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FISIOLOGIA DO SISTEMA RENAL

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FISIOLOGIA DO SISTEMA RENAL
O sistema renal é constituído de dois rins, localizados na cavidade abdominal, próximo à coluna vertebral. Estes tem como funções: a regulação de líquidos, de eletrólitos e de pH, além de filtração e excreção de substâncias;
O rim possui um córtex e uma medula, possuindo uma unidade funcional chamada néfron;
- Néfron: 
Divide-se em corpúsculo renal, túbulo proximal, alça de henle, túbulo distal e ducto coletor;
É responsável pela formação da urina (que passa pela pelve renal e chega ao ureter, ficando armazenada na bexiga), além de manter o volume de líquido ideal para que haja o funcionamento normal do sistema renal;
Trabalha junto com o sistema cardiovascular para manter o volume líquido (água) e eletrólitos (sais minerais), controlando a osmolaridade;
O rim libera um hormônio chamado eritropoietina que estimula a produção de hemácias na medula. Também libera a enzima 1-alfahidroxilase (que ativa a vitamina D para que haja absorção de cálcio);
Se a vitamina D não se torna ativa, o paciente terá uma fragilidade óssea.
O rim também mantém o equilíbrio ácido-básico (manutenção de pH);
O sangue chega ao rim pela artéria renal, sendo 25% do débito cardíaco desviado para o rim. A artéria renal, a medida que entra no rim, se ramifica dando origem a arteríola aferente que posteriormente se ramifica em capilares, que depois se confluem formando a arteríola eferente (isso é diferente de outro sistema vascular pois os capilares se confluem formando arteríola). Essa rede é chamada de rede capilar glomerular ou glomérulo.
Arteríola aferente: antes da rede capilar.
Arteríola eferente: depois da rede de capilares.
A artéria eferente se ramifica e dá origem à uma segunda rede de capilares chamada de peritubulares. Após essa rede o sangue deixa o rim pela via renal. Próximo a rede peritubular forma-se vasos importantes para o processo de formação da urina, esses vasos são chamados de vasos retos. 
Cápsula de Bownman: 
A região que está dentro do corpúsculo renal que é formada pelo glomérulo e pela cápsula de Bownman. Essa cápsula é importante para a filtração glomerular – toda vez que o sangue passa por essa rede glomerular, ele é filtrado (depurado) tendo como produto H2O, Na, etc.
O sangue passa por essa rede capilar onde existe uma pressão. Essa pressão faz com que esse sangue seja filtrado. Assim, algumas moléculas passam e outras não.
Túbulo Contorcido Proximal:
É chamado de contorcido proximal por apresentar muitas curvaturas. É o local onde há muita reabsorção de solutos (devido ao seu epitélio possuir microvilosidades que aumentam sua área de reabsorção e, também, tem muitas mitocôndrias), ou seja, o que foi filtrado na rede glomerular vai passar pelo túbulo proximal. Assim a reabsorção consiste na saída de solutos da luz do túbulo em direção aos capilares peritubulares.
Alça de Henle:
Pode ser ou não bem desenvolvida. Divide-se em ramo fino descendente, ramo fino ascendente e ramo grosso ascendente. A alça de Henle é o local onde há concentração de urina.
A região periférica tem uma osmolaridade menor e a medula é mais osmótica (ou seja, a concentração iônica é maior e a quantidade de H2O é menor). 
- Néfron cortical: Apresenta o glomérulo na região de córtex. A alça de Henle é pouco desenvolvida.
- Néfron justamedular: O glomérulo está próximo à região medular. A sua alça de Henle é bem desenvolvida chegando à região mais profunda da medula. Esse tipo de néfron é muito importante para a concentração da urina (aumento da concentração de íons/solutos).
4. Túbulo Contorcido Distal: 
Nessa região ocorre a reabsorção de alguns solutos que dependem da ação hormonal. Nesse local temos a reabsorção de Na+ e secreção de moléculas que saem dos capilares para a luz do túbulo distal.
5.Ducto coletor:
Região que recebe urina de vários (diferentes) néfrons que desembocam nessa região. É uma região que sofre influência de hormônio ADH para que haja a reabsorção de H2O ou não.
- Depuração (Filtração ou Clearance):
É o que eliminamos na urina (quantidade);
O sangue passa pelos capilares glomerulares onde é filtrado, formando o produto dessa filtração. O produto gerado no processo de filtração glomerular é chamado de ultrafiltrado (ou urina primária) que é isotônico em relação ao plasma, pois seus constituintes iônicos são iguais ao sangue e não encontramos no ultrafiltrado elementos celulares (hemácias, leucócitos e plaquetas) pois estes não passam pela barreira de filtração;
- Hematúria: Perda de sangue na urina. Ocorre devido a uma lesão na barreira de filtração ou a uma irritação nas vias urinárias inferiores (cistite: irritação no ureter).
O ultrafiltrado segue para o túbulo contorcido proximal, onde ocorre a reabsorção de algumas moléculas desse ultrafiltrado. Para saber o valor da depuração, deve-se saber quanto foi a filtração, absorção e secreção de uma determinada molécula.
É importante saber a depuração de drogas para saber por quanto tempo ela se manterá circulante no organismo e também saber calcular a dosagem. 
- Barreira de filtração glomerular: 
É constituída por três camadas:
Epitélio dos capilares: Constituído de células endoteliais que apresenta poros entre as células (epitélio fenestrado). Essa barreira seleciona as moléculas de acordo com o seu poro molecular.
Membrana basal: Localizada entre o capilar e o epitélio da cápsula de Bownman. É constituída de GAG (glicosaminoglicanos) e glicoproteínas. Esses GAG’s são constituídos de Ca com carga negativa, conferindo uma negatividade nessa região da barreira ou filtração. Essa região é seletiva à carga (cargas positivas passam mais facilmente do que as cargas negativas).
As proteínas não passam pela barreira pois ela tem carga negativa. As proteínas plasmáticas também não passam pois tem também carga negativa. A proteína que consegue passar pela barreira, é reabsorvida para não ser secretada na urina. 
Pressão oncótica (ou coloidosmótica): é conferida pela concentração de proteína no sangue. O aumento da concentração de proteína, aumento da concentração oncótica. Essa pressão é gerada no interior do vaso e é importante para drenar a água e o Na+ do espaço intersticial, pois por possuir carga negativa vai atrair carga positiva. Se não ocorre drenagem, poderá ocasionar um edema.
Edema: acúmulo de líquido no espaço intersticial, devido à baixa pressão oncótica. Em seguida, faz-se a reposição com proteína e diurético.
Camada de podócitos: Forma o epitélio da cápsula de Bownman. Essas células apresentam invaginações de membrana chamadas de pedicelos (falsos pés). Essa barreira é seletiva de acordo com o peso molecular. 
Nefropatia Diabética: quando ocorre lesão na barreira, deixando passar muita glicose para o sangue (filtra muita glicose). Se essa passagem não for controlada, o excesso de glicose passando pela barreira causará uma lesão na mesma. Assim começa a passar, além de glicose, proteínas de grande peso molecular causando uma insuficiência renal.
Quem determina a filtração glomerular é a pressão do sangue dentro dos capilares ou hidrostática. Essa pressão determina a filtração glomerular, pois a pressão do sangue que passa pelo capilar favorece a filtração, formando o ultrafiltrado, favorecendo a saída do sangue do capilar para a cápsula de Bownman.
Quando o raio dessas arteríolas é alterado, consequentemente, se altera também a filtração:
- Quando há vaso constrição na artéria aferente: diminui a taxa de filtração pois a pressão diminui no interior do capilar glomerular (redução do fluxo);
- Quando há uma vasoconstrição na arteríola eferente: aumenta a taxa de filtração, pois a pressão aumenta no capilar glomerular;
- Quando há vasoconstrição na arteríola aferente: aumenta a taxa de filtração pois aumenta a pressão no capilar glomerular;
- Quando há vasoconstrição na arteríola eferente: ocorre a diminuição da pressão do capilar glomerular, diminuindo a taxa de filtração.
O raio da arteríola também contribui para a taxa de filtração. A pressão da urina que passa no túbulo
renal determina o aumento ou a redução da absorção de água ou eletrólitos.
Saindo do glomérulo, o ultrafiltrado que foi formado passará pelas outras partes do néfron, começando pelo túbulo proximal.
Túbulo proximal:
Região de maior reabsorção de substâncias. Local onde há 65% de reabsorção de Na+ e 67% de reabsorção de potássio, ambos por transporte ativo. A glicose é praticamente 100% absorvida no túbulo proximal, não tendo outro lugar onde ocorra reabsorção.
Alguns hormônios protéicos ou proteínas passam pelo glomérulo e são reabsorvidas por exocitose por uma célula do tubo proximal que depois irá degradá-lo em aminoácidos que serão absorvidos no sangue. Também ocorre absorção de grande quantidade de água devido a diferença de osmolaridade causada pela saída de Na+.
Quando se faz um exame de farmácia para gravidez e este dá positivo, é porque a concentração do hormônio HCG está tão alta no período gestacional, que o túbulo proximal não consegue reabsorvê-lo.
A excreção ocorre para manter o equilíbrio osmótico de líquidos corporais, além de ajustar os sais que são absorvidos na alimentação. Após a retirada de solutos (pois a urina sofreu reabsorção) ocorre, também no túbulo proximal, a secreção de hidrogênio por transporte ativo; de antibióticos (penicilina) e de neurotransmissores (acetilcolina), todos por transporte ativo. 
A urina ao final do túbulo proximal é isotônica ou isosmótica, porque a concentração de soluto e H2O é igual dentro dos túbulos. Essa urina irá para a alça de Henle. 
Alça de Henle:
O epitélio da região (descendente fina) é altamente permeável a Na+ e pouco permeável a H2O. Devido a diferença de osmolaridade a tendência é ocorrer a reabsorção de H2O. Existe mais soluto fora do túbulo, então ocorrerá a entrada de NaCl por difusão facilitada. 
Essa urina ao passar pela região de grampo (presente na alça de Henle), fica mais concentrada (hipertônico = hiperosmótica = mais soluto), mantendo o padrão de osmolaridade para que o organismo não tenha muita perda de H2O.
O ramo ascendente apresentará impermeabilidade a H2O (assim não perde H2O) e permeabilidade a NaCl. Assim ao passar pelo ramo ascendente, a urina irá repor parte do NaCl, não perdendo H2O. Por difusão passiva, perde-se soluto da luz do túbulo para o meio extra.
Nessa região do ramo ascendente, principalmente no grosso, a urina se torna mais hipotônica (mais H2O e menos soluto) ou hiposmótico. Nesse ramo ocorre a diluição da urina. No ramo grosso ascendente (ou diluidor), por ser hipermeável a H2O, ocorre a reabsorção ativa de alguns solutos (Na, Cl e K). Depois a urina vai para o túbulo contorcido distal. Ela está cada vez mais diluída.
Túbulo contorcido distal:
A urina, ao chegar no túbulo distal, ocorre a reabsorção ativa de Na+ e secreção de K+. Mas isso só ocorre por ação hormonal da aldosterona que aumenta o transporte dos solutos. Ocorre também a secreção de H+. No túbulo distal quando ocorre a reabsorção de Na+, também ocorre aumento da absorção de H2O.
Na região mais distal do túbulo distal e no ducto coletor, existe a ação do ADH (eles são sensíveis ao ADH), assim o ADH estimula a reabsorção de H2O deixando a urina mais concentrada. O ADH reabsorve o H2O pois estimula a inserção de canais de H2O chamadas aquaporina 2, na membrana passará a ficar mais concentrada porque a H2O foi reabsorvida.
O ADH deve ser liberado com um aumento da osmolaridade. Esse aumento é percebido pelos osmorreceptores sensoriais. Com a alta osmolaridade, perde-se H2O e os osmorreceptores murcham. Assim, eles começam a gerar potenciais de ação – como esles estão em contato com os neurônios que estimulam o ADH que será liberado aumentando a reabsorção de H2O. Os osmorreceptores estão no SNC e funcionam pelo aumento da osmolridade. 
Miccção:
A urina é levada para a pelve renal, depois de passar pelos cálices menores e maiores. Saindo da pelve, passa pelo ureter até chegar à bexiga que possui músculo liso que empurra a urina. A bexiga (formada por músculo liso) é responsável por armazenar a urina. A parte final da bexiga apresenta uma aglomeração de músculo liso formando o esfíncter uretral interno (inferior). Exteriormente há uma musculatura estriada que forma o esfíncter uretral externo que se contrai com ação voluntária.
Ao primeiro sinal para micção, ocorre o estiramento da musculatura lisa da bexiga (pois há neurônios sensoriais que percebem o estiramento) os mecanorreceptores conduzem a informação até a medula espinhal, fazendo uma sinapse com interneurônios na região da medula e ocorrendo dois eventos: estímulo da via parassimpática e aumento da contração da musculatura lisa da bexiga. O aumento dessa contração da bexiga vai relaxar o esfíncter uretral interno. O neurônio motor mantém o esfíncter uretral externo contraído, ele só relaxa por vontade própria. 
- Aparelho Justaglomerular: quando a região do glomérulo toca a região mais distal no néfron (túbulo distal). O contato da artéria aferente leva a diferenciação do epitélio em células secretoras de renina. O epitélio do túbulo distal apresenta características sendo chamadas de mácula densa, que é capaz de detectar a pressão da urina (fluxo urinário no interior do túbulo distal).
V. Ação dos Diuréticos:
- Furosemida: é uma droga diurética que aumenta a micção, controlando a hipertensão e aumentando a descarga de água. Bloqueia o transporte de Na+, Cl e K. Assim, excreta um volume maior de H2O, Na+ e K+. É um diurético de alça pois age no ramo grosso ascendente de alça de Henle. Após a ingestão desse diurético, torna-se um outro medicamento para repor o “alimento” que foi perdido.
- Aldactone: É um inibidor de aldosterona, não reabsorvendo Na+ e não secretando K e hidrogênio, assim o paciente tem uma descarga hídrica e a osmolaridade de Na aumenta. Perde-se mais água, porém polpa K+, usado para controlar a pressão.

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