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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 1 CAPÍTULO I CONSEQÜÊNCIAS METEOROLÓGICAS DOS MOVIMENTOS DA TERRA. 1. Forma da Terra. A Terra tem uma forma geométrica muito complexa, condicionada pela topografia bas- tante irregular de sua superfície, a qual não pode ser rigorosamente descrita por uma expres- são matemática simples. Caso se desejasse levar em conta a forma exata da Terra, tanto a representação de sua superfície, como a resolução de medições efetuadas sobre ela, passari- am a ser bastante complicadas. Para facilitar o estudo e a representação da Terra é necessá- rio, então, assumir certas hipóteses simplificadoras quanto à sua forma, substituindo-a pela de uma figura geométrica cuja equação matemática seja fácil de resolver. Tais hipóteses não de- vem introduzir erros grosseiros nos cálculos e sua adoção vai depender do rigor desejado, ou requerido, ao estudo específico que se pretenda realizar. Como se sabe, cerca de 71% da superfície terrestre é líquida (Chow, 1964). Esse fato sugere a adoção de uma forma geométrica bem simples para representar a Terra, baseada em duas premissas: - o planeta estaria totalmente recoberto de água em equilíbrio dinâmico (isto é: a Terra te- ria movimentos, mas não ocorreriam marés, ventos, variações de pressão etc., capazes de perturbar o equilíbrio da superfície hídrica); - sobre a superfície líquida atuaria apenas a força de gravidade (resultante da força de atração gravitacional e da força centrífuga, esta decorrente do movimento de rotação). Nessas circunstâncias seria obtida uma figura geométrica denominada geóide que, in- tuitivamente, seria um corpo de revolução, ligeiramente achatado nos pólos, apresentando uma superfície lisa e perpendicular à direção da força de gravidade em todos os pontos. Uma refle- xão mais profunda, porém, iria mostrar que essa figura geométrica não teria uma forma tão simples como poderia parecer à primeira vista, já que a força gravitacional não teria as mesmas características em todos os pontos de sua superfície. De fato, mesmo que fossem levados em conta pontos eqüidistantes do eixo de rotação (onde a força centrífuga teria o mesmo módulo), a força de atração gravitacional poderia variar, pois a massa não é uniformemente distribuída no interior da Terra. Como conseqüência, o módulo da força de gravidade mudaria de ponto para ponto e sua direção não seria necessariamente radial, o que efetivamente ocorre (existem protuberâncias e reentrâncias na superfície definida pelo nível médio dos oceanos). Então, o
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