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DIREITOS REAIS SOBRE COISAS ALHEIAS_PENHOR HIPOTECA E ANTICRESE

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AULA 8
DIREITO DAS COISAS
DIREITOS REAIS SOBRE COISAS ALHEIAS :
PENHOR,HIPOTECA E ANTICRESE
Profa. Luciana Navarro de Assunção
 
LIVRO III
DO DIREITO DAS COISAS
TÍTULO I
Da posse
 
TÍTULO II
Dos Direitos Reais
 
TÍTULO III
Da Propriedade 
 
TÍTULO IV
Da Superfície
 
TÍTULO V
Das Servidões
 
TÍTULO VI
Do Usufruto
 
TÍTULO VII
Do Uso
 
TÍTULO VIII
Da Habitação
 
TÍTULO IX
Do Direito do Promitente Comprador
 
TÍTULO X
Do Penhor, da Hipoteca e da Anticrese
CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS REAIS
Estão previstos no artigo 1225 CC:
Sobre coisa própria – propriedade
2) Sobre coisa alheia 
enfiteuse (em extinção), superfície, servidões prediais, usufruto, uso e habitação - direitos de gozo ou fruição do bem
b) compromisso ou promessa de compra e venda – direitos de aquisição;
c) penhor, hipoteca, anticrese – direitos de garantia
* POSSE = doutrina diverge quanto a sua classificação como direito real. O Código Civil traz em capítulo separado – arts.1196 a 1224 CC
Podemos dizer que: 
- a propriedade é o direito real por excelência, por meio do qual surge um vínculo entre um sujeito e uma coisa, que lhe pertence, em uma relação jurídica com toda a coletividade, a qual deve abster-se de incomodar a situação do proprietário.
 - ocorre que pode haver direitos reais que vinculem um sujeito não a uma coisa que lhe pertença, mas a um bem de OUTREM. Tais direitos são chamados de DIREITOS REAIS SOBRE COISA ALHEIA OU SOBRE COISAS ALHEIAS.
- E eles serão classificados, como já vimos, em: direitos reais de uso e fruição, direitos real de aquisição (SEMINÁRIOS) e direito real de garantia.
 
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Segundo o Código Civil, constituem direitos reais de garantia: O PENHOR, A HIPOTECA E A ANTICRESE – ARTIGOS 1361 A 1368-A
CRÉDITO E GARANTIA
É regra geral do Direito das Obrigações que o patrimônio do devedor responde por suas dívidas. Significa dizer que, se o devedor não pagar, o credor poderá mover processo de execução e pedir a penhora de tantos bens quantos bastem para satisfazer o seu crédito.
Agora, se o devedor não pagar e não tiver bens, o credor ficará sem receber o seu crédito.
Em razão disso, o credor precavido, antes de fornecer o crédito, irá se acercar das garantias possíveis para não correr o risco de ver seu crédito inadimplido. Se quiser ter certeza do recebimento de seu crédito, deverá pedir ao devedor algum tipo de GARANTIA, que pode ser real ou pessoal:
PESSOAL: é muito frágil. Aqui o pagamento depende da boa vontade e disposição do devedor.
REAL: é aquela que se realiza através do PENHOR e da HIPOTECA, negócio jurídico que autoriza o credor a levar o bem dado em garantia a leilão, no caso de inadimplemento. Aqui a coisa é a garantia e não a vontade do devedor).
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
“É o direito conferido ao titular de um crédito de, na eventualidade de inadimplemento do devedor, usar da prerrogativa de obter o pagamento da dívida da qual é credor, mediante a apreensão do bem do devedor para, com o valor da venda do mesmo em leilão ou com os seus rendimentos, satisfazer o seu crédito (Art. 1419 CC)”(Nehemias Domingos de Melo)
CONCEITO DIREITO REAL DE GARANTIA
DIREITOS DE GARANTIA – disposições gerais
	
DIREITO DE PREFERÊNCIA
É o direito conferido ao titular do crédito garantido por hipoteca ou penhor de, na hipótese de inadimplemento do devedor, buscar o bem para satisfazer o seu crédito em preferência aos demais credores excluídos, que participarão se houver sobra.(art. 1422 CC) – regra não absoluta, visto que a Lei de Recuperação judicial, extrajudicial e falência do empresário e sociedade empresária estabelece outros créditos prioritários.
 VALIDADE CONTRA TERCEIROS
Para ser válida contra terceiros, deve seguir os requisitos do artigo 1424:
Enumeração pormenorizada da obrigação e da coisa dada em garantia, discriminando-se o valor do crédito, sua estimação ou valor máximo; prazo pagamento; taxa de juros; qual o bem dado em garantia e suas especificações, além da publicidade do ato (registro).
CAPACIDADE PARA CONSTITUIR ÔNUS REAL
Além da capacidade geral para os atos da vida civil, só pode constituir ônus real quem pode alienar, e somente sobre os bens que estejam livres e desembaraçados para alienação. (art. 1420)
 
ANTECIPAÇÃO DE VENCIMENTO DA DÍVIDA GARANTIDA
O Código Civil permite, visando a segurança do credor de direitos reais, que, mesmo antes de vencida a dívida com garantia real, pode o credor executá-la, em casos ESPECÍFICOS(ART. 1425):
Deterioração do bem da dado em garantia
Insolvência ou falência do devedor
Atraso no pagamento das prestações
Perecimento do bem
desapropriação
DIREITOS DE GARANTIA – disposições gerais
INDIVISIBILIDADE DO DIREITO DE GARANTIA
Ainda que o bem dado em garantia ou a dívida seja divisível, o direito real de garantia é INDIVISÍVEL. Ou seja, ainda que o devedor pague parte da dívida, não significa dizer que o direito de garantia tenha sido extinto nessa proporção, porquanto ele existe enquanto a dívida não for paga em sua integralidade. Mas regra não absoluta, as partes podem pactuar o contrário. (art. 1421)
PACTO COMISSÓRIO
Conforme artigo 1428, é expressamente proibida a convenção acessória que estabeleça que o credor da dívida poderá ficar automaticamente com o bem dado em garantia.
O código permite a dação em pagamento, ou seja, vencida a dívida poderá o credor dar a coisa em pagamento da dívida.(art. 1428, § único)
Ou seja, não pode haver cláusula prévia estabelecendo, contudo, voluntariamente o devedor pode entregar a coisa em pagamento. (dação)
DIREITOS DE GARANTIA – disposições gerais
CRÉDITO QUIROGRAFÁRIO
QUIROGRAFÁRIO é o crédito sem GARANTIAS, isto é, aquele que tem como expectativa de pagamento a simples promessa do devedor.
Assim, se o valor arrecadado no leilão for insuficiente para quitar o débito garantido, o credor terá direito ao recebimento do saldo, porem agora como um crédito sem garantias, portanto, quirografário.
DIREITOS DE GARANTIA – disposições gerais
DAS VÁRIAS FORMAS DE PENHOR
Primeiramente, não confundir PENHOR com PENHORA. Os dois institutos são completamente diferentes. A penhora é ato judicial pelo qual o juiz determina sejam apreendidos os bens do devedor para serem levados a leilão e assim satisfazer um crédito no processo de execução, portanto, um instituto regulado no Código de Processo Civil.
Já o PENHOR, embora também seja uma garantia de credor, é negócio jurídico extrajudicial, realizado de comum acordo entre as partes e regulado pelo Código Civil.
É muito comum em bancos, por exemplo: se um indivíduo está devendo o banco, ele coloca alguns bens, equivalente ao valor que está devendo como uma forma de seguro. Esse objeto fica empenhado no banco até que você pague a divida no prazo correto, quando esse prazo se excede esse bem é liberado.
INTRODUÇÃO - PENHOR
É um direito real de garantia que consiste na tradição de uma coisa móvel, suscetível de alienação, realizada pelo devedor ou por terceiro ao credor, como garantia de um débito (art. 1431)
Existem diversos tipos de penhor. No tradicional, a coisa será entregue ao credor que ficará com a posse direita do bem, porém não deverá utilizá-la. O devedor fica com a posse indireta.
O penhor pode recair sobre a obrigação como um todo ou sobre parte dela.
CONCEITO PENHOR TRADICIONAL
CONCEITO: é um tipo de penhor especial, que se constitui por instrumento público ou particular, com vínculo real resultante do registro junto ao Cartório de Registro de Imóveis na circunscrição onde estejam situadas as coisas empenhadas, por via do qual agricultores ou criadores sujeitam suas culturas ou animais ao cumprimento de obrigações, ficando o próprio devedor como depositário daquelas ou destes. (art. 1438).
Posse: ficam com o devedor as coisa empenhadas.
PENHOR RURAL
CONCEITO: O penhor industrial e mercantil é aquele que se destina a garantir obrigações oriundas de negócio jurídico empresarial, podendo ser objeto máquinas, aparelhos,
materiais, instrumentos, animais utilizados na indústria, produtos da suinocultura, animais destinados à comercialização de carnes e derivados, matérias-primas e produtos industrializados.(art. 1447).
Posse: ficam com o devedor as coisa empenhadas.
PENHOR INDUSTRIAL E MERCANTIL
CONCEITO: o penhor de direito e de títulos de crédito é aquele que abrange ações negociadas na bolsa, títulos nominativos da dívida pública, títulos de crédito em geral, créditos oriundos de outro penhor, patentes e invenções, e todo e qualquer documento que possa representar um crédito, desde que passível de cessão.(art. 1451)
Posse: o titular do direito que foi empenhado deve entregar ao credor pignoratício os documentos comprobatórios do direito que foi dado em garantia, salvo se as partes convencionarem de forma diferente. (art. 1452)
PENHOR DE DIREITOS E TÍTULOS DE CRÉDITO
Trata-se de penhor que recai em veículos automotores empregados nos transporte de pessoas (ônibus, lotações, táxis) ou de coisas (caminhões), podendo recair em veículo individualizado ou mesmo em uma frota.(art. 1461)
Posse: a posse direta permanece com o devedor que se torna responsável pela guarda e conservação do veículo, além de assumir todas as despesas de manutenção necessárias, ficando na condição de depositário.
Penhor de veículos
A lei considera como credor pignoratício, independentemente de qualquer acordo entre as partes, a pessoa que se encontre nas situações previstas no art. 1467 CC:
Donos de estabelecimentos de hospedagem – é reconhecido ao dono de hotel ou pensão, estalagem, motel, o direito de reter bagagens, móveis, joias, dinheiros de seus clientes para se ressarcir de despesas e consumos ali efetuados.
Donos de prédio rústico ou urbano alugado: também igual direito terá o proprietário sobre os bens móveis com que rendeiro ou inquilino tiver guarnecido o mesmo prédio, pelos alugueres ou rendas vencidas e não pagas.
Penhor legal
HIPOTECA
É o direito real de garantia que tem por objeto principalmente bens imóveis e seus acessórios, mas que pode recair sobre outros bens, pertencentes ao devedor ou terceiros, embora não entregues ao credor, assegurando-lhe, preferencialmente, o recebimento de seu crédito, devendo se registrado no órgão competente.
Posse: o hipotecante conserva em seu poder o bem dado em garantia, e sobre ele exerce todos os poderes no que diz respeito ao uso, gozo, fruição. 
CONCEITO
ANTICRESE
CONCEITO
É o direito real sobre coisa alheia que consiste no fato de o credor receber a posse de determinado bem imóvel, ficando autorizado a perceber-lhe os frutos, como forma de se ver ressarcido da dívida contraída pelo proprietário do bem.(art. 1506)
Instituto de pouca valia porque atualmente a hipoteca permite uma garantia de crédito mais eficiente. Isto porque o credor anticrético não terá preferência no recebimento de seus créditos na eventualidade de venda do imóvel; também não terá preferencia se o devedor receber indenização por desapropriação, ou mesmo no seguro de danos em caso de perecimento do prédio.
VOCÊ SABE A DIFERENÇA ENTRE PENHOR, HIPOTECA E ANTICRESE?
Os três têm em comum que são direitos reais de garantia, em outras palavras, quando alguém faz um negócio, pode exigir do outro contratante que outorgue algum tipo de garantia para o cumprimento de sua respectiva obrigação. Dependendo do tipo de garantias solicitadas, podemos ter, RESUMIDAMENTE:
Penhor: quando o devedor (ou ainda um terceiro) transfere ao credor a posse direta de bem móvel suscetível de alienação, como forma de garantir o pagamento de seu débito. Até o pagamento da obrigação, o bem fica em mãos do credor. O instituto está regulamentado nos artigos 1.431 a 1.472 do CC.
Hipoteca: quando se grava um bem imóvel (ou outro bem que lei considere como hipotecável) pertencente ao devedor ou a um terceiro, sem transmissão da posse ao credor (na hipoteca não há tradição). Se o devedor não paga a dívida no seu vencimento, fica o credor habilitado para exercer o direito de excussão (solicitar a venda judicial do bem). Isso ocorre para que , com o produzido da venda, seu crédito seja preferencialmente pago. O instituto está regulamentado nos artigos 1.476 a 1.505 do CC.
Anticrese: quando o devedor transfere para seu credor a posse de bem imóvel, para que este se aproveite dos frutos e rendimentos do imóvel, até o montante da dívida a ser paga. O instituto está regulamentado no art. 1.506 a 1.510 do CC.

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