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Apelação Criminal - Júri

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE CAXIAS/MA
Processo nº:
Tiburcio sobrenome, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem por meio de seu advogado infra-assinado que lhe move o Ministério Público, inconformado com a produção de novas provas durante a explanação do Tribunal do Júri, sem concordância da defesa consignado em ata às fls., vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência com fulcro no artigo 593, inc. III, alínea “a” CPP, interpor
RECURSO DE APELAÇÃO
requerendo seja o mesmo recebido e, levando-se em consideração as razões em anexo, possa haver o juízo de retratação, com a finalidade de reconhecer a ocorrência de Nulidade posterior à Pronuncia. Assim não entendendo Vossa Excelência, requer o processamento do recurso, remetendo-o ao Egrégio Tribunal de Justiça, nos termos do art.589 Código Processo Penal.
Termos em que;
Pede deferimento.
Local, data
Advogado
OAB nº
AO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃO
RAZÕES DA APELAÇÃO
Recorrente: Tibúrcio
Recorrido: MP
Processo nº:
Origem: Vara do Júri da Comarca de Caxias/MA
Egrégio Tribunal
Colenda Turma
Ínclitos Julgadores
Douta Procuradoria de Justiça
No caso em tela, é necessária a reforma da decisão, pois, não se conformando com a ocorrência de nulidade após pronuncia, vem dela APELAR, aguardando que ao final se digne Vossa Excelência reforma-la pelas razões a seguir expostas:
DOS FATOS
O Apelante, foi denunciado por ter, desferido, com intenção de matar, disparos de arma de fogo contra Givaldo, os quais, foram a causa eficiente da morte deste, razão pela qual Tibúrcio estaria incurso nas penas do art. 121, caput, do Código Penal (CP). Após o andamento regular do processo, sobreveio a decisão de pronúncia, determinando que Tibúrcio fosse submetido ao Tribunal do Júri popular, segundo a tipificação indicada na denúncia.
Ocorre Excelência que no dia do julgamento, terminada a inquirição das testemunhas, o promotor de justiça deu início à produção da acusação. Durante sua explanação perante o conselho de sentença, com o fito de influenciar o ânimo dos julgadores quanto à conduta pretérita de Tibúrcio, o promotor mostrou aos jurados, sem a anuência da defesa, documentos relativos a outro processo, no qual o réu Tiburcio era acusado de crime de homicídio qualificado. Finalizado o debate da acusação, foi dada a palavra ao defensor, que pediu ao magistrado o registro, em ata, de que o Parquet havia mostrado aos jurados documentos relativos a outro processo a que respondia o réu, sem observância do disposto no art.479 CPP. O pleito defensivo foi deferido.
Por fim, Tiburcio foi condenado, pelo Tribunal do Júri de Caxias/MA, como incurso no art. 121, caput, do CP, à pena de 7 anos de reclusão, que deveria ser cumprida em regime inicialmente fechado.
DO DIREITO
I – Da Nulidade da Prova
O Código de Processo Penal preceitua que haverá apelação no prazo de 5 (cinco) dias das Decisões do Tribunal do Júri, quando ocorrer nulidade posterior à denúncia. Ipsi Litteris:
CPP
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando:
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia
Justifica a tese de nulidade o art. 479 CPP, que proíbe utilização de qualquer documento que não tenha sido juntado ao Processo pelo menos 3(três) dias antes da Sessão do júri. In verbis:
CPP
Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte.
A proibição contida no dispositivo legal, tem como escopo evitar que uma das partes utilizem documentos sem que a outra possa contradita-los. As provas devem ser juntadas ao processo com antecedência mínima de três dias úteis dando ciência a outra parte.
Portanto, restou clara e evidente que a produção de provas sem a devida observância do prazo legal para juntada no processo é prejudicial à defesa do real, gerando dessa forma uma nulidade que deve ser sanada por este Tribunal.
II – Do Regime Inicial de Cumprimento de Pena
Na r. Sentença, após a Dosimetria da Pena, o Juiz Presidente do Tribunal do Júri sentenciou em 7 (sete) anos, a ser cumprida inicialmente em regime fechado.
No entanto, nos termos do art. 33, §2º, alínea a do Código Penal, o regime inicial para o Apelante é o do Semi-aberto.
Código Penal
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado.
(....)
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
(....)
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
Com base no dispositivo supramencionado, fica evidenciado o erro processual na r. Sentença que condenou o Apelante a cumprimento de pena no regime inicialmente fechado, carecendo de reforma para saneamento do prejuízo causado ao Apelante.
DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, requer-se que a presente Apelação seja Conhecida e Provida, para que seja declarada a Nulidade processual gerada na Sessão do Júri, que condenou o apelante, tornando a r. Sentença sem efeitos e seja remarcada nova Sessão do Júri. 
Caso Vossa Excelência não entenda que houve nulidade na Sessão do Júri, que pugne pelo cumprimento de pena inicialmente no regime Semi-aberto, por ter sido condenado a pena de 7 (sete) anos e não ser reincidente, nos termos do art. 33, §2º, alínea “a” do Código Penal, tudo como medida da mais lídima justiça.
Nestes termos;
Pede e espera deferimento.
Local e data
Advogado
OAB nº

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