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4_lugares_centrais

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DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS
Disciplina Análise Regional
Prof. Heitor Soares de Farias
Repensando a Teoria das Localidades Centrais
Esta teoria foi formulada por Christaller , em 1933.
Lobato repensa a teoria superando-a dialeticamente - partindo de sua negação para retomá-la em um nível mais elevado, em 5 proposições.
No estágio em que a Teoria se encontrava, muito pouco poderia acrescentar ao conhecimento, pois consideram que as trocas se fazem entre seres socialmente semelhantes, consideram que a cidade serve à sua área de mercado...
A recuperação da Teoria das Localidades Centrais é importante porque trata de um tema relevante – organização espacial da distribuição de bens e serviços.
Proposição 1
Rede hierarquizada de centros de distribuição varejista e de serviços – localidades centrais.
Característica do capitalismo – o capital penetra na esfera de produção – divisão social e territorial do trabalho.
Perda dos meios de produção do boa parte da população, aumento do trabalho assalariado – criação de um mercado interior para a produção.
Pré-requisito - acumulação primitiva.
Capitalismo emerge entre os séculos XVI e XVII (Inglaterra) e alcança um estágio avançado na Primeira Revolução Industrial (século XVIII).
Entre a produção e o consumo capitalista, existe a distribuição – desempenha papel crucial na organização espacial da sociedade.
A organização espacial emerge em uma divisão territorial do trabalho que com uma massa assalariada e em uma articulação entre áreas produtoras, tendo a cidade como pontos convergentes que ligam diferentes regiões através do comércio e dos serviços.
Nesse processo de articulação e integração sob o domínio do capitalismo, o alcance espacial e as economias de aglomeração adquirem um significado novo – diferenciação hierárquica entre centros de uma rede de distribuição.
Antes havia cidades, troca de mercadorias, moeda, lucro, mas não a mais-valia no processo de produção – os mercados com atuação espacialmente reduzida.
Proposição 2
A rede hierarquizada de localidades centrais é um estrutura necessária ao processo de acumulação capitalista.
A mais-valia - base da acumulação capitalista - se concretiza no mercado distribuidor - articulação entre a produção e o consumo final.
Nesse sistema de distribuição, os assalariados (sem os meios de produção nem subsistência) tem seus salários drenados para as redes varejista e bancária – para os grandes centros de acumulação capitalista.
A rede de localidades centrais tem uma dimensão espacial tanto intraurbano como regional.
A acumulação capitalista implica na reprodução de um amplo espectro social – consumo diferenciado de bens e serviços nas localidades centrais.
Os próprios aparelhos ideológicos do Estado também apresentam-se espacializados de acordo com a hierarquia intrínseca de cada aparelho.
A complexidade da hierarquia das localidades centrais aparece também como resultante da localização diferenciada das classes sociais no espaço.
Diferenciação dos centros urbanos quanto: número de bens e serviços oferecidos (especificidade), número de estabelecimentos varejistas...
Proposição 3
As redes de localidades centrais apresentam-se caracterizadas por arranjos estruturais e espaciais diversos.
As diferenças nos arranjos estruturais e espaciais são reveladoras do avanço do capitalismo e das formas que assume.
O avanço do capitalismo verifica-se de modo desigual e sob diferentes formas aparentes.
O desenvolvimento diferenciado da produção sobre o espaço, maximizando vantagens locacionais específicas a cada produção, gera uma divisão regional do trabalho a qual suscita a expansão da circulação de mercadorias e o aparecimento de um sistema viário que se sobrepõe ao antigo ou é criado, bem como outros elementos de infraestrutura.
As mudanças advindas da penetração desigual do capitalismo tendem a reestruturar as classes sociais em graus diferentes, ampliando e diversificando as ocupações e os salários da classe média urbana.
Tende também a uniformizar o comportamento dos diferentes grupos sociais, onde as tradições culturais serão relegadas ao folclore – transformando-se em nova mercadoria explorada pelo turismo.
Assim, tal penetração desigual do capitalismo geram regiões com específicos padrões de: densidade de população, nível de renda, sistema viário específico e aparecimento de estruturas comerciais apropriadas, que também são fruto de uma herança histórica.
Proposição 4
Em países ou regiões não industrializadas, ou onde a produção industrial é espacialmente concentrada, a análise da rede de localidades centrais e a análise de todo o sistema urbano.
Ou seja, as diferentes funções urbanas e os diferentes fluxos que se realizam entre as cidades e as áreas rurais.
Essa localização deriva da coesão de interesses das classes dominantes.
Nesse sentido, quando falamos e economias de aglomeração, não só às vantagens de ter várias atividades reunidas no mesmo centro urbano, mas também às vantagens que uma classe dominante desfruta para exercer seu poder e controle de toda a sociedade.
Proposição 5
A conexão entre as redes de localidades centrais e o capitalismo monopolístico.
A progressiva centralização de unidade de capital vinculado ao comércio - centralização pelo crescimento de firmas, pela criação de grandes empresas, fusão de interesses do grande capital, criação de shopping centers – deve levar à progressiva diminuição da importância relativa e mesmo numérica de localidades centrais de mais baixo nível hierárquico.
Nesse processo o capital privilegia progressivamente as grandes cidades, esvaziando a área de mercado de pequenas localidades centrais.
Esse processo amplia a melhoria das vias de circulação e a difusão no uso de automóveis – minimizando os efeitos da distância-tempo-custo.

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