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133_METEOROLOGIA_E_CLIMATOLOGIA_VD2_Mar_2006

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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA
Mário Adelmo Varejão-Silva
Versão digital 2 – Recife, 2006
119
Para que possam ser comparados valores da pressão à superfície, observados em lo-
cais com altitudes distintas, é indispensável que o efeito do relevo seja eliminado. Isso é feito
aplicando-se uma correção aos valores observados da pressão atmosférica, para que se ajus-
tem a um dado nível de referência, em geral o nível médio do mar. Em locais com altitudes po-
sitivas, essa correção consiste em adicionar um certo incremento ao valor da pressão observa-
da à superfície, para compensar a camada atmosférica que passaria a existir sobre esse mes-
mo local, caso fosse hipoteticamente deslocado de sua altitude real até o nível médio do mar.
Em se tratando de locais com altitudes negativas, a pressão observada seria diminuída para
compensar a camada de ar que teoricamente deixaria de existir acima deles. O ajuste é referi-
do na bibliografia especializada como "redução da pressão ao nível médio do mar". Essa termi-
nologia é imprópria pois, a maior parte das localidades onde se efetuam observações da pres-
são está situada acima do nível médio do mar, não havendo "redução" da pressão e sim um
acréscimo. A redução, nesses casos, seria da altitude (de z para 0 m). 
A eliminação do efeito de altitude, associado aos valores locais da pressão, é um pro-
blema muito sério em Meteorologia. De fato, quando o local considerado tem altitude positiva
(caso mais comum), é necessário estimar as propriedades físicas da atmosfera, naquela hipo-
tética camada vertical que o separaria do nível médio do mar, com vistas a quantificar o incre-
mento a ser dado à pressão observada à superfície. Evidentemente, o erro cometido será tanto
maior quanto mais elevado for o local em questão. Não existe, no atual estágio do desenvolvi-
mento científico humano, outra saída senão essa. Diversos métodos, mais ou menos precisos,
têm sido propostos para proceder à estimativa da correção necessária e, o que é mais grave,
os países não seguem um método comum (Shuepp et al., 1964).
Em se tratando de estações meteorológicas muito elevadas, a correção, ao nível médio
do mar, dos dados de pressão atmosférica, provocaria erros muito grosseiros. Para esses ca-
sos adota-se outro nível referência, que pode estar localizado acima ou abaixo do equivalente
à altitude da estação. 
6. Força do gradiente de pressão.
Sendo a atmosfera um fluido, a pressão atmosférica varia em todas as direções. A hi-
pótese do equilíbrio hidrostático é normalmente aceita para efeito de estudos localizados da
variação da pressão com a altitude, em situações que possam ser consideradas não perturba-
das. Quando se pretende analisar o efeito da pressão atmosférica sobre o movimento do ar,
porém, faz-se necessário aprofundar a questão e levar em conta, também, sua variação hori-
zontal.
Imagine-se um paralelepípedo de controle (Fig. III.12), situado na atmosfera, com ares-
tas infinitesimais (∆x, ∆y e ∆z) orientadas segundo os eixos (x, y e z) do referencial local, cujos
versores correspondentes são 
r
i , 
r
j e 
r
k . Sejam p e p' as pressões atmosféricas reinantes no
centro das faces opostas A e B, perpendiculares ao eixo ox. Admitindo que p < p', as forças
atuantes no centro das referidas faces correspondem ao produto da área pela respectiva pres-
são, isto é:
r
fA = p ∆y ∆z 
r
ir
fB= –p' ∆y ∆z 
r
i

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