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ATPS FAMILIA E SOCIEDADE

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Universidade Anhanguera - Uniderp
Curso: Serviço Social
Disciplina FAMILIA E SOCIEDADE
Tutor EAD: Maria Ana Lúcia A. Antônio
Disciplina: Família e Sociedade
Alunas: 	Adriana dos Santos Silva de Souza.			RA 337740
		Anatilde Campos Aquino da Silva.			RA 288847
		Edileuza dos Santos						RA 344959
		Josenilce Figueredo de Castro.				RA 345793
		Ruberlândia Ferreira Rose.				RA 335996
João Pessoa/Pb
Abril/2015
Desenvolvimento
A noção de família tem variado através dos tempos. Nos dias atuais a família tem sido pensada em um sentido mais abrangente, não como pessoas ligadas pelo sangue, mas também por outros que convive no mesmo lar.
A família é o lugar onde se ouvem as primeiras falas com as quais se constrói a autoimagem e a imagem do mundo exterior. É onde se aprende a falar e, por meio da linguagem, a ordenar e dar sentido às experiências vividas. A família, seja como for composta, vivida e organizada, é o filtro através do qual se começa a ver e a significar o mundo. Este processo que se inicia ao nascer prolonga-se ao longo de toda a vida, a partir de diferentes lugares que se ocupa na família (SARTI, 1999, p. 100).
	Referimo-nos às transformações históricas que ocorreram na família contemporânea no Ocidente, em especial, a partir da segunda metade do século XX. Sabe-se que, do ponto de vista histórico, as chamadas “novas” formas ou configurações familiares coexistiram com aquelas consideradas tradicionais. Com relação ao papel dos avós nas famílias contemporâneas. Há um crescimento de netos e bisnetos que vivem com avós e bisavós. Esses aspectos têm sido bastante debatidos pelos estudiosos da temática família. 
	Em período recente, a família conheceu inúmeras e marcantes transformações. No contexto da sociedade contemporânea brasileira, muitos são os aspectos reveladores dessas transições que imprimem “novas” configurações e redesenham os contornos e as fronteiras familiares. A solidariedade familiar Inter geracional emerge ainda como um recurso potencial para enfrentar as demandas sociais e econômicas que desafiam a capacidade da família para encontrar saídas para as questões postas em seu cotidiano.
	No Brasil a família é amparada e protegida através de artigos da Constituição Federal e do Código Civil, criados com o objetivo de resguardar esta instituição. A família contemporânea brasileira neste contexto é permeada por inúmeros desafios, e várias mazelas que fazem parte do seu cotidiano, tais como a violência, o desemprego, a pobreza, as drogas e outras complicações.
	Diante dessa realidade, é necessário compreendermos o cotidiano das famílias na sociedade contemporânea, para que possamos verificar como se estabelecem as influências da sociedade na família e o papel da família na sociedade. Sabe-se que a família, em todos os segmentos sociais, pode não se constituir em fonte de proteção, como no caso de relações abusivas e violentas. Esta afirmação não exclui a ideia de que as famílias pobres procuram desenvolver recursos, criatividade e estratégias para o cultivo do afeto e o exercício da proteção diante dos estressores da pobreza. Nessa condição, os papéis masculinos e femininos se tornam vulneráveis e realimenta-se o ciclo perverso de rupturas. Como aponta Sarti:
... As famílias pobres dificilmente passam pelos ciclos de desenvolvimento do grupo doméstico, sobretudo pela fase de criação dos filhos, sem rupturas (Neves, 1984, Fonseca, 1987 e Scott, 1990), o que implica alterações muito frequentes nas unidades domésticas. As dificuldades enfrentadas para a realização dos papéis familiares no núcleo conjugal, diante de uniões instáveis e empregos incertos, desencadeiam arranjos que envolvem a rede de parentesco como um todo, a fim de viabilizar a existência da família. (2003, p. 29)
Atuação do Assistente Social as Famílias
A importância da família como espaço de socialização, já é reconhecida desde a promulgação da Constituição Federal de 1988 em seu artigo 226, que diz “a família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado” (BRASIL, 2003B). Logo após a Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS também vêm reforçando esta centralidade quando diz em seu artigo 2º que a assistência social tem por objetivo a proteção a família.
Na atualidade, embasada pelas orientações legais disponibilizadas pela PNAS e seguindo a perspectiva do SUAS, o princípio da matricialidade sociofamiliar acompanha a oferta dos serviços, programas, projetos e benefícios relacionados a política pública de assistência social.
A família sempre esteve inserida na área de atuação do Serviço Social, porém, na maioria dos serviços, sendo contemplada de maneira fragmentada, ou seja, cada integrante da unidade familiar é visto de forma individualizada, descontextualizada e portador de um problema. Em vista disso, um dos desafios da profissão é a busca de metodologias para trabalhar a família como um grupo com necessidades próprias e únicas.
O trabalho com famílias tem se constituído numa fonte de preocupação para os profissionais que trabalham na área, tanto pela atualidade do tema como pela sua complexidade. A discussão envolve inúmeros aspectos dentre os quais estão presentes as diferentes configurações familiares, as relações que a família vem estabelecendo com outras esferas da sociedade, tais como Estado, Sociedade Civil e Mercado, bem como os processos familiares. Os assistentes sociais são os únicos profissionais que têm a família como objeto privilegiado de intervenção durante toda sua trajetória histórica.
As ações dos assistentes sociais de maneira geral estão marcadas: 
Pela ausência de discriminação quanto à natureza das ações direcionadas ao atendimento das famílias, em muitos serviços.
Pela utilização de categorias de análise sem o devido conhecimento ou discernimento quanto às matrizes teóricas às quais estão vinculadas.
Pela articulação explícita entre referências teóricas e ação profissional que aparece quando o assistente social tem uma formação específica na área da família.
Pelos processos de intervenção com famílias que são pensados apenas no âmbito do atendimento direto. O atendimento direto está dirigido maciçamente às famílias que, por pobreza ou falimento nas suas funções, são tidas como incapazes ou patológicas.
A perspectiva de atendimento integral considera a família como alvo da intervenção, compreendida a partir de todos os arranjos familiares na contemporaneidade. O Assistente Social vai procurar conhecer a dinâmica familiar, as necessidades, os recursos, utilizando-se para isso do estudo social, visita domiciliar e entrevista. A partir da particularidade de cada família, o profissional terá condições de desenvolver estratégias para o fortalecimento de vínculos familiares e, caso seja necessário, realizará encaminhamentos da família à rede de serviços sociais dos municípios.
A apropriação do referencial teórico metodológico, por parte do assistente social, permite-lhe apreender a realidade numa perspectiva de totalidade e construir mediações entre o exercício profissional comprometido e os limites dados pela realidade de atuação. A ação do assistente social deve ser transformadora, buscando a emancipação e o autodesenvolvimento da família. O profissional deve atuar nas demandas, sendo que as mesmas deverão providenciar respostas.
As demandas institucionais que são demandas objetivas, imediatas, devem ser respondidas com o desenvolvimento e a utilização de instrumentos (meios) para atingir seus objetivos. Estes instrumentos podem ser os bens, serviços, benefícios, programas e projetos, porém, o âmbito da ação profissional deve transcender à demanda institucional, passando, assim, para a demanda sócio profissional.
Compreender as demandas na sua totalidade, as suas contradições, a sua relação com a sociedade permite ao assistente social se articular, criar meios para que a família crie condições para cumprir a sua função social. 
Conclusão
	Embora a maioria dos profissionais entenda a importância da centralidade na
família como um avanço na implementação da política de assistência social, percebemos que ela ainda não é algo materializado na realidade da rede de assistência social. Apesar das mudanças nos arranjos familiares na contemporaneidade e que pauta-se não em um modelo de família, mas em famílias no plural pela sua diversidade não é vivenciada na elaboração das políticas públicas, nem tão pouco na sua execução que ainda é permeada de valores androcêntricos que dão o tom as práticas cotidianas. As famílias vêm exigindo quotidianamente uma nova estratégia de enfrentamento as expressões da questão social, de forma integrada aos serviços socioassistenciais garantindo sujeitos de direitos, agentes sociais, bem como revendo as metodologias de modo a ultrapassar o forte caráter moralista e disciplinador que intervém nas formas de pensar a família. 
	'Nesta perspectiva, segue-se a linha da percepção observando o significado do conceito matricialidade sociofamiliar para a política de assistência, assim como aos desdobramentos que se tem apresentado para a garantia da oferta dos serviços à população. É preciso considerar que existem avanços na forma da condução da política de assistência, com a adoção do princípio da matricialidade sociofamiliar pela ruptura de um modelo de assistência voltado para os segmentos e da fragmentação no atendimento social.
	A teórica do referencial familiar, precisa ser compreendida em sua dimensão crítica, para além da compreensão dos valores e do campo moral, presente nos técnicos responsáveis pela política pública.
Referências Bibliografia
GIDDENS, A. A transformação da intimidade: sexualidade, amor, erotismo nas sociedades modernas. São Paulo: Unesp, 1993. —. O mundo em descontrole: o que a globalização está fazendo de nós. Rio de Janeiro: Record, 2000. 
http://www.uel.br/eventos/gpp/pages/arquivos/GT2_Luciana%20Marques.pdf. Acesso em 10 de abril de 2015.
http://www.ipea.gov.br/code2011/chamada2011/pdf/area2/area2-artigo29.pdf. Acesso em 10 de abril de 2015.
http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinppIII/html/Trabalhos/EixoTematicoC/8564138eb35d54746846Amanda%20Lougon_Ana%20Carolina%20Erustes_Priscilla%20dos%20Santos1.pdf. Acesso em 10 de abril de 2015.
https://www.portaleducacao.com.br/direito/artigos/46909/matricialidade-sociofamiliar#.
 Acesso em 10 de abril de 2015.
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http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/arquivo/Politica%20Nacional%20de%20Assistencia%20Social%202013%20PNAS%202004%20e%202013%20NOBSUASsem%20marca.pdf. Acesso em 10 de abril de 2015.
http://books.scielo.org/id/965tk/pdf/oliveira-9788579830365-03.pdf. Acesso em 10 de abril de 2015.
http://unesav.com.br/ckfinder/userfiles/files/Trabalho%20com%20fam%EDlias.pdf. Acesso em 10 de abril de 2015.
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010166282011000100003&script=sci_arttext. Acesso em 10 de abril de 2015.
http://www.reitoria.uri.br/~vivencias/Numero_015/artigos/pdf/Artigo_10.pdf. Acesso em 10 de abril de 2015.
ROUDINESCO, E. A família em desordem. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.
SARTI, C. A família como espelho: um estudo sobre a moral dos pobres. Campinas: Edi tores Associados, 1996. —. Família e jovens: no horizonte das ações Revista Brasileira de Educação, mai-ago., n.11 Anped, 1999, pp. 99-109. —. Famílias enredadas, in: ACOSTA A. R. e VITALE, M. A. F. (org.). Família: redes, laços e políticas públicas. São Paulo: IEE, 2003, pp. 21-36.
VITALE, M. A. F. Família monoparentais: indagações. Revista Serviço Social e Sociedade. São Paulo: Cortez, n. 71, 2002, pp. 45-62.

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