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1 APOSTILA DE CONTABILIDADE GERENCIAL COMPLETA (TEXTOS E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: LUIZ ANTONIO FONSECA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO APOSTILA PREPARADA E ELABORADA PELO PROFESSOR LUIZ ANTONIO FONSECA – 2015 e.mail: luizanfonseca@hotmail.com luizanfonseca@gmail.com 2 Introdução ● Objetivos da disciplina Contabilidade Gerencial ● Ao final do curso desta disciplina, o aluno deve estar apto a: ✔ Aplicar o Custo como instrumento de planejamento e controle, através do estabelecimento de padrões e análise de variações observadas. ✔ Criticar a implantação de sistemas de custeio. ✔ Utilizar instrumentos de Contabilidade Gerencial na tomada de decisões nas organizações. ● O Caminho das Pedras ● Para que o aluno tenha um máximo de aproveitamento da disciplina, aconselha-se: ✔ Fazer a leitura prévia da matéria que será tratada na aula seguinte; ✔ Estudar pelo menos meia hora por dia. Não deixe para estudar em cima do dia da prova, isso não funciona; ✔ Fazer todos os exercícios propostos em sala de aula e em casa; ✔ Fazer leitura da bibliografia indicada; ✔ Não faltar às aulas. Além de você perder “o fio da meada”, as faltas excessivas reprovam; ✔ Assistir as aulas com a máxima atenção; ✔ Não leve dúvida para casa, pergunte sempre. O dia de se tirar dúvidas não é o da prova; ✔ Habitue-se a estudar em grupo, um aluno pode ajudar o outro; ✔ Comunique-se durante a semana com o professor por e-mail. Responderei os e-mail sempre que for possível; ✔ Dedique-se para tirar a melhor nota possível na primeira avaliação. Se você deixar para tirar aquele “Dez” na segunda avaliação, ainda que tenha estudado muito, o seu sistema emocional irá te atrapalhar. ● Considerações sobre esta apostila ● Antes de utilizar esta apostila, você deve considerar que: ✔ Esta apostila tem a finalidade apenas de orientar o estudo, ela não esgota o assunto desta disciplina; ✔ Você deve ler a bibliografia indicada no programa do curso; ✔ Algumas explicações de sala de aula não estão contidas nesta apostila, portanto, anote tudo o que for dito e escrito no quadro; ✔ Crie o hábito de fazer pesquisas paralelas em outras fontes: livros, revistas especializadas, jornais, etc. ● Referências para Estudo ● HORNGREN, Charles T. Contabilidade de Custos. Rio de Janeiro: LTC, 2000. CREPALDI, S. A. Curso Básico de Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 1999 MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 1998. NAKAGAWA, M. Gestão Estratégica de Custos. São Paulo: Atlas, 1993 3 Introdução a Contabilidade Gerencial ● A Contabilidade Gerencial, a Financeira e a de Custos ● Origem da Contabilidade de Custos Até a Revolução Industrial1, iniciada na segunda metade do século XVIII, a Contabilidade atendia basicamente às empresas comerciais. A Contabilidade Geral, ramo da Contabilidade desenvolvido na Era Mercantilista, atendia com certa eficiência aos questionamentos da gestão comercial da época: Qual o resultado das vendas em um determinado período? Para fornecer a resposta desta indagação aos comerciantes da época, era fundamental levantar o custo das mercadorias vendidas em determinado período. Esta tarefa era bastante simples, tendo-se que aplicar a fórmula do CMV, com base no inventário periódico. CMV = EI + Compras – EF Com a criação e desenvolvimento da Industrialização, torna-se mais complexo responder àquela pergunta: Qual o resultado das vendas em um determinado período? Neste momento, a tarefa do contabilista não se baseia nos controles de aquisição e de venda destas mercadorias, mas na produção dos bens destinados à venda. Agora, o contabilista não se depara com a simples aquisição de uma mercadoria pronta, mas com as várias aquisições dos insumos utilizados na fabricação destes bens comercializados. Diante destes novos questionamentos, a Contabilidade teve que se adaptar aos novos rumos daquela economia baseada na produção de escala. Nasce a Contabilidade de Custos, que deveria ter a preocupação de determinar os custos de fabricação dos bens destinados a comercialização. 1 A Revolução Industrial representa o conjunto de transformações econômicas, sociais e tecnológicas que se iniciou na Inglaterra no século XVIII espalhando-se pelo mundo. A Revolução Industrial alavancou o desenvolvimento do Capitalismo, dando origem a indústria e a produção em série. Antes da Revolução Industrial, os comerciantes dominavam a produção manufatureira controlando a produção de vários artesãos. Estes artesãos trabalhavam por encomenda dos comerciantes que lhes davam a matéria-prima e as ferramentas. Como pagamento os artesãos recebiam um salário. A partir da metade do século XVIII, alguns comerciantes perceberam que havia uma vantagem em reunir os artesãos, a matéria-prima e as ferramentas em um só local. Os fatores de produção, antes espalhados, agora davam início à indústria. A principal mudança ocorrida na produção foi o maior controle dos custos e da qualidade. Foi possível controlar a perda de matéria-prima e a velocidade do trabalhador. Com isso a margem de lucro e a participação de mercado aumentaram. Com o passar do tempo, os artesãos mais resistentes, se viram obrigados a aderir à nova forma de trabalho assalariado, por não poderem mais competir com a indústria. “A função do homem não é mais produzir, mas alimentar, vigiar, manter e reparar a máquina que tomou o seu lugar.” (Paul Singer, economista brasileiro. A formação da classe operária. SP, Atual, 3ªEd., 1986, p27.) 4 Empresa Industrial Indústria é a empresa que tem como atividade a venda de bens produzidos por ela, a partir da transformação de diversos insumos, e do beneficiamento, montagem e restauração de outros bens. Exemplos de indústrias: ✔ Transformação: A Suzano, fabricante do papel Report, transforma a celulose em folhas de papel; A SCJohnson, fabricante do Raid, utiliza diversos produtos químicos para a fabricação de inseticidas. A GlaxoSmithKline, fabricante do sal de fruta Eno, utiliza diversos produtos químicos para a fabricação de medicamentos. ✔ Montagem: A Fiat, fabricante de automóveis. A Philips, fabricantes de aparelhos eletrônicos como televisores. A Dell, fabricante de computadores. Montam as diversas peças e partes adquiridas das indústrias de transformação; ✔ Beneficiamento: A Parmalat, fabricante de leite, pasteuriza o leite adquirido de cooperativas de produtores. A Unilever, fabricante da Maisena, mói o amido de milho que compra de produtores. INTRODUÇÃO As informações contábeis são classificadas em econômicas, patrimoniais, de custos, financeiras e gerenciais. Essa classificação é útil, porque facilita o trabalho do analista ao interpretar as informações contidas nas demonstrações contábeis. Apesar da diversidade de classificações, apresentaremos a relação entre três fatores: financeiro, de custo e gerencial. Cada tomador de decisão (investidor, administrador, instituição financeira, governo, sindicato, empregado, cliente, fornecedor, ambientalista, fisco, etc) tem um objetivo e uma aplicação específica para a informação contábil de que necessita. A Contabilidade Financeira, a de Custos e a Gerencial. Há diferenças importantes entre a Contabilidade Financeira e a Gerencial, sobre tudo quanto às suas aplicações. A Contabilidade Financeira está mais preocupada com a demonstração dos resultados econômico- financeiros aos usuários externos, ena observância dos Princípios Contábeis Geralmente Aceitos – PCGA.2 No entanto, a Contabilidade Gerencial está voltada, internamente, para a obtenção de informações contábeis capazes de facilitar a tomada de decisão gerencial, não estando presa aos PCGA. Estas informações não são necessariamente somente financeiras, como ocorre com aquela, mas podem ser também de ordem quantitativa e qualitativa. Além do mais, a Contabilidade Gerencial está mais preocupada com o futuro (previsão e planejamento) do que com o passado (registro dos fatos ocorridos). Não devemos aqui desmerecer a Contabilidade Financeira, pois sem ela a Contabilidade Gerencial, não terá os parâmetros da realidade para o planejamento e controle. A Contabilidade de Custos também possui relevância no âmbito gerencial, pois fornece elementos importantes e necessários para a decisão gerencial, sobre tudo quanto à produção de estoques, formação dos preços de venda, e o estabelecimento de padrões orçamentários de custos. Com o desenvolvimento da Globalização, a competição nos mercados cresce cada vez mais, tornando a Contabilidade de Custos a principal ferramenta do administrador, pois sabemos da atual importância dos custos na lucratividade dos negócios. No caso brasileiro, a necessidade de se ter um sistema de custeio eficiente tornou-se evidente após o advento do Plano Real, quando as empresas deixando de lucrar no mercado financeiro, tiveram logo que se voltar para os custos internos do negócio, a fim de buscar lucratividade operacional com a venda de sua produção. 5 Comparativo de contabilidades CONTABILIDADE FINANCEIRA CONTABILIDADE DE CUSTOS CONTABILIDADE GERENCIAL Reporta e comunica informações econômicas sobre as organizações aos usuários externos. Suas informações objetivas e precisas, divulgadas nos demonstrativos financeiros previstos na legislação, revelam as conseqüências das decisões feitas pelos gerentes sob a organização como um todo. A contabilidade financeira processa os números/informações sob três visões: a) a visão do patrimônio – bens, direitos e obrigações devem ser devidamente registrados e controlados de acordo com os princípios e regras normativas; b) a visão do resultado – a empresa deve dar lucro e este deve ser monitorado e devidamente calcu- lado; c) a visão do caixa – a empresa deve ser capaz de liquidar suas obrigações, por isso os recursos financeiros disponíveis de- vem ser devidamente acompa- nhados. Seu objetivo maior é re- tratar o passado. Coleta (os dados monetários ou físicos), classifica (os gastos em custos e despesas) e registrar (obedecendo ou não os princípios contábeis) os dados operacionais (históricos ou futuros) das diversas atividades da entidade. Em seguida, acumula, organiza, analisa e interpretam os dados opera- cionais, físicos e os indicadores combinados no sentido de produzir, para os diversos níveis de administração e de operação, rela- tórios com as informações de custos solicitadas. Portanto, ao tratar os custos de modo diferente, o contador cria e olha os custos de modo diferente, dependendo da necessidade gerencial a que quer atender. Identifica, mensura, apresenta e analisa as informações financeiras e operacionais (monetárias e não monetárias como, por exemplo, a quantidade física de um produto, a satisfação do cliente, os índices de refugo, as medidas de desempenho, etc) de uma empresa para seus usuários internos, com o fim de fundamentar suas decisões e melhorar seus processos. Portanto, essas informações revelam as ações presentes e futuras sobre ações locais determinadas. Diferenças entre a Contabilidade Financeira e a Gerencial ITEM DE COMPARAÇÃO CONTABILIDADE FINANCEIRA CONTABILIDADE GERENCIAL Usuários das informações Usuários externos e internos Usuários internos Sistema contábil Sistema de dupla entrada Qualquer sistema Elementos restritivos Princípios contábeis Nenhuma restrição Bases de mensuração Moeda do país Qualquer moeda Foco das análises Empresa como um todo Cada setor da empresa Freqüência dos relatórios Periódica Quando necessário Confidencialidade Nenhuma Total Custos usados Valores históricos Históricos e previstos Arcabouço teórico Ciência contábil Usa outras disciplinas Característica da informação Objetiva, verificável, relevante e a tempo. Relevante e a tempo, subjetiva, pode ser menos precisa e verificável. Perspectiva dos relatórios Orientação histórica Orientada para o futuro Observações: 1 - Existem duas razões que justificam essas diferenças: as decisões tomadas pelos usuários externos são diferentes das tomadas pelos gestores: os usuários externos recebem informações limitadas e diferentes das produzidas para gerenciamento. 2 – As semelhanças entre a contabilidade financeira e a gerencial, apóiam-se no sistema de informações contábeis e baseiam-se nos conceitos de administração para dirigir e controlar a empresas como um todo (financeiras), bem como a cada departamento (gerencial). 6 Relações entre a Contabilidade Gerencial, Financeira e de Custo. CONTAB. FINANCEIRA CONTAB. DE CUSTOS CONTAB. GERENCIAL Todo gasto será: Todo gasto é uma despesa Investimento - quando ativado; Depende do tipo de empresa. Custo - na produção; Despesa - quando o produto for vendido. O CMV é calculado assim: Pela lei o CPV é calculado pelo Estoque Inicial método de custeio por absorção O CMV é calculado assim: da seguinte maneira**: Estoque Inicial Estoque Inicial do produto em Depende do tipo de empresa. ( + ) Compras elaboração e acabado = Mercadorias Disponíveis para ( + ) Custo da produção Venda Material Prima ( - ) Estoque Final Mão de Obra = CMV Gastos Gerais de Fabricação ( - ) Estoque Final de produto em elaboração e acabado = CPV O resultado é obtido assim: Pela lei, o resultado é calculado Receitas pelo método de custeio por absor- Depende do objetivo a ser alcança- ( - ) CMV ção da seguinte maneira**: do, se gerencial ou legal. = Lucro Bruto Receitas ( - ) Despesas ( - ) CPV = Lucro Líquido = Lucro Bruto ( - ) Despesas = Lucro Líquido Pela lei: está ligada a preceitos le- Está ligada a preceitos legais. gais. Não está ligada a convenções. Para gestores: não tem vínculo le- gal. Pela lei: Desmonstr. Financ. padro- Demonstr. Financ. não são padro- Demonstr. Financeiras padroni- nizadas por lei. nizadas por lei, mas pela necessida- zadas por lei Para gestores: de acordo com a ne- de gerencial. cessidade gerencial. Pela Lei: usa o custo histórico. Usa o custo mais conveniente para Usa o custo histórico. Para gestores: usa o custo mais a tomada de decisões. conveniente. Pela lei: ligada a fatos passados. Preocupada com o futuro. Por isso Ligada a fatos passados. Para gestores: ligada a fatos futu- elabora relatórios para controle e ros. decisão. Usuários internos e externos. Usuário interno (gerencial) e exter- Usuários internos no (legislação) Mensura os dados pela moeda Pela lei: moeda local e valor da Mensura adotando várias bases local nota. (moeda estrangeira, índices, etc) Para gestores: qualquer moeda. Relatórios para facilitar a aná- Relatórios para acompanhar o de- Relatórios para facilitar o controle lise. sempenho operacional. financeiro de planejamento, de avaliação, de decisão. Para a lei:junto com o Balanço. Relatórios com frequência Para gestores: frequência quando Frequência, quando houver solici- anual, trimestral. houver solicitação da administra- tação da administração. ção. ** Para fins gerenciais o CPV e o resultado podem ser calculados usando o método de Custeio Variável ou Direto. 7 A evolução e o impacto da Contabilidade Gerencial como ferramenta de gestão O ambiente nas organizações vem se modificando constantemente ao longo do tempo. A Tecnologia da Informação ( TI ), está cada vez mais atuante e presente nas organizações, deixando de ser um diferencial para passar a ser quase um produto de commodites. A Tecnologia da Informação possibilita uma maior ação na logística, no que tange a competição pelo mercado, proporciona aos gestores uma crescente rapidez, flexibilidade e agilidade nas tomadas de decisões. As empresas evoluem a todo o momento e por isso a contabilidade como um sistema de informação ( SI ), e principal meio de informação econômico e financeiro que é para os gestores também tende a crescer. 2 No caso brasileiro, o Conselho Federal de Contabilidade tem se pronunciado quanto aos princípios contábeis a serem seguidos pelas entidades brasileiras, através de Normas Técnicas. Estas normas podem ser acessadas no site do conselho: www.cfc.org.br. Segundo Crepaldi (2004), a Contabilidade Gerencial é o ramo da contabilidade que tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem em suas funções gerenciais e, vem tendo um crescimento como ciência e consequentemente alterando e mudando seu foco, bem como no processo de tomadas de decisões pelos gestores. Em meados dos anos 50, a contabilidade gerencial funcionava como órgão de staff, ou seja, afetava apenas atividades de apoio à gestão, como: preparação dos orçamentos, processo de elaboração e controle dos custos na produção e elaboração de relatórios gerenciais. Já por volta dos anos 90, a contabilidade gerencial foi de certa forma “promovida”, passando de mero órgão de apoio, para ser parte integral do processo de gestão, criando valor através do uso da Tecnologia da Informação e disponibilizando informações em tempo real para os gestores. Hoje em dia, os profissionais da área (contadores gerenciais, controllers), tem como foco principal, mensurar, analisar, interpretar e gerar pareceres concisos que possam ser usados pelos gestores em tomadas de decisões mais coerentes com a realidade. Diante desse contexto, constatam-se quatro estágios no processo evolutivo da Contabilidade Gerencial, que influencia nas tomadas de decisão do gestor, são elas: Estágio 1 – em meados dos anos 50, o foco principal estava vinculado ao controle do custo de produção e a elaboração do orçamento; Estágio 2 – acontece em meados dos anos 60, a contabilidade gerencial passa a fornecer informações para o controle gerencial; Estágio 3 – já em meados dos anos 80, a contabilidade gerencial foi focada mais como ferramenta para minimizar os custos no processo começou-se a usar mais a tecnologia para auxiliar tal processo; Estágio 4 – e em meados dos anos 90, a contabilidade gerencial passou a fazer parte integrante no processo de gestão, não só apenas na geração de informações, mas também na criação de valor, bem como na busca de se usar tal ferramenta como um diferencial para alcançar vantagem competitiva no mercado. Estágios Evolutivos da Contabilidade Gerencial FONTE: Padoveze (2004) 8 Analisando o gráfico acima, constata-se que cada estágio representa uma evolução da contabilidade gerencial, bem como o crescimento dos focos e objetivos da organização. A evolução dos estágios não significa que os focos anteriores tenham deixado de ser trabalhados, cada estágio é uma combinação do antes com o atual. Constata-se também que os estágios “velhos” estão sempre sendo modificados, isso acontece para facilitar a integração com o “novo” estágio e contribuir para a solidez e alinhamento estratégico da organização. A contabilidade gerencial se bem usada é uma ferramenta impar e indispensável no processo de gestão. No decorrer de todo processo na organização, a contabilidade gerencial vai adicionando e criando valor e gerando informações necessárias para um crescimento, perpetuidade e obtenção de lucro para a organização. Integração do processo decisório com os sistemas de informações contábeis e gerenciais e características da informação contábil O momento atual caracteriza-se com uma intensidade de mudanças significativas como o desenvolvimento tecnológico, o aumento da competitividade, a complexidade do ambiente econômico e a globalização, colocando as empresas diante de novos desafios. A administração com pressões competitivas levam as empresas a obtenção de novas formas de vantagens competitivas, caracterizadas por intensos e contínuos esforços oferecendo produtos e serviços inovadores com padrão de qualidade, a um custo mais baixo, e provocando uma maior satisfação dos clientes. Umas das técnicas utilizadas para auxiliar no avanço competitivo é o uso do Sistema de Informações Contábeis (SIC), oferecendo as empresas relatórios gerenciais com informações que auxilie no processo de gestão criando vantagens competitivas no mercado concorrente. Segundo Padoveze (2004), para que a informação contábil seja usada no processo de administração, é necessário que essa informação contábil seja desejável e útil para as pessoas responsáveis pela administração da entidade. Para os administradores que buscam a excelência empresarial, uma informação, mesmo que útil, só é desejável se conseguida a um custo adequado e interessante para a entidade. A informação não pode custar mais do que ela pode valer para a administração da entidade. Segundo Figueiredo e Caggiano (1997), desde que a qualidade da informação disponível seja essencial para a qualidade da decisão, um sistema de informação adequado e eficiente é pré-requisito do sucesso gerencial....informação é força integradora que combina os recursos organizacionais num plano coerentemente direcionado para a realização dos objetivos organizacionais. Para Laudon & Laudon (2004), hoje, todos admitem que conhecer sistemas de informação é essencial para os administradores, porque a maioria das organizações precisa deles para sobreviver e prosperar. Esses sistemas podem auxiliar as empresas a estender seu alcance a locais distantes, oferecer novos produtos e serviços, reorganizar fluxos de tarefas e trabalho e, talvez, transformar radicalmente o modo com conduzem os negócios. Diante desses pressupostos básicos para a informação contábil, fica claro o caminho a ser adotado para que a contabilidade se transforme em ferramenta de ação administrativa e se torne um instrumento gerencial. Para se fazer, então, Contabilidade gerencial, é mister a construção de um Sistema de Informação Gerencial. Em outras palavras, é possível fazer e é possível ter Contabilidade Gerencial dentro de uma entidade, desde que se construa um Sistema de Informação Contábil. Definem Sistema de Informações Gerenciais como o estudo dos sistemas de informação nas empresas e na administração. O termo Sistemas de Informações Gerenciais (SIGs) também designa uma categoria específica de sistemas de informação que dão suporte às funções do nível gerencial. Os Sistemas de Informações Gerenciais (SIGs) atendem ao nível gerencial da organização, munindo os gerentes de relatórios ou de acesso on-line aos registros do desempenho corrente e histórico da organização. Com um enfoqueespecial a contabilidade através da aplicação de varias técnicas e procedimentos com grau detalhado de informações feito sob medida para o usuário ocupam um lugar preponderante na administração dos negócios, sendo utilizada como ferramenta de apoio nas atividades de tomada de decisões pelos gestores. 9 Sob ponto de vista teórico, evidencia a Contabilidade Gerencial, em contínua evolução através da elaboração de relatórios que dêem suporte às etapas de planejamento, execução e controle das atividades empresariais, com elo de comunicação vital e bidirecional das metas e objetivos da organização para que possam chegar à melhor tomada de decisões, e colaborar para otimizar os resultados da empresa. Diante dessa importância, a Contabilidade Gerencial tem como fonte de dados, planejamento e relatórios gerenciais, compatibilizando planos e procedimentos, propiciando, assim, maior agilidade à contabilidade e maiores informações gerencial para a tomada de decisão. Definições da Contabilidade Gerencial Segundo Crepaldi (2004), a Contabilidade Gerencial é uma atividade fundamental na vida econômica. Mesmo nas economias mais simples, é necessária manter a documentação dos ativos, das dívidas e das negociações com terceiros. O papel da contabilidade torna-se ainda mais importante nas complexas economias modernas. Uma vez que os recursos são escassos, temos de escolher entre as melhores alternativas, e para identificá-las são necessários os dados contábeis. A Contabilidade trata da coleta, apresentação e interpretação dos fatos econômicos. Usam-se os termos Contabilidade Gerencial para descrever essa atividade dentro da organização e Contabilidade Financeira quando a organização presta informações a terceiros (Crepaldi, 2004). A Contabilidade Gerencial tem como conceito básico, como formador do método que orientará o conjunto de conhecimentos contábeis organizado para observar o objeto da ciência sob o aspecto administrativo, notadamente sob os da tomada de decisões. A Contabilidade Gerencial é, pois uma organização de conhecimentos científicos para conseguir efeitos práticos na direção dos empreendimentos, quer sejam eles lucrativos, quer visem a suprir apenas idéias. Através de um sistema de informações, de métodos e conhecimento da organização e da utilização do planejamento, fornecerá informações para atender a necessidade de seus usuários, com relatórios que demonstram os resultados por atividades e global da empresa, comparando-se o planejado com o realizado, para análise da gestão empresarial e da necessidade de tomada de decisões, visando auxiliar a empresa a atingir seus objetivos. À medida que uma empresa cresce, suas atividades tornam-se mais complexas. Para dirigi-la, a cúpula administrativa necessita de informações para inteirar-se dos acontecimentos importantes nas respectivas áreas de atuação. É mediante esse fluxo de informações que ela consegue administrar sua empresa. A tomada de decisões depende, em grande parte da quantidade e da qualidade das informações recebidas. A tarefa de coletar dados, selecioná-los, analisá-los e retratá-los é muito importante para que a empresa alcance seus objetivos. Em síntese, os relatórios visam fornecer à empresa melhores condições para que possa: Calcular o lucro e as vantagens obtidas em relação aos planos estabelecidos; Melhor controlar as operações correntes e tomar decisões necessárias; Avaliar o desempenho por área e responsabilidade; Fornecer base para o planejamento futuro. A Contabilidade Gerencial é um processo com a finalidade de produzir informações estratégicas, econômicas e de gestão das operações, de custos e das demais atividades organizacionais que ocorrem na empresa, para o processo decisório e de controle, com medidas de desempenho e lucratividade. Objetivos e finalidades da Contabilidade Gerencial Uma das funções mais importantes da Contabilidade Gerencial consiste em fornecer informações hábeis para a avaliação de desempenho. Este desempenho pode ser considerado não somente em relação à apuração de resultados por produto ou por serviços, mas envolve uma apreciação de vários setores da empresa. Os gestores necessitam de informações de custos e lucratividade de suas linhas de produtos, segmentos do mercado e de cada produto e cliente. Necessitam de um sistema de controle 10 operacional que acentue a melhoria de custos, de qualidade e de redução de tempo de processamento das atividades desenvolvidas por seus funcionários. Com relação à utilização dos dados da Contabilidade de Custos para tomada de decisões, estes podem ser úteis para o administrador avaliar as conseqüências de medidas tais como: Se a capacidade de produção da fábrica é insuficiente para atender a todos os pedidos dos clientes, qual produto ou linha de produtos deve ser cortado? Como fixar o preço de venda de um produto? Deve-se continuar comprando matérias-primas de terceiros ou interessa fabricá-los na empresa? Com a integração das informações obtidas nos vários departamentos, a Contabilidade Gerencial, como ferramenta, proporciona aos seus administradores informações que permitem avaliar o desempenho de atividades, de projetos e de produtos da empresa, bem como a sua situação econômico-financeira através da apresentação de informações claras e objetivas de acordo com a necessidade de cada usuário. Usuários das informações contábil-gerenciais A necessidade da informação é determinada por seus usuários finais, seus consumidores. Assim, as informações devem ser geradas para atender a esses usuários e não aos contadores. O contador gerencial é aquele que sabe perfeitamente que a informação que faz parte de seu sistema foi elaborada para atender as necessidades de outras pessoas. Portanto, deve-se fazer um estudo básico das necessidades das informações a partir de decisões que serão tomadas. Os usuários finais da informação deverão especificar claramente as necessidades de informações que necessitam para atender adequadamente no processo de decisão que deverão ser tomadas. Para a contabilidade gerencial, o fornecimento de relatórios a usuários externos, relaciona-se a pessoas ou empresas que não participam da organização e que possuem a necessidade de conhecê-la por motivos específicos, assim como as instituições financeiras, órgãos governamentais, fornecedores e outros. Os usuários internos referem-se a relatório de informações relacionadas aos membros envolvidos no processo da empresa, desde o empresário/administrador, até os operários que necessitam estarem envolvidos no processo de planejamento e controle do desempenho do objetivo e meta da empresa. A Contabilidade Gerencial gera informações destinadas aos usuários interno, portanto, devem-se distinguir três classes de participantes, diretamente envolvidos no processo: Os processadores da informação O público em geral Os estudiosos Integração da contabilidade gerencial para fins decisórios A contabilidade gerencial, para ser utilizada como instrumento no processo de tomada de decisões necessita de integração como: a contabilidade de custos, e por sua vez, com todos os procedimentos contábeis e financeiros ligados a orçamento empresarial, a planejamento empresarial, a fornecimento de informações contábeis e financeiras para decisão entre cursos de ação alternativos recaem, sem sombra de dúvida, no campo da contabilidade gerencial, que requerem informações contábeis (além das de outras disciplinas) que não são facilmente encontradas nos registros da contabilidade financeira. Na melhor das hipóteses, requerem umesforço extra de classificação, agregação e refinamento para poderem ser utilizadas em tais decisões. Assim, a contabilidade gerencial utiliza em seus procedimentos a contabilidade de custos, dados financeiros, operacionais, objetivos e metas das empresas, objetivando a todo o momento atender às necessidades de informações aos usuários. A contabilidade, para apresentar informações sob o enfoque gerencial na gestão e tomada de decisões da empresa, deverá apresentar um sistema integrado, para facilitar o nível da informação de forma clara e objetiva na apresentação do resultado da empresa, visualizado como um todo e detalhado conforme necessidades específicas dos usuários. 11 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 01 – Como você define o momento atual em relação a Tecnologia no nosso ambiente? 02 – O que você entende por Sistema de Informação Gerencial – SIG? 03 – O que você entende por Sistema de Informação Contábil – SIC? 04 – Qual a principal necessidade do Sistema de Informação Contábil – SIC? 05 – Como os Sistemas de Informações Gerenciais – SIGs, podem auxiliar o gesto nas tomadas de decisões? 06 – O que você entende por Contabilidade Gerencial? 07 – Com quais ferramentas a Contabilidade Gerencial, trabalha para auxiliar os administrados nas tomadas de decisões? 08 – Qual a importância dos relatórios gerenciais para o gestor? 09 – Os relatórios gerenciais fornecem quais informações aos administradores? 10 – Qual a principal característica de um “bom” relatório gerencial? 11 – A Contabilidade Gerencial utiliza outros ramos do conhecimento para auxiliá-la? Quais? 12 – Qual o principal objetivo da Contabilidade Gerencial? 13 – Qual a importância da Contabilidade de Custos para o auxilio na tomada de decisões do gestor? 14 – Qual a importância das informações contábil-gerenciais para os usuários? 15 – Quais os tipos de usuários que usam a informação contábil? 16 – Como podem ser os usuários internos? 12 ESTRUTURA BÁSICA DE UM SISTEMA DE CUSTEAMENTO É necessário que se entenda como os gastos relacionados aos custos e as despesas de uma empresa são organizadas para que resultem em relatórios distintos: os relatórios da formação de custos, o relatório que resume as despesas e o resultado obtido durante um determinado período. Assim, de todos os gastos, alguns são relativos à produção e outros são relativos a manutenção do funcionamento da estrutura operacional da empresa. Usos da Contabilidade de Custos A Contabilidade de Custos atua na Contabilidade Gerencial/Financeira para: Valorizar os estoques para o Balanço Patrimonial (BP) Apurar os Custos dos Produtos Vendidos e as Despesas Operacionais, para a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Apurar os Custos dos Serviços Prestados e as Despesas Operacionais, para a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Estrutura de um sistema de custeamento Na estrutura básica de um sistema de custeamento, são reconhecidos os seguintes elementos: Sistema de custeamento quanto à natureza do processo produtivo Sistema de custeamento quanto à natureza da acumulação de custos Sistema de custeamento quanto ao tipo de custo escolhido Sistema de custeamento quanto à modalidade de custeio Sistema de Produção De modo bem simples e objetivo, podemos dizer que o sistema de produção é a maneira como a empresa vai produzir ou executar seus serviços. Ela pode produzir só por encomenda, pode produzir de maneira contínua, independente de encomendas ou pode produzir em um regime misto, produzindo por encomenda e mantendo sua linha de produção contínua. Definir qual será o Sistema de Produção da empresa é a primeira tarefa de um sistema de custos, já que as demais etapas dependerão diretamente dessa decisão. Abaixo, temos a ordem de grandeza dos elementos de custos dentro de um Sistema de Controle de Custos é: 1. Definição do Sistema de Produção 2. Definição do Sistema de Acumulação de Custos 3. Definição do Sistema de Custeio 4. Definição da Modalidade de Custeio SISTEMA DE CUSTEIO QUANTO A NATUREZA DA PRODUÇÃO Refere-se ao ambiente no qual irá operar os Sistemas de Custeio (Histórico e Estimado) e as Modalidades de Custeio (Custeio por Absorção e Custeio Variável, entre outros) Existem dois sistemas básicos de produção: o sistema de produção por encomenda; Caracteriza-se pela fabricação descontínua de produtos não padronizados o sistema de produção contínua Caracteriza-se pela fabricação em série de produtos padronizados Assim, antes de decidir quanto ao “Sistema de Custeio” ou à “Modalidade de Custeio” a ser adotada, a empresa deverá escolher o seu Sistema de Acumulação de Custos, orientando-se, estritamente, pelo “Sistema de Produção da Empresa”. Consistentemente com os dois sistemas produtivos existem também dois sistemas básicos de acumulação de custos. 13 SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS O sistema de acumulação de custos corresponde ao ambiente básico no qual operam os sistemas e as modalidades de custeio, ou seja, representa a forma com que os custos são transferidos aos produtos ou serviços. Uma vez calculado os custos de cada centro de custo, é necessário transferir tais custos aos produtos ou serviços. Então, basicamente, o esquema de trabalho na apuração dos custos será: 1. Determinar os custos diretos e contabilizá-los aos respectivos centros. 2. Fazer o rateio dos custos indiretos e transferi-los aos centros de custos. 3. Transferir os custos assim determinados (1 e 2), incluindo os custos de materiais diretos, para os produtos. SISTEMA DE CUSTEIO QUANTO A NATUREZA DA ACUMULAÇÃO DE CUSTOS Uma vez definido o Sistema de Produção, a empresa optará pelo Sistema de Acumulação de Custos mais apropriado, em função do Sistema de Produção adotado, podendo acumular os custos por encomenda ou por processo de produção. sistema de acumulação de Custos por Ordem de Produção ou encomenda; sistema de acumulação de Custo por Processo. Adotará o sistema de acumulação de custos por ordem ou encomenda a empresa cujo sistema produtivo for predominantemente descontínuo, produzindo bens ou serviços não padronizados e, geralmente, sob encomenda específica dos seus clientes. Por outro lado, a empresa que produz, em série, bens ou serviços padronizados deverá adotar o sistema de acumulação de custos por processo. Então, de acordo com o sistema de produção, é que se definirá qual será o “sistema de acumulação de custos”: Por ordem de produção (para produção por encomenda) Por processo (para produção contínua) Ambos os processos são perfeitamente viáveis e aceitáveis contábil e fiscalmente. O importante é que um ou outro seja aplicado com base no custo por absorção e pelos custos reais incorridos. 1.1 – Sistema de Acumulação de Custos por Ordem de Produção Este é o sistema no qual cada elemento do custo é acumulado segundo ordens específicas de produção referentes a um determinado produto ou lote de produtos. As ordens de produção são emitidas para o início da execução da atividade produtiva e nenhum trabalho poderá ser iniciado sem que seja devidamente precedido pela emissão da correspondente ordem de produção. É o mais adequado quando a empresa tem um processo produtivo não repetitivo e onde cada produto ou grupo de produtos é mais ou menos diferente entre si.Como exemplos: móveis sob encomenda, máquinas e equipamentos especiais, etc. Os termos “ordem de fabricação”, “ordem de serviço” ou “ordem de trabalho” são sinônimos de “ordem de produção”. Os custos diretos de mão-de-obra e materiais gastos em uma determinada ordem são alocados a partir de registros mantidos para este propósito. Os custos indiretos – aluguel, seguro, eletricidade, etc. – são usualmente aplicados às ordens por taxas predeterminadas, tendo como base horas de mão-de-obra direta. A condição indispensável para o adequado custeamento de uma ordem de produção é a sua contínua identificação com uma determinada produção em particular. 14 O sistema de ordem de produção é o mais apropriado para o custeio de produtos por encomenda, sendo pouco usado nas indústrias de produção em série. Nestas indústrias, a sua utilização restringe-se, normalmente, ao controle de construções e às atividades de manutenção. Esse sistema apresenta vantagens e desvantagens que destacamos: VANTAGENS Maior exatidão quanto ao cálculo de custos individualizado por pedido; Maior controle interno, possibilitando averiguar falha de produção que exijam aperfeiçoamentos no processo produtivo; Apuração mais exata dos produtos em elaboração, sem necessidade de cálculos de equivalência de produção. DESVANTAGENS Custo administrativo elevado – o sistema exige considerável trabalho burocrático para o registro das informações minuciosas requeridas no adequado preenchimento das ordens de produção; Controles permanentes são necessários para assegurar a correção dos dados de material e de mão-de-obra direta apropriados a cada ordem de produção; Quando um embarque parcial é efetuado antes do encerramento da respectiva ordem de produção, faz-se necessária a utilização de estimativas para determinação do custo de vendas dos produtos enviados ao cliente. 1.2 – Sistema de Acumulação de Custos por Processo O sistema de acumulação por processo é usado, invariavelmente, na contabilização dos custos de uma produção em massa. Normalmente, nesse sistema produtivo, todos os produtos são fabricados para estoque; uma unidade de produção é idêntica a outra, os produtos são movimentados no processo de produção continuamente, e todos os procedimentos de fábrica são predominantemente padronizados. Quando a fábrica produz de modo contínuo, em série ou em massa, a preocupação da contabilidade de custos é determinar e controlar os custos pelos departamentos, pelos setores, pelas fases de produção (processos) e em seguida dividir esses custos pela quantidade de produtos fabricados no processo, durante certo período – custear o processo fabril em determinado período. O sistema de custos por processo não se preocupa em contabilizar os custos de itens individuais ou grupos de itens. Ao invés disso, todos os custos são acumulados por fase do processo, por operação ou por departamento (centros de custos) e alocados aos produtos em bases sistemáticas. Esses sistemas são usualmente utilizados em entidades que produzem grandes volumes de produtos uniformes em bases contínuas, como por exemplo: eletrodomésticos, veículos, móveis (padronizados – em linha), etc. Em tese, fica fácil para a contabilidade de custos determinar o custo de produção de cada produto, pois bastará dividir todos os custos pelas unidades físicas produzidas no período: Custo Unitário de Produção = Custo Total no Período / Unidades Produzidas no Período As seguintes características desse sistema podem ser destacadas: Os custos, diretos ou indiretos, são acumulados nas contas de custos durante um determinado período, sendo reclassificados por departamento ou processo no fim desse período; Nos casos em que os produtos são processados em mais de um departamento, os custos correspondentes são transferidos para o departamento seguinte, de forma que o custo total vai sendo acumulado até que o produto esteja terminado; A produção, em termos de quantidade (quilos, toneladas, unidades etc), é registrada diária ou semanalmente, sendo preparado, no fim do mês, um demonstrativo dos resultados finais; O custo total de cada processo é dividido pelo total da produção, obtendo-se um custo médio por unidade para o período. 15 BASE DE INFORMAÇÕES Para atribuir-se os custos a diversos produtos, diferentes entre si (com etapas de produção também diferentes), devem-se estabelecer um fluxo regular mínimo de informações da engenharia de fábrica. A contabilidade não “inventa” custos ou dados, mas, objetivamente, baseiam-se em apontamentos, cálculos e medições, boa parte advinda do próprio setor produtivo. A principal informação é a quantidade física de produtos em movimentação (ou serviços executados), detalhados em: Quantidade de produtos/serviços produzidos, no período. Quantidade de produtos/serviços que permanecem em processamento, no final do período Outras informações técnicas, como a ficha técnica do produto, unidades processadas pro centro de custos, etc. irão compor os dados necessários para que a contabilidade de custos possa distribuir os custos de forma adequada entre os produtos fabricados ou em fabricação. CUSTO DO PRODUTO No processo contínuo, normalmente se custeia os diversos produtos, dividindo-se o custo apurado em cada centro de custo pelas unidades de produtos processados naquele centro. Se a engenharia de produção informar, regularmente, o tempo despedido para execução do processamento (horas/homem ou horas/máquina) entre os produtos, pode-se utilizar tal parâmetro para distribuição dos custos. Em resumo, os passos para se obter o custo dos produtos ou serviços serão: 1. Realizar todas as contabilizações do mês, relativamente aos custos (folha de pagamento, provisão de férias e 13º salário, encargos sociais, gastos de manutenção, apropriação das contas de luz, água, cálculo das depreciações, etc) 2. Fazer a alocação dos custos indiretos aos diversos centros de custo. 3. Distribuir os custos para os produtos ou serviços. DISTRIBUIÇÃO DOS CENTROS PRODUTIVOS AOS PRODUTOS A fórmula para determinar o valor da produção é: MP = MOD + GG Onde: MP = Matéria Prima (materiais empregados) MOD = Mão-de-Obra Direta GG = Gastos Gerais Como proceder para distribuir cada componente dos custos. Materiais Diretos Matéria Prima – sua alocação é direta, de acordo com as requisições feitas para os respectivos produtos. A valorização dos materiais é feita pelo sistema de controle (ficha de estoque). Mão de Obra Direta e Gastos Gerais A Mão de Obra Direta também pode ser alocada diretamente, desde que se controle o número de horas aplicadas a cada produto. Nem sempre isto é praticável, devido ao custo burocrático do detalhamento necessário. Neste caso, soma-se a MOD e os GG para serem distribuídos entre os produtos de acordo com um critério de rateio. Uma base bastante simples é fazer a distribuição dos custos pelas unidades de produção que foram processadas nos respectivos centros. 16 Exemplo Após a distribuição de custos, os centros de custos apresentaram os seguintes valores de Mão de Obra Direta (MOD) e Gastos Gerais (GG) Centro de Custo MOD GG TOTAL Acabamento 10.000,00 15.000,00 25.000,00 Montagem 15.000,00 23.000,00 38.000,00 Embalamento 7.000,00 8.000,00 15.000,00 TOTAL GERAL 32.000,00 46.000,00 78.000,00 Pelos mapas de produção, obteve-se as seguintes unidades de processamento, por setor:Unidades Processadas Prod. A Prod. B Prod. C TOTAL Acabamento 2.500 500 2.000 5.000 Montagem 3.000 400 500 3.900 Embalamento 2.000 600 400 3.000 Ora, se conhecemos o total dos custos, por centro de custos, e sua respectiva produção (em unidades), fica fácil atribuir a cada produto o seu custo, com base na proporção de processamento de cada produto. Assim, o Produto A, que teve 2.500 unidades processadas no Centro de Custo Acabamento, receberá um custo de MOD de: R$ 10.000,00 / 5.000 (total de unidades) x 2.500 = 5.000,00 Para o mesmo produto, será distribuído a título de Gastos Gerais, no mesmo centro de custo: R$ 15.000,00 / 5.000 (total de unidades) x 2.500 = 7.500,00 Assim se faz, sucessivamente, para cada produto. Então obteremos a seguinte distribuição de MOD e GG por produto: Produto A MOD GG TOTAL Acabamento Montagem Embalamento TOTAL Produto B MOD GG TOTAL Acabamento Montagem Embalamento TOTAL Produto C MOD GG TOTAL Acabamento Montagem Embalamento TOTAL 17 DISTRIBUIÇÃO DAS DESPESAS ADMINISTRATIVAS E COMERCIAIS Na situação anterior, chegamos ao estágio de cálculo, onde os custos compreendem todos os processos produtivos. Mas, como mencionado anteriormente, o custo gerencial abrange também as despesas administrativas e comerciais. Estas últimas, exclusivamente de caráter fixo – como parte fixa dos salários de gerentes de vendas, despesas e manutenção do setor, etc – pois a parte variável, calculada sobre vendas – como comissões – não comporá o custo de produção, mas sim será uma variável na formação do preço de venda. Uma alternativa relativamente simples é distribuir tais despesas na proporção direta dos Gastos Gerais de Fabricação (ou Produção). Assim, considerando uma despesa administrativa e comercial de R$ 35.000,00 no período, teríamos a seguinte proporção entre tais gastos utilizando os números do exemplo anterior. Total dos Gastos Gerais = 46.000,00 Total das Desp. Adm/Com. = 35.000,00 Proporção DAC / GG = 35.000,00 / 46.000,00 = 0,76087 Então: O Produto A receberia de DAC = R$ 30.525,64 x 0,76087 = R$ 23.226,03 O Produto B receberia de DAC = R$ 5.458,97 x 0,76087 = R$ 4.153,56 O Produto C receberia de DAC = R$ 10.015,39 x 0,76087 = R$ 7.620,31 Nota: segundo as Normas Brasileiras de Contabilidade, tais despesas não podem ser transferidas ao custo. Portanto, a contabilidade precisará preparar relatório específico, a parte, para demonstrar tais alocações. SISTEMA DE CUSTEIO QUANTO AO TIPO DE CUSTO Uma vez definidos os Sistemas de Custeio quanto à Natureza do Processo Produtivo e quanto à Natureza da Acumulação de Custos (Acumulação de Custos por Ordem de Produção ou Acumulação de Custos por Processo) a serem utilizados pela empresa, passa-se à escolha do Sistema de Custeio quanto ao Tipo de Custo a ser adotado. Essa escolha é independente das etapas anteriores, porém depende diretamente do tipo de informação e de controle que a gerência pretende obter a partir do Sistema de Custeio a ser implantado. Os Sistemas de Custeio quanto ao Tipo de Custo diferenciam-se entre si pela natureza dos dados contábeis utilizados: 1. Custos Históricos ou Real (baseado em dados reais, atuais ou históricos) 2. Custos Estimados ou Predeterminados (baseados em dados estimados ou predeterminados) 1 – Sistema de Custeio Histórico ou Real Quando a empresa optar pelo Sistema de Custeio Histórico, significa que os custos são registrados tais como ocorrem. Em conseqüência disso, nesse sistema, os custos só são determinados após o término da fabricação do produto ou da prestação do serviço pela empresa. Pode ser usado tanto em um ambiente de “acumulação de custos por ordem de produção” como em um ambiente de “acumulação de custos por processo de fabricação em série”. 2 – Sistema de Custeio Predeterminado Os custos são estabelecidos com antecedência sobre as operações de produção. Assim, tanto a Matéria-Prima como a Mão-de-Obra e os Gastos Gerais de Fabricação são contabilizados com base em preços, usos e volumes previstos. Os Custos Predeterminados são usados quando a gerência está interessada, primeiramente, em conhecer quais deveriam ser os seus custos, para depois compará-los com os custos reais. 18 SISTEMA DE CUSTEIO QUANTO A MODALIDADE DE CUSTEAMENTO A diferença entre as Modalidades de Custeio relaciona-se com o grau de variabilidade dos gastos apropriados aos produtos ou serviços produzidos pela empresa. Entre várias modalidades utilizadas destacamos: Modalidade de Custeio por Absorção É o método de custeio de estoques no quais todos os custos de fabricação (diretos e indiretos) vão sendo apropriados aos produtos em fabricação. Nessa modalidade, em função dos custos indiretos, faz-se necessário o uso de rateio. Custos Diretos – que podem ser direta e objetivamente apropriados aos produtos. Custos Indiretos – custos que para serem apropriados aos produtos exigem rateio. Rateio – divisão proporcional de um valor. Na Contabilidade de Custos, utilizamos o rateio para dividir o total dos Custos Indiretos (GGF ou CIF) e apropriar proporcionalmente os valores encontrados aos produtos que estão sendo fabricados. Modalidade de Custeio Variável, também conhecida como Custeio Direto É o método de custeio de estoques que só apropria os produtos em fabricação os custos diretos, os quais, na teoria geral de custos, são considerados também como sendo custos variáveis. Nessa modalidade, os custos indiretos, que genericamente são associados como sendo custos fixos, não são apropriados aos produtos em fabricação, eliminando a necessidade de rateios. ESTRUTURA BÁSICA DE UM SISTEMA DE CUSTEAMENTO Quanto a natureza do Quanto a natureza da Quanto ao tipo de custo Quanto a modalidade processo produtivo acumulação de custos escolhido de custeio Sistema de produção Acumulação de custos Sistema de custeio Modalidade de custeio por encomenda por encomenda histórico por absorção Sistema de produção Acumulação de custos Sistema de custeio Modalidade de custeio contínua por processo estimado direto ou variável SÍNTESE DAS DIFERENÇAS ENTRE OS DOIS MÉTODOS ABSORÇÃO VARIÁVEL (DIRETO) 1 – Ordem de classificação dos custos dos custos 1 – Por centro de custo. 2 – Por item (mão-de-obra, matéria-prima, etc) direta e indireta 1 – Fixos e Variáveis 2 – Por centro de custo 3 – Por item (mão-de-obra, matéria-prima,etc) 2 – Custo do Produto e do Período C.T. = Custos Primários, CIF Total Só há despesas de período C.T. = Custos Primários + CIF Total Os Custos Fixos são lançados no período em que ocorrem. 3 – Demonstração do Resultado Vendas ( - ) CPV (fixos e variável) ( = ) Resultados Bruto ( - ) Despesas Gerais ( = ) Resultado Líquido Vendas ( - ) Despesas variáveis de vendas ( - ) CPV (variáveis) ( = ) Margem de Contribuição ( - ) Despesas / Custos Fixos ( = ) Resultado Líquido 4 – Custo-padrão O custo-padrão fixo por unidade depende do volume de produção. É analisada a variação relacionada com o uso da capacidade de produção. O custo-padrão por unidade que se com- põe somentede custos variáveis, não so- fre influência do volume de produção. Não é analisada a variação relacionada com o uso e capacidade de produção. 19 5 – Efeitos nos Resultados Os resultados variam em função do volume de produção e vendas. Em relação ao custeio variável, tem-se que: Se a produção for maior que as vendas, o lucro será maior em decorrência da alo- cação dos custos fixos nos estoques.. Se a produção for menor que as vendas, o lucro será menor em decorrência da venda de estoques com custos fixos de períodos anteriores embutidos. Se a produção for igual às vendas, os lu- cros serão iguais. Os resultados variam somente em função do volume de vendas. Em relação ao custeio por absorção, tem-se: Se a produção for maior que as vendas, o lucro será menor em decorrência de débitos dos custo fixos diretamente a resultados. Se a produção for menor que as vendas, o lucro será maior em decorrência da não-incorporação de custos fixos de pe- ríodos anteriores nos estoques. Se a produção for igual às vendas, os lucros serão iguais 6 – Usuários Volta-se mais às necessidades de informações de uso externo Volta-se mais às necessidades de informações de uso interno (gerenciais) PONTOS POSITIVOS E CRÍTICAS DOS DOIS MÉTODOS DE CUSTEIO CUSTEIO POR ABSORÇÃO CUSTEIO VARIÁVEL (DIRETO) PONTOS POSITIVOS Fixação de preços de venda mais reais, pois engloba todos os custos da empresa nos custos unitários dos produtos. Baseia-se nos Princípios Fundamentais de Contabilidade. Demonstra índices de liquidez mais reais. No Brasil, aceito pelo Fisco. PONTOS POSITIVOS Os custos dos produtos podem ser comparados em bases unitárias, independentemente do volume de produção. Facilita o tempo e o trabalho despendidos, tornando mais prática a apuração e a apresentação de informações. Melhor controle dos custos fixos, por se apresentarem separadamente nas demonstrações. Facilita a elaboração e o controle dos orçamentos e a determinação e o controle de padrões. Fornece mais instrumentos de controle gerencial. CRÍTICAS Os custos dos produtos não poderão ser comparados em bases unitárias quando houver alterações no volume de produção. A forma de atribuição de custos indiretos é feita por meio de rateios, o que complica e aumenta o trabalho administrativo, além de conferir um grau de subjetividade a essa atribuição. Não oferece informações suficientes para a tomada de decisões, há que muitas das decisões se baseiam em análise separada dos custos fixos e variáveis: não permite análise do tipo relação Custo / Volume / Lucro. Dificulta o controle orçamentário e a determinação de padrões. CRÍTICAS Fere o Princípio Contábil da Confrontação das Receitas com os custos que contribuem para sua obtenção, exemplo: na demanda sazonal em que são apurados, alternadamente, prejuízos durante a produção sem vendas e lucro por ocasião das vendas. Pode prejudicar a análise por parte dos credores no que se refere aos índices de liquidez e capital circulante líquido. Não considera os custos fixos na demonstração do preço de venda. Os custos fixos não são completamente fixos e tampouco os variáveis são completamente variáveis (separação categórica). No Brasil, não aceito pelo Fisco. RESUMO COMPARATIVO MÉTODOS DE CUSTEIO O QUE É ACEITO PELA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ATENDE AOS PRINCÍPIOS CONTÁBEIS É UTILIZADO PELA CONTAB. SUA PRINCIPAL FINALIDADE TRATAMENTO CONTÁBIL DADO AOS CUSTOS FIXOS DO PERÍODO TENDÊNCIA DO RESULTADO DO PERÍODO TENDÊNCIA DO VALOR DOS PRODUTOS EM ESTOQUE CUSTEIO POR ABSORÇÃO Método de cus- teio que incorpo- ra aos produtos e serviços todos os custos de pro- dução Sim Sim Oficial Atender à le- gislação tribu- tária e socie- tária É contabilizado como parte in- tegrante dos custos de pro- dução de bens e serviços Maior, em re- lação ao custeio variável Menor, em re- lação ao custeio variável CUSTEIO VARIÁVEL OU DIRETO Método de cus- teio que incorpo- ra aos produtos e serviços somente os custos variáveis Não Não Gerencial Servir como ferramenta para tomadas de decisões gerenciais É considerado diretamente como despesas Menor, em re- lação ao custeio por absorção Maior, em rela- ção ao custeio por absorção 20 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 01 – Quando todos os custos de um período de tempo são coletados sem nenhuma tentativa para atribuir estes custos a unidades específicas de produtos, temos: a) produção por processo d) produção por centro de custos b) produção por ordem e) n.r.a c) produção por departamento 02 – O sistema de acumulação de custos por processo é adotado por fábrica que: a) Elabora o mais diversificado número possível de produtos heterogêneos b) Produz apenas um tipo de produto, desde que de pequeno valor unitário, mas sempre determinado mediante a departamentalização c) Fabrica somente um tipo de produto, por exemplo, cimento, ou onde as diferenças dos vários produtos são relativamente pequenas d) Conserva os custos dos vários serviços ou contratos separadamente durante sua manufatura ou construção e) N.r.a. 03 – Quando uma indústria mantém seus custos dos vários serviços ou contratos separadamente durante sua manufatura ou construção, temos o método de acumulação de custos denominado: a) Custo por processo d) Custo-padrão b) Custo por ordem de produção e) N.r.a. c) Custo por departamento 04 – Quando uma indústria atribui o custo unitário médio para a produção, dividindo o custo total pelo número de unidades produzidas, temos o método de acumulação de custos: a) Por processo d) Por centro b) Por ordem de produção e) N.r.a. c) Por departamentalização 05 – No sistema de custeamento por processo, os custos se relacionam mais com: a) Os lotes de produção do que com os departamentos ou centros de custos b) Os departamentos de produção do que com os produtos fabricados c) As contas previstas na escrituração, para efeito de integração à contabilidade financeira d) A mão-de-obra indireta do que com o total dos custos diretos já apropriados e) Os lotes de produção do que com o departamento de administração 06 – No sistema de custeamento por ordem de produção (serviços) a alternativa da questão nº 05 que satisfaz é a: a) Alternativa “a” d) Alternativa “b” b) Alternativa “c” e) Nenhuma das alternativas c) Alternativa “d” 07 – Na produção por ordem são produzidos bens para atender a encomendas de clientes; pode-se, também, produzir para venda posterior, não de forma contínua. São exemplos: a) Indústria pesada e de equipamentos especiais b) Algumas indústrias de móveis e as indústrias de construção civil c) Escritórios de planejamento, de auditoria e de engenharia d) Todas as alternativas estão corretas 08 – Na produção por ordem: a) Os custos são acumulados numa mesma conta para cada ordem b) A conta só para de receber custo quando a ordem estiver encerrada c) As alternativas “a” e “b” estão erradas d) As alternativas “a” e “b” estão corretas 09 – Na ............. a empresa trabalha produzindo produtos iguais de forma continuada (um ou mais), para estoque e posterior venda. a) Produção conjunta d) Produção por departamento b) Produção contínua e) N.r.a.c) Produção de ordem 21 10 – Na ............ aparecem diversos produtos a partir, normalmente, da mesma matéria-prima (a partir da soja temos o óleo e farelo). a) Produção conjunta d) Produção por departamento b) Produção contínua e) N.r.a. c) Produção de ordem 11 – Correlacione as colunas e assinale a alternativa correta: ( 1 ) Produção por Processo ( 2 ) Produção por Ordem ( ) A produção se destina a estoque ( ) A produção se destina a pedidos específicos ( ) O custo é acumulado por departamento ( ) O custo é acumulado por pedido ( ) O custo é calculado no fim do período ( ) O custo é calculado quando o bem é concluído a) 2 – 1 – 2 – 1 - 2 – 1 b) 1 – 2 – 1 – 2 – 1 – 2 c) 1 – 1 – 2 – 1 – 1 – 1 d) 2 – 2 – 1 – 2 – 2 – 2 12 – Marque a alternativa que contém a resposta certa: I. O custo unitário na produção por processo é determinado pela adoção da seguinte fórmula: Custo Departamental / Produção Departamental II. O custo unitário na produção por ordem é determinado pela adoção da seguinte fórmula: Custo de Ordem / Unidades Produzidas a) Apenas a afirmativa I está correta b) Todas as afirmativas estão corretas c) Apenas a afirmativa II está correta d) As afirmativas I e II estão incorretas 13 – Indique a opção correta: a) quando a empresa fabrica um produto único, com especificações próprias, deve avaliar seu custo de produção pelo critério de apuração denominado custos por processo, uma vez que o processo de fabricação se desenvolve durante determinado período de tempo; b) quando a empresa tem necessidade de conhecer e controlar as diversas fases de fabricação de seus produtos, deve organizar os registros de sua contabilidade de custos atendendo aos critérios que norteiam o denominado custo-padrão, porque é a forma segura de obter informações prévias quanto ao custo final do produto e manter controles que assegurem a execução conforme tenha sido planejado; c) quando a empresa mantém uma produção contínua, desenvolvida em diversas fases distintas, a apuração de custos pode ser feita por departamentos, mas está sujeita, ao final de cada período, à verificação do nível de acabamento de todos os produtos existentes em cada Departamento ligado à produção; d) quando a empresa não tem necessidade de conhecer com exatidão e de manter controle sobre os custos, como nos casos de produção sob encomenda, o Departamento de Custos pode ser organizado em Centros de Custos, em um sistema denominado Centro de Custo- Padrão; e) quando a empresa adota a apuração de custos pelo método de custo-padrão, como o sistema mais simples de registro dos custos de produção, deve tomar como base de verificação e acompanhamento dos custos de produção os parâmetros de padrões registrados em fabricações anteriores, na própria empresa ou em empresa similar. 22 14 – Numa ordem de produção utilizaram-se R$ 90.000,00 de matéria-prima e R$ 60.000,00 de mão- de-obra direta. Sabendo-se que os custos indiretos de produção foram aplicados a uma taxa de 35% sobre os custos diretos, o custo da ordem de produção foi de: a) 52.500,00 b) 97.500,00 c) 121.500,00 d) 202.500,00 e) 211.500,00 15 – Numa ordem de produção foram utilizados R$ 280.000,00 de mão-de-obra direta e R$ 420.000,00 de matéria-prima. Os custos gerais de produção foram aplicados, a uma taxa de 16% sobre os custos diretos básicos. O custo da ordem de produção é de: a) 252.000,00 b) 588.000,00 c) 812.000,00 d) 1.288.000,00 e) 1.882.000,00 16 – Uma empresa industrial apresentou os seguintes dados, ao final do exercício: Estoque de produtos em elaboração - R$ 194.600,00 Custo de transformação unitário - R$ 62,00 Considerando que a empresa possui uma linha de produção por processo, sendo seu custeamento efetuado por departamentalização e, ainda, que o Estoque de produtos em elaboração registra 2.500 unidades, em fase de fabricação de 100% de material direto e de 70% de mão-de-obra direta e 70% de despesas indiretas de fabricação, podemos dizer que o custo do produto acabado é de: a) 66,42 b) 57,35 c) 77,84 d) 96,44 e) N.r.a. 17 – O famoso grupo de indústria ESTUDANDO EU PASSO adota o sistema de custo por encomenda no qual os custos indiretos de fabricação são aplicados às ordens de produção com base em taxas predeterminadas. Custos Indiretos de Fabricação do período: Mão-de-Obra Indireta 18.000,00 Luz e força 6.000,00 Reparos e manutenção de máquinas 3.000,00 Suprimentos de fábrica 2.000,00 Depreciação do edifício da fábrica 7.000,00 Depreciação da maquinaria 60.000,00 Seguro sobre o edifício da fábrica 1.500,00 Seguro sobre a maquinaria 2.500,00 Durante o período, foram processadas três ordens de produção. As informações de seus custos são as seguintes: Ordem de Produção Matéria-Prima Mão-de-Obra Custo Direto Horas de Mão de Obra Direta Horas/Máquina OP-001 60.000,00 200.000,00 8.750 4.200 OP-002 84.000,00 120.000,00 8.750 3.100 OP-003 96.000,00 80.000,00 7.500 2.700 Após estabelecer as taxas para aplicação predeterminada dos custos indiretos de fabricação, cuja base é o número de horas de mão-de-obra direta, determine o custo total de cada Ordem de Produção. 23 18 – Uma indústria de fabricação de turbinas passou a fabricar, ela mesma, uma máquina que necessitava para seu processo produtivo. Os gastos realizados foram os seguintes: Materiais Aplicados 450.000,00 Mão-de-Obra Direta 400.000,00 Mão-de-Obra Indireta 30.000,00 Desenho da planta da máquina pago a uma firma de engenharia 200.000,00 Tinta comprada para pintar a máquina 60.000,00 Energia gasta para teste com a máquina 20.000,00 Lubrificação da máquina 10.000,00 Em que contas e por qual valor se registrarão todos os eventos? a) Máquinas e equipamentos, R$ 1.170.000,00 b) Máquinas e equipamentos, R$ 1.110.000,00, e Despesas Gerais, R$ 60.000,00 c) Custo da produção acabada, R$ 1.170.000,00 d) Máquinas e equipamentos, R$ 1.140.000,00, e Despesas Gerais de Produção, R$ 30.000,00 e) Máquinas e equipamentos, R$ 970.000,00, e Despesas Gerais de Produção, R$ 230.000,00 19 – Uma indústria usa o sistema de custeio por Ordem de Produção. Apurar o CPV com as seguintes informações: Materiais consumidos na produção: OP 001 R$ 45.000,00 OP 002 R$ 30.000,00 OP 003 R$ 15.000,00 R$ 90.000,00 Mão-de-Obra Direta apropriada: OP 001 R$ 50.000,00 OP 002 R$ 20.000,00 OP 003 R$ 10.000,00 R$ 80.000,00 Os custos indiretos de fabricação = R$ 84.000,00. A taxa de aplicação dos CIFs é de 100% do custo da MOD. As OP 001 e 002 foram completadas durante o mês, mas somente a OP 001 foi vendida. 20 – Na relação de custos a seguir estão incluídos todos os gastos gerais de fabricação do primeiro trimestre de 2015, ocorridos na empresa LAF Ltda. Seguro contra incêndio incorrido 2.100,00 Imposto Predial 2.400,00 Iluminação do prédio 2.100,00 Depreciação do edifício 2.400,00 Mão-de-obra direta 2.400,00 Mão-de-obra indireta 2.100,00 Encargos sociais do período 0,00 Com base nessas informações, pode-se dizer que o valor dos gastos gerais de fabricação debitado na conta Produtos em Processo foi de: a) 9.000,00 b) 9.900,00 c) 11.100,00 d) 12.000,00 e) 13.500,00 24 MÉTODOS DE CUSTEAMENTO (CUSTEIO) DO PRODUTO Custeio ou custeamentosão métodos de apuração de custos, maneiras segundo as quais procederemos a acumulação e apuração dos custos. É o processo de identificar o custo unitário de um produto, partindo dos custos diretos e indiretos, ou seja, é o método usado para a apropriação de custos. Existem dois métodos básicos de custeio: Custeio por Absorção Custeio Variável ou Direto A diferença básica entre os dois métodos está no tratamento dos custos fixos. CUSTEIO POR ABSORÇÃO É o método tradicional de custeamento, onde, para se obter o custo dos produtos, consideram-se todos os gastos industriais, diretos e indiretos, fixos ou variáveis. Os gastos industriais ou comuns são atribuídos aos produtos por critérios de distribuição. É o método derivados da aplicação dos princípios fundamentais de contabilidade e é, no Brasil, adotado pela legislação comercial e pela legislação fiscal. Não é um princípio contábil em si, mas uma metodologia decorrente da aplicação desses princípios. Dessa forma, o método é válido para a apresentação de demonstrações financeiras e para o pagamento do imposto de renda. Nesse método de custeio, todos os Custos de Produção são apropriados aos produtos do período. Os custos de produção podem ser apropriados diretamente, como é o caso do material direto e mão-de-obra direta, ou indiretamente, como é o caso dos custos indiretos de fabricação. Os gastos que não pertencem ao processo produtivo, como as despesas são excluídas. Esse método de custeio é derivado da aplicação dos princípios fundamentais de contabilidade pois está de acordo com o regime de competência e a confrontação de receitas e despesas, ou seja, é considerado como despesa do período apenas o custo de produção referente aos produtos que foram vendidos no período. 25 Esquematicamente, o fluxo global de custos e despesas para apuração de resultados no custeio por absorção pode ser assim representado: Exemplo I: A empresa LAF, nos anos de 2014 e 2015, vende 100.000 unidades a R$ 6,00 cada uma. Os custos são os mesmos nos dois anos: R$ 3,00 de variável por unidade e R$ 90.000,00 de custos fixo totais. Não existe estoque inicial em 2014 e foram produzidas 100.000 unidades; em 2015 foram produzidas 150.000 unidades, ficando a empresa com um estoque final de 50.000 unidades. Demonstração do Resultado do Exercício – DRE Ano de 2014 Vendas: (100.000 un. x R$ 6,00) 600.000,00 ( - ) Custo do Produto Vendido (CPV) Custo Variável (100.000 un. x R$ 3,00) 300.000,00 Custo Fixo 90.000,00 390.000,00 Lucro Bruto 210.000,00 Ano de 2015 Vendas: (100.000 un. x R$ 6,00) 600.000,00 ( - ) Custo do Produto Vendido (CPV) Custo Variável (150.000 un. x R$ 3,00) 450.000,00 Custo Fixo 90.000,00 540.000,00 ( - ) Estoque Final (50.000 un x R$ 3,60) (180.000,00) Lucro Bruto 240.000,00 GASTOS DESPESAS Indiretos Rateio Resultado Produto A Estoque Final Produto B CUSTOS Estoque Inicial Vendas Diretos Custo dos Produtos Vendidos 26 Exemplo II: No segundo trimestre de 2015, a Indústria LAF de Produtos Fabris concluiu a produção de 600 unidades, tendo logrado vender 400 dessas unidades, ao preço unitário de R$ 120,00. No mesmo período foram coletadas as seguintes informações: Custo Variável unitário – R$ 20,00 Total de Custos Fixos - R$ 18.000,00 Despesas Variáveis de vendas de R$ 2,00 por unidade Inexistência de Estoque Inicial de Produtos no período. Com base nessas informações, calcule pelo Custeio por Absorção: O Custo dos Produtos Vendidos, o Estoque Final de Produtos e o Lucro Líquido do período: Solução: Produção - 600 unidades Vendas - 400 unidades x 120,00 = R$ 48.000,00 Custo Variável unitário - R$ 20,00 Custos Fixos - R$ 18.000,00 Despesas de Vendas - R$ 2,00/unid. x R$ 400,00 = R$ 800,00 Pelo Custeio por Absorção: Custo Fixo unitário - R$ 18.000,00 / 600 unidades = 30,00 Custo Variável por unidade = 20,00 Custo Total unitário = 50,00 DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO VENDAS (400 unid. x R$ 120,00) 48.000,00 ( - ) Custo de Produtos Vendidos (400 unid. x R$ 50,00) 20.000,00 Lucro Bruto 28.000,00 ( - ) Despesas Variáveis (400 unid. x 2,00) 800,00 Lucro Líquido 27.200,00 Estoque Final: 200 unid. x R$ 50,00 = 10.000,00 Custos de Produtos Vendidos: 400 unid. x R$ 50,00 = 20.000,00 27 MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO O Método de Custeio por Absorção, também chamado Custeio Pleno ou Integral, é o mais utilizado quando se trata de apuração de resultado e consiste em associar aos produtos e serviços os custos que ocorrem na área de elaboração, os seja, os gastos referentes às atividades de execução de bens e serviços. Satisfaz aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, não considera as despesas como integrantes dos estoques dos bens e serviços, mas todos os custos aplicados em sua obtenção. Do ponto de vista técnico-contábil, além de seguir os princípios contábeis que lhe são pertinentes, atende à legislação em vigor no país. Ele possibilita a apuração de resultados e o cálculo dos impostos e dos dividendos a distribuir, pois todos os custos de produção (variáveis e fixos; diretos e indiretos) são incluídos no custo dos produtos para fins de valorização dos estoques. Excluem-se apenas os gastos não fabris, considerados como despesas do período. VARIÁVEIS Matéria-Prima Mão-de-Obra Direta Energia Elétrica (força) Combustíveis das Maqui- nas FIXOS Mão-de-Obra Indireta Depreciação Aluguel Energia Elétrica(Ilumina- ção fábrica) Supervisão PRODUÇÃO EM ELABORAÇÃO ESTOQUE DA PRODUÇÃO ACABADA VARIÁVEIS De Vendas FIXAS Administrativas De Vendas CUSTOS DE PRODUÇÃO RESULTADO DAS VENDAS ( - ) C. P. V. ( = ) RESULTADO BRUTO DESPESAS ( - ) DESPESAS DE VENDAS ( - ) DESPESAS ADMINISTRATIVAS E DE VENDAS LUCRO ( = ) RESULTADO LÍQUIDO 28 CUSTEIO DIRETO OU VARIÁVEL Se a empresa entende que a melhor forma de custeio para seus produtos é o custeio direto, o sistema de acumulação de custos só coletará, para apuração do custo dos produtos, os custos e despesas diretamente relacionadas aos produtos. Apesar de normalmente ser chamado de custeio direto, a nomenclatura correta é custeio variável, porque esse método de custeio utiliza-se apenas dos custos e despesas que têm relação proporcional e direta com a quantidade de produtos. A nomenclatura custeio direto vem do fato de que a maioria dos custos variáveis são custos diretos, em quase todos os produtos. No custeio direto ou variável, os custos fixos indiretos não são alocados aos produtos e são tratados como despesas do período. Partindo
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