escola ...................................................................................................................... 7 
Contextualização e caracterização da escola ........................................................................ 8 
Concepção de Educação e de práticas escolares .................................................................. 10 
Objetivos Gerais ...................................................................................................................... 12 
Proposta de formação continuada de professores ............................................................. 13 
Proposta curricular......................................................................................................................15 
Proposta de trabalho com pais e comunidade..........................................................................17 
Formas de avaliação do projeto................................................................................................18 
Conclusão..................................................................................................................................19 
Bibliografia.................................................................................................................................20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução 
 
 
 
O Objetivo deste trabalho é analisar o Projeto Politico Pedagógico da Escola 
Barão do Rio Branco com Sede em Blumenau-SC, para ver se seus parâmetros estão de 
acordo com a proposta do auto Libanêo. 
Vamos verificar se o PPP da referida escola atende todas as nove dimensões 
exigidas e também vamos mostrar um pouco de sua História. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
História da Escola 
 
O surgimento da Escola Barão do Rio Branco remonta ao esforço dos primeiros 
imigrantes alemães, os quais acreditavam que a educação pudesse ser um elemento 
importante para a emancipação da então Colônia Blumenau. Assim, antes de 
construírem uma igreja, edificaram, a partir do ano de 1850, escolas denominadas 
Deutsche Schule (Escola Alemã). Essas escolas, que eram mantidas pelos imigrantes 
alemães e, portanto, privadas, possuíam regras em consonância com o modelo europeu, 
além de que cultivavam valores, com o intuito de legitimar os julgamentos, o senso de 
responsabilidade e as práticas sociais (KREUTZ, 1994). Durante vários anos, os 
professores da Deutsche Schule foram os pastores evangélicos, e o ensino era 
ministrado na língua alemã. Em 1938, o Decreto-Lei nº 881, priorizando a cultura e os 
costumesbrasileiros, impôs às escolas privadas de Santa Catarina, entre elas, as 
Deutsche Schule, que ministrassem aulas em língua portuguesa. Porém, foi no contexto 
da Segunda Guerra Mundial que as Deutsche Schule sofreram impacto, visto que foram 
encampadas pelo governo do estado de Santa Catarina, transformando-se em escolas 
públicas. 
No final do ano de 1952, membros da Comunidade Evangélica de Blumenau, 
cientes das fragilidades do ensino público em que as escolas privadas se tornaram, 
pensaram na construção de uma escola voltada às necessidades e aos interesses 
específicos da comunidade luterana. Dessa iniciativa resultou a Escola Primária Barão 
do Rio Branco, que recebeu o seu registro da Secretaria do Estado de Santa Catarina em 
12 de fevereiro de 1953 e foi fundada em 03 de março desse mesmo ano. As aulas 
tiveram início com a abertura da Escola no dia 04 de março de 1953, junto ao Jardim de 
Infância 2 de Setembro, que já existia desde 1950, tendo como Mantenedora a 
Sociedade Evangélica de Senhoras de Blumenau, posteriormente Ordem Auxiliadora 
das Senhoras Evangélicas (OASE). Mais tarde, o Jardim de Infância 2 de Setembro foi 
incorporado à Escola barão do Rio Branco. O nome Barão do Rio Branco tem sua 
justificativa no contexto ideológico nacionalista da época em que foi fundado, o qual 
não permitia a adoção de nomes estrangeiros. Afora isso, homenagear personalidades da 
República constituía simpática demonstração de apreço ao país. Nesse contexto, a 
Escola homenageou, por meio de seu nome, o Barão do Rio Branco, não só por uma 
questão de nacionalismo, mas, principalmente, pelo apreço que demonstrava pela 
língua, arte e cultura alemã. 
 
 
 
 
 
 
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Contextualização e caracterização da escola 
 
A Escola Barão, de dimensão confessional luterana, oferta a Educação Básica, 
nas etapas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio e a modalidade 
Educação Profissional Técnica de nível médio. Para o atendimento à Educação Infantil 
e aos anos iniciais do Ensino Fundamental, a Escola oferece o Período Integral. Ainda, 
na sedimentação da formação das crianças e dos estudantes, oferece Cursos Livres, 
opcionais, no contraturno, quais sejam: Barão Idiomas, Barão Arte e Cultura e Barão 
Esportes. 
Desde 2003, a Escola Barão tem desenvolvido seu Plano de Desenvolvimento 
Institucional (PDI), sendo que a missão – Promover educação para a convivência social 
e a sustentabilidade planetária –, a visão – Ser uma instituição de referência em 
educação, reconhecida pela sua inserção comunitária –, os valores – honestidade, 
respeito, amor, amizade, ética, solidariedade, comprometimento, gratidão, bondade, 
senso crítico, acolhimento e tolerância – e as metas definidas pela instituição confluem 
com os objetivos da Escola. 
A Escola, como entidade educativa, tem, como papel principal, a ampliação do 
repertório cultural, artístico e intelectual das suas crianças e de seus estudantes, motivo 
pelo qual se faz e se torna importante e significativa dentro da sociedade, contribuindo 
para a sua formação. Além disso, a instituição escolar não pode estar desconectada do 
mundo afetivo da criança e do estudante, já que esse é um todo indivisível. A 
construção do conhecimento significativo se dá com envolvimento e disposição. 
Ninguém se entrega a uma atividade com alegria e prazer sem que esteja a ela integrado 
e envolvido por inúmeros aspectos e interesses. A Escola, portanto, deve estar atenta aos 
aspectos afetivos das crianças e dos estudantes, visto que esses aspectos são condições 
fundamentais para a participação, tanto no processo de aprendizagem como na formação 
do espírito de solidariedade e colaboração. A Escola Barão, sendo comunitária, tem 
como compromisso o desenvolvimento do ser humano, colaborando, de forma 
sistematizada e direcionada, para sua formação por meio da veiculação e produção de 
conhecimentos socialmente válidos. A estreita relação com a comunidade é perseguida, 
levando em conta suas características e necessidades. 
A Escola Barão compreende que os espaços de aprendizagem são aqueles que 
possibilitam, no processo de ensino-aprendizagem, uma ação educativa de melhor 
qualidade, uma vez que acredita que a construção do conhecimento e sua socialização 
acontecem além das salas de aula. Dessa forma, a Escola investe em espaços ricos de 
estímulos para a melhoria do ensino e, consequentemente, da aprendizagem. A Escola 
conta com os seguintes ambientes de aprendizagem: ● Auditório: espaço onde ocorrem 
as sessões de oratória, as sessões cívicas, as comemorações de datas festivas e outras 
atividades que necessitam de espaço para agrupamentos maiores. 
 Ambiente Virtual de Aprendizagem- AVA: é uma plataforma LMS (Sistema de 
 
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Gerenciamento de Aprendizagem) que dá suporte ao ensino e à aprendizagem 
atendendo toda a comunidade escolar. 
● Complexo esportivo: esse ambiente é utilizado para as aulas de Educação 
Física, para práticas desportivas e atividades destinadas à comunidade. 
 ● Laboratórios de informática e tecnologias educacionais: neles são 
desenvolvidos projetos educacionais curriculares e extracurriculares, bem como são 
disponibilizados horários para os estudantes, os professores e os funcionários. 
● Laboratórios de robótica: desenvolvem projetos interdisciplinares, utilizando 
kits da Lego, revistas e manuais. Os laboratórios, específicos para as diferentes faixas 
etárias, são equipados com computadores, rede wireless e software apropriado. Neles 
também são desenvolvidos conhecimentos de mecânica, eletricidade e programação. 
 ● Laboratório de Ciências/Física/Química: desenvolve aulas práticas de 
pesquisa envolvendo todos os estudantes da escola, sendo utilizado como extensão das 
aulas de Ciências, Química, Física e Biologia em todas as etapas de ensino. Conta com 
professores com horas exclusivas para o atendimento aos professores regentes e aos 
estudantes. 
 ● Laboratório de Matemática: constitui-se como um espaço inovador de 
aprendizagem da Matemática, onde são desenvolvidas atividades que estimulam o 
estudo, a discussão, a descoberta, a construção e a aplicação de conceitos matemáticos. 
 ● Biblioteca: visa, prioritariamente, ao atendimento de estudantes e de 
professores em suas necessidades básicas de pesquisa e enriquecimento ou 
complementação de trabalhos. Possui um acervo diversificado e periodicamente 
atualizado. A Biblioteca Online está disponível no site da escola para consulta, reserva, 
empréstimo e renovação 
Brinquedoteca: é um espaço apropriado para atender à diversidade dos interesses 
das crianças. Conta com um pequeno parque coberto e cantinhos especiais para 
brincadeiras, leituras e jogos pedagógicos. 
 ● Cantina/Restaurante/Refeitórios: ambientes que servem estudantes e 
funcionários, bem como se prestam a atividades pedagógicas pertinentes. 
 ● Salas do Barão Arte e Cultura: espaços equipados com instrumentos musicais 
variados, figurinos, etc. 
 ● Parque: espaço ao ar livre, com brinquedos de madeira para interações e 
situações auto-organizadas das crianças pequenas. 
 ● Salas de Artes: espaço destinado às aulas de Arte, equipado com materiais e 
recursos pertinentes. 
 
 
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Concepção de Educação e de práticas escolares 
 
A conjuntura social, na qual todos estão imersos, amplia o papel e o significado 
da educação escolar, exigindo que a mesma opere em aberta e constante interação com a 
dinamicidade da vida. Nesse contexto, a Escola assume, cada vez mais, atribuições 
específicas na formação das pessoas de sua comunidade. Partindo dessa premissa, a 
Escola Barão se apresenta como local onde a dignidade da vida se constitui como 
referencial maiorna construção de uma sociedade justa e fraterna. A Escola promove a 
educação como processo contínuo de transmissão, construção e desenvolvimento de 
conhecimentos, culturas e valores, ao considerar que, apesar de todo o aparato que 
envolve a ação educativa, é nas relações humanas que reside a essência da formação dos 
indivíduos. 
No entanto, para a Escola Barão, não basta estar a serviço do estudante como 
indivíduo. É preciso, além disso, estar presente na sociedade de tal modo que o 
estudante, ao desempenhar seu papel, contribua com a construção de um mundo que 
respeite a vida em todas as suas dimensões. A Escola Barão assume sua condição 
confessional luterana e qualidade comunitária ancorada nos princípios históricos e 
teológicos que refletem a mensagem cristã a partir do legado de Martim Lutero, que se 
mobiliza na constatação da importância da educação para a autonomia e para a instrução 
de um povo, do mesmo modo que a Reforma, a qual, além de teológica, foi política. 
Apoiada nessa constatação, a Escola Barão assume, assim, o desafio de ampliar a 
perspectiva ontológica e existencial da educação, sem abrir mão da dimensão 
epistemológica, que deve se sustentar nos anseios e nos desejos de emancipação e 
desenvolvimento humano, buscando o bem-estar e o compromisso coletivo. Essa 
posição coloca a Escola diante de diferentes questões e perspectivas que são 
estabelecidas pelas novas gerações, em cada momento histórico, porém sempre 
desafiadoras. Contudo, a Escola Barão, independente de sua dimensão confessional 
luterana, prima pelo respeito aos direitos de cada um seguir sua própria crença, 
constituindo-se opção educacional na sociedade multiplural de hoje. Com tais bases 
identitárias, a Escola se firma sobre a necessidade de compreender e respeitar tal 
contexto, não pretendendo o doutrinamento religioso. 
 
 
 
 
 
 
 
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Concepção de Educação 
 
As exigências impostas ao ser humano e à sociedade pelo processo econômico e 
pelo decorrente apelo de desenvolvimento tecnológico determinam a necessidade de 
estender a ação educativa por todo o curso da vida, tornando a educação um processo 
permanente e continuado. A educação possui referencial e legislação específicos nos 
âmbitos federal, estadual e municipal. Aqui, se destaca a Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação, Lei nº 9.394, de 20 de novembro de 1996, de âmbito federal, especialmente 
seu Capítulo III, Dos princípios e Fins da Educação Nacional, Art. 2º, o qual determina 
que a educação é “[...] dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de 
liberdade e nos ideais de solidariedade humana”, tendo “por finalidade o pleno 
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho.” (BRASIL, 1996). Convergente a essa determinação, a 
Escola Barão toma a educação como uma dinâmica organizativa dos saberes e das 
formas de interação das pessoas com o meio social no qual atuam. A condição de 
respeitar e valorizar todos se constitui, portanto, foco da ação educativa, em que os 
diferentes e as diferenças são respeitados e valorizados ao promover a ampliação do 
autoconhecimento e a superação de dificuldades, que, antes de serem atribuídas ao 
outro, devem ser analisadas na perspectiva do próprio sujeito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Objetivos Gerais 
 
Na Escola Barão, os objetivos cumprem importante papel na definição de ações 
e propósitos mais amplos que, por sua vez, respondem às expectativas e às exigências 
da comunidade escolar. Assim, a Escola se propõe a: 
Oferecer à comunidade ensino de qualidade que contribua para o desenvolvimento da 
autonomia responsável, do senso crítico e da criatividade para o exercício da cidadania. 
 Oportunizar e dar condições, nas diferentes etapas da Educação Básica, para que todos 
os sujeitos desenvolvam suas capacidades para a formação plena. 
 Educar para a transformação da realidade social, valorizando a vida e a dignidade 
humana, orientada pelo conhecimento e pela ética. 
 Orientar o sujeito para gestar e construir seu projeto de vida de forma responsável 
durante o seu percurso formativo. 
 Ensinar com vistas à aprendizagem e aos conhecimentos historicamente produzidos e 
socialmente válidos. 
 Proporcionar aos estudantes instrumentos para a aprendizagem de valores e 
conhecimentos por meio de estimulação frequente. Tais objetivos encontram-se 
amparados em concepções epistemológicas e filosóficas que balizam a proposta 
pedagógica da Escola em sua materialização sistemática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Proposta de formação continuada de professores 
 
As ideias levaram os estudiosos da área a considerarem que a formação 
profissional deve acontecer durante toda a vida profissional. Por isso, na atualidade, 
entende-se que a qualificação profissional depende tanto da formação inicial, nos cursos 
de graduação, como da formação contínua e da continuada. A política de formação 
institucional da Escola Barão do Rio Branco se assenta na garantia do estudo e das 
possibilidades de intervenção no cotidiano escolar, permitindo o aperfeiçoamento do 
trabalho. A aposta é em uma formação de caráter coletivo, contextualizada, atrelada às 
necessidades e problemáticas do dia-a-dia escolar. Em outras palavras, uma formação 
que se dá num contínuo por meio do compartilhamento de experiências, de debates 
sobre livros lidos, dos grupos de estudo, de atividades de pesquisa-ação, da escrita de 
projetos, do desenvolvimento e da melhoria do currículo, do planejamento conjunto de 
atividades de aprendizagem, da elaboração de diários, da aplicação das tecnologias da 
informação e da comunicação, entre outros. 
A formação contínua e a continuada constituem prioridades da Escola Barão, 
coadunando com a perspectiva teórica contemporânea, com suas próprias demandas e 
da Rede Sinodal de Educação com o intuito de: oferecer encontros de educação 
continuada de qualidade; criar espaços de diálogo nas instituições; fomentar a leitura e 
“amarração” da parte teórica com a prática; e participar dos eventos. A Escola também 
oferece, anualmente, 25 horas de formação para todos os colaboradores, com as 
seguintes dimensões. 
 Técnico-científica: refere-se ao acesso aos conhecimentos técnicos e científicos 
construídos historicamente, os quais permitem o confronto com a com a prática. 
 Pedagógica: refere-se ao confronto com a realidade educativa, por meio da reflexão 
sobre o currículo, as tecnologias e as metodologias que deem conta de melhorar a 
aprendizagem de todas as crianças e estudantes. 
 Político-humana: refere-se à dimensão política e às relações estabelecidas nos 
diferentes grupos sociais. 
 
 
 
 
 
 
 
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Proposta Curricular 
 
As ações pedagógicas no Ensino Fundamental estão pautadas na Resolução 
CNE/CEB nº 07/2010, que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino 
Fundamental de 9 anos (BRASIL, 2010b) e nos Princípios Pedagógicos da Rede 
Sinodal de Educação (IECLB, 2005). De acordo com a Resolução CNE/CEB nº 
07/2010, o Ensino Fundamental representa o direito à educação, entendido como bem 
inalienável para a formação do Ser Humano, tendo como norteadores das ações 
pedagógicas princípios éticos, políticos e estéticos. (BRASIL, 2010b). Com base nos 
Princípios Pedagógicos da Rede Sinodal de Educação (IECLB, 2005), o fazer 
pedagógico deve valorizar, de forma especial, a formação humanística, considerando o 
contexto econômico, político, social e cultural em que se insere. 
29 Ainda de acordo com os princípios citados e, em conformidadecom os Artigos 22 e 
32 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei nº 9.394/96, são objetivos dessa etapa 
de escolarização: I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios 
básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II – a compreensão do 
ambiente natural e social, do sistema político, das artes, da tecnologia e dos valores em 
que se fundamenta a sociedade; III – a aquisição de conhecimentos e habilidades e a 
formação de atitudes e valores como instrumentos para uma visão crítica do mundo; IV 
– o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de 
tolerância recíproca em que se assenta a vida social. (BRASIL, 2010; IECLB, 2005; 
BRASIL, 1996). No que diz respeito à dimensão do conhecimento, a proposta 
pedagógica deve considerar a educação como: 
 a) integral, porque vê o ser humano como um todo, respeitando-o como sujeito 
histórico e relacional; 
 b) integradora, porque respeita, contextualiza e inter-relaciona diferentes saberes e 
conhecimentos; 
c) integrada, porque está aberta para a diversidade e a multiplicidade. Em conformidade 
com as Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental de 9 anos (BRASIL, 2010b), a 
proposta pedagógica do Ensino Fundamental, na Escola Barão, considera essa etapa de 
educação como aquela capaz de assegurar a cada um e a todos o acesso ao 
conhecimento e aos elementos da cultura, imprescindíveis para o desenvolvimento 
pessoal e para a vida em sociedade. 
 
 
 
 
 
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PRESSUPOSTOS PEDAGÓGICOS DO ENSINO MÉDIO 
 Toda a prática pedagógica adotada no Ensino Médio, na Escola Barão, está 
alicerçada em três pilares fundamentais: a estética para a sensibilidade, a política para as 
relações com justiça e a ética para a alteridade. A estética, considerada como a 
permanente observação das relações existentes entre as formas e o sentido daquilo que 
está à volta do estudante, constitui-se em referencial para estabelecer e analisar valores; 
a política é entendida como a percepção, a consciência e o debate acerca das relações de 
poder estabelecidas; e a ética e a alteridade se constituem em movimentos a favor da 
vida, à medida que respeitam e valorizam as diferenças. Assentada nesses pilares, a 
educação do Ensino Médio desenvolve no estudante, a formação de valores e o 
fortalecimento da autonomia, necessários para a participação cidadã num mundo sem 
fronteiras. A formação do estudante tem como alvo a aquisição de conhecimentos 
básicos, a preparação científica e a capacidade de utilizar as diferentes tecnologias 
relativas às áreas de atuação. A Escola propõe, no Ensino Médio, a formação geral em 
oposição à formação específica, bem como o desenvolvimento de capacidades de 
pesquisar, aprender, criar e formular, buscar informações, analisá-las e selecioná-las. 
Dessa forma, o currículo do Ensino Médio na Escola oportuniza ao egresso: 
a) compreender significados e fundamentos científicos e tecnológicos dos processos 
produtivos; 
b) relacionar teoria e prática; 
 c) vincular a educação ao mundo do trabalho e à prática social; 
 d) continuar aprendendo; e) atuar com autonomia intelectual e pensamento crítico; 
 f) agir com flexibilidade para adaptar-se a novas situações; g) preparar-se para o 
trabalho e para o exercício da cidadania. Também pretende desenvolver e aprimorar a 
identidade dos estudantes como pessoas humanas comprometidas com o bem comum, 
tendo como foco a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do 
pensamento crítico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PRESSUPOSTOS PEDAGÓGICOS DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 
 A Educação Profissional é uma modalidade da Educação Básica e, como tal, 
busca o desenvolvimento de competências e habilidades requeridas pelo mundo do 
trabalho. Assim, as competências a serem desenvolvidas na formação profissional 
devem favorecer as exigências requeridas pelo mundo do trabalho e pela dignidade 
humana na perspectiva da vida plena. Os cursos técnicos e de qualificação são 
organizados, na Escola Barão, atendendo aos anseios do cidadão que busca sua 
formação profissional, aos princípios e valores da Escola, às necessidades do mundo do 
trabalho e às diretrizes estabelecidas para a educação nacional. De acordo com a 
Resolução CNE/CEB nº 04/99 (BRASIL, 1999), a Educação Profissional tem como 
princípios norteadores: 
I- independência e articulação com o ensino médio; 
II- respeito aos valores estéticos, políticos e éticos; 
III- III- desenvolvimento de competências para a laborabilidade; 
 flexibilidade, interdisciplinaridade e contextualização; 
IV- identidade dos profissionais de conclusão de curso; 
V- atualização permanente dos cursos e currículos; 
VI- autonomia da escola em seu projeto pedagógico 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
Proposta de trabalho com pais, comunidade e outras escolas de uma 
mesma área geográfica 
 
Como escola comunitária e herdeira da Reforma, a Escola Barão propõe-
se a caminhar com os pais/mães/responsáveis por seus estudantes para pensar e 
dialogar sobre assuntos que dizem respeito à educação de filhos, às estruturas 
familiares e ao compromisso social na perspectiva de interculturalidade. Para 
esse caminhar, a proposta da Escola é reunir os pais em grupos de diálogo, 
fomentando, assim, a criação de um Círculo de Pais no espaço da escola com 
encontros periódicos. 
 A Escola assume o compromisso junto à família pela educação das 
crianças e dos jovens, buscando congregar os desejos e seus ideais para ajudar 
no desenvolvimento integral dos mesmos. Assim, a escola luterana e, por 
princípio, a Escola Barão do Rio Branco promovem encontros, reuniões e 
eventos de natureza diversa para que as famílias possam acompanhar e desfrutar 
os benefícios e as atualizações filosóficas, tecnológicas e artísticas que a Escola 
tem como meta desenvolver com seus filhos. O programa Círculo de pais tem os 
seguintes objetivos: 
 Ajudar as famílias a compreenderem melhor o nível de desenvolvimento de 
seus filhos; 
 promover o conhecimento e a confiança dos pais em si mesmos e na educação 
que pretendem dar aos filhos, aperfeiçoando a relação familiar; 
 dialogar acerca dos direitos e deveres dos pais; 
 fomentar o diálogo e o debate acerca dos valores que regem as pessoas e dos 
limites necessários ao bom desenvolvimento do indivíduo; 
 proporcionar atividade de encontro e reflexão referente a situações que 
desencadeiam expectativas e medos nos pais; 
 capacitar os pais para o diálogo amoroso com a autoridade e a dignidade 
própria da postura de Martim Lutero; 
 viabilizar momentos de encontro entre os pais para que se fortaleçam e 
tenham o bem comum e a interação com a família e a escola como perspectiva 
de cidadania 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
Formas de avaliação do projeto 
 
A avaliação da aprendizagem, na Escola Barão, é entendida como parte 
do processo de ensinar e aprender. Por isso, ganha um caráter formativo, uma 
vez que redimensiona o planejamento do professor e, consequentemente, sua 
prática. Por isso, se apresenta como elemento de identificação e diagnóstico, 
mais do que elemento determinante de valores ou julgamentos. Sob essa 
perspectiva, a Escola não concebe a lógica da avaliação classificatória, que se 
constitui em um mecanismo arbitrário de controle da realidade. A Escola Barão 
compreende a avaliação da aprendizagem como dinâmica processual, 
representada como um momento de análise e apreciação diagnóstica do trabalho 
escolar, por meio da qual são averiguados o alcance e a abordagem dos 
objetivos constantes do planejamento,com a finalidade de redirecionar ou 
refazer o trabalho pedagógico, de forma a garantir o alcance da finalidade 
educativa que os orienta. 
A aprendizagem é considerada parte de uma ação coletiva que busca a 
formação das crianças e dos estudantes em seu percurso formativo, garantindo o 
desenvolvimento em todos os aspectos. Essa concepção parte da premissa de 
que todos podem aprender a partir de seu ritmo e no seu tempo e, para que as 
aprendizagens sejam significativas, a Escola oferece oportunidades, ações e 
estratégias. Nesse contexto, a avaliação é tema recorrente do planejamento, uma 
vez que contribui, também, para a construção da autonomia de todos os 
envolvidos na tomada de decisões. Por isso, a avaliação é considerada 
formativa, uma vez que o foco passa a ser as aprendizagens. Na Educação 
Infantil, a avaliação está integrada à documentação pedagógica, sem objetivo de 
promoção, e busca orientar por meio do registro. No Ensino Fundamental, no 
Médio e no Profissionalizante, o processo se dá, também, pela observação e 
registro, com a utilização de diferentes instrumentos avaliativos, com critérios 
definidos no planejamento de cada professor. A organização do registro e os 
resultados da avaliação estão descritos no Regimento da Escola. Quanto à 
avaliação externa, a escola participa, pela sua condição institucional, das provas 
do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). A Escola ainda se submete a 
outras avaliações externas de proficiência entre outros. 
 
 
 
 
 
 
 
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Conclusão 
 
Libanêo em sua concepção para um Projeto Politico Pedagógico completo, 
propôs que ele deveria estar composto de nove dimensões,ou seja, nove elementos 
essenciais para um bom desenvolvimento de projeto, ao analisar o PPP da Escola Barão 
do Rio Branco, pude perceber que ela se encaixa perfeitamente em todas as dimensões 
propostas pelo autor, que se trata de uma escola organizada, preocupada com a 
educação de seus alunos, e também com o cidadão que ela vai formar, atende todos os 
níveis educacionais, do ensino Fundamental ao Ensino Técnico, e oferece também o 
ensino integral e oficinas de aprendizagem. 
Além disto os pais estão sempre integrados com a comunidade escolar, bem 
como participam atentamente a toda atividade que é oferecida pela escola em questão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Bibliografia 
Livro: organização escolar: perspectivas e enfoques 
PPP: Escola Barão do Rio Branco

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