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DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

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Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium 
Módulo: Direito Internacional Privado
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Módulo: Direito Internacional Privado
Prof. Ms. Sérgio Henrique dos Santos Matheus
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 INTRODUÇÃO
	
Alguns aspectos explicam a importância do Direito Internacional Privado:
Diversidade de Ordenamentos Jurídicos;
Extraterritorialidade das leis;
Intercâmbio internacional (Comércio e Globalização);
Cosmopolitismo humano (Internet e possibilidade e acesso à viagens internacionais.
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 INTRODUÇÃO
	 Em princípio cada Estado possui normas próprias de Direito Internacional Privado no seu ordenamento jurídico, assim cada juiz aplicará sempre as normas de direito internacional privado vigente no lugar do foro, ou seja, a chamada “Lex fori”.
O fenômeno da Globalização e a Internacionalização das relações privadas produzem efeitos no ordenamento jurídico interno dos Estados: responsabilidade civil, contratos, bens, família, sucessões, etc...
A finalidade do Direito Internacional Privado é disciplinar situações jurídicas, dando soluções aos problemas advindos das relações privadas internacionais.
 
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 INTRODUÇÃO
	 Ordenamento Jurídico Nacional é aplicável dentro das fronteiras do Território do Estado. Mas essa limitação não é absoluta, havendo casos em que, por opção do legislador nacional, o julgador aplica um outro sistema jurídico (Direito como sendo “ars boni et aequi” [arte do bom e do justo] – Ulpiano), princípio da extraterritorialidade da norma, relação jurídica interjurisdicional.
No Brasil aplica-se o Princípio da Territorialidade Moderada/Mitigada, assim no território brasileiro aplica-se, em regra, a lei brasileira e excepcionalmente a norma estrangeira, desde que autorizada pela lei.
 Quando a relação jurídica possui um elemento estrangeiro (Estraneidade), a relação jurídica passa a ser internacional e o sistema jurídico interno é insuficiente para cuidar do caso.
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INTRODUÇÃO
Finalidade do DIPr: Dar solução aos problemas jurídicos advindos das relações privadas internacionais (situações multiconectadas ou plurilocalizadas).
Direito Internacional Privado: Direito do Direito.
Normas de sobredireito ou apoio: regras sobre o campo de aplicação espacial das normas materiais, pois visa disciplinar a norma jurídica desde sua emissão até sua aplicação;
Em princípio, o DIPr não indaga o conteúdo dos ordenamentos jurídicos potencialmente aplicáveis (método conflitual tradicional), somente qual será utilizado para a solução da lide;
Apenas determina, em abstrato, qual será o ordenamento jurídico competente para regular a situação em questão (“um salto no escuro”, LEO RAAPE, 1961, p. 90).
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Histórico 
O estudo da História do DIPr é fundamental para que se entenda a técnica de solução dos conflitos de leis no espaço hoje.
O Direito Internacional Privado não é fruto da criação dos legisladores, mas sim de um longo percurso de fatos e eventos e de muitas discussões e reflexões sobre os acontecimentos da vida prática das pessoas e das empresas.
“O Mercador de Veneza” (1596) – Willian Shakespeare (1564 – 1616) – 
“Amistad” - (1.997) -1829
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Histórico 
 Fase Doutrinária – O direito internacional privado surge para solucionar conflitos de comércio envolvendo a Europa e o Oriente Médio, considerando a presença do elemento estrangeiro nas transações;
Conflito entre o direito pessoal e o direito territorial – As escolas estatutárias – O DIPr surge para solucionar problemas apontado qual direito positivo deveria ser aplicado entre disputas entre Cidades-Estados com sistemas jurídicos diferentes. Surgimento entre as Cidades – Estados do norte da Itália (Gênova, Pisa, Milão, Bolonha, Florença, Parma, Siena, entre outras)
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Histórico 
 Fase Predoutrinária – Predomínio dos sistemas da personalidade e territorialidade das leis.
Aplicação do “Ius Gentium” (direito dos não cidadãos romanos) e o “Praetor Peregrinus”;
O “Corpus Iuris Civilis” – Quase nada dizia sobre a aplicação da lei estrangeira – Somente aplicavam a sua própria lei, considerado superior.
Do século VI ao XI – o domínio da lei pessoal de origem (o direito pessoal das partes) para definir a lei aplicável;
A territorialidade das leis – O direito se difere de cidade em cidade – Aplicação da teoria do direito natural .
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Histórico – Escolas Estatutárias 
 Escola Italiana – Bartolo de Sassoferrato (Pai do Direito Internacional Privado – séc. XIV) – Não de perguntava qual ordenamento jurídico deveria ser aplicado, mas qual grupo de relações se enquadram em determinada regra de direito;
Escola Francesa – Bertrand D’Argentré (séc. XVI): As partes contratantes poderiam escolher a lei a ser aplicada em seu acordo;
Escola Holandesa – HUGO GRÓCIO e ULRIC HEBER (séc. XVII): Reforço do Conceito da Soberania ou seja o direito era aplicado com fundamento no consentimento tácito das nações como forma de Cortesia ou Conveniência.
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Histórico – Escolas Estatutárias 
 Escola Alemã – Heinrich Cocceji (séc. XVIII): Doutrina apegada à divisão dos estatutos em pessoais, reais e mistos, assim o domicílio é o Estatuto Pessoal; O lugar onde a coisa se encontra é o Estatuto Real; e o lugar da celebração do ato é o Estatuto Regulador da sua forma;
FASE MODERNA
Teoria de Josef Story;
Teoria de Friedrich Carl Von Savigny;
Teoria de Pasquale Mancini;
Teoria de Antoine Pillet.
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Direito Internacional Privado
Histórico 
 A denominação "Direito Internacional Privado" foi cunhada pelo jurista americano Joseph Story em sua obra Commentaries on the Conflict of Laws, de 1834, e empregada pelo jurista francês Jean-Jacques Gaspard Foelix no título de uma de suas obras, Traité du Droit International Privé ou du conflit des lois des differentes nations, de 1843.
 Outras denominações foram dadas, mas sempre sem a devida aceitação. Vejam-se: Direito Intersistemático (Arminjon); Normas de Colisão (Hert); Direito Civil Internacional (Laurent); Conflito das Leis (Beale, Stumberg, Goodrich); Direito Interespacial (Pontes de Miranda); Direito dos Limites (Frankenstein) etc.
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Direito Internacional Privado
Conceito
“O Direito Internacional Privado é o ramo da ciência jurídica onde se definem os princípios, se formulam os critérios, se estabelecem as normas a que deve obedecer a busca de soluções adequadas para os conflitos emergentes de relações jurídico-privadas internacionais”. Norberto Bobbio . Dicionário Jurídico.
Relação Jurídicas privadas com Conexão Internacional – Fenômeno da Globalização
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 	Conceito: Ramo da ciência jurídica dedicado ao estudo do conjunto das normas que regulamentam as relações jurídicas privadas com um elemento estrangeiro. (MACEDO, 2011 - Conexão Internacional). 
 Niboyet citado por Strenger (1997, p. 67) sustenta que o Direito Internacional Privado é “o ramo do Direito Público que tem por objeto fixar a Nacionalidade dos indivíduos, determinar o Direito de que gozam os Estrangeiros e resolver os conflitos de lei relativos ao nascimento e respeito dos direitos”.
O conflito de leis no qual a situação jurídica poderá ser regulada por mais de um ordenamento, essas situações possuem características distintas das situações internas, necessitando de regulamentação específica. 
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Direito Internacional Privado
Objeto
O Objeto destas relações jurídicas é o conflito das leis no espaço em que duas os mais normas podem ser aplicadas a determinada situação na decisão do caso concreto pelo Juiz. Alguns Autores incluem dentre estes objetos as questões voltadas a Nacionalidade e a Condição Jurídica do Estrangeiro – Doutrina da escola estatutária Francesa.
Não compete ao DIPr fornecer a norma material aplicável ao caso, somente designar o ordenamento jurídico ao qual a norma aplicável deverá ser requerida.
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Direito Internacional Privado
Fontes
A Lei – Fonte Primária; Leis extravagantes e dispositivos contidos em Códigos, temos de citar o Decreto-Lei n° 2.044, de 31.12.1908 (regula as operações de câmbio) arts. 42 a 47; Lei de introdução às Normas do
Direito Brasileiro – Lei nº 12.376/2010; Os arts. 98 e 100 do Código Tributário Nacional; o art. 88, 89 e 90 do Código de Processo Civil, que disciplina competência internacional; O art. 337 do CPC que trata da prova do direito estrangeiro; Código Civil, em vários pontos; e o Estatuto do Estrangeiro, Lei n° 6.815, de 19.08.1980, atualizada pela Lei n° 6.964, de 09.12.1981, devidamente regulamentada pelo Decreto n° 86.715, de 10.12.1981, além da Lei n° 7.180, de 20.12.1983, reguladora da concessão da permanência no Brasil de estrangeiros registrados provisoriamente e Código Civil. 
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Fontes
O Costume – Fonte Secundária;
 A Jurisprudência – Limita-se a decisões de homologação de sentenças estrangeiras (art. 105, inciso I, letra “i” CF)
A Doutrina;
Os Tratados – Convenção de Viena sobre a Venda Internacional de Mercadorias; Convenção de Direito Internacional Privado- Código Bustamante (Antonio Sánchez de Bustamante y Sirven), de Havana (1928); Convenção Interamericana sobre Normas Gerais de Direito Internacional Privado, concluída em Montevidéu, Uruguai, em 8 de maio de 1979, etc... 
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Os Tratados – A Conferência da Haia de Direito Internacional Privado é uma organização intergovernamental que tem por finalidade trabalhar para a unificação progressiva das regras de direito internacional privado.No âmbito desta organização foram concluídas, desde 1951 a 2014, trinta e nove instrumentos internacionais sobre várias áreas do Direito Internacional Privado com aplicação no mundo.
 São de sessenta e cinco o número de Estados Membros da Conferência da Haia de Direito Internacional Privado. Ser Estado Membro da Conferência significa ter declarado aceitar o respectivo Estatuto, mas o fato de um Estado não ser Membro da Conferência não impede que esse mesmo Estado se possa vincular às Convenções Internacionais adotadas por esta Organização Internacional. Decreto 7.156/2010 - Ratificação pelo Brasil.
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Direito Internacional Privado
Fontes
 Código Civil, Art. 2.035. “A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor deste Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas partes determinada forma de execução”.
Parágrafo único. “Nenhuma Convenção prevalecerá se contrariar preceitos de Ordem Pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos”.
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Direito Internacional Privado
Fontes
Os Tratados –
Parágrafo único. “Nenhuma Convenção prevalecerá se contrariar preceitos de Ordem Pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos”.
(Ordem Pública é o conjunto mínimo de condições essenciais a vida social digna e conveniente. No Plano dos Costumes, estes são a soma dos valores morais e políticos de um povo.)
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Princípios Fundamentais
Os códigos e leis não nascem pronto. Toda mudança legislativa gera dúvidas e incertezas. Assim os códigos e normas, com seus termos abertos, somente vão ser densificadas no caso concreto”, por meio da ponderação de valores e princípios instituídos pelo pensamento jurídico.
Para Robert Alexy (in Teoria dos Direitos Fundamentais) “princípios são mandatos de otimização”, cujos fundamentos devem ser observados pelos aplicadores do Direito, não tendo aplicação imediato, são sim aplicáveis aos casos concretos que se apresentam ao interprete da Lei.
No caso de colisão de Princípios, os critérios gerais para a solução de conflitos de normas não são aplicáveis, a técnica a ser aplicada é a da Ponderação ou Sopesamento.
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Princípios Fundamentais
No que tange a Regras, estas contém em si próprias a descrição de um fato específico, sendo aplicadas com a ocorrência do fato concreto e para a solução de conflito aparente de normas, se aplicam os critérios de antinomínia de 1º e 2º graus.
Em primeira grau, aplicam-se os critérios da especialidade, anterioridade ou cronológico, e o da hierarquia.
Em 2º Grau, o conflito que antagoniza não é entre normas mas entre os próprios critérios.
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Princípios Fundamentais
Os conflitos entre critérios podem apresentar as seguintes formas: 
a) Hierárquico conflitando com o cronológico: quando uma norma anterior-superior é antagônica a uma norma posterior-inferior; 
b) De Especialidade conflitando com o cronológico: quando uma norma anterior-especial é antagônica a uma norma posterior-geral; 
c) Hierárquico conflitando com o de especialidade: quando uma norma superior-geral é antagônica a uma norma inferior-especial. (BOBBIO, Norberto. In – Ordenamento Jurídico)
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Princípios Fundamentais
Viver honradamente, não causar mal a outrem, garantir a cada um o que é seu, Ulpiano (O direito como arte do justo e do adequado) .
Democracia pluralista, respeito pelos Direitos Humanos e Legalidade, em respeito ao elencado Declaração de Estrasburgo, 1997, do Conselho da Europa (Convenção Europeia sobre Nacionalidade).
Base constitucional, Benjamin Cardozo.
Nas suas relações internacionais o Brasil se rege pelos princípios da Independência Nacional, prevalência dos Direitos Humanos, Não Intervenção, Igualdade entre os Estados e outras normas básicas do DIREITO INTERNACIONAL(CF/88, art. 4° e seus incisos)
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Princípios Fundamentais
	Hans Kelsen já entendia que os grandes princípios do Direito Internacional Privado emanam do Direito Internacional Público, como:
 A aplicação das leis de outros Estados;
 A vedação ao questionamento de validade de atos praticados por outros Estados dentro de sua Jurisdição;
 Reconhecimento da validade dos direitos adquiridos no estrangeiro sob a égide da lei local.
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INTRODUÇÃO – Método Conflitual
O DIPr. pretende responder a três perguntas:
Onde acionar? Conflito de jurisdições: No primeiro momento do litígio, é preciso determinar a competência do órgão jurisdicional, art. 88, do CPC;
 Que lei aplicar? Determinação da lei aplicável: Seu funcionamento, prova e aplicação do direito estrangeiro, e parte especial;
Como executar um ato ou decisão estrangeira? Cooperação interjurisdicional: Questões que podem surgir no curso do processo, envolvendo a participação de uma outra jurisdição, de forma ativa ou passiva – Cartas Rogatórias e Sentenças estrangeiras a serem cumpridas no país;
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O MÉTODO CONFLITUAL PARA DEFINIÇÃO DO DIREITO APLICÁVEL
O Método Conflitual surgiu na Idade Média, por professores de Bolonha, ao resolverem os conflitos que surgiam na colisão de regras de estatutos das cidades-estados italianas, relacionados com o contato de marcadores locais e os de outras cidades. 
No século XIX, surge o DIPr positivo, com regras inseridas nas grandes codificações, e o surgimento das teorias de Savigny, que desenvolveu a noção de que vivemos em uma comunidade de direito internacional, cujo âmbito é possível resolver os conflitos de leis de cárater internacional através da lei do foro e a lei estrangeira; e Mancini, que foi um dos grandes impulsionadores do movimento de codificação internacional do DIPr.
 
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O MÉTODO CONFLITUAL PARA DEFINIÇÃO DO DIREITO APLICÁVEL
 As normas em relação ao DIP são classificadas, segundo a opinião de alguns internacionalistas segundo a sua fonte, quanto à aplicação e quanto à natureza.
	Quanto à aplicação, Martin Wolff (STRENGER, 1973, p. 429) assim as classifica: normas de aplicação imperfeita e normas de aplicação perfeita.
	São Normas Imperfeitas todas aquelas que visam mais a beneficiar, favorecer os seus nacionais, são normas instrumentais. Tomemos como exemplo o art. 10 da Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro, especialmente o seu §1º, cujo teor segue-se:
 
 “A vocação para suceder em bens estrangeiros situados no Brasil será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge brasileiro e dos filhos do casal, sempre que não lhes seja mais favorável a lei do domicílio.”
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O MÉTODO CONFLITUAL PARA DEFINIÇÃO DO DIREITO APLICÁVEL
Normas Perfeitas: São justamente as que têm aplicação indistinta no tocante a nacionais e estrangeiros. São, na realidade, inúmeras a ponto de tomarmos as primeiras como exceções, sendo que, no Brasil, o exemplo mais típico está no art. 5º, “caput”, da Constituição vigente:
 
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:”
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O MÉTODO CONFLITUAL PARA DEFINIÇÃO DO DIREITO APLICÁVEL
 Quanto à natureza, Carlos Ghirardini (DOLINGER; TENÓRIO, 1976, p. 106) classifica as normas de Direito Internacional Privado em Direito em Matéria Internacional, Organização Jurídica Internacional e Direito Público Externo.
 No primeiro agrupamento, estariam as normas de interesses locais, salientando que as normas de DIPr constituem tantos grupos quantos são as organizações territoriais.
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O MÉTODO CONFLITUAL PARA DEFINIÇÃO DO DIREITO APLICÁVEL
# Coordena para harmonizar a convivência entre elementos de leis soberanas diversas indicando a norma aplicável, visando a solução de conflitos (Dolinger, 1999, p. 37).
O Método Conflitual classifica as relações jurídicas em categorias preestabelecidas no Direito Interno e em seguida atribui cada uma dessas relações a uma ordem jurídica à qual ela pertence. O enfoque é na relação jurídica e sua Conexão Territorial.
O Direito aplicável a uma relação jurídica de direito privado, com Conexão Internacional, é determinado pelas normas de Direito Internacional Privado da lei do foro (Lex Fori – Local de impetração da Ação - cada Estado possui suas próprias regras de DIPr). 
Em tese, o Direito aplicável tanto pode ser o Direito do Foro como o Estrangeiro, dependendo do elemento de conexão. (Vide artigos 88 do CPC Brasileiro – Competência concorrente)
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CONFLITOS DE LEIS
 Há duas espécies de conflitos: O conflito de leis no tempo e o conflito de leis no espaço. Do primeiro, trata o Direito intertemporal e, do último, o Direito Internacional Privado.
 As vigas-mestras do Direito Intertemporal estão inseridas nas disposições do art. 2.º, do Decreto-lei n.° 4.657/42, modificada pela Lei n• 12.376, de 30 de dezembro de 2010 (Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro - antiga – LICC), senão vejamos:
 “ Art. 2.° Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue’’.
 “§ 1.° A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior...”
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2. O MÉTODO CONFLITUAL PARA DEFINIÇÃO DO DIREITO APLICÁVEL
Portanto, de acordo com o método conflitual aplicável, ao julgar uma causa de Direito Privado, com Conexão Internacional, o juiz executa duas operações:
1º: DETERMINA O DIREITO APLICÁVEL (NACIONAL OU ESTRANGEIRO, CONFORME A NORMA DE DIPr. DO FORO- Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro)
2º: IDENTIFICA E APLICA AS NORMAS INTEGRANTES DESSE ORDENAMENTO JURÍDICO À CAUSA “SUB JUDICE”.
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O MÉTODO CONFLITUAL PARA DEFINIÇÃO DO DIREITO APLICÁVEL
Toda norma indicativa no DIPr. é composta necessariamente de duas partes: 
 OBJETO DE CONEXÃO: Descreve a matéria (categoria) à qual se refere uma norma indicativa. Abrange conceitos jurídicos, direitos ou pretensões jurídicas (casamento, divórcio, contratos, estado civil, etc...).
 ELEMENTO DE CONEXÃO: Determina o critério para definição do direito aplicável (Domicílio, nacionalidade, situação do bem ou coisa, raça, etc...). A sede jurídica a ser localizada conforme o elementos de conexão, viabilizando a resolução do Direito a ser empregado no caso concreto. 03 modalidades: pessoais; reais; e conducistas (celebração e execução de contratos, vontade das partes)
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O MÉTODO CONFLITUAL PARA DEFINIÇÃO DO DIREITO APLICÁVEL
Exemplos (LINB): 
Art. 7º. “A lei do país em que for domiciliada a pessoa” (elemento de conexão) “determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família” (objeto de conexão)
Art. 7º, §4º. “O regime de bens (objeto de conexão), legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílios (elemento de conexão) ;”
Art. 9º. “Para qualificar e reger as obrigações (objeto de conexão), aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem (elemento de conexão) .
Art. 10º. “A sucessão (objeto de conexão) por morte ou por ausência obedece á lei do país em que era domiciliado (E. de C.). o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.”
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Etapas de solução do conflito de leis no espaço
Reconhecimento da que estamos diante de um fato comum do Direito Internacional Privado que contém elemento estrangeiro;
Entendimento de que os elementos estrangeiros que se associam ao fato comum o transformaram em um fato de conexão internacional, gerando um conflito de leis no espaço;
Definição da natureza jurídica do fato analisado (direito de família, direito das sucessões, direito das obrigações, etc...), com base na Lex Fori do país em que foi levada à apreciação do Poder Judiciário o litígio;
Identificar a regra de solução de conflito de leis segundo a natureza jurídica do fato em análise – LINDB (Lei nacional ou estrangeira).
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Etapas de solução do conflito de leis no espaço
De acordo com a regra de conflito identificada acima, chega-se ao elemento de conexão (Domicílio, Nacionalidade, etc...) e a seguir o direito aplicável (Doméstico ou Internacional), obtendo-se assim a norma de solução do conflito de leis indicada;
Entendimento de que o Direito material indicado (Nacional ou Internacional) pela norma de solução de conflitos (LINB) DEVE resolver o conflito de leis e não criar outro conflito ou retarda a solução;
Aplicar ao caso em análise o direito material rigorosamente indicado pela norma de solução de conflito, seja nacional ou estrangeira, NÃO SE PERMITINDO O REENVIO.
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Técnica de solução dos casos com conexão internacional
Litígio . . . .
Solução do conflito de leis ....... (Qual a lei aplicável)
Direito Material indicado (Nacional ou estrangeira...)
 Solução do Litígio (aplicação do Direito Nacional ou Estrangeiro), resolvendo o problema subjacente que deu origem à controvérsia. Julgamento da lide.
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QUESTÕES - 24
A sociedade empresária Airplane Ltda., fabricante de aeronaves, sediada na China, celebrou contrato internacional de compra e venda com a sociedade empresária Voe Rápido Ltda, com sede na Argentina. O contrato foi celebrado no Japão, em razão de uma feira promocional que ali se realizava. Conforme estipulado no contrato, as aeronaves deveriam ser entregues pela Airplane Ltda., na cidade do Rio de Janeiro, no dia 1º de abril de 2011, onde a sociedade Voe Rápido Ltda. possui uma filial e realiza a atividade empresarial de transporte de passageiros.
Diante da situação exposta, à luz das regras de Direito Internacional Privado veiculadas na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e no estatuto processual civil brasileiro (Código de Processo Civil – CPC), assinale a afirmativa INCORRETA.
A) Não sendo as aeronaves entregues no prazo avençado, o Poder Judiciário brasileiro é competente para julgar eventual demanda em que a credora postule o cumprimento do contrato.
B) No tocante à regência das obrigações, aplica-se, no caso vertente, a legislação japonesa.
C) O Poder Judiciário Brasileiro não é competente para julgar eventual ação por inadimplemento contratual, pois o contrato não foi constituído no Brasil.
D) O juiz, não conhecendo a lei estrangeira, poderá exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência. 
 ELEMENTO DE CONEXÃO
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 Definição: Para a definição do direito aplicável , cada país traz,
tem em seu conjunto de leis, um elemento de conexão específico, que pode ser a Nacionalidade, o Domicílio a autonomia da vontade, a Religião, a Raça, a Vizinhança etc. No Brasil aplicamos a Lei de Introdução às Normas do Direitos Brasileiro – Lei nº 12.376/2010.
Haroldo Valladão, definiu os elementos de conexão como mísseis que transportam as leis de um para outro Estado.
 ELEMENTO DE CONEXÃO
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 Os elementos de conexão podem ser divididos em relação à capacidade da pessoa física; capacidade da pessoa jurídica; aspectos extrínsecos; aspectos intrínsecos.
Em relação à capacidade da pessoa física pode-se dizer que existem três sistemas para a determinação da lei aplicável em matéria de capacidade: a territorialidade (lex fori), a nacionalidade (lex patriae) e o domicílio (lex domicilii). 
 O Brasil, pelo disposto no artigo 7º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, segue o sistema do domicílio, em que dispõe “a lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família”.
 ELEMENTO DE CONEXÃO
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Domicílio: O Brasil adota hoje o Domicílio (Lex domicilii) como elemento de conexão principal, nos termos do art. 7º, da LINB. Anteriormente seguia a Nacionalidade (Lex patriae), situação modificada com o advento da Segunda Guerra Mundial, em razão de que os países do Eixo - Alemanha, Itália e Japão — tinham muitos dos seus súditos domiciliados no Brasil.
 O elemento de conexão Domicílio é da lavra de Teixeira de Freitas (CASTRO, 1977, p. 588), que também seguiu as pegadas de Savigny (Teoria da sede da relação jurídica), grande expressão jurídica de todos os tempos, tornando-se o centro de gravidade das relações jurídicas internacionais no Brasil.
ELEMENTO DE CONEXÃO
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 O Brasileiro pode ter mais de um Domicílio (art. 70 a 78, CC). Contudo, para o DIPr. só há um domicílio, ou seja, o Geral.
Na área do nosso sistema, encontramos algumas exceções, tais como o Domicílio das tripulações dos navios mercantes, pois este é sempre o lugar onde estiver matriculada a embarcação (Lei do embandeiramento – art. e art 274/Cd. B.).
Tratando-se de navio militar, o Domicílio da tripulação é o da base ou estação naval. 
O Domicílio da União é o Distrito Federal; O dos Estados é a sede de suas Administrações, ou seja, as capitais de cada Estado; O Domicílio da pessoa que não tem residência habitual é no lugar onde se encontra (art. 73 - CC). 
ELEMENTO DE CONEXÃO
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 Brasil adota o concurso sucessivo em relação ao Elemento de Conexão na busca do direito aplicável, ou seja, em primeiro lugar, observa-se o local de Domicílio, na sua falta ou ausência, o local de Residência, e inexistindo esta, o lugar onde a pessoa se encontra (art. 7º, parágrafo 8º, da LINB – artigos 22 a 26 do Código Bustamentes. ).
ELEMENTO DE CONEXÃO
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 É a Nacionalidade um elemento de conexão de grande evidência em virtude de ser adotado pelos países da Europa e de outros continentes, foi introduzida no Direito Internacional Privado por Pasquale Stanislao Mancini no século XIX, ao elaborar o conceito de Nação.
A Nacionalidade, sob o ponto de vista jurídico, que constituiu o objeto do presente estudo, é o “vínculo que une o indivíduo ao Estado, impondo ao indivíduo obrigações e concede-lhe direitos, inclusive de natureza política, perante este Estado.” (Podestá Costa, 2012). Sem Nacionalidade, o indivíduo não pode exercer a sua Cidadania, perdendo inclusive a sua proteção diplomática.
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2. NACIONALIDADE
 A Nacionalidade é um direito fundamental insculpido em vários instrumentos internacionais de Direitos Humanos, tanto a nível Global, como Regional.
A Convenção da Haia de 1930, realizada sob os auspícios da Assembleia da Liga das Nações, foi a primeira tentativa internacional para garantir que todas as pessoas tenham uma nacionalidade.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (art. XV, item 1 e 2) e a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (art. 20), são os instrumentos mais modernos sobre este tema.
ELEMENTO DE CONEXÃO
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2. NACIONALIDADE
 
A Nacionalidade é originária ou natural, quando advinda do nascimento, e adquirida, quando é mudada após o nascimento por meio da naturalização.
Existem dois Sistemas determinantes da Nacionalidade de origem: a) ius sanguinis: a nacionalidade do ascendente determina a nacionalidade do descendente; e b) ius soli: a nacionalidade é uma consequência do lugar do nascimento.
ELEMENTO DE CONEXÃO
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2. NACIONALIDADE
Dentro do Sistema do ius soli, são brasileiros os nascidos no solo pátrio, nas aeronaves militares e públicas, nos navios de guerra, no mar territorial, nas sedes das embaixadas ou consulados, nas ilhas, nos golfos, nos estreitos, nos canais, nos lagos, nos rios, bem como em nosso espaço aéreo (art. 12, I, letra “a” da CF/88).
ELEMENTO DE CONEXÃO
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2. NACIONALIDADE
São também brasileiros, por exceção ao sistema do ius soli, os filhos de brasileiros nascidos no estrangeiro quando pelo menos um dos pais estiver a serviço do Brasil, sistema ius sanguinis (art. 12, I, letra “b” – CF/88).
Igualmente são nacionais os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, embora não estejam a serviço do Brasil, desde que venham residir neste país e optem, em, qualquer tempo ( lei nº 818/49 – fala em 04 anos) pela nacionalidade brasileira (art. 12, inciso I, letra “c”, da CF de 1988).
ELEMENTO DE CONEXÃO
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2. NACIONALIDADE
	Em face dos dois sistemas, uma pessoa pode ter mais de uma nacionalidade, caso de Polipátrida. Ou, por circunstâncias outras, poderá não ter nenhuma, caso de Apátria. Vide as situações do artigo 12, § 4º, da CF/88.
I — tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; 
II — adquirir outra nacionalidade, por naturalização voluntária.
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	Mudança de Nacionalidade: A liberdade individual na aquisição secundária de Nacionalidade e a expressão dos direito de mudar e de não mudar de nacionalidade, faculdades que se subdividem em:
Direito de Mudar: 
Direito de perder (renunciar) – Quando um indivíduo requer naturalização em um outro país, geralmente é exigido que renuncie à nacionalidade anterior.
 - Convenção de Haia sobre Nacionalidade de 1930, permite o repúdio na nacionalidade de nascimento, desde que filho de Cônsul ou funcionário de país estrangeiro, desde que permaneça com a dos pais, art. 6º.
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Direito de adquirir: Todos tem o direito de adquirir a nacionalidade que desejar (art. 20 da Convenção Interamericana de Direitos Humanos)
Direito de não Adquirir: Este direito se manifesta no caso de cessão ou anexação de território de uma parte ou soberania – Desrespeito a autonomia da vontade do indivíduo – Em consequência de Guerra ou Tratado de Paz. Geralmente o país anexador exige a mudança de nacionalidade dos indivíduos do país anexado – Cabe conceder o direito de opção aos nacionais.
ELEMENTO DE CONEXÃO
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2. NACIONALIDADE
Direito de Não Perder: As pessoas do território anexado dever permanecer com a nacionalidade anterior, desde que o Estado não tenha desaparecido ou sido anexado.
 - Um Estado deverá respeitar a Convenção para a Redução da Apatrídia da ONU de 1954 e 1961, que em seu artigo 8º esclarece: “Os Estados contratantes não destituirão uma pessoa de sua nacionalidade se isto causar sua apatrídia”
CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
	Na época contemporânea, as condições jurídicas do estrangeiro são quase as mesmas nos diversos Estados, sofrendo restrições apenas em alguns deles.
	O art. 5º, caput, da atual Constituição Federal é bem incisivo:
 “Art. 5.° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade...”
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CONDIÇÕES JURÍDICAS DO
ESTRANGEIRO
	Conceito: - Nacionalidade é o vínculo jurídico político que liga um indivíduo a um certo e determinado Estado, fazendo deste indivíduo um componente do povo, da dimensão pessoal deste Estado, capacitando-o a exigir sua proteção e sujeitando-o ao cumprimento de deveres impostos. (MORAES, p. 196, 2003)
Espécies: - A competência para legislar sobre nacionalidade é exclusiva do próprio Estado (art. 22, XIII – CF/88).
Existem duas espécies de nacionalidade, a primária e a secundária.
A nacionalidade primária, também conhecida por originária, resulta do nascimento a partir do qual, através de critérios sanguíneos, territoriais, laboral ou mistos será estabelecida a nacionalidade do indivíduo.
A nacionalidade secundária ou adquirida é a que se adquire por vontade própria, após o nascimento, e em regra pela naturalização.
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CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
	 A Nacionalidade é uma questão relacionada à Soberania e uma direito internacionalmente reconhecido, sendo concedido aos estrangeiros o gozo de direitos em igualdade com os nacionais – Atende ao princípio da hospitalidade universal (art. 5, caput – CF e art. 1º do Cd.B – Exceções – Art. 5º, XXXI (Sucessão); Art. 190 (aquisição de propriedade Rural ) e art. 227, §5º (Adoção), todos da CF/88.
Os instrumentos internacionais garantem aos indivíduos o Direito a uma Nacionalidade, exemplo desta proteção encontramos no Código Bustamante, art. 9 a 21 e o art. 20, da Convenção Interamericana de Direito Humanos e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, art. 15, item 1.
 
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CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
	 Código Bustamante, art. 9.
Art. 9º Cada Estado contratante aplicará o seu direito próprio à determinação da nacionalidade de origem de toda pessoa individual ou jurídica e à sua aquisição, perda ou recuperação posterior, realizadas dentro ou fora do seu território, quando uma das nacionalidades sujeitas à controvérsia seja a do dito Estado. Os demais casos serão regidos pelas disposições que se acham estabelecidas nos restantes artigos deste capítulo.
 
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CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
O Pacto de San Jose da Costa Rica, diz que aos países que assinaram o Pacto:
 Artigo 20 – Direito à Nacionalidade:
1. Toda pessoa tem direito a uma Nacionalidade.
2. Toda pessoa tem direito à Nacionalidade do Estado em cujo território houver nascido, se não tiver direito a outra.
3. A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua nacionalidade, nem do direito de mudá-la.
 A Declaração Universal dos Direitos do Homem em seu artigo 15, item 1, é no mesmo sentido determinado o respeito ao direito a Nacionalidade a todas as pessoas, bem como a proibição de sua privação arbitrária ou do direito de trocá-la.
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CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
	 Segundo a Regra atribuidora de Nacionalidade originária conhecida como ius sanguinis ("direito de sangue", em latim), é nacional de um Estado o filho(a) de um nacional daquele Estado é nacionalidade por filiação, regra em que a atribuição de nacionalidade estipula que esta é transmitida tanto pelo pai quanto pela mãe (ambilinear – Ex. Brasil). 
 Todavia, alguns países (Líbano, Itália e a Síria) adotam o ius sanguinis patrilinear (somente o pai transmite a nacionalidade), sendo a mais utilizada pelos sistemas legais europeus, assim também a matrilinear (Ex. Espanha – Povo Akan/África) 
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CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
	
 Sua adoção é justificada por países de tradição emigratória (como os europeus) como uma maneira de manter o vínculo com o emigrante e sua família no exterior.
 Já o ius soli ("direito do solo") estabelece como critério originário de atribuição de Nacionalidade o Território onde nasceu o indivíduo, não importando a nacionalidade dos pais, apenas o local do nascimento. 
 É a regra mais favorecida pelos países de imigração (como os das Américas), que buscam acolher a família do imigrante e assimilá-la à sociedade e locais de origem.
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CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
	Quem serão as pessoas enquadradas na definição de estrangeiros? Inicialmente devemos definir quem são os brasileiros, para tanto o art. 12, da CF/88 é ilustrativo no caminho para a solução destes questionamento. Assim serão estrangeiros todas as pessoas que não podem ser considerados brasileiro por origem ou derivação, “Estrangeiro é o não nacional.”( CAHALI, 2010, p. 26)
# Nascimento acidental em solo brasileiro – não se fazem presentes as Presunções afetivas ao solo por falta de identidade de hábitos costumes, e educação – aplicação do ius sanguinis. (CAHALI, 2010, p. 43)
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CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
	 Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; {(ius soli) – art. 41, do C. C. – União, Estado, Distrito Federal, Municípios – Autarquias e Associações Públicas – Organismos Internacionais – NÃO}
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; (ius sanguinis)
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Opção de Nacionalidade – Facultas sanguinis)
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CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
	 Art. 12. São brasileiros:
II - naturalizados:
os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
§ 1º   Aos portugueses com residência permanente (Art. 16 – Lei nº 6.815/80) no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro (Naturalizado- Quase Nacionalidade), salvo os casos previstos nesta Constituição. (Decretos 70.391 e 70.436)
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CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
	 Art. 12. São brasileiros:
.§ 1º   Aos portugueses com residência permanente serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro.
Requisitos:- Artigos 2º e 3º do decreto 70.436/72
Art 2º - São requisitos para a aquisição da igualdade diretos e obrigações civis: 
        I - Capacidade civil, segundo a lei brasileira; 
        II - Residência permanente no território brasileiro; 
        III - Gozo da nacionalidade portuguesa. 
 Art 3º - São requisitos para o gozo dos direitos políticos: 
        I - Residência no território brasileiro pelo prazo de cinco anos; 
        II - Saber ler e escrever o português; 
   III - Estar no gozo dos direitos políticos no Estado da nacionalidade. 
Parágrafo único. Nos direitos políticos outorgados ao português não se incluem os que, por disposição constitucional, sejam privativos de brasileiros natos. 
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CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
	 Art. 12. São brasileiros:
.§ 1º   Aos portugueses com residência permanente serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro.
Vedação:- Artigos 12 e 13 do decreto 70.436/72
Art 12. O gozo dos direitos políticos no Brasil importará em suspensão do exercício dos mesmos direitos em Portugal. 
 Art 13. É lícito ao português, a quem foi reconhecido o gozo dos direitos políticos, Ingressar no serviço público do mesmo modo que o brasileiro (exceção dos cargos privativos do §3º, do art. 12 CF).
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CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
	 Art. 12. São brasileiros:
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II
- de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa.
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CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
	- Outras Restrições ao estrangeiros no Brasil.
Exercer atividade de Vigilância Patrimonial Privada (art. 4º , da Portaria DG/DPF nº 3.233/2012, de 10.12.12);
Em caso de Consórcio de empresa brasileira e estrangeira visando participação em Processo Licitatório, a empresa brasileira, necessariamente deverá liberar o consórcio (art. 33, §1º, da lei nº 8.666/93);
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QUESTÃO -15
João, 29 anos de idade, brasileiro naturalizado desde 1992, decidiu se candidatar, nas eleições de 2010, ao cargo de Deputado Federal, em determinado ente federativo. Eleito, e após ter tomado posse, foi escolhido para Presidir a Câmara dos Deputados.
Com base na hipótese acima, assinale a afirmativa correta.
A) João não poderia ter-se candidatado ao cargo de Deputado Federal, uma vez que esse é um cargo privativo de brasileiro nato.
B) João não poderia ser Deputado Federal, mas poderia ingressar na carreira diplomática em que não é exigido o requisito de ser brasileiro nato.
C) João poderia ter-se candidatado ao cargo de Deputado Federal, bem como ser eleito, entretanto, não poderia ter sido escolhido Presidente da Câmara dos Deputados, eis que esse cargo deve ser exercido por brasileiro nato.
D) João não poderia ter-se candidatado ao cargo de Deputado Federal, mas poderia ter se candidatado ao cargo de Senador da República, mesmo sendo brasileiro naturalizado.
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CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
	 Questões Controversa
1- Pessoas com várias nacionalidades – Predominância de qual?
O art. 3º da Convenção de Haia sobre Conflitos de Leis sobre Nacionalidade determina que cada uma das nacionalidades do indivíduo deve ser considerada, assim qual deve prevalecer como elemento de conexão?
É necessário a existência de um liame subjetivo entre a pessoa e i Estado, a fim de que a nacionalidade possa ser reconhecida por outro Estado (CIJ de Haia – Caso Nottebohm.
 
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CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
	 Questões Controversa
2- É permitida a Aquisição de Nacionalidade por Adoção? Em caso positivo, haverá a perda da anterior? A constituição somente permite a perda em caso específicos, art. 12, §4º, incisos I (cancelamento – sentença judicial) e II (aquisição de outra), a lei nº 818/49 em seu artigo 22, II (aceitação de comissão, emprego e pensão de governo estrangeiro, sem licença do Presidente da República), fora estas alternativas, não haverá perda de nacionalidade. 
 
70
CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
	 Questões Controversa
3- Em caso de ausência de Nacionalidade do Indivíduo e exigência de solução do conflito com base na nacionalidade da parte, como proceder?
Em caso de ausência de Nacionalidade para parte, em caso em que se exige a definição da lei aplicável com fundamento na lei de Nacionalidade da parte, deve-se proceder segunda a lei do domicílio, e na falta deste o de sua residência, nos termos dos artigo 12, alínea 1, da Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas ou artigo 12, alínea 1, da Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados.
 
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CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
A Lei n.° 6.815/80, conhecida como Estatuto do Estrangeiro, norma legal que disciplina a situação jurídica do estrangeiro no Estado brasileiro = não teria sido ab-rogada pela nova Ordem Constitucional. Requisitos para a naturalização
 Artigo 112 – EDE = Impedimento da Naturalização automática;
 Artigo 12, II, alínea “a”, segunda parte, CF/88;
 01 ano de residência e Idoneidade Moral = Lusofónos;
15 anos residência e Bons antecedentes=Demais Estrangeiros;
Artigo 12, II, alínea “b”, CF/88; Ausência de condenação penal;
 Artigos 111 a 124, Lei 6.815/80 – OUTROS REQUISITOS;
 Artigo 112, §2º da Lei 6.815/80 – Permanência (art. 16 – pretensão de fixação definitiva no Brasil);
 Artigo 7º da Lei 818/49. ( Concessão pela P.R. com referendo do M.J.);
Sentença transitado em julgado – Perda da Naturalização
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CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
	 Artigos 111 a 124, da Lei 6.815/80 – Requisitos
 Art. 112 = I - Capacidade civil, segundo a lei brasileira;
 II - Ser registrado como permanente no Brasil;
III - Residência contínua no território nacional, pelo prazo mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores ao pedido de naturalização;
IV - Ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando;
V - Exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e da família;
VI - Bom procedimento;
VII - Inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja cominada pena mínima de prisão, abstratamente considerada, superior a 1 (um) ano; e
 VIII - Boa saúde.
73
CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
	
 Artigo 112, §2º da Lei 6.815 = Nulidade da Naturalização
(Falsidade Ideológica ou Material)
 Artigo 3º e artigo 6º, da Lei nº 818/49 c/c art. 12, inciso I, letra “c”, da CF/88 - Opção pela nacionalidade brasileira de filhos nascidos no estrangeiro, condição resolutiva, sem a sua presença não reconhecimento da nacionalidade.
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CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
A Convenção de Viena sobre Relações Consulares (Decreto nº 61.078/67) conferia aos Consulares funções Notarias e de Oficial do Registro Civil (art. 5º, letra “i”)– art. 95, das Disposições Constitucionais Transitórias, também concede as Embaixadas as mesmas funções – nascidos de 07.06.1994 a 20.09.2007 (EC/54)
Quando tiver que produzir efeitos no Brasil o assento de nascimento ocorrido no estrangeiro deverá ser registrado no 1º Ofício do Domicílio do registrado ou no 1º Ofício do Distrito Federal, na falta de Domicílio conhecido – art. 32, § 1º, da Lei nº 6.015/73 – Antes desta necessidade, pelo envio da 2ª Via do registro enviado ao Brasil através do Ministério das Relações Exteriores;
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CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
	Art. 4º - Ao estrangeiro que pretenda entrar no território nacional poderá ser concedido visto:
I - de trânsito; (10 dias improrrogável)
II - de turista; (caráter recreativo ou visita– sem atividade remunerada); (validade de 05 anos – estadas de até 90 dias prorrogável) 
III - temporário; (viagem cultural ou de estudos - negócios – Artistas ou Desportistas – Estudante – Cientista – Correspondente de notícia – ministro de confissão religiosas)
IV - permanente; (estrangeiro que pretenda se fixa no Brasil)
V - de cortesia;
VI - oficial; e
VII - diplomático.
Parágrafo único. O visto é individual e sua concessão poderá estender-se a dependentes legais, observado o disposto no artigo 7º.
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{
Ministério das Relações Exteriores
CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
Art. 7º - Não se concederá visto ao estrangeiro:
I - menor de 18 (dezoito) anos, desacompanhado do responsável legal ou sem a sua autorização expressa;
II - considerado nocivo à ordem pública ou aos interesses nacionais;
III - anteriormente expulso do País, salvo se a expulsão tiver sido revogada;
IV - condenado ou processado em outro país por crime doloso, passível de extradição segundo a lei brasileira; ou
V - que não satisfaça às condições de saúde estabelecidas pelo Ministério da Saúde.
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CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
Art. 8º O visto de trânsito poderá ser concedido ao estrangeiro que, para atingir o país de destino, tenha de entrar em território nacional.
§ 1º O visto de trânsito é válido para uma estada de até 10 (dez) dias improrrogáveis e uma só entrada.
§ 2° Não se exigirá visto de trânsito ao estrangeiro em viagem contínua, que só se interrompa para as escalas obrigatórias do meio de transporte utilizado.
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CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
	 Os Estrangeiros são sujeitos de direitos adquiridos após fazerem jus ao preenchimento dos prévios requisitos de determinada lei, procurando o seu reconhecimento fora da área da aquisição. Aqui,
pode perfeitamente ser reconhecido um direito adquirido, desde que não venha a ofender a nossa Ordem Pública, Fraudar a Lei ou a Soberania Nacional e os Costumes. (art. 17, LINB).
(Ordem Pública é o conjunto mínimo de condições essenciais a vida social digna e conveniente. No Plano dos Costumes, estes são a soma dos valores morais e políticos de um povo.)
 Citemos como exemplo um casamento de franceses que estejam domiciliados no Brasil. Nos termos do art. 129, § 6°, da Lei n° 6.015/73, Lei de Registros Públicos, pode ser registrada a sua certidão em Títulos e Documentos do Cartório de Registros Civis, e, consequentemente, produzirá ela, Certidão de Casamento, com efeito para todos os fins.
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CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
	Perda da Nacionalidade Brasileira
Art. 12, I, § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; (é a denominada perda-sanção), 
II - adquirir outra nacionalidade (perda-mudança), salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.
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80
CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
	Perda da Nacionalidade Brasileira
Artigo 22, da Lei 818/49:
Por naturalização voluntária;
Aceitar emprego, comissão ou pensão de Governo Estrangeiro;
Cancelamento de Naturalização por Sentença Transitado em Julgado, por exercício de atividade nociva ao interesse nacional. 
 Artigo 23, da Lei 818/49 c/c artigo 12, §4º, II da CF = PERDA= Processo Administrativo no Ministério da Justiça, com direito a ampla defesa e contraditório, decisão pelo P.R.
Artigo 24, da Lei 818/49 – Processo Judicial no domicílio da naturalização – Solicitação do MP ou qualquer pessoa.
 
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CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
Reaquisição da Nacionalidade
	Pedido ao Presidente da República, em Processo Administrativo no Ministério da Justiça, com concessão da nova aquisição de nacionalidade por Decreto do Presidente, nos termos do art. 36, da Lei n. 818/49.
Reaquisição: Não produz efeitos ex tunc em razão do lapso de não nacionalidade, o status será de brasileiro naturalizado (Não se permiti a reaquisição da nacionalidade originária, somente a derivada, por falta de amparo constitucional no art. 12, da CF. (GUIMARÃES, 2002, p. 120).
82
CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
 Estatuto de Igualdade entre Brasileiros e Portugueses
 A igualdade de direitos não implica em perda de nacionalidade e poderá ser extraditado em caso de requisição do Estado de origem.
 O gozo de direitos políticos por brasileiros em Portugal e por portugueses no Brasil só será reconhecido aos que tiverem três anos de residência habitual e depende de requerimento à autoridade competente.
  A igualdade quanto aos direitos políticos não abrange as pessoas que, no Estado da nacionalidade, houverem sido privadas de direitos equivalentes.
 
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CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
 Estatuto de Igualdade entre Brasileiros e Portugueses
O exercício de direitos políticos no Estado de residência importa na suspensão do exercício dos mesmos direitos no Estado da nacionalidade.
 Os brasileiros e portugueses beneficiários do estatuto de igualdade ficam submetidos à lei penal do Estado de residência nas mesmas condições em que os respectivos nacionais e não estão sujeitos à extradição, salvo se requerida pelo Governo do Estado da nacionalidade.
 O brasileiro ou português, beneficiário do estatuto de igualdade, que se ausentar do território do Estado de residência terá direito à proteção diplomática apenas do Estado da nacionalidade.
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ELEMENTO DE CONEXÃO
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3. RAÇA, RELIGIAO, ORIGEM E VIZINHANÇA
 	São elementos de conexão que têm rara aplicação. A Raça e a Religião são comuns nos países da África e do Oriente Médio (Irã), uma vez que os direitos e as obrigações naqueles países são distribuídos entre as seitas religiosas, isto é, entre os seus componentes. 
	Ainda na África, prevalece como elemento de conexão o Costume Tribal, haja vista cada tribo ter os seus direitos e obrigações preestabelecidos, alguns deles na Carta Africana de Direitos do Homem e dos Povos.
ELEMENTO DE CONEXÃO
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3. RAÇA, RELIGIAO, ORIGEM E VIZINHANÇA
 	A Origem é um elemento de conexão na Suíça, representa um direito da burguesia num Cantão ou numa Comuna. 
 O art. 22 do Código Civil daquele país trata da matéria, fixando para cada pessoa o seu direito de cidade. 
 Na dúvida, nos termos do art. 43 da Constituição Federal Suíça, o lugar de origem será tido e havido como elemento de conexão. Inexistindo este, o domicílio dos seus ascendentes será tomado como base.
ELEMENTO DE CONEXÃO
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3. RAÇA, RELIGIAO, ORIGEM E VIZINHANÇA
 	A vizinhança é elemento de conexão em pauta na Espanha. 
É a chamada ‘‘vizinhança foral’’. Tem ela aplicação nas diversas legislações forais ou regionais da Catalunha, de Aragão, Navarra, Biscais, etc.
ELEMENTO DE CONEXÃO
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4. AUTONOMIA DA VONTADE
	
 A Autonomia da Vontade teve o seu apogeu na época do Liberalismo. 
 Consiste na faculdade de as partes escolherem a lei a ser aplicada como, por exemplo, nos Contratos. Não aplicável, só em caso de presença de Arbitragem (Lei 9.307/96, art. 2º, parágrafo 1º).
ELEMENTO DE CONEXÃO
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5. LUGAR DA SITUAÇÃO DA COISA
	O lugar da situação da coisa é um elemento de conexão aplicado aos Imóveis (art. 8º, da LINB). Destarte, toda e qualquer ação que versar sobre imóvel situado no Brasil terá que ser proposta perante o juiz brasileiro (art. 89, do CPC). Este princípio é quase que universalmente aceito.
REGRAS DE CONEXÃO
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 O Direito Internacional Privado enquanto direito de conflitos (Conflito das leis no espaço), busca indicar as ordens jurídicas estatais que vão reger as relações privadas internacionais. 
Definição: Regras de conexão são as normas indiretas que indicam o direito aplicável às diversas situações jurídicas, quando ligadas a mais de um sistema legal, uma conexão internacional.
O Direito Internacional Privado busca classificar a situação ou relação jurídica dentre um rol de categorias jurídicas existentes; A seguir localiza a sede jurídica desta situação ou relação e por fim determina a aplicação do Direito.
	A caracterização da questão jurídica é o primeiro momento e pode versar sobre o estado ou capacidade da pessoa, a situação de um bem, um ato ou fato jurídico entre outros.
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Classificar (qualificar) a situação ou relação jurídica 
Estado e 
capacidade 
das pessoas
Bem Imóvel
Ato jurídico
País em que 
estiver situado o bem
País de sua 
nacionalidade 
ou domicílio
Local de
constituição ou
cumprimento
Qualificação
Elemento de
conexão
REGRAS DE CONEXÃO
REGRAS DE CONEXÃO
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REGRA DE CONEXÃO
SIGNIFICADO
NO BRASIL
Lexpatriae
Lei da Nacionalidadeda pessoa natural, pela qual se rege seu estatuto pessoal e sua capacidade
Não há dispositivo específico
Lexdomicili
Lei do domicílioque rege o estatuto e a capacidade da pessoa natural, a sucessão e o direito de família
LINB, Art. 7º
LINB, Art. 8º,§2º
LINB, Art. 10
Lex lociactus
Lei do local da realização do ato jurídicopara reger sua substância
LINB, Art. 7º,§1º
Locusregitactum
Lei do local da realização do ato jurídicopara reger suas formalidades
LINB, Art. 9º§1º
Lex locicontractus
Lei do local onde o contrato foi firmadopara reger sua interpretação e seu cumprimento
LINB, Art. 9º,§2º
Lex locisolucionis
Lei do local onde as obrigaçõesou a obrigação principal do contrato deve ser cumprida
Não há dispositivo específico
REGRAS DE CONEXÃO
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REGRA DE CONEXÃO
SIGNIFICADO
NO BRASIL
Lexvoluntatis
Lei do país escolhida pelos contratantes(princípio da autonomia da vontade)
Não aplicável, só na Arbitragem (Lei 9.307/96),
art. 2º
Lex loci delicti
Lei do lugar onde o ato ilícito foi cometido, que rege a obrigação de indenizar
CP, art. 5º
Lexdamni
Lei do lugar onde se manifestaram as conseqüências do ato ilícito, para reger a obrigação de indenizar
CP, arts. 5º, 6º e 7º
Lex reisitaeou Lexsitus
A coisa é regida pela lei do local em que está situada
LINB, Art. 8º
LINB, Art. 12º,§1º
Mobíliasequnturpersonam
O bem móvel é regido pela lei do local em que seu proprietário está domiciliado
LINB, Art. 8º,§1º
Lex locicelebrationis
O casamento é regido, no que tange às suas formalidades, pela lei do local da sua celebração
LINB, Art. 7º,§1º
REGRAS DE CONEXÃO
94
REGRA DE CONEXÃO
SIGNIFICADO
NO BRASIL
Theproperlawofthecontract
Indica o sistema jurídico com o qual o contrato tem mais significativa relação (princípio da proximidade, centro de gravidade ou dos vínculos mais estreitos)
Não há dispositivo específico (DIPr. Britânico e EUA)
Lexmonetae
A lei do país em cuja moeda a dívida ou outra obrigação legal é expressa
Não há dispositivo específico
Lex lociexecutionis
Lei da jurisdição em que se efetua a execução forçada de uma obrigação (confunde alexfori)
Não há dispositivo específico
Lexfori
Lei do foro, lugar no qual se trava a demanda judicial.
Não há dispositivo específico
Lei mais favorável
Critério dalei mais benéfica: proteção de menores, trabalhadores, consumidores; a lei que considera válido o ato (favornegotii)
Também utiliza esse critério (sucessão com herdeiros brasileiros e tratados internacionais –art. 8º - LINB)
REENVIO
95
 Divergências sobre a abrangência do “Direito Estrangeiro aplicável”: esse ordenamento jurídico compreenderia apenas as normas materiais ou também suas normas indicativas de Direito Internacional Privado.
O problema do Reenvio, que alguns autores também denominam de “Retorno” é o que surge do fato da legislação estrangeira designada pelo DIP do foro (artigo 88 e 89 do CPC) para regular certa questão jurídica, tiver uma regra de conexão em seu sistema jurídico, cujo elemento de conexão remeta a solução para o sistema de origem ou a outro sistema direrente do inicial.
Teoria que teve origem no ano de 1886 numa ação de sucessão ocorrida na França.
Sistemas variados:
A favor do Reenvio: Alemanha e Áustria;
Contra o Reenvio: Brasil, EUA e Inglaterra;
REENVIO
96
 Quando a lei estrangeira designada pelo DIP do foro, designa por seu turno, para regular o caso, a própria lei do foro, ou uma outra lei, trata-se de um conflito negativo de normas, e são possíveis três atitudes :
 
1ª - Atitude favorável ao Reenvio como princípio geral.
 
2ª - Atitude absolutamente condenatória do Reenvio.
 
3ª - Atitude condenatória do princípio, mas favorável ao Reenvio com um alcance limitado.
REENVIO
97
 1ª - A atitude favorável (devolucionistas) - É a dos partidários da doutrina da devolução ou do Reenvio, que parte da ideia de que a referência da norma de conflitos do foro à lei estrangeira tem carácter global
 2ª - A atitude absolutamente condenatória (anti-devolucionistas) - Do Reenvio é a dos que interpretam toda a referência da norma de conflitos à lei estrangeira como pura vocação do direito material dessa lei, como pura referência material. 
 3ª - A atitude condenatória do princípio, mas favorável - Ao Reenvio com um alcance limitado, é a atitude moderna, em que se toma como ponto de partida o princípio da referência material
REENVIO
98
Sistema Brasileiro não admite o Reenvio (LINB, art. 16): As normas brasileiras de DIPr. designam como direito aplicável estrangeiro somente as normas substantivas, excluindo as normas indiretas que integram aquele ordenamento jurídico.
Art. 16 - Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei.”
REENVIO
99
 Noções Preliminares:
- Noção de Conflito de 1º Grau: Situação de conflito entre duas legislações nacionais sobre a mesma matéria (p. ex: a maioridade, no Brasil, se dá aos 21 anos; na França, aos 18 anos).
- Noção de Conflito de 2º Grau: Como conflitos entre sistemas de solução de conflitos de leis.
Positiva: dois sistemas chamam a solução do problema para o seu sistema.
Forma Negativa: ambos os sistemas enviam a solução do problema para o outro.
(situação de Reenvio).
REENVIO
100
 Espécies:
- Reenvio de 1º Grau:
O Código Civil do país A envia para o Código Civil do país B.
O Código Civil do país B reenvia para o Código Civil do país A.
- Reenvio de Segundo Grau:
O Código Civil do país A envia para o Código Civil do país B.
O Código Civil do país B reenvia para o Código Civil do país C.
REENVIO
101
 
Estrangeiro
Nacional
Art 16 LINB
1º Grau
ação
Elemento de Conexão
2º Grau
estraneidade
Ex. Ação em que se discute a capacidade de cidadão brasileiro residente na França (7º - LINB)- direito aplicável o Francês (Lex domicili) – O Direito Francês, por sua vez adota a Lex patriae (lei da nacionalidade) – retorno a Lei brasileira .
Art. 88 e 89 CPC
x
x
Direito Processual Internacional Privado
Lei de Introdução ás Normas do Direito Brasileiro;
Código Civil Brasileiro;
Código de Processo Civil Brasileiro;
Código Tributário Nacional;
Lei nº 6.815/80 – Estatuto do Estrangeiro;
Lei nº 6.015/73 - Registros Civis
Código Bustamante.
102
Lei de Introdução as Normas de Direito Brasileiro
	Art. 1o - Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
§ 1o Nos Estados Estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. 
	Art. 5o - Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
103
Ato Jurídico Perfeito, Direito adquirido e Coisa Julgada
	Art. 6º - A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 
104
Ato Jurídico Perfeito, Direito Adquirido e Coisa Julgada
§ 1º - Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. 
§ 2º - Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo prefixo, ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. 
105
Personalidade e Bens
	Art. 7o - A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. (Lei pessoal do indivíduo – 27, do C.Bustamante)
§ 1º  Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes (art. 1521 e 1522, do C.C. – Impediente 1523 e 1524) e às formalidades da celebração (art. 1511 a 1516, do C.C.).
§ 2º O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. 
§ 3º  Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.
§ 4º  O regime de bens (art. 1639 a 1652, do C.C.), legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.
106
Personalidade e Bens
	§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens (art. 1639 CC), respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro (revogação do princípio da inauterabilidade do regime de bens – Art. 230 – Antigo CC). 
107
Personalidade e Bens
	§ 6º  O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação
judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. Existe na doutrina divergência quanto a manutenção do prazo aqui mencionado com o advento da EC 66/2010.
108
Personalidade e Bens
§ 7o  Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda. Tal regra serve para deixar claro que o domicilio eleito por um dos cônjuges, também é domicilio de seu companheiro, não sendo razão de quebra do princípio da isonomia entre homem e mulher (art. 226, § 5º - CF e art.1567 - CC), e de seus filhos não emancipados, assim como o tutor ou curador estende os seu aos seus assistidos.
§ 8o  Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre. Art. 22 a 26 do Código Bustamante
109
Personalidade e Bens
	Denomina-se estatuto pessoal a situação jurídica que rege o estrangeiro pelas leis de seu país de origem. Baseia-se ele na lei da nacionalidade ou na lei do domicílio. O artigo 7º da LICC. 
 Pela lei (LINB) o estatuto pessoa funda-se na “lei do domicílio” (Súmula 381 do STF). Em determinados casos o juiz aplicará o direito alienígena Ex: Uma brasileira e um estrangeiro residente no exterior pretendem casar-se no Brasil, tendo ambos 20 anos de idade, sendo que a lei do país de origem do noivo exige o consentimento dos pais para o casamento de menores de 22, como acontece na Argentina, precisará ele exibir tal autorização, por aplicar-se no Brasil a lei de seu domicílio. Aplicar-se-á a lei brasileira, no caso do casamento realizar-se-á no Brasil e aos estrangeiro que encontra-se aqui domiciliado.
110
Personalidade e Bens
	Art. 7o  § 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. 
§ 6º  O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país (Vide E.C. 66/2010). 
O Superior Tribunal de Justiça, pelo seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, para produzirem todos os efeitos legais. 
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Personalidade e Bens
	Art. 7o  ......
§ 7o  Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda (Revogado pela art. 226, §5º, da CF/88).
§ 8º  Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre. ( Concurso sucessivo)
# O domicílio de funcionários diplomáticos e o dos indivíduos que residem temporariamente no estrangeiro, por emprego ou comissão de seu governo ou para estudos será aquele último que hajam tido em território nacional # (art. 23 do Código Bustamante)
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Personalidade e Bens
	
	Art. 8º - Para qualificar os bens (art. 79 a 103) e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.
# Navios e Aeronaves (móveis de natureza especial). A nacionalidade dos navios prova-se pela patente de navegação e a certidão do registro, e tem a bandeira como sinal distintivo aparente. Art. 274 do Código Bustamante.
	§ 1º Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens móveis (art. 82 a 84) que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.
	§ 2º O penhor (art. 1419 a 1432) regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada.
113
Obrigações
Art. 9o - Para qualificar e reger as obrigações (Art. 233 a 420 C.C.), aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. (art. 435 do CC)
§ 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato. (art. 113 C.C. – Negócios Jurídicos - Interpretação conforme a Boa Fé e os usos do local da celebração )
§ 2o - A obrigação resultante do contrato (art. 421 a 853 C.C.) reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente. (artigo 175 a 186 do Código Bustamante)
Teoria da Qualificação:- Conceituar + Classificar = Qualificar )
114
Obrigações
#Código Bustamante – artigos 166 a 174;
- A Prova da impugnação da certeza do lugar da outorga de um documento particular ficará a cargo de quem a apresentar., se influir na sua eficácia, poderá ser feita sempre pelo terceiro a quem prejudicar (art. 173).
# Convenção Interamericana sobre Direito Aplicável aos Contratos Internacionais de 1994# Não Ratificada – Utilização como Costume Internacional;
# Convenção de Viena sobre Venda e Compra Internacional de Mercadorias - 1980# Ratificação em 2014;
#Princípios Aplicáveis aos Contratos Internacionais do Comércio – 1994 e 2004, da UNIDROIT – Instituto Internacional para a Unificação do Direito Privado #
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Sucessão
Art. 10. - A sucessão (art. 26 a 39, do C.C.) por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido (art. 1785), qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. (Teoria Unitarista na sucessão – A pessoa que é chamada para suceder ) 
	§ 1º - A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. (art. 5º inciso XXXI, da CF/88 – Art. 89, do CPC)
	§ 2o - A lei do domicílio do herdeiro (art. 1784/1785, do C.C.) ou legatário (art. 1912/1940, do C.C.) regula a capacidade para suceder. (artigo 57, do Código Bustamante – Paternidade e Filiação / Testamento – artigos 146 a 151. Ex. Indignidade; deserdação; e renúncia)
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Sucessão
# Código Bustamante – artigo 29 (presunção de sobrevivência ou de morte – Lei pessoal de cada um dos falecidos em relação á sua respectiva sucessão - artigo 126 (capacidade para dispor em testamento – art. 1852 e seguintes do C.C. artigo 146 a 151, disposições sobre testamento )#
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Sucessão
# Convenção de Haia de 1964 sobre Conflito de leis envolvendo a Forma das Disposições Testamentárias – sem ratificação - art. 1º - Regras alternativas de conexão no momento da realização do testamento (BASSO, 2011, p.220)
# 1º Nacionalidade do falecido à época do Testamento – 2º O último Domicílio – 3º O local de residência habitual no momento de realização do ato – 4º Domicílio no momento da morte; 5º O local de situação dos bens, em caso de bens imóveis.
# Não Adoção pelo Brasil da Teoria Pluralista Sucessória, típico dos países do commoon law, em contraposição a Teoria Unitarista;
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Sociedades e Fundações
Art. 11.  As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituírem. (Consonância com o artigo 33, Código Bustamante – Lex Societatis)
§ 1º  Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo
brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira.
§ 2º  Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham constituído, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptíveis de desapropriação.
§ 3º Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares.
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Sociedades e Fundações
# Conferência de Haia – Convenção de Haia Relativa ao Reconhecimento Jurídico das Companhias, Associações e Instituições Internacionais de 1956 #
# Convenção Interamericana sobre Conflitos de Leis em Matéria de Sociedades Mercantis de 1979#
# Convenção Interamericana sobre Personalidade e Capacidade das pessoas jurídicas em Direito Internacional Privado, de 1985 #
= O Departamento Nacional de Registro de Comércio (DNRC), da Secretaria de comércio e serviços do Ministério do desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDCI) – Analisa os pedidos de autorização de instalação da filial, agência ou estabelecimento de sociedade estrangeira no Brasil=
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JURISDIÇÃO BRASILEIRA 
          Art. 12.  É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. (art. 88, da CPC)
§ 1º  Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil. (art. 89, da CPC)
§ 2º A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida pela lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências. (Consonância com o art. 391 do Código Bustamante)
# Cabe ao juiz deprecante decidir a respeito da sua competência e da legalidade e oportunidade do ato ou prova, sem prejuízo da jurisdição do juiz deprecado. (Art. 389 do Código Bustamante)
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JURISDIÇÃO BRASILEIRA 
  Art.  13.  A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça.
#Artigos 398 a 411 do Código Bustamante;
# O Juiz ou Tribunal deve conhecer de ofício a legislação dos demais país da Convenção – art. 408 C.B.;
# Justificação do texto legal, da vigência e sentido mediante Certidão, devidamente legalizada, de dois advogados em exercício no país de cuja legislação se trate;
# Protocolo da Las Lenãs – Obriga o Juiz dos países do Mercosul a conhecer as normas dos países membros e dispensa a tradução dos documentos para o Português.
Art. 14.  Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência. (Harmonia com artigo 337, do CPC)
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JURISDIÇÃO BRASILEIRA 
 Art. 15.  Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
e) ter sido homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (art. 105, inciso 1º, letra “i”, da CF/88)
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JURISDIÇÃO BRASILEIRA 
 Art. 16.  Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei. (Proibição de qualquer forma de Reenvio)
Art. 17.  As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. (Limitação do Direito Estrangeiro no ordenamento jurídico brasileiro).
(Ordem Pública é o conjunto mínimo de condições essenciais a vida social digna e conveniente. No Plano dos Costumes, estes são a soma dos valores morais e políticos de um povo.)
124
COMPETÊNCIA CONSULAR 
 Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os demais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado. 
§1º - As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a separação consensual e o divórcio consensual de brasileiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos (dispensado pela EC 66/2010), devendo constar da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento
125
COMPETÊNCIA CONSULAR 
 Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os demais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado. 
§ 2o  É indispensável a assistência de advogado, devidamente constituído, que se dará mediante a subscrição de petição, juntamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a outra constitua advogado próprio, não se fazendo necessário que a assinatura do advogado conste da escritura pública.
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COMPETÊNCIA CONSULAR 
 Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os demais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado. 
Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo anterior e celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência do Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que satisfaçam todos os requisitos legais. 
Parágrafo único. No caso em que a celebração desses atos tiver sido recusada pelas autoridades consulares, com fundamento no artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado renovar o pedido dentro em 90 (noventa) dias contados da data da publicação desta lei.
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Competência Internacional Concorrente- CPC
       Código Processual Civil = Competência Concorrente - Art. 88 -  É competente a autoridade judiciária brasileira quando:
        I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
        II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
     III - a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil.
  Parágrafo único.  Para o fim do disposto no no I, reputa-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que aqui tiver agência, filial ou sucursal.
128
Competência Internacional Concorrente- CPC
       Código Processual Civil = Competência Concorrente - Art. 88 -  Fatos controversos
1 – Tendo o Réu mais de um domicílio, poderá ser demandado no foro de qualquer um deles, preferencialmente, no Brasil (art. 94, §1º, CPC);
2 – Sendo o domicílio do estrangeiro incerto ou desconhecido, poderá ser demandado, no caso de ação sobre direito pessoais, onde for encontrado ou, não o sendo, no foro do domicílio do autor (art. 94, §2º, do CPC).
3- O estrangeiro sem domicílio ou residência no Brasil será demandado no foro do domicílio do autor (art. 92, §3º, do CPC). No caso do Autor também não tiver domicílio ou residência no Brasil, a demanda se desenvolverá em qualquer foro, o brasileiro ou estrangeiro.
129
Competência Internacional Concorrente- CPC
       Código Processual Civil = Competência Concorrente - Art. 88 -  Fatos controversos
4 –   Havendo dois ou mais réus estrangeiros, com diferentes domicílios, em que apenas um deles tenha domicílio no Brasil, a ação será demandada no foro deste no Brasil, e sendo múltiplos,

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