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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 71 elétrica quando submetidas a temperaturas distintas (uma das junções age como sensor e a outra como referência); e - cristais cuja resistência à corrente elétrica depende da temperatura a que estão sub- metidos, denominados termistores. A corrente produzida, ou a variação da resistência elétrica causada pelo sensor é anali- sada por um circuito eletrônico e a temperatura correspondente é exibida em um visor (digital- mente), registrada em papel (gráfico) ou gravada em fita magnética (para posterior processa- mento em computador). Além desses há os termômetros de radiação infravermelha, que utilizam diodos sensí- veis à energia radiante compreendida entre 8 e 14 µ de comprimento de onda. O princípio de funcionamento desses instrumentos reside no fato de haver uma relação funcional entre a tem- peratura de uma superfície e a quantidade de energia calorífica que emite por unidade de tem- po e de área (Lei de Stefan-Boltzman). Assim, assumidas determinadas hipóteses, medindo-se a quantidade de energia calorífica emitida por uma superfície, é possível determinar sua tem- peratura. Tais instrumentos são especialmente úteis quando se deseja conhecer a temperatura da superfície de organismos vivos, já que dispensam o contacto direto do sensor com a super- fície (limbo foliar, epiderme animal etc.) objeto da observação. O progresso observado na área de sensoriamento remoto, usando sensores de radia- ção, tem possibilitado obter informações preciosas quanto à distribuição da temperatura na superfície terrestre através de satélites. Todavia, essa técnica não dispensa as observações diretas da temperatura, que servem de base para a calibragem dos modelos usados no senso- riamento remoto. 4. Tempo de resposta de termômetros. Para que um termômetro possa funcionar adequadamente, é necessário que esteja em equilíbrio térmico com o ambiente, cuja temperatura se deseja conhecer. Uma vez submetido a uma temperatura diferente, suas leituras vão se aproximando, gradualmente, do valor real. O intervalo de tempo necessário para adaptar-se às novas condições é chamado tempo de res- posta do instrumento. Em Meteorologia, porém, o emprego de termômetros com resposta muito rápida não é aconselhável (O.M.M., 1969). No caso da temperatura do ar, por exemplo, que pode variar 1 ou 2oC em poucos minutos, o uso de termômetros com pequeno tempo de resposta exigiria uma série de leituras, de cujos valores seria extraída a média. Reciprocamente, se fossem empre- gados termômetros de resposta muito lenta, o retardamento em adaptar-se termicamente ao ambiente provocaria erros apreciáveis. O intervalo de tempo necessário para que um instrumento acuse 63% de uma mudança brusca da variável à qual é sensível, chama-se coeficiente de retardamento. Em termômetros usados para observar a temperatura do ar, recomenda-se um coeficiente de retardamento en- tre 30 e 60 segundos, sob um fluxo de ar de 5m s -1.
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