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algebra de boole e reticulados

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Newton C. A. da Costa
Décio Krause
NOTAS DE LÓGICA
Parte I:
Lógicas Proposicionais Clássica e
Paraconsistente
APÊNDICE A
(Texto Preliminar)
florianópolis
2004
2
Conteúdo
0.1 Reticulados como sistemas ordenados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
0.2 Álgebras de Boole . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
0.3 Álgebra de Lindenbaum associada ao Cálculo Proposicional Clássico . . . . 124
0.4 Digressão: Sobre a algebrização da lógica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
114
Apêndice A
Reticulados e Álgebras de Boole
Quando vimos a semântica do Cálculo Proposicional, usamos o conceito
de Álgebra de Boole. Como tais álgebras têm uma importância geral, é con-
veniente que vejamos sua definição, e isso será aqui feito a partir da definição
de reticulado. Novas analogias com a física poderão então ser introduzidas.
Definição 0.1 Um reticulado é uma estrutura R = 〈X,u,unionsq〉, sendo:
(1) X um conjunto não vazio;
(2) u e unionsq operações binárias sobre X;1
(3) Para todos x, y e z de X tem-se:
(i) x u y = y u x e x unionsq y = y unionsq x (comutatividade)
(ii) x u (y u z) = (x u y) u z e x unionsq (y unionsq z) = (x unionsq y) unionsq z (associatividade)
(iii) x u x = x e x unionsq x = x (idempotência)
(iv) x u (x unionsq y) = x e x unionsq (x u y)x (absorção)
Como ocorre normalmente, ao invés de nos referirmos à estrutura R, é
comum dizer que X é um reticulado (referido-nos, deste modo, somente ao
conjunto em consideração). Por vezes, procederemos deste modo. O elemento
xuy (xunionsqy) é dito produto, ínfimo, encontro (respect., soma, supremo, junção)
1
Uma operação binária sobre X é uma aplicação de X ×X em X. Se ∗ denota uma
tal operação, a imagem do par 〈x, y〉 pela aplicação ∗ é em geral denotado por x ∗ y;
seguiremos este procedimento. Por exemplo, na definição em questão as notações x u y e
x unionsq y são as imagems de 〈x, y〉 por u e unionsq respectivamente.
115
116 Apêndice A
de x e y. Os termos `produto' e `soma' serão usados alternativamente para
denotar tais elementos, no que se segue.
Pode-se mostrar que qualquer conjunto finito x1, . . . , xn de elementos de
X tem uma soma e um produto, denotados respectivamente por
∨n
i=1 xi e∧n
i=1 xi.
Exemplo 0.1 Seja Y conjunto qualquer e considere X = P(Y ). Então,
para x e y em X, po�e-se: x u y =def x ∩ y e x unionsq y =def x ∪ y. É facil ver que
a estrutura que daí resulta é um reticulado (veja exercício abaixo).
Exemplo 0.2 Tome X como sendo o conjunto dos números naturais não
nulos 1, 2, . . . e defina x u y =def mdc(x, y) e x unionsq y =def mmc(x, y) para
quaisquer x e y em tal conjunto.2 Neste caso, também resulta que a estrutura
assim obtida é um reticulado (exerçícios).
Observação: Um conjunto parcialmente ordenado (poset) é um par 〈X,R〉
constituído por um conjunto não vazio X e uma relação de ordem parcial R
sobre X, ou seja, uma relação binária sobre X que é reflexiva, anti-simétrica
e transitiva. Em geral, ao invés de xRy, escreve-se x ≤ y para se designat
que o par 〈x, y〉 está na relação R, mas observa-se que nem sempre ≤ denota
a conhecida relação de `menor ou igual que' entre números. Nessa situação,
Definição 0.2 Seja R um reticulado. Sobre X definimos a relação seguinte,
para todos x e y de X:
x ≤ y see x u y = x see x unionsq y = y
Considerando o primeiro exemplo dado acima, nota-se que a ≤ b se e
somente se a ⊆ b, ou seja, se a for subconjunto de b. No segundo exemplo,
repare que, por exemplo, 1 ≤ 3, 3 ≤ 9, mas ¬(2 ≤ 3) pois o mmc entre 2 e 3
não é 3 (nem o mdc entre eles é 2).
É imediato provar que ≤ é uma ordem parcial sobre X.
Exercício 0.1 Confirme o que se disse nos exemplos 1.1 e 1.2 acerca das
estruturas em questão serem reticulados. Prove que a relação ≤, tal como
definida no parágrafo precedente, é de fato uma relação de ordem parcial
sobre X.
2
Usaremos p símbolo `=def ' para denotar `igual por definição'.
Reticulados como Sistemas Ordenados 117
0.1 Reticulados como sistemas ordenados
A definição acima estabeleceu um reticulado como uma `estrutura algébrica',
ou seja, como um certo conjunto dotado de operações e relações entre seus el-
ementos satisfazendo determinadas propriedades. No entanto, um reticulado
é uma estrutura tão peculiar que também pode ser visto como uma `estru-
tura de ordem'.
3
Para tanto, admita que, ao invés de partirmos do conjunto
X munido das duas operações binárias referidas na definição acima, através
das quais pudemos definir a ordem parcial como fizemos, partíssemos de um
sistema parcialmente ordenado 〈X,≤〉 (ou seja, de um conjunto X dotado
de uma ordem parcial ≤).
Então, munidos tão somente da ordem parcial sobreX, poderíamos definir
as operações u e unionsq como se segue: para quaisquer x e y de X, xuy é tomado
como o ínfimo do conjunto {x, y}, ou seja, aquele elemento elemento i ∈ X
tal que (1) i ≤ x u i ≤ y para todos x e y de X e (2) se a ≤ x u a ≤ y para
algum a ∈ X, então a ≤ i. Analogamente, x unionsq y será o supremo de {x, y},
ou seja, aquele elemento s ∈ X tal que (1) x ≤ su y ≤ s para todos x, y ∈ X
e (2) se x ≤ a u y ≤ a, então s ≤ a.
Nada garante que, num sistema ordenado 〈X,≤〉, exista o supremo ou
o ínfimo de dois de seus elementos (na verdade, deveríamos dizer `supremo
e ínfimo do conjunto formado pelos dois elementos'); mas, no entanto, se
tais elementos existirem, resultam válidas as condições da definição dada de
reticulado, de sorte que se pode estabelecer a seguinte definição.
Definição 0.3 Um reticulado é um conjunto parcialmente ordenado X tal
que qualquer subconjunto de X que tenha apenas dois elementos tem supremo
e ínfimo.
Ou seja, dados quaisquer x e y em X, existem o supremo e o ínfimo de x
e y (ou melhor, do conjunto {x, y}).
Definição 0.4 Um reticulado é completo se todo subconjunto de X tem
supremo e ínfimo, em particular o próprio X. Em um reticulado completo,
o ínfimo de X é denominado zero do reticulado, enquanto que o supremo
3
Essa distinção é fundamental para certos propósitos. Para Bourbaki, as estruturas da
matemática usual são certas combinações de estruturas de três tipos básicos: algébricas, de
ordem e topológicas; por exemplo, os números reais são caracterizados como constituindo
um `corpo (estrutura algébrica) ordenado (ordem) completo (estrutura topológica).
118 Apêndice A
de X é denominado um (ou unidade) do reticulado. Esses elementos são
denotados 0 e 1 respectivamente. No caso, tais elementos coincidem com o
menor e com o maior elementos de X respectivamente.4
É imediato provar que todo reticulado finito (i.e., tal queX é um conjunto
finito) é completo.
Definição 0.5 Um reticulado X com 0 e 1 é complementado se para cada
x ∈ X existe um elemento x′ ∈ X (dito complemento de x) tal que sup({x, x′})
= 1 (ou seja, x unionsq x′ = 1) e inf({x, x′}) = 0 (ou seja, x u x′ = 0).
O elemento x′ da definição precedente é dito complemento de x.
Para um reticulado qualquer X, tem-se o seguinte teorema, sendo x, y, z
elementos arbitrários de X:
Teorema 0.1
(i) (x u y) unionsq (x u z) ≤ x u (y unionsq z)
(ii) x unionsq (y u z) ≤ (x unionsq y) u (x unionsq z)
Ou seja, em geral não valem as Leis Distributivas. Quando isso acontece,
o reticulado é dito distributivo.
Exemplo 0.3 Para qualquer conjunto X, 〈P(X),⊆〉 é um reticulado com-
pleto complementado tal que 0 = ∅ e 1 = X. O complemento de A ∈ P(X)
é o conjunto A′ = X − A. Este reticulado é distributivo.
Daremos agora um exemplo importante de um reticulado que não é dis-
tributivo. Lembremos que um espaço de Hilbert é um espaço vetorial V com
produto interno 〈 | 〉 que é completo em relação à norma induzida pelo pro-
duto interno (ou seja, à norma ||α|| =def
√〈α|α〉; para detalhes, veja por
exemplo [Hal78, Apêndice]. Para os propósitos deste exemplo, basta tomar
V como um espaço vetorial finito com produto interno, que resulta completo,
como se pode mostrar.
4
Seja 〈X,≤〉 um sistema parcialmente ordenado e Y ⊆ X. Um elemento a ∈ Y é menor
elemento (mínimo, primeiro) de Y se a ≤ x para todo x ∈ Y . Analogamente,um elemento
b ∈ Y é maior elemento (máximo, último) elemento de Y se x ≤ b para todo x ∈ Y .
Álgebras de Boole 119
Seja então V um espaço de Hilbert e seja X como o conjunto dos sube-
spaços vetoriais de V , e seja U⊥ o complemento ortogonal de U ∈ X, ou seja,
o subsepaço U⊥ = {α ∈ V : 〈α|β〉,∀β ∈ U}.
Dados U e W em X, definimos U uW como sendo a interseção U ∩W , e
U unionsqW como sendo o subespaço gerado por U ∪W . A razão de se proceder
deste modo é que nem sempre a união de subespaços é um subsepaço vetorial,
como se sabe. Isso posto, é fácil perceber que tais operações satisfazem os
axiomas correspondentes da definição de reticulado, e além disso o subsepaço
trivial O (cujo único elemento é o vetor nulo de V) e o próprio V desempenham
o papel dos elementos zero e um de um reticulado, respectivamente.
Note agora que a operação de associar a cada subsepaço de V o seu com-
plemento ortogonal satisfaz as operações de complementação em um retic-
ulado. Desse modo, pode-se perceber que temos às mãos um reticulado
complementado. No entanto, ele não é distributivo. Com efeito, basta tomar
V como o espaço euclidiano <2 munido do produto interno canônico,5 U , V
e W subsepaços definidos respectivamente (e adequadamente) como corre-
spondendo intuitivamente aos eixos OX, OY e à reta x = y. Nota-se então
que X unionsq (Y u Z) = X, ao passo que (X unionsq Y ) u (X unionsq Z) = <2.
0.2 Álgebras de Boole
Definição 0.6 Uma Álgebra de Boole ou um reticulado booleano é um retic-
ulado complementado e distributivo.
Exercício 0.2 Mostre que para qualquer conjunto X, o conjunto P(X) mu-
nido da relação ⊆ é uma álgebra de Boole.
As álgebras de Boole podem, alternativamente, ser caracterizadas do
modo seguinte:
Definição 0.7 Uma Álgebra de Boole é uma sextupla ordenada
B = 〈B,unionsq,u, ∗,0,1〉
na qual:
(i) B é um conjunto não vazio
5
Ou seja, para (x1, x2), (y1, y2) ∈ <2, tem-se 〈(x1, x2)|(y1, y2) =def x1y1 + x2y2.
120 Apêndice A
(ii) unionsq e u são operações binárias sobre B; usaremos a notação habitual xu y
e x unionsq y em sentido óbvio.
(iii) ∗ é uma operação unária sobre B. Do mesmo modo que no ítem anterior,
escreveremos x∗ para denotar a imagem do elemento x ∈ B pela função *.
(iv) 0 e 1 pertencem a B
Ademais, para quaisquer x, y e z em B, os seguintes axiomas são satisfeitos:
(i) x unionsq y = y unionsq x e x u y = y u x (comutatividade)
(ii) x unionsq (y unionsq z) = (x unionsq y) unionsq z e x u (y u z) = (x u y) u z (associatividade)
(iii) xunionsq(yuz) = (xunionsqy)u(xunionsqz) e xu(yunionsqz) = (xuy)unionsq(xuz) (distributividade)
(iv) (x unionsq y) u x = y e (x u y) unionsq x = x (absorção)
(v) x u x = x e x unionsq x = x (idempotência)
(vi) x u x∗ = 0 e x unionsq x∗ = 1 (complementaridade)
(vii) x unionsq 1 = 1, x u 1 = x, x unionsq 0 = x e x u 0 = 0
A álgebra é dita degenerada se contém um só elemento.
Como é comum, abusaremos da notação e denotaremos uma tal álgebra
simplesmente por B, fazendo referência tão somente ao conjunto em questão.
Numa álgebra de Boole B, definimos uma relação de ordem do mesmo
modo como fizemos para reticulados: para todos x e y em B,
x ≤ y ↔ x u y = x
ou equivalentemente
x ≤ y ↔ x unionsq y = y
É de fácil verificação que para todo x ∈ B tem-se que x ≤ 1, que 0 ≤ x
e que x ≤ y see x u y∗ = 0, ou seja, 0 e 1 tornam-se ínfimo e supremo de B
respectivamente.
Exemplo 0.4 Sejam X um conjunto qualquer e P(X) o conjunto potência
de X. Então, tomando unionsq, u, *, 0 e 1 respectivamente como ∪, ∩, ′ (com-
plemento de um subconjunto de X relativo a X), ∅ e X, então P(X) é uma
álgebra de Boole.
Álgebras de Boole 121
Exemplo 0.5 Seja 〈X, τ〉 um espaço topológico tal que x denota o fecho de
x ⊆ X e xo denota o interior de x. Um conjunto x ⊆ X é uma aberto regular
se x = (x)o (ou seja, x é um aberto `sem buracos'). Denotando por Ro(X) o
conjunto de todos os abertos regulares de X, definimos sobre este conjunto
as operações seguintes, para todos u e v em Ro(X): u unionsq v =def (u ∪ v)o,
u u v =def u ∩ v, u∗ =D X − u. Isto posto, consideramos ainda 0 =D ∅ e
1 =D X. Basta agora comprovar (exercício) que Ro(X) é uma álgebra de
Boole completa.
Exemplo 0.6 A álgebra de Boole 2 é definida do seguinte modo. O domínio
é o conjnto {0, 1}, u e unionsq são definidas como x u y =def ínf{x, y} e x unionsq y =def
máx{x, y} respcetivamente. Ademais, 0∗ = 1 e 1∗ = 0.
Exemplo 0.7 Exemplo importante de uma álgebra de Boole é dada na ax-
iomatização de W. Noll para a mecânica do contínuo.
6
Noll toma um con-
junto Ω de `corpos' (físicos) e uma ordem parcial ≺ sobre Ω. Se a ≺ b, diz-se
que o corpo a é parte de b. Definindo então 0 como aquele corpo que é parte
de todo corpo e∞ como o corpo do qual todo corpo é parte (admitidos exis-
tirem), seja Ω = Ω∪{0,∞}. Pondo aub =def inf{a, b} e aunionsqb =def sup{a, b},
é fácil ver que a estrutura resultante é uma álgebra de Boole. Aliás, os seis
primeiros axiomas de Noll (na versão de Truesdell) são precisamente aqueles
que dotam o conjunto Ω de uma estrutura de álgebra de Boole.
Exemplo 0.8 [O reticulado subjacente à Mecânica Clássica] Seja σ um sis-
tema físico (no domínio do discurso da Mecânica Clássica (MC)). Por ex-
emplo, σ pode ser uma partícula clássica. De acordo com o formalismo
matemático standard da MC, podemos associar a σ uma `representação
matemática', um espaço de fase Γ, que é identificado com o conjunto de
todas as sextuplas de números reais 〈x1, . . . , x6〉, onde x1, x2 e x3 são as
coordenadas de posição e x4, x5 e x6 são as coordenadas de momento de σ.
Ademais, assume-se que qualquer elemento p ∈ Γ representa um estado puro
que σ pode assumir (os elementos de Γ são denominados `pontos').
Uma variável dinâmica (um observável) Q que pode ser medida sobre σ é
representada por uma função Q de Γ no conjunto dos reais. O real associado
é interpretado como sendo o valor da medida do observável Q para σ em um
determinado estado puro. Uma proposição expressando o resultado de uma
6
Descrita no livro de Truesdell [Tru77, Cap. 1].
122 Apêndice A
medida do observável Q para σ num estado p ∈ Γ diz em qual subconjunto
X ⊆ Γ o objeto ponto p é encontrado com certeza.
Desse modo, a cada proposição associa-se um elemento de P(Γ), o con-
junto potência de Γ, que pode então ser visto como o sistema de todas as
propriedades possíveis dos estados puros de Γ. Ou seja, X ∈ P(Γ) representa
a extensão de uma proposição P que pode ser verdadeira ou falsa para cada
estado puro p ∈ Γ: P será verdadeira para p se p ∈ X, e falsa se p /∈ X, ou
seja, se p pertencer ao complemento de X relativo a Γ.
Observação: Nota-se aqui uma sutileza importante, que terá consequências
relevantes no contexto da física quântica. Trata-se a hipótese acima assum-
ida de que, a cada propriedade P , acha-se associado um conjunto X, dito
`extensão de P ', constituído por aqueles objetos do domínio que têm a pro-
priedade P ou que, como se diz usualmente, `caem' sob o conceito expresso
por P . Essa hipótese é conhecida por Princípio de Frege. Falaremos mais
sobre isso oportunamente, mas repare no pressuposto de se considerar `con-
juntos' como sendo as extensões dos predicados. A dificuldade mencionada
relativamente à física quântica, vem do fato de que esta disciplina apresenta-
nos casos de predicados que não têm uma extensão bem definida. Dito de
modo breve: se conciderarmos o predicado �ter spin UP na direção X� (veja
abaixo, ond se fala mais sobre o spin), que pode ser aplicada a uma certa
coleção de elétrons, então podemos determinar experientalmente quantos são
os elétrons da coleção que têm tal propriedade, mas nunca quais são eles. As-
sim, a extensão do predicado não fica bem caracterizada. Tal assunto, no
entanto, foge aos objetivos desta Nota.
Feita a convenção acima de que as proposições acerca do estado de um
sistema mecânico clássico podem ser feitas por referência a um espaço de
fase Γ adequado no qual cada estado é representado por um `ponto' P . Uma
proposição expressando o resultado de uma medida estabelece em qual dos
subconjuntosS ⊆ Γ o ponto P pode ser encontrado. Assim, cada proposição
p que possa ser associada a uma medição experimental corresponde a um
subconjunto Sp de Γ e será verdadeira se o ponto P que representa o estado
a que p diz respeito está em Sp e falsa em caso contrário. A conjunção p u q
(ou a disjunção p unionsq q) de duas proposições p e q é verdadeira se pertence à
interseção Sp ∩ Sq (respectivamente, pertence à união Sp ∪ Sq). Por outro
lado, o complemento p∗ simplesmente diz que p /∈ Sp. Se sempre que p é
verdadeira q também é verdadeira, então Sp ⊆ Sq; este fato é escrito p ≤ q
Álgebras de Boole 123
e diz-se que p implica q. É fácil ver que esta relação é uma ordem parcial;
assim, pode-se dizer que p e q são equivalentes, e escrever p = q se p ≤ q e
q ≤ p.
Isto posto, uma quantidade física é definida como sendo a coleção de todas
as proposições `experimentais' equivalentes (no sentido acima) a uma dada
proposição; em símbolos, [p] = {q : q = p}, para dada p.7 Então, a ordem
parcial acima permite definir uma orem parcial (como se pode provar) sobre
tais coleções, pondo [p] ≤ [q] see p ≤ q, o que mostra que as qualidades físicas
atribuíveis a um sistema físico (clássico) formam um sistema parcialmente
ordenado e, como vale a distributividade e as demais propriedades relevantes,
a conclusão de Birkhoff e von Neumann é que o cálculo proposicional da
mecânica clássica é uma álgebra de Boole. Para maiores detalhes, consultar
o livro de Jauch [Jau68] e [Jam74, loc. cit.].
Exemplo 0.9 [O reticulado subjacente à Mecânica Quântica] Daremos aqui
apenas idéias bastante gerais, seguindo um exemplo informal que fornece ar-
gumentos para que se entenda porque a lógica subjacente à mecânica quân-
tica não seria clássica. Este argumento, no entanto, tem sofrido objeções
por parts dos físicos, como se pode verificar em [Pes99]. No entanto, essas
objeções não comprometem o que estamos descrevendo aqui, de forma que
acreditamos ser lícito mater o exemplo. Para detalhes mais precisos, ver as
obras citadas acima.
Em física, há certas grandezas que podem ser medidas. Um exemplo
é o spin de uma determinada partícula, digamos um elétron, que pode ser
avaliada segundo uma direção determinada. É um fato da física que o spin de
um elétron pode assumir apenas um dentres dois valores : 1/2 ou -1/2 (que
vamos denotar simplesmente por + e -). Consequentemente, chamando de
sxe o spin do elétron e na direção x, então obviamente, em virtude do que se
disse acima, sxe = + ∨ sxe = −. Outro fato aceito pala mecânica quântica é o
Princípio de Heisenberg (para spin), que asserta que o spin de uma partícula
não pode ser medido simultaneamente em duas direções distintas. Suponha
agora que x e y sejam duas direções distintas e que obtivemos sye = +. Então,
podemos dizer que
sye = + ∧ (sxe = + ∨ sxe = −)
Mas então, usando a lógica proposicional (em especial, a Lei Distributiva
α ∧ (β ∨ γ)↔ (α ∧ β) ∨ (α ∧ γ)), obtemos:
7
Esta definição foi dada por Birkhoff e von Neuman; o aqui exposto segue [Jam74, p.
247].
124 Apêndice A
(sye = + ∧ sxe = +) ∨ (sye = + ∧ sxe = −).
No entanto, qualquer uma das espressões dessa disjunção ou é falsa ou
sem sentido, em virtude do que se disse acima. Em outras palavras, a Lei Dis-
tributiva, uma das mais fundamentais da lógica tradicional, falha no contexto
da mecânica quântica. Este fato foi o ponto de partida para uma das mais im-
portantes abordagens lógico-matemáticas que se fez à física feita neste século,
devida a J. von Neumamm e G. Birkhoff, na década de 30. Em resumo, eles
verificaram que o reticulado subjacente às proposições da mecânica quântica
não era uma Álgebra de Boole, como ocorre no caso da MC, em virtude da
falha da Lei Distributiva. Na verdade, a estrutura algébrica que se usa é o
que se denomina um reticulado modular ortocomplementado. Os detalhes
devem ser vistos nos livros acima mencionados.
0.3 Álgebra de Lindenbaum associada ao Cál-
culo Proposicional Clássico
Dito de modo geral, uma álgebra de Lindenbaum, ou de Lindenbaum-Tarski,
é um conjunto de classes de equivalência obtidas a partir de uma relação
de equivalência (desejável que seja ainda uma congruência) definida sobre o
conjunto de fórmulas de uma certa lógica. Veremos de que forma se obtém
a álgebra de Lindenbaum associada ao cálculo proposicional clássico.
Seja F o conjunto das fórmulas do cálculo proposicional clássico, o qual
denotaremos por L. Para fórmulas A e B em F , definimos a relação seguinte:
A ≡ B see ` A ↔ B
Exercício 0.3 Prove que ≡ é uma relação de equivalência sobre F .
Denotaremos as classes de equivalência obtidas como acima por [A], para
A ∈ F , de sorte que temos o conjunto quociente
F/≡ = {[A] : A ∈ F}
Definimos agora
[A] ≤ [B] see ` A → B
Álgebra de Lindenbaum 125
Exercício 0.4 Mostre que a definição de ≤ independe da escolha das fór-
mulas de F usadas para definí-la e que ≤ é uma relação de ordem parcial
sobre F .
Teorema 0.2 C = 〈F/≡,≤〉 é uma álgebra de Boole.
0.4 Digressão: Sobre a algebrização da lógica
O exemplo dado acima da álgebra de Lindenbaum associada ao cálculo
proposicional clássico mostra algo deveras importante. No estudo dos sis-
temas lógicos, aparece, de modo natural, uma grande variedade de estruturas
matemáticas, em particular de sistemas algébricos.
8
O resultado acima evi-
dencia que, do ponto de vista álgébrico, o cálculo proposicional clássico nada
mais é do que uma álgebra de Boole. Se fossemos considerar a quantificação
(o que faremos no segundo volume), entrariam em cena estruturas como as
álgebras monádicas e poliádicas de Halmos [Hal62] e as álgebras cilíndricas
de Tarski.
A 'algebrização da lógica' não é fenômeno novo, tendo antecedentes em
Leibniz, De Morgan e, principalmente, George Boole (para detelhes históri-
cos, recomendamos [KneKne80]), mas foi durante o século XX que um novo
ramo da lógica, denominado de 'lógica algébrica', se consolidou. Em geral,
as estruturas algébricas que ocorrem na grande parte dos sistemas lógicos,
como o cálculo proposicional clássico, advêm de certas passagens ao quo-
ciente, como feito acima para se obter o conjunto F/≡. Em linhas gerais,
tendo-se um sistema lógico, deve-se procurar uma relação de equivalência
adequada, compatível com as noções lógicas do sistema em consideração e,
por meio de uma adequada passagem ao quociente, obtém-se o sistema que
algebriza a lógica em estudo. Assim, por exemplo, pode-se mostrar que para
a lógica intuicionista de Brouwer-Heyting (ver o Apêndice C), obtém-se uma
estrutura que é denominada de 'álgebra de Heyting' (uma exposição intro-
dutória acha-se em [Mir87]).
Assim, passa-se a trabalhar de um ponto de vista segundo o qual o estudo
teórico das linguagens formais pode ser feita de um ponto de vista algébrico,
8
Falando por alto, um sistema algébrico é constituído por conjuntos e por relações
e funções envolvendo esses conjuntos. Por exemplo, álgebras de Boole e reticulados são
sistemas algébricos. Outras estruturas, como as de espaço topológico, aparecem igualmente
relacionadas a sistemas dedutivos, mas não estenderemos este ponto aqui.
126 Bibliografia
de forma que os conceitos lógicos adquirem uma significação algébrica. Por
exemplo, uma teoria torna-se um filtro; uma teoria consistente torna-se um
filtro próprio, e uma teoria completa torna-se um ultra-filtro.
9
Resultados
sobre os sistemas lógicos adquirem uma versão algébrica; por exemplo, o
primeiro terema de incompletude de Gödel, na versão algébrica, diz haver
certos filtros próprios que não são ultra-filtros. Um livro clássico sobre lógica
algébrica é [Hal62]; modernos tratamentos de sistemas lógicos (incluindo não
clássicos) pode ser acompanhado em [Cig94].
No tocante aos sistemas não-clássicos, no entanto, nem sempre o método
acima de se achar uma relação de equivalência funciona adequadamente, pois
o sistema em estudo pode não apresentar uma relação de congruência signi-
ficativa para tais propósitos, como sucede, por exemplo, com certos cálculos
paraconsistentes.Mesmo no escopo da lógica clássica, porém, a passagem
ao quociente pode não permitir um tratamento algébrico adequado de certos
conceitos lógicos, como ocorre com o conceito de tableaux de Smullyam e de
conjunto de Hintikka do cálculo proposicional clássico.
Em virtude disso, usam-se muitas vezes as chamadas pré-álgebras, por ex-
emplo quando: (a) não se tem ou não se conhece uma relação de congruência
adequada, (b) a passagem ao quociente 'esconde' fatos significativos acerca
do sistema em apreço. No primeiro caso, surgem certas estruturas conhecidas
como álgebras de Curry, introduzidas pelo primeiro autor deste trabalho e,
no segundo caso, aparecem as pré-álgebras propriamente ditas.
A noção de álgebra de Curry foi introduzida para sistematizar uma teoria
geral da algebrização dos sistemas lógicos. adaptando-se adequadamente o
conceito, obtém-se casos particulares tais como o de matriz lógica, modelo
de Kripke e de estrutura da teoria usual de modelos, as quais não estão no
entanto diretamente vinculadas ao problema da algebrização.
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Não daremos todas as definições dos conceitos utilizados aqui. O leitor pode encontrar
as definições pertinentes nos bons livros de álgebra.
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