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Slide INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Ricardo José Macedo de Britto Pereira
CONCEITO DE DIREITO
Dificuldades. Não existe conceito inequívoco de direito.
Fenômeno histórico. A compreensão do que é direito varia de acordo com o tempo e lugar. Após o 11 de setembro de 2001. Leis antiterrorismo restringiram liberdades individuais.
Varia de acordo com a concepção adotada pelos indivíduos sobre o fenômeno jurídico. Para um marxista, o direito é um instrumento de dominação. Para um liberal é um instrumento para assegurar a livre circulação de bens e interesses consoante a autonomia da vontade de cada um. Para um social democrata, o direito assegura um patamar mínimo de bem estar social para a participação de todos nas deliberações relevantes para a comunidade.
                                                                                                                                                                      
O número exato de mortes só foi noticiado em janeiro de 2004, quando peritos médicos de Nova York d
Medidas antiterror são cada vez mais rigorosas
Notícia veiculada na internet
Lei antiterror
O secretário de Justiça dos Estados Unidos, John Ashcroft, iniciou em agosto uma viagem por dezenas de cidades do país para defender a polêmica lei antiterrorista, conhecida como "US Patriot Act". Como principal arquiteto dessa lei aprovada após os atentados de 11 de setembro de 2001, Ashcroft foi alvo de críticas de grupos defensores dos direitos civis, que condenaram os supostos excessos da lei.
Mais de 160 cidades em 26 estados aprovaram resoluções de repúdio à lei antiterrorista e que reafirmam os direitos constitucionais no país. O procurador-geral considera que a lei antiterrorista melhorou a coordenação e a colaboração entre as agências governamentais e agilizou as investigações de pessoas e grupos vinculados ao terrorismo. A lei antiterrorista permite a escuta de telefones, a vigilância de locais públicos e privados e a prisão de suspeitos de atos de terrorismo.
CONCEITO DE DIREITO
“Como o direito está ligado à socialidade, ele se situa objetivamente entre o signo da diversidade e da pluralidade, que acarretam a polissemia de seu conceito.”
“O termo direito veicula, pois, um pluralismo semântico que indica que a autonomização do direito não é uma evidência e que o campo em que o direito evolui é tão diversificado quanto às condutas a que se aplica”. 
“Em sua persistência, o pluralismo semântico da palavra direito decerto não é acidental. Ele corresponde à ambiguidade existencial de seu conceito: na verdade, a multiplicidade de relações que o direito mantém com outros campos da existência humana mostra a dimensão da dificuldade existente para circunscrever seu campo próprio, o que obsta a um empreendimento de definição rigorosa. Tanto em sua extensão como em sua compreensão, o conceito de direito se mostra rebelde ao aclaramento.”
Simone Goyard-Fabre. Os fundamentos da ordem jurídica
CONCEITO DE DIREITO
“... o direito é um mistério, o mistério do princípio e do fim da sociabilidade humana. Suas raízes estão enterradas nesta força oculta que nos move a sentir remorso quando agimos indignamente e que se apodera de nós quando vemos alguém sofrer uma injustiça. Introduzir-se no mundo do direito é, pois, entronizar-se num mundo fantástico de piedade e impiedade, de sublimação e de perversão, pois o direito pode ser sentido como uma prática virtuosa que serve ao bom julgamento, mas também usado como um instrumento para propósitos ocultos e inconfessáveis. Estudá-lo sem paixão é como sorver um vinho precioso apenas para saciar a sede. Mas estudá-lo sem interesse pelo seu domínio técnico, seus conceitos, seus princípios, é inebriar-se numa fantasia inconsequente. Isto exige, pois, precisão e rigor científico, mas também abertura para o humano, para a história, para o social, numa forma combinada que a sabedoria ocidental, desde os romanos, vem esculpindo como uma obra sempre por acabar.” (Tercio Sampaio Ferraz Junior, p. 25)
O CONCEITO DE DIREITO
“... O direito contém, ao mesmo tempo, as filosofias da obediência e da revolta, servindo para expressar e produzir a aceitação do status quo, da situação existente, mas aparecendo também como sustentação moral da indignação e da rebelião.”
“O direito, assim, de um lado, nos protege do poder arbitrário, exercido à margem de toda regulamentação, nos salva da maioria caótica e do tirano ditatorial, dá a todos oportunidades iguais e, ao mesmo tempo, ampara os desfavorecidos. Por outro lado, é também um instrumento manipulável que frustra as aspirações dos menos privilegiados e permite o uso de técnicas de controle e dominação que, pela sua complexidade, é acessível apenas a uns poucos especialistas.”
ORIGEM DA PALAVRA DIREITO
Grega. Deusa Diké, filha de Themis e Zeus. Balança com dois pratos na mão esquerda, na mão direita uma espada e de olhos bem abertos. O justo corresponderia ao equilíbrio dos pratos. O direito ou o justo era visto como igual. 
Romana. A Iustitia romana era representada de olhos vendados, empunhando uma espada desembainhada e uma balança.
De olhos vendados revela que a justiça busca a imparcialidade e ser objetiva em suas decisões. Como diz a afirmativa: “Todos são iguais perante à lei”.
DEUSA GREGA DA JUSTIÇA
Espada – A imagem da Espada representa coragem, força, regra e ordem. Significa a razão de forma clara e a força necessária para que os objetivos de justiça sejam alcançados.
Balança – Representa a igualdade, o equilíbrio e a ponderação. Aqui, o significado máximo é de que a justiça precisa ser igualitária, sem pender para nenhum lado envolvido, de forma as decisões aplicadas pela lei sejam justas e honestas.
Olhos Abertos – Simboliza a busca da verdade.
CONCEITO DE DIREITO
Pode variar de acordo com o ramo. Para o Direito do Trabalho, o Direito do Consumidor e outros ramos, a ênfase recai na ideia de hipossuficiência. Para o Direito Penal, a ênfase na aplicação da sanção. Para o Direito Administrativo na primazia do interesse público sobre o privado.
Múltiplas e variadas perspectivas ou pontos de vista. Ambiguidade.
Norma jurídica. Direito objetivo. O direito brasileiro proíbe a tortura.
Direito de cada um. Tenho direito a receber a televisão que comprei na loja tal. Direito subjetivo. Faculdade e poder atribuídos a um sujeito de direito.
CONCEITO DE DIREITO
Amanhã tenho prova de Direito Civil. Ciência do Direito. Teorias e elaborações que orientam a prática jurídica.
Eu tenho o direito de conseguir aquele emprego. É justo que eu seja o escolhido.
Direito e sociedade. É essencial a uma convivência em sociedade. 
Fenômeno cultural. É criação humana. O direito não é um dado. É um construído. É possibilidade jurídica. Conviver é optar entre valores. O conceito de fins e valores é essencial para a caracterização do mundo da cultura.
O mundo da natureza compreende tudo o que existe independentemente da atividade humana. 
CONCEITO DE DIREITO
Relações entre os seres humanos. Juízos de valor, implicando adequação de meios (valores – natureza axiológica) e fins (natureza teleológica).
Fenômeno natural – causa e efeito. Ocorrência independe do valor que damos a eles.
Ser e dever ser. Descrição e prescrição.
Sociologia, história e economia. Enunciação de juízos de valor com base em fatos observados.
Direito, moral e religião. Obrigatoriedade de um comportamento.
CIÊNCIA DO DIREITO
Problemas relacionados com a estrutura do direito. 
Fenômeno jurídico tal como se concretiza no espaço e no tempo.
Análise, interpretação e aplicação das normas jurídicas postas.
Ser do direito. O direito como é.
Direito positivo. Direito que entrou em vigor e está apto a produzir efeitos. Positividade. Relação entre vigência e eficácia.
A ciência do Direito estuda ordenamentos específicos, como o brasileiro e o espanhol
Teoria geral do Direito. Princípios gerais aplicáveis a esses vários ordenamentos. Parte geral comum a todas as formas de conhecimento positivo do Direito.
FILOSOFIA DO DIREITO
Ocupa do
fundamento do Direito. Condições de possibilidade do Direito. 
Direito justo e legítimo.
Dimensão crítica do Direito. O Direito como deve ser.
Desconstruções para que novas construções sejam realizadas.
Sociologia do Direito
Estudo do fato social na sua estrutura e funcionalidade.
Não trata das normas jurídicas em si, mas como a sociedade reage a elas.
Ocupa-se da efetividade no plano social das normas jurídicas
Direitos e normas jurídicas
Direitos são ingredientes básicos das normas. As normas existem e se justificam para proteger e fazer efetivos direitos.
Direitos muitas vezes são reclamados, independentemente de um reconhecimento expresso.
As normas não são meras exigências éticas. São criadas desde forças, interesses, valores e exigências éticas presentes na sociedade.
Constitui elemento central do ordenamento jurídico, que assegura o estabelecimento concreto de direito e deveres de proteção.
A exigibilidade de condutas na sociedade é resultante das normas jurídicas. 
Direito e justiça
Regimes opressores e totalitários se baseavam em ordenamentos jurídicos e cometeram, respaldados pelo Direito várias injustiças.
Após várias experiências históricas, o Direito foi incorporando valores contra tais situações. A Constituição, norma suprema do ordenamento jurídico, alberga os valores que devem ser observados por toda a sociedade, ao consagrar direitos fundamentais, baseados na liberdade e igualdade.
A ideia de dignidade da pessoa humana passou a ser o centro dos ordenamentos jurídicos.
Tensão entre o direito que é e deve ser. Entre direito e justiça. Entre legalidade e legitimidade.
VALIDADE E VIGÊNCIA
Conceito central para o Direito positivo.
Validade e vigência. Direito vigente é o direito existente e não revogado.
O direito vigente é válido se a aprovação foi por quem corresponde, segundo as regras previstas e não está em contradição com normas hierarquicamente superiores.
Vigência no sentido temporal. A lei pode ser válida, mas é pendente de vigência. Ainda não entrou em vigor. Vacatio legis.
Validade. Compatibilidade com o sistema. Invalidade. Incompatibilidade. Norma será ilegal ou inconstitucional.
Invalidade formal. Vícios no processo de criação da norma
Invalidade material. Incompatibilidade de conteúdo.
EFICÁCIA
Qualidade da norma que se refere à aptidão para produzir efeitos concretos.
A eficácia das normas pode depender de outras normas.
Normas de eficácia plena, direta ou imediata. Não depende de qualquer outra norma para produzir efeitos.
Normas de eficácia limitada. Há necessidade de outras normas para a produção plena de efeitos.
Normas de eficácia contida. A norma possui eficácia plena e imediata, que pode ser restringida por outras normas.
QUADRO COMPARATIVO
Ciência do Direito. Validade das normas
Sociologia do Direito. Efetividade das normas
Filosofia do Direito. Justificação ética das normas
Reducionismos. Caráter ideológico.
Redução da justiça à validade. Positivismo ideológico. Todo direito válido é justo.
Redução da validade à efetividade. O direito não é o formalmente vigente e válido, mas o realmente vivido pelos cidadãos e efetivamente aplicado pelos juízes. Realismo, Sociologismo e Judicialismo.
Redução da validade à justiça. Uma norma só é válida se é justa. O direito positivo só é válido se coincide com o direito natural. Jusnaturalismo.
DIREITO POSITIVO E DIREITO NATURAL
Direito posto e direito existente por si.
Origem. Antiguidade. Contraposição entre o que é por natureza e aquilo que é por convenção ou posto pelos homens.
Pensamento medieval. Direito positivo. Posto pelos homens e Direito natural é posto por alguém ou algo que está além desses como Deus ou a própria natureza.
Modernidade. Direito natural. Ditame da justa razão. Posto pela vontade de um legislador.
Antígona. Sófocles. Tragédia Grega (ano V A.C.)
Creonte (soberano de Tebas)proibiu o sepultamento de Polinices, porque foi morto atacando a cidade. Antígona era irmã de Polinices. Desobedeceu ao édito. Antígona é levada a Creonte e se defende sem negar o fato a sua legitimidade. Não foi Zeus. Tampouco pode supor que o édito feito por um simples mortal, pudesse revogar as leis imutáveis e permanentes.
Antígona - Sófocles
Creonte: - Tu que inclinas a cabeça para o solo, confessas ou negas haver sepultado Polinice?
Antígona: - Confesso. Não nego haver-lhe dado sepultura.
Creonte: - Conhecias o edito que proibia fazer isso?
Antígona: - Eu o conhecia. Todos o conhecem.
Creonte: - E tu ousaste violar as leis?
Antígona: - É que Zeus não fez estas leis, nem as fez a Justiça que tem seu trono no meio dos deuses imortais. Eu não acreditava que teus editos valessem mais que as leis não escritas e imutáveis dos deuses, pois que tu és um simples mortal. Imutáveis são, não de hoje nem de ontem; e eternamente poderosas; e ninguém sabe quando nasceram. Não quero, por medo às ordens de um só homem, merecer o castigo divino. Eu já sabia que algum dia devo morrer – como ignorá-lo? – mesmo contra a tua vontade; e se eu morrer prematuramente! Oh! Será para mim um grande fortuna. Para os que, como eu, vivem entre inumeráveis misérias, a morte é um bem...”
DIREITO POSITIVO
Direito positivo é o direito vigente, histórico, efetivamente observado, passível de ser imposto coercitivamente. É o direito encontrado em leis, códigos, tratados internacionais, costumes etc.
É direito positivo tanto o que vigora hoje como o que vigorou há muito tempo.
Direito objetivo. Estrutura normativa
Direito subjetivo. São os poderes, as faculdades asseguradas pela estrutura normativa.
DIREITO E MORAL
Há normas jurídicas e normas morais.
A moral refere-se a valores, princípios, deveres que conformam, o caráter, o modo de ser, e se expressam também por meio de normas. No entanto, as normas morais são diferentes das normas jurídicas.
Portanto, é necessário verificar o que diferencia a Moral e o Direito e também o que as aproxima.
O Direito é o sistema normativo que possui força (coação e sanção) para fazer cumprir ou corrigir, na medida do possível, as consequências de seu descumprimento (efeito vinculante).
A moral interfere muito no Direito, tanto para sua criação, interpretação e aplicação mas não se confunde.
DIREITO E MORAL
Autonomia moral, heteronomia jurídica. A moral tem sua origem no próprio sujeito, que se sente obrigado por ela.
O Direito procede de uma vontade exterior, diferente em maior ou menor medida da vontade do sujeito a que a norma obriga.
A autonomia da vontade. Na tradição Kantiana, não é mero subjetivismo, capricho ou arbítrio. Implica o respeito ao princípio da universalidade. Ser humano como fim e não meio. Dignidade da pessoa humana. Há limites. Eu só posso fazer aquilo que não viole a igual liberdade do outro.
DIREITO E MORAL
Neste aspecto. Direito e Moral não tem necessariamente que coincidir.
Mas existe uma interação entre eles. As normas legais de procedência democrática são mais livres e autônomas (e neste aspecto se aproximam da moral). Mais do que as que resultam de costumes ancestrais, privilégios históricos ou desigualdades cristalizadas na sociedade. Por esta razão o direito democrático é mais ético, mais justo.
O direito totalitário invade o âmbito da moral. Regula os atos que se exteriorizam, como os que permanecem na zona interna da consciência, dos pensamentos e das intenções. O Direito ocupa, neste caso, ilegitimamente o campo da Moral. No Direito democrático e liberal, há um respeito maior à autonomia da vontade, como condição da própria democracia.
DIREITO E MORAL
Kant limitava o campo do jurídico ao campo dos deveres externos e a moral ao campo dos deveres internos.
Na Moral, existe a adesão interna à norma. No Direito, deve existir a obediência externa ao mandamento, ainda que a vontade não coincida com ela. Daí ser respaldada por uma sanção/coação institucionalizada. A moralidade exige adesão interior. A legalidade se conforma com o cumprimento exterior. É claro que o Direito democrático vai gerar um cumprimento espontâneo de
suas normas. E aí a aproximação entre os dois âmbitos. 
Direito e moral
Existem conteúdos comuns entre a Moral e o Direito, sem que se deva cogitar de uma ilegítima intromissão de um em outro âmbito. Toda obrigação jurídica, principalmente as mais importantes para a coletividade, referem-se a valores morais, a deveres éticos, a critérios de Justiça. Ao contrário, neste caso, a interferência do Direito convém para suprir a ausência da coação-sanção da Moral.
É necessário ter consciência que a não intervenção do Direito, nem sempre corresponde ao respeito da moral, respeito à Justiça ou à democracia. Trata-se de interesses (principalmente econômicos) que privilegiam indivíduos, grupos ou setores corporativos. Substituição do poder político, social e estatal por poderes econômicos, religiosos, militares comunicacionais, de caráter fortemente privado ou corporativo. 
A retirada do Direito não garante uma maior presença da ética. O retrocesso no Direito não significa o avanço da ética. Questão social.
JUSTIÇA COMUTATIVA E DISTRIBUTIVA
A justiça comutativa reflete a ideia de igualdade bruta. Diz respeito às trocas de que possuem o mesmo valor. Disciplinadas pelo direito privado. Relação de coordenação.
A justiça distributiva busca igualdade proporcional de acordo com as diferenças e méritos de cada um. Cada um segundo suas necessidades e suas capacidades (Proudhon). Relação de subordinação. Direito público.
Michael J. Sandel
Filósofo Político e Professor da Escola de Governo em Harvard
Defende o republicanismo cívico: interdependência dos cidadãos no quadro da sociedade e necessidade de associação cívica para a revitalização da comunidade. 
O livro “O que o dinheiro não compra” recebeu o prêmio
Financial Times and Goldman Sachs Business Book of the Year em 2012.
Michael J. Sandel
O que o dinheiro não compra
Upgrade na cela carcerária
Acesso às pistas de transportes solidários
Barriga de aluguel indiana
Direito de ser imigrante nos EUA
Direito de abater animal ameaçado de extinção 
Celular do médico 
Direito de poluir 
Matrícula do filho em universidade de prestígio.
Propaganda e Consentimento, ou Degradação de valores?
Michael J. Sandel
O que o dinheiro não compra
Michael Rice, gerente do Walmart em Tilton, New Hampshire, ajudava cliente a carregar tv, teve enfarte e caiu. Morreu uma semana depois. Apólice de seguro US$ 300.000,00. O dinheiro não foi para a viúva, nem dois filhos. Foi para o Walmart que comprou a apólice de Rice e o colocou como beneficiário.
Compensação pelo custo embutido em seu treinamento e sua substituição. “Ele recebeu muito treinamento e adquirira uma experiência que não pode ser reproduzida sem custo”.
Após o 11 de setembro de 2001, os primeiros pagamentos de seguro de vida não foram para familiares e sim para empregadores.
“A objeção mais obvia é de ordem prática: permitir que as empresas tenham um interesse financeiro na morte dos empregados não é propriamente propício para a segurança no local de trabalho. Pelo contrário, uma empresa com problemas de caixa e ao mesmo tempo milhões de dólares para receber pela morte dos empregados teria aí um incentivo algo perverso para prevaricar nas medidas de saúde e segurança.”
Michael J. Sandel
O que o dinheiro não compra
Carros de polícia circulando em algumas localidades com propagandas de empresas, como Mc Donald’s e Dokin Donuts, comprados por elas. Controvérsias.
Michael J. Sandel
O que o dinheiro não compra
Defensores: aumento do policiamento
Críticos: “colunista Leonard Pitts: “Certas coisas são tão fundamentais para o funcionamento de uma sociedade, tão intrínsecas a sua dignidade, que tradicionalmente são confiadas apenas a pessoas contratadas e pagas por todos nós, coletivamente, em nome do bem comum. A manutenção da ordem pública é uma dessas funções. Ou pelo menos costumava a ser”.
O triunfalismo do mercado (marquetização) coincide com a época em que o discurso público se esvazia de qualquer substância moral ou espiritual. O público vai se encolhendo.
O comercialismo corrói o comunitarismo. “Quanto maior o número de coisas que o dinheiro compra, menor o número de oportunidades para que as pessoas de diferentes estratos sociais se encontrem.” 
Michael J. Sandel
O que o dinheiro não compra
Os mercados desvincularam-se da moral. Na sociedade do mercado “... Os valores do mercado permeiam cada aspecto da atividade humana. É um lugar em que as relações sociais são reformatadas à imagem do mercado”.
Mudança: “a entrada cada vez mais intensa do dinheiro e do mercado em esferas da vida outrora governadas por normas alheias ao mercado”.
“Corrupção não é apenas uma questão de suborno e pagamentos ilícitos. Corromper um bem ou uma prática social significa degradá-lo, atribuir-lhe uma valoração inferior à adequada.”
ESTADO BRASILEIRO
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
FORMAS DE ESTADO E DE GOVERNO
Formas de Estado
Unitário: França
Federação: unidades conservam autonomia política enquanto a soberania corresponde ao Estado Federal: Brasil e Estados Unidos
Confederação: união permanente e contratual em que as unidades preservam a soberania, podendo se desvincular da união
Formas de Governo: monarquia e república
Sistemas de Governo: presidencialismo e parlamentarismo
Regimes de Governo: democráticos e não democráticos
AUTONOMIA POLÍTICA x ESTADO UNITÁRIO
AUTONOMIA POLÍTICA – ÂMBITO FEDERAL
AUTONOMIA POLÍTICA E ADMINISTRATIVA - ÂMBITO ESTADUAL
AUTONOMIA POLÍTICA E ADMINISTRATIVA DISTRITO FEDERAL
AUTONOMIA POLÍTICA E ADMINISTRATIVA
ÂMBITO MUNICIPAL
DESCONCENTRAÇÃO ADMINISTRATIVA
A PESSOA JURÍDICA CENTRAL TRANSFERE ATRIBUIÇÕES PARA CENTROS DE COMPETÊNCIA (ÓRGÃOS). Hierarquia. Administração direta.
PODER EXECUTIVO FEDERAL: CONJUNTO DE ÓRGÃOS, COMO PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, MINISTÉRIOS ETC.
PODER EXECUTIVO ESTADUAL: GOVERNO DO ESTADO, SECRETARIAS ETC.
PODER EXECUTIVO MUNICIPAL: PREFEITURA, SECRETARIAS ETC.
DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Transferência de atribuições para pessoas jurídicas. Maior autonomia. Criação por lei. Administração indireta
Pessoas jurídicas de direito público: autarquias e fundações. Regime jurídico de direito público.
Pessoas jurídicas de direito privado: empresas públicas e sociedades de economia mista. Regime jurídico de direito privado. Ressalvas.
PODER JUDICIÁRIO
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS
TRF da 1ª Região - sede em Brasília: compreende as seções judiciárias do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins.
TRF da 2ª Região - sede no Rio de Janeiro: compreende as seções judiciárias do Rio de Janeiro e Espírito Santo.
TRF da 3ª Região - sede em São Paulo: compreende as seções judiciárias de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
TRF da 4ª Região - sede em Porto Alegre: compreende as seções judiciárias de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
TRF da 5ª Região - sede em Recife: compreende as seções judiciárias de Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.
TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS
Tribunais que ainda esperam tramitação de ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) 5017 contra a EC 73/2013 proposta no Supremo Tribunal Federal. A criação dos novos Tribunais foi aprovada no Congresso Nacional e barrada no Supremo Tribunal Federal, pelo Ministro Presidente Joaquim Barbosa, onde deverá aguardar a volta do Ministro Relator da Ação Direta de Inconstitucionalidade, Luiz Fux, para levar a proposta a plenário e assim os 11 ministros deverão autorizar ou não a criação dos novos Tribunais. ADI foi proposta pela Associação Nacional dos Procuradores Federais. O parecer da PGR é pela não confirmação da liminar.
TRF da 6ª Região - sede em Curitiba: compreendendo as seções judiciárias de Santa Catarina, Paraná (regiões anteriormente vinculadas ao TRF da 4ª Região) e Mato Grosso do Sul (região anteriormente vinculada ao TRF da 3ª Região).
TRF da 7ª Região - sede em Belo Horizonte: compreendendo
a seção judiciária de Minas Gerais (região anteriormente vinculada ao TRF da 1ª Região).
TRF da 8ª Região - sede em Salvador: compreendendo as seções judiciárias de Bahia (região anteriormente vinculada ao TRF da 1ª Região) e de Sergipe (região anteriormente vinculada ao TRF da 5ª Região).
TRF da 9ª Região - sede em Manaus: compreendendo as seções judiciárias do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima (regiões anteriormente vinculadas ao TRF da 1ª Região).
NORMA JURÍDICA
Norma jurídica.
Norma e normativo. Dever ser. São prescrições de comportamentos e não são descrições da realidade. A norma não dá conta de uma realidade, mas a modifica. Interfere na realidade.
As normas jurídicas são expressão de uma determinada vontade.
É ela que transforma a sociedade, que faz com que os indivíduos se conduzam de uma maneira determinada e as consequências pelo descumprimento da conduta imposta.
As normas são manifestações de linguagem. Escrita ou simbólica.
Proposições. Conjunto de palavras que tem um significado entre si.
Proposições descritivas. Podem ser verdadeiras ou falsas. 
Proposições prescritivas. Válidas ou inválidas. Justas ou injustas. Eficazes ou ineficazes, convenientes ou inconvenientes, mas nunca verdadeiras ou falsas.
NORMA JURÍDICA
Hipótese normativa. Situação de fato (comportamento, ocorrência natural, qualidade) que vem prevista na norma a qual se atribui uma consequência jurídica.
É também denominada de tipo legal, hipótese de incidência, entre outros.
A norma jurídica é um imperativo despsicologizado. Ela se desvincula de seu autor e passa a ter vida própria. Uma diretiva vinculante, mediante um mecanismo institucionalizado de coerção, bilateral, que prevê uma hipótese normativa, atribuindo uma consequência jurídica e que funciona como critério para a tomada de decisão.
NORMA JURÍDICA
Segundo Paulo Nader a norma jurídica “esclarece ao agente como e quando agir”. “É conduta exigida ou o modelo imposto de organização social”.
Instituto jurídico “é a reunião de normas jurídicas afins, que rege um tipo de relação social ou interesse e que se identifica pelo fim que procura realizar”.
A ordem jurídica trata da generalidade das relações sociais enquanto o instituto de um tipo de relação ou interesse. 
As instituições se baseiam em suposições comuns em torno de expectativas. Trata-se de abstrações sociais que possuem uma homogeneidade.
Os institutos afins formam um ramo e o conjunto dos ramos o ordenamento jurídico. 
Norma jurídica
Coação: instrumento de força a serviço do direito
Sanção: punição para a hipótese de violação de normas.
Sanção premial: estímulo para a efetividade das normas.
Controvérsia: coação é elemento essencial ao direito?
A corrente que defende que não argumenta que a coação é acionada de forma excepcional, de modo que não é essencial ao fenômeno jurídico.
Corrente contrária: Ihering. Direito sem coação “é um fogo que não queima; uma luz que não ilumina”.
Coercibilidade. Coação em estado de potência e não em ato. Como possibilidade não é contingente, mas existe sempre. 
Características da norma
Bilateralidade. Sujeito ativo e passivo. Titular do direito e quem possui o dever jurídico.
Há normas que qualificam um sujeito e outras que prescrevem um regime. O Brasil é uma República Federativa.
São bilaterais no sentido de alteridade, no sentido de conferir posições relevantes aos sujeitos.
Generalidade. Preceito de ordem geral e obriga a todos que se encontram em sua hipótese normativa.
Abstratividade. Diz respeito ao maior número de situações
Imperatividade. Imposição de vontade e não mero conselho ou convite.
Norma Jurídica
Elementos. 
Caráter. A norma pode prever uma ordem ou obrigação, uma permissão ou uma proibição.
Conteúdo. É o que a norma estabelece como o que deve, pode ou não deve ser feito.
Condição de aplicação. Circunstâncias que devem ocorrer para aplicar a norma. 
Imperativo hipotético. A aplicação da consequência jurídica é resultado do efetivo acontecimento do caso previsto no pressuposto de fato. Pressuposto de fato (matar alguém, caso concreto, deve ser condenado a uma pena de)
Imperativos categóricos. Não depende de uma condição.
Autoridade. Agente que produz a prescrição.
Normas heterônomas. Autoridade e destinatário são diferentes. Autônomas. Autoridade e destinatários são os mesmos.
Sujeito normativo. Destinatário da norma. Específicos e concretos e gerais e abstratos.
Ocasião. Conjunto de coordenadas espaciais e temporais em que deve realizar o conteúdo.
Atos relacionados à vigência das normas
Promulgação. É requisito imprescindível para que os sujeitos possam conhecer o conteúdo da norma.
Sanção. Ameaça de um castigo pelo descumprimento da norma. Conseqüência jurídica.
Coação. Aplicação efetiva da sanção. 
Poder Executivo. Sanção e veto. Atos do Presidente da República. Só sobre projetos de lei.
Sanção é a adesão do Chefe do Poder Executivo ao projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo. Expresso ou tácito. Art. 66 da CF
Veto é o modo de o Chefe do Executivo exprimir sua discordância com o projeto aprovado, por entendê-lo inconstitucional ou contrário ao interesse público. Total ou parcial. Texto integral
Veto é relativo e pode ser derrubado pelo Congresso. Neste caso o projeto se transforma em lei sem sanção do presidente da república. É promulgado pelo Congresso. 
Promulgação. Introduzir a lei no ordenamento jurídico. Os efeitos da lei somente se produzem após a promulgação.
Além da promulgação é necessária a publicação do ato. Dar conhecimento a todos sobre a existência da lei.
A Lei só tem vigência e se torna eficaz com a promulgação publicada.
Publicação é o meio pelo qual se transmite a promulgação aos destinatários. 
NORMA JURÍDICA
Artigo. Unidade básica para apresentação, divisão ou agrupamento de assuntos num texto normativo. Numeração até o artigo 9º (ordinal) Do dez em diante o número arábico seguido de ponto 10. Art.
Os artigos podem desdobrar-se em parágrafos, incisos e estes em alíneas.
Os parágrafos são a imediata divisão de um artigo. Disposição secundária de um artigo em que se explica ou modifica a disposição principal. Ordinal até o 9º. Cardinal em diante ( 10). Apenas um parágrafo (parágrafo único).
Incisos e alíneas. O assunto não pode ser condensado no artigo e não se mostra adequado a constituição de parágrafos.
Incisos. Algarismos romanos. Alíneas. Letras.
Agrupamento de artigos. Seções
Agrupamento de seções. Capítulos
Conjunto de capítulos. Título
Livro. Códigos.
PRINCÍPIOS
Debate sobre os princípios jurídicos. Vinculação entre Direito e Moral. Positivismo jurídico = separação entre Direito e Moral. Jusnaturalismo: vinculação entre esses dois planos. Trata-se de discussão milenar e que dá margem a inúmeras controvérsias. Além disso, as discussões não se localizam nos extremos, havendo inúmeras variações. Doutrinadores com perfil diferenciado, um mais próximo do jusnaturalismo, ou do positivismo, podem compartilhar diversos pontos nas concepções constitucionalistas ou neoconstitucionalistas. Porém em geral, os positivistas não dão tanta atenção aos princípios.
PRINCÍPIOS
Concepção tradicional: princípios e normas jurídicas. Princípios. Mais no campo da moral. Fundamento às normas jurídicas. 
Os princípios inspiram a criação das normas jurídicas, informam as existentes, dando sentido a elas e auxiliam sua interpretação, e as completam.
PRINCIPIOS
Tornam-se evidentes a partir do momento em que as normas são aplicadas. Cumprem funções necessárias à correta aplicação das normas jurídicas. Conexão entre princípios e normas: os primeiros condicionam e determinam as últimas. A norma possui obrigatoriedade, o princípio dá sentido e substância a ela. Confere densidade. São incorporados pelos textos jurídicos, adquirindo forma de norma.
PRINCÍPIOS
As funções tradicionais dos princípios ainda possuem importância. 
Concepção moderna. Princípios como categoria normativa.
Distinção deixa de ser feita entre princípios e normas e passa a ser feita entre princípios
e regras. Principais precursores. Dworkin e Alexy. Ambos os autores se aproximam no que se refere às categorias normativas, mas se distanciam no aspecto interpretativo.
PRINCÍPIOS
Dworkin fala de distinção lógica, sendo a regra aplicada na base de tudo ou nada enquanto os princípios possuem uma dimensão de peso ou importância.
Debate Hart x Dworkin – Segundo Hart, havendo determinada questão não prevista no Direito, o aplicador possui discricionariedade para decidir. A generalidade dos princípios equivale à ampliação da discricionariedade do intérprete (HART, 1997), uma vez que do âmbito da moral não seria possível extrair elementos racionais para uma decisão objetivamente justificável.
 Segundo Dworkin, nos casos difíceis, o aplicador está submetido aos princípios, não havendo discricionariedade no sentido forte. 
PRINCÍPIOS
Alexy aponta diferença de conteúdo. As regras determinam comportamento no plano do fático e juridicamente possível. Os princípios determinam condutas no plano do fático e juridicamente condicionado. O campo de aplicação dos princípios não é absoluto e sim condicionado, mas deve-se buscar a máxima aplicação possível dos princípios em jogo (mandamento de otimização). Como modalidade de normas, os princípios “ordenam que algo seja realizado na maior medida possível, dentro das possibilidades jurídicas e reais existentes”. A medida de cumprimento dos princípios é variável de acordo com essas possibilidades. As jurídicas se referem aos “princípios e regras contrários”. 
A determinação do princípio e da medida aplicável realiza-se por meio de um processo de ponderação, como operação integrante do princípio da proporcionalidade.
PRINCÍPIOS
O princípio da proporcionalidade subdivide-se em três subprincípios (adequação ou idoneidade, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito). Os dois primeiros referem-se às condições fáticas e o último às condições jurídicas. 
Debate Alexy x Habermas. Habermas entende que a ponderação não assegura a racionalidade das decisões. Ao contrário de Alexy que entende que os direitos fundamentais são basicamente princípios, Habermas defende que os direitos fundamentais são regras.
PRINCÍPIOS
Existe uma espécie de ideário de aplicar as disposições constitucionais como categorias de regras, para preservar sua certeza jurídica e força normativa incontrastável. No entanto, a tendência, devido ao crescimento da complexidade social e a dificuldade de estabelecer consensos, adiando ou relativizando as soluções, é aprovar normas-princípios e interpretá-las como tais.
PRINCÍPIOS
O novo constitucionalismo é alimentado por uma teoria do direito baseada na existência de “mais princípios que regras” e conseqüentemente “mais ponderação que subsunção”. Ademais, verifica-se uma “onipresença da Constituição em todas as áreas jurídicas e em todos os conflitos minimamente relevantes, em lugar de espaços isentos a favor da opção legislativa ou regulamentar”. A conseqüência é um crescimento da atividade judicial “em lugar da autonomia do legislador ordinário”. Por fim, no novo constitucionalismo coexiste “uma constelação plural de valores, às vezes tendencialmente contraditórios, em lugar da homogeneidade ideológica em torno a um punhado de princípios coerentes entre si e em torno, sobretudo, às sucessivas opções legislativas”. (L. PRIETO SANCHÍS)
PRINCÍPIOS
A tendência expansiva dos direitos fundamentais e a pluralidade de valores que orientam as Constituições democráticas não admitem interpretações à margem de princípios e ponderação. Por outro lado, não parece que o protagonismo dos juízes seja capaz de substituir o papel do legislador, ao ponto de comprometer o processo democrático. 
PRINCÍPIOS
Na síntese dos autores, as regras se aplicam de forma absoluta (tudo ou nada) ou incondicionada. A sua aplicação observa critérios abstratamente estabelecidos, como a temporal (a regra posterior revoga a anterior quando expressamente previsto ou for com ela incompatível) ou da especialidade (a regra especial prevalece, mas não derroga a geral). O caso concreto só determina a regra aplicável, sem transferir para o aplicador ampla margem de avaliação (subsunção do caso à regra)
PRINCÍPIOS
Os princípios sempre levam em conta as cinrcunstâncias do caso concreto, para determinar a importância ou o peso de cada um ou a medida de sua aplicação.
Os princípios transferem margem significativamente de avaliação ao aplicador (juízos de valor) para determinar no caso concreto a solução mais adequada, razoável ou proporcional (linguagem dos princípios)
Enquanto as regras excluem a deliberação de todos aqueles envolvidos com a conduta prevista na norma, os princípios a exigem.
PRINCÍPIOS
Grau (1996) utiliza a expressão direito posto (Estado) e pressuposto (sociedade civil). O Estado põe o direito que até então era interior à sociedade civil. O legislador não pode criar arbitrariamente o direito positivo; o direito pressuposto condiciona a elaboração do direito posto. Os princípios gerais de um determinado direito situam-se no direito pressuposto, que é composto basicamente por princípios, embora também possua regras. O direito posto é constituído predominantemente por regras, embora também possua princípios.
PRINCÍPIOS
O resgate da força dos princípios está relacionado com a difusão do constitucionalismo. A consideração dos princípios como norma jurídica e a localização dos princípios fundamentais na Constituição impõem uma revisão dogmática. Constitucionalismo. Autonomia relativa dos ramos e aproximação dos princípios. Não existe constitucionalidade de cada ramo. 
PRINCÍPIOS
Diferença básica está na forma. Os princípios nem sempre se revestem de forma, ainda que haja a tendência de encontrar expressão em normas escritas. Não são suscetíveis de uma sistematização rigorosa, ao contrário das normas.
Quanto ao conteúdo, haveria uma complementaridade entre princípios e normas, no sentido de o princípio fortalecer a norma, inclusive tornando-a prevalecente quando em conflito com outras normas. 
PRINCÍPIOS
Neste aspecto, os princípios contribuem para a criação das normas e apresentam-se como critérios de definição da que é aplicável no caso concreto, em tudo semelhante às normas mesmas, no sentido de ser possível estabelecer de maneira abstrata sua forma de aplicação em todos os casos. Os critérios são estabelecidos a partir da vinculação dos princípios a determinados valores.
Tal concepção continua a ter relevância. Os princípios como fundamentos de ações, residindo sua força nas razões ou justificativas, mais que de sua obrigatoriedade. 
Fontes do Direito 
Fontes do Direito. Vários significados. Origem do direito. Fatores psicológicos, sociais, econômicos etc., poder de onde emanam as normas, fundamento de validade, regra de conduta ou norma de caráter geral e abstrato.
Primeiro passo. Delimitar o conceito. Dependendo dos elementos, o rol será mais o menos extenso.
Fontes do Direito 
Significado mais usual. Bobbio. Fatos ou atos dos quais o ordenamento faz depender a produção de normas jurídicas. Norma jurídica como centro da questão. Elemento de uma organização complexa de mecanismos de sanção institucionalizados, que visa regular os comportamentos na sociedade e as condições e procedimentos para a produção de normas de conduta (normas de competência).
Instrumentos cujas hipóteses neles previstas vinculam comportamentos no plano geral (erga omnes). Caráter vinculativo. Obrigatório.
Fontes do Direito
Importância da delimitação. Identificação do direito vigente. Previsibilidade dos comportamentos sociais, os órgãos encarregados de produzi-lo e o procedimento de sua criação. Segurança jurídica. Somente o instrumento que se enquadre nesse conceito possui a capacidade de inovar a ordem jurídica.
Rol das fontes. Possível variação. Exemplo. Fontes coletivas não eram reconhecidas no liberalismo.
A existência de rol não exclui futuras fontes que se enquadrem no conceito, desde que observados o princípio democrático e os parâmetros constitucionais.
Fontes
do Direito
Fontes materiais e formais. Concepção tradicional. Separação. Concepção atual. Ênfase em alguns aspectos da norma. Fonte formal. Procedimento e autoridade produtora. Fonte material. Conteúdo.
Fontes autônomas e heterônomas. Fontes estatais. Estado Federal. Descentralização política. Unidades da Federação. Autonomia política. Poder Legislativo. Autonomia administrativa. Poder Executivo. Judiciário e Ministério Público. União e Estados. Fontes autônomas. Localização na sociedade. Posição da Constituição.
Fontes do Direito
Localização das fontes na Constituição. Importância. Constituições democráticas e autoritárias.
Constituição brasileira. Princípio da legalidade. Art. 5º, II. Direito fundamental. Garantia. Outras fontes equiparadas pela Constituição. Fonte não prevista. Excepcionalidade. Violação aos princípios democráticos.
Emendas Constitucionais: art. 60 da CF
Fontes do Direito
Constitucionalização do Direito
Regime jurídico dos direitos fundamentais
Fontes do Direito
Fontes constitucionais. Regime jurídico. Direitos formalmente fundamentais. Expressamente previstos. Direitos materialmente fundamentais. Art. 5º, § 2º. Direitos materiais que não são formalmente. Há direitos formais que não são materialmente fundamentais?
Aplicação imediata dos direitos fundamentais. Art. 5º, § 1º. Efeito imediato de alguns dispositivos e implantação gradual de medidas em outros.
Cláusula pétrea. Art. 60, § 4º.
Fontes do Direito
Direito Internacional e interno
A incorporação dos tratados internacionais sobre direitos humanos. Monismo e dualismo (pretensão de solução válida para qualquer circunstância espaço-temporal.
Concepção tradicional de Direito Internacional. Estado como único sujeito de direito internacional. Estado Referência mais consistente para o desenvolvimento das relações jurídicas da modernidade. Componentes: Soberania (poder incontrastável no plano interno e externo) e nação (consciência comum mesma procedência, experiência e língua – solidariedade e defesa contra todo estranho). Violação a direitos (questão interna)
Fatores que passaram a abalar os dois elementos (Habermas): multiculturalismo (compromete internamente as ideias de povo e nação) e globalização (compromete externamente o poder incontrastável).
Fontes do Direito
Mudança de paradigmas na tutela dos direitos. Ampliação do conceito de cidadania.
Ser humano como sujeito de direito internacional. Direitos humanos são genuínos direitos jurídicos (conteúdo e estrutura), mas que possuem uma dimensão moral (transcender os ordenamentos jurídicos). Esses direitos se dirigem aos cidadãos, na qualidade de seres humanos, e não só como membros de um Estado (HABERMAS).
Espaços supranacionais e resgate do Estado em novo contexto. Internacionalização do Direito Constitucional e Constitucionalização do Direito Internacional. 
Fontes do Direito
Os acórdãos mais antigos do Supremo Tribunal Federal consagram a primazia do Direito Internacional. Segundo a jurisprudência que se consolidou inicialmente, o tratado internacional revoga as leis anteriores (Apelação Cível 9.587). Há notícia de decisão de 1914, no Pedido de Extradição nº 7, pela qual foi aplicado um tratado internacional, apesar de existir lei posterior contrária a ele. Na Apelação Cível 7.872, de 1943, o STR confirmou o entendimento de que o tratado internacional não é suscetível de revogação por lei interna posterior.
Fontes do Direito 
A paridade veio a confirmar-se no RE 80.004/SE, julgado em 1º.06.1977. O relator originário, Ministro Xavier de Albuquerque, defendeu a prevalência do Direito Internacional. Entretanto, a tese foi vencida, sendo que a maioria, reconhecendo o conflito entre o tratado internacional e a lei interna, admitiu que esta última, sendo posterior ao tratado, deveria prevalecer. Apesar de a tese vencedora pautar-se na regra lex posterior derogat legi priori, o voto que solucionaria a controvérsia de maneira mais adequada e, por tal razão, seria adotado nos julgamentos subseqüentes, seria o do Min. Leitão de Abreu, segundo o qual não haveria propiamente revogação do tratado pela lei interna, mas sim o afastamento de suas disposições com ela incompatíveis enquanto em vigor, sendo novamente aplicadas caso fosse a lei que as afastou revogada.
Fontes do Direito
Após a Constituição de 1988 o tema é retomado (HC 72.131, DJ 01.08.2003), relator originário Min. Marco Aurélio, redator para o acórdão, Min. Moreira Alves. Prisão civil do devedor depositário infiel - artigo 7.7 do Pacto de São José da Costa Rica: “Ninguém deve ser detido por dívida. Este princípio não limita os mandados de autoridade judiciária competente, expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar”. Art. 5º, LXVII, CF: “Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel”.
Fontes do Direito
“Com efeito, é pacífico na jurisprudência desta Corte que os tratados internacionais ingressam em nosso ordenamento jurídico tão somente com força de lei ordinária (o que ficou ainda mais evidente em face de o artigo 105, III da Constituição, que capitula, como caso de recurso especial a ser julgado pelo Superior Tribunal de Justiça como ocorre com relação à lei infraconstitucional, a negativa de vigência de tratado ou a contrariedade a ele), não se lhes aplicando, quando tendo eles integrado nossa ordem jurídica posteriormente à Constituição de 1988, o disposto no artigo 5º, § 2º, pela singela razáo de que não se admite emenda constitucional realizada por meio de ratificação de tratado. Sendo, pois, mero dispositivo legal ordinário esse § 7º do artigo 7 da referida Convenção não pode restringir o alcance das exceções previstas no artigo 5º, LXVII, da nossa atual Constituição (e note-se que essas exceções se sobrepõem ao direito fundamental do devedor em não ser suscetívelde prisão civil, o que implica em verdadeiro direito fundamental dos credores de dívida alimentar e de depósito convencional ou necessário), até para o efeito de revogar, por interpretação inconstitucional de seu silêncio no sentido de não admitir o que a Constituição brasileira admite expressamente, as normas sobre a prisão civil do depositário infiel, e isso sem ainda em consideração que, sendo o artigo 7º, § 7º da Convenção norma de caráter geral, não revoga ele o disposto em legislação especial, como é a relativa à alienação fiduciária em garantia, no toante à sua disciplina do devedor como depositário necessário, suscetível de prisão civil se se tornar depositário infiel... (trecho do voto do Min. Moreira Alves). 
Fontes do Direito 
São três as vertentes, na Constituição de 1988, dos direitos e garantias: a) direitos e garantias expressos na Constituição; b) direitos e garantias decorrentes do regime e dos princípios adotados pela Constituição, c) direitos e garantias inscritos nos tratados internacionais firmados pelo Brasil (C.F., 5º, § 2º).
Se é certo que, na visualização dos direitos e garantias, é preciso distinguir, mediante o estudo da teoria geral dos direitos fundamentais, os direitos fundamentais materiais dos direitos fundamentais meramente formais, conforme deixei expresso em voto que proferi nesta Corte, na ADI 1.497/DF e em trabalho doutrinário que escrevi – “Reforma Constitucional, Cláusulas Pétreas, Especialmente a dos Direitos Fundamentais e a Reforma Tributária”, “Direito Administrativo e Constitucional”, estudos em homenagem a Geraldo Ataliba, organizado por Celso Antônio Bandeira de Mello, Malheiros, Ed., 1997, pág. 162 – se é certo que é preciso distinguir os direitos fundamentais materiais dos direitos fundamentais puramente formais, não é menos certo, entretanto, que, no caso, estamos diante de direito fundamental material, que diz respeito à liberdade. Assim, a Convenção de São José da costa Rica, no ponto, é vertente de direitos fundamental. É dizer, o direito assegurado no art. 7º, item 7, da citada Convenção, é um direito fundamental, em pé de igualdade com os direitos
fundamentais expressos na Constituição”. (Voto Carlos Veloso)
Fontes do Direito
Assim posta a questão, é lícito afirmar que a Convenção 158/OIT incorporou-se à ordem jurídica brasileira com característica autônoma, vale dizer, independentemente da disposição inscrita no art. 7º, I, da C.F.. Além da garantia do empregado inscrita no art. 7º, I, da C.F., que subordina a dispensa do empregado a existência de uma causa de justificação, não admitindo a despedida arbitrária ou sem justa causa e estabelecendo que a infringência dessa regra impõe ao empregador a obrigação de pagar ao empregado despedido indenização compensatória, dentre outros direitos, além dessa garantia, inscrita no citado art. 7º, I, gozam os trabalhadores brasileiros dos direitos e garantias que decorrem da Convenção 158/OIT.”(VOTO Min. Veloso)
Fontes do Direito
“Ora, se adotarmos o raciocínio exposto pelo eminente Ministro Carlos Veloso, teríamos uma situação curiosíssima.
A maioria não absoluta de Membros do Congresso Nacional tem uma determinada posição de conteúdo para uma lei complementar, mas não tem maioria absoluta para aprová-la como tal.
Bastaria, para burlar a exigência constitucional de maioria absoluta para tratar o tema, firmar um tratado internacional com um país vizinho.
Fixadas as regras do tratado internacional com um país vizinho, esse seria aprovado por um decreto legislativo do Senado Federal e da Câmara de Deputados, após a mensagem presidencial, por maioria simples.
Ou seja, estar-se-ia burlando a exigência constitucional de que aquele tema, para ser aprovado e tratado pela legislação infraconstitucional, deva passar pelo crivo da maioria absoluta, que é a forma pela qual se protegem as minorias”. (voto Min. Jobim)
Fontes do Direito 
“Várias vezes os textos legislativos brasileiros são confusos e mal redigidos, na perspectiva da técnica exatamente porque é a única forma pela qual se possibilita a formação das maiorias necessárias para aprovar aquele texto.
Se o texto enfrenta uma questão de forma nítida e clara, pode não ser aprovado.(...)
É o que chamo de ‘acordos dilatórios’. A matéria vai para a frente.
Daí a ‘ambiguidade’ ser uma forte técnica no processo legislativo democrático”. (voto Min. Jobim)
Fontes do Direito
Evolução na jurisprudência do STF. Alcance do § 2º do art. 5º. Critério da paridade após a /Constituição de 1988. Início da mudança. Tratados ratificados antes de 1988. ADI ADIN 1.675-1, DJ 19.09.2003 foi examinada a constitucionalidade de medida provisória em relação ao artigo 7º, XV, da Constituição, que prevê o repouso semanal remunerado preferencialmente aos domingos. Em sua argumentação, o relator invoca a Convenção 106 da OIT, sobre descanso semanal, ratificada pelo Brasil antes do advento da Constituição de 1988 (18.06.1965). 
Fontes do Direito
Foram citadas duas decisões anteriores (HC 72.131 – prisão depositário infiel - e ADIN 1480 – Convenção 158 da OIT – art. 7º, I, da Constituição, reserva de lei complementar) nas quais se concluiu pela hierarquia infraconstitucional de tratados internacionais ratificados após a Constituição de 1988. As regras da Convenção 106, ratificada antes da Constituição, “complementariam, assim, com a mesma supremacia normativa, o art. 7º, XV, da Constituição. Ainda que não se queira comprometer com a hierarquia constitucional, “o mínimo a conferir-lhes é o valor de poderoso reforço à interpretação do texto constitucional que sirva melhor à sua efetividade...” 
Fontes do Direito
EC 45/2004. § 3º do art. 5º. Abandono do critério da paridade. Infraconstitucionalidade e supralegalidade. STF-RE 466343. Súmula vinculante 25. Depositário infiel. Ilicitude da prisão. Reflexos no âmbito trabalhista. Ex. Ratificação do Pacto de Direitos Sociais, Econômicos e Culturais da ONU em 1992. Contribuição prevista em lei (art. 8º). 
Fontes do Direito
A Constituição da Argentina expressamente prevê status constitucional dos tratados mais relevantes de proteção aos direitos humanos e determina posição superior a da lei de todos os tratados incorporados em seu ordenamento jurídico (art. 75, 22).
A Constituição brasileira, após a EC 45/2004, prevê a constitucionalização no plano formal se observado procedimento equivalente às EC. 
Fontes do Direito 
As fontes materiais se referem ao conteúdo da norma e as fontes formais à autoridade e ao procedimento de sua criação, localizando-a numa posição dada dentro do ordenamento jurídico, com um sistema de garantias para preservar sua aplicação.
Embora conjugadas, é possível haver situações em que determinados atos ou fatos constituam fonte material, de caráter supremo, em razão do conteúdo, mas não formal, no sentido de obedecer o procedimento previsto para adquirir essa condição. Ou seja, seu conteúdo é relevante para dar densidade às normas do ordenamento jurídico, mas não superaram determinadas exigências para constituírem normas independentes, localizadas em posição de supremacia, que poderiam detonar todos os mecanismos de controle previstos no ordenamento jurídico para fins de exigir a adequação das normas inferiores que dispusessem em sentido contrário.
Fontes do Direito
Não incorporado pelo procedimento previsto no 5º, § 3º, mas por Decreto-Legislativo
formalmente – status infraconstitucional e supralegal.
Materialmente – conteúdo adicional ao texto constitucional – confere densidade aos direitos fundamentais.
Convenção fundamental não ratificada. Mesmo raciocínio. Densidade aos direitos fundamentais.
Fontes do Direito – Emendas à Constituição
Emenda à Constituição
Limitações do poder reformador Expressas Materiais (cláusulas pétreas, art. 60, § 4º; circunstanciais, art. 60, § 1º, e formais, art. 60, I, II e II, §§ 2º, 3º e 5º
Implícitas – supressão das expressões e alteração do titular do poder constituinte derivado reformador
O STF admite controle de constitucionalidade em relação às emendas à Constituição. Esse controle pode se dar no aspecto formal e/ou material.
Fontes do Direito 
Fontes do Poder Legislativo. Lei. Fonte por excelência. Art 5º, II. Lei formal. Garantia da liberdade. Atos do Poder Legislativo. Representantes do povo. Estado legal. Supremacia da Lei. Estado Constitucional. Limites ao Poder Legislativo. 
Fontes do Direito 
Enterría ressalta que a vinculação do juiz e dos tribunais ordinários à lei e não à constituição não desapareceu com o surgimento do controle de constitucionalidade pelos tribunais constitucionais na Europa no início do século XX. A seguinte passagem de seu texto é esclarecedora:“Neste modelo, com o cuidado de separar de maneira rigorosa os juízes e Tribunais ordinários da Constituição, pode e deve dizer que só o Tribunal Constitucional se vincula juridicamente por ela. O juízo, que este Tribunal se reserva de eliminar (ex nunc) as Leis inconstitucionais não chega a expressar uma verdadeira relação de hierarquia normativa da Constituição sobre a Lei, justamente porque a Constituição não é aplicada como verdadeira norma superior; essa eliminação da Lei inconstitucional é, mais precisamente, expressão de uma relação entre Constituição e legislador e não entre Constituição e Lei, ou dito no jargão próprio da doutrina, de uma relação especializada entre a Constituição e o órgão facultado para a eliminação das Leis que não são compatíveis com ela, o “legislador negativo”. O essencial aqui é que a invalidade da lei não é efeito da Constituição, mas da decisão do legislador negativo. Os Tribunais ordinários estão só vinculados às Leis e às decisões do legislador negativo, não à Constituição.” (La Constitución como norma y el Tribunal Constitucional, 4ª. ed. , 66, 2006, Civitas, Madrid)
Fontes do Direito
Legalidade do art. 5º, II, e legalidade do art. 37 da Constituição. Vinculação absoluta. Impossibilidade de Decreto autônomo. Alguns ordenamentos utilizam a idéia de lei material. Determinadas matérias são privativas. Outras podem ser disciplinadas por regulamento autônomo. “Reglamento” na União Européia.. Depois dos tratados. Vinculação direta. “Directivas”.
Providências por parte dos Membros. 
Fontes do Direito 
Princípio da legalidade e reserva de lei. Legalidade. Hierarquia. Reserva de Lei. Competência. Origem. Lei no sentido material. Executivo Monárquico e Parlamento. Prussianos. Aprovação de lei orçamentária para aparelhamento do Exército. Resolução política dada por jurista (Laband).
Lei complementar e ordinária. Competência e não hierarquia.
Matéria trabalhista e reserva de lei federal. Competência privativa da União. Influência na organização judiciária. 
Fontes do Direito 
Poder Legislativo. Quórum das deliberações. Art. 47. Maioria dos votos, presentes a maioria absoluta de seus membros.
Normas constitucionais. Lei suprema. Emendas à Constituição. Art. 60. 
Leis complementares. Art. 69. 
Lei. Formal e material. 
Lei delegada. Art. 68. Não comporta iniciativa, votação, sanção, veto ou promulgação (assim como Medida Provisória). 
Decreto-Legislativo. Regular matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional. Tem efeitos externos e independem de sanção e veto.
Resoluções. Têm efeitos internos, mas, excepcionalmente, produzem efeitos externos. Lei delegada.
Fontes do Direito – Lei formal
Lei formal. Surge para realizar a ideia de liberdade. Ato por meio do qual adquirem forma as decisões do Parlamento. Supremacia política do Parlamento por sua legitimidade democrática. Supremacia jurídica da lei, independentemente do conteúdo.
Não há poder superior ao da lei. Os órgãos do Estado já não tem poder, mas competência nos termos que a lei lhes atribua.
Não cabe a distinção entre Constituição e lei. Não há diferença entre poder constituinte e poder legislativo, já que ambos se referem ao mesmo poder soberano.
Não cabe controle de constitucionalidade das leis.
A legalidade substitui a legitimidade.
Fontes do Direito – Lei material
Lei material. Surge para realizar a ideia de segurança. Leva em conta o conteúdo. Só são leis normas que regulam determinadas matérias. O conteúdo qualifica a norma.
Surge na restauração da monarquia francesa após o período republicano da revolução francesa. Tenta restaurar a ordem econômica e social pré-revolucionária e procura concentrar no monarca a supremacia. 
Laband, quando o Parlamento recusou o orçamento que pretendia financiar a reforma do exército prussiano. A construção de lei material converteu o problema político em jurídico, buscando dar solução estritamente jurídica, apolítica. Sendo assim a atividade administrativa pode continuar ainda que a lei orçamentária seja recusada, que é lei formal. A lei material é aquela que trata da liberdade e propriedade dos indivíduos. Não sendo lei no sentido material é desnecessária sua aprovação pelo Parlamento.
Fontes do Direito – Princípio da legalidade
Princípio da legalidade. Vinculação da administração à lei. Se adota o sentido material, não se tratando de liberdade e propriedade há uma vinculação meramente negativa de não violar a lei. Neste caso, cabem as disposições independentes da Administração (regulamento autônomo).
Se a vinculação parte do conceito de lei formal. A administração só pode desenvolver sua atividade normativa no marco estabelecido pela lei. A vinculação é sempre positiva e em nenhum caso cabe o regulamento autônomo.
Fontes do Direito – Reserva de lei e Legalidade
Reserva de lei. Regulação por lei de certas matérias (coincide com o conceito de lei material). Na atualidade, proibição de que certas matérias sejam remetidas ao Executivo.
As matérias reservadas à lei devem ser disciplinadas por uma norma geral e abstrata e produzida pelo órgão com representatividade. Dessa forma, busca-se preservar algumas garantias conquistadas contra tendência de reversibilidade. 
Princípio da legalidade seria limite, subordinação do executivo ao legislativo. Submissão e respeito à lei; atuação dentro de esfera estabelecida pelo legislador.
Fontes do Direito – Reserva de lei e Legalidade
Reserva de lei implica exigência reguladora. A regulamentação de determinadas matérias há de fazer-se necessariamente por lei formal.
Outra diferença importante entre o princípio da legalidade (genérica) e o princípio da reserva de lei (legalidade específica) está em que o primeiro envolve primariamente uma situação de hierarquia das fontes normativas, enquanto o segundo envolve questão de competência. 
Fontes do Direito – Poder Executivo
Fontes do Poder Executivo. Normatividade subsidiária ou secundária. Exceção. Medida Provisória editada pelo Presidente. Limitações materiais e procedimentais (EC 32/2001). Abuso na avaliação da relevância e urgência.
Decreto. Art. 84, IV e VI da CF - 
Fontes do Direito - Judiciário
Fontes do Poder Judiciário. Sentença. A rigor, norma do caso. Não possui caráter geral. Falta caráter vinculativo geral. Mas atualmente cresce o número de atos judiciais de caráter geral, enquadráveis como fonte do direito. Aproximação do common Law. 
 EC 45/2004. STF. Súmula vinculante. ADI, ADC, ADPF. Súmulas não vinculantes.
 TST. Precedentes Normativos. Súmulas não vinculantes. Orientações Jurisprudenciais.
Poder Normativo da Justiça do Trabalho. Dissídios Coletivos. Natureza econômica. EC 45/2004. Comum acordo. Legitimidade. Dissídio de greve. Natureza Jurídica ou mista.
STJ. Súmulas.
Fontes do Direito – Fontes autônomas
Fontes autônomas na Constituição. Pluralismo jurídico. Origem social. Convenções e acordos coletivos. Art. 7º, XXVI. Elevação ao plano constitucional dos efeitos legais. Cláusulas normativas e obrigacionais. Prevalência em relação aos contratos individuais quando estabelece condições mínimas (normativas). O problema da eficácia no tempo. Ultra-atividade. Súmula 277 do TST. Art. 114, § 2º. 
Fontes do Direito – Fontes autônomas
Negociação coletiva. Resgate das liberdades individuais. Constituição do interesse coletivo a partir da base.
Relação entre instrumentos coletivos negociados e a lei. Não há dispositivo estabelecendo a primazia de um ou outro. O art. 623 da CLT, criticado pela OIT, prevê a primazia de algumas modalidades de leis.
Propostas de conferir primazia ao negociado. Negociado prevalecendo em relação ao legislado. Riscos de precarização. 
Fontes do Direito 
Costumes. Menor incidência nas sociedades complexas. Fonte subsidiária. O costume expressa seu efeito vinculativo na sentença que o reconhece.
Doutrina. Teoricamente não possui efeito vinculativo. O prestígio de autores interfere decisivamente no conteúdo das decisões. Fonte no sentido material.
SISTEMA
Totalidade ordenada; conjunto de entes entre os quais existe uma ordem. Relacionamento com o todo e entre si.
Sistema jurídico. As normas que compõem o ordenamento jurídico se relacionam entre si, havendo uma coerência.
Sistema estático. As normas estão relacionadas entre si em razão de seu conteúdo.
Sistema dinâmico. Em razão da forma e da autoridade.
Para Kelsen, o sistema jurídico é dinâmico, a moral é um sistema estático.
SISTEMA
Coerência e compatibilidade entre suas partes.
Antinomias: normas incompatíveis entre si
Norma que ordena fazer algo e norma que proíbe fazê-lo
Norma que ordena fazer e uma que permite não fazer
Norma que proíbe fazer e uma que permite fazer
As duas normas devem pertencer ao mesmo ordenamento.
As duas normas devem ter o mesmo âmbito de validade: temporal, espacial, pessoal e material.
REGRAS PARA SOLUÇÃO DAS ANTINOMIAS
Critério cronológico. Norma posterior revoga norma anterior. (revogar = gênero; ab-rogar = revogação total; derrogação = revogação parcial)
Critério hierárquico. Norma hierarquicamente superior prevalece
Critério da especialidade. Norma especial prevalece sobre a geral
Conflito entre os critérios: hierárquico e cronológico. Norma posterior é contrária a norma anterior hierarquicamente superior. O critério hierárquico prevalece.
Especialidade e cronológico. Norma anterior especial é incompatível com norma posterior geral. Prevalece o da especialidade.
Especialidade e hierárquico. Critérios fortes: Norma superior incompatível com norma inferior especial.
Não há solução única. Vai depender do caso.
COMPLETUDE DO ORDENAMENTO JURÍDICO
O ordenamento jurídico possui norma para regular qualquer caso (completude). Non liquet. Não está claro. No Direito Romano o Juiz poderia não decidir. Atualmente não.
Falta de norma (lacuna). O ordenamento completo não possui lacunas.
Coerência (ausência de contradição) e completude (ausência de lacunas). 
Modalidades de lacunas
Lacuna normativa: ausência de norma jurídica regulando um caso
Lacuna ontológica: há norma mas já não se apresenta atual para o caso
Lacuna axiológica: há norma mas não se apresenta adequada para o caso
INTEGRAÇÃO DO DIREITO
Art. 4º da Lei de Introdução das normas do Direito Brasileiro
Analogia. Aplicação de norma a caso similar ao nela previsto
Analogia legis. Aplica a norma para regular situação não prevista
Analogia Juris. A norma é extraída de princípios ou conjunto normativo.
Analogia. Em regra, não se aplica ao Direito Penal.
Costumes
Princípios gerais de direito
Lei 12.376, 30/12/2010
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1o  Esta Lei altera a ementa do Decreto-Lei no 4.657, de 4 de setembro de 1942, ampliando o seu campo de aplicação. 
Art. 2o  A ementa do Decreto-Lei no 4.657, de 4 de setembro de 1942, passa a vigorar com a seguinte redação: 
“Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro.” 
Art. 3o  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília,  30  de dezembro de 2010; 189o da Independência e 122o da República. 
APLICAÇÃO DO DIREITO
Art. 2o  Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.        (Vide Lei nº 3.991, de 1961)       (Vide Lei nº 5.144, de 1966)
§ 1o  A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 
§ 2o  A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
§ 3o  Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.
Art. 3o  Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
Art. 4o  Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
APLICAÇÃO DO DIREITO
Art. 5o  Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.      (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957)
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.     (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.       (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.      (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)

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