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A Teoria das Relações Humanas ABORDAGEM HUMANÍSTICA Profª Fernanda Aguiar Abordagem Humanística A preocupação com as máquinas, com o método de trabalho, com a organização formal e com os princípios da Administração cedem lugar para a preocupação com as pessoas e os grupos sociais. Movimento contrário à Abordagem Clássica (Administração Científica e a Teoria Clássica). A Abordagem Humanística ocorre com o aparecimento da Teoria das Relações Humanas, nos EUA, a partir da década de 30. Profª Fernanda Aguiar Etapas da Teoria das Relações Humanas 1ª ETAPA – A análise do trabalho e a adaptação do trabalhador ao trabalho – o objetivo da Psicologia do trabalho era a análise das características humanas que cada tarefa exige do seu executante e a seleção científica dos empregados baseada nessas características por meio de testes psicológicos. Os temas predominantes são: a seleção de pessoal, orientação profissional, treinamento e métodos de aprendizagem, filosofia do trabalho e estudo dos acidentes e da fadiga. Profª Fernanda Aguiar Etapas da Teoria das Relações Humanas 2ª ETAPA – Adaptação do trabalho ao trabalhador – a Psicologia do trabalho está voltada para os aspectos sociais do trabalho, que predominam sobre os aspectos produtivos. Os temas predominantes são: o estudo da personalidade do trabalhador e do gerente, a motivação e os incentivos do trabalho, a liderança, as comunicações e as relações interpessoais e sociais dentro da organização . Profª Fernanda Aguiar A necessidade de se humanizar e democratizar a Administração, libertando-a dos conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica. O desenvolvimento das chamadas ciências humanas, principalmente a psicologia e a sociologia. As idéias da Filosofia de John Dewey e da Psicologia Dinâmica de Kurt Lewin, fundamentais para o humanismo na Administração. As conclusões da Experiência de Hawthorne, pondo em xeque os principais postulados da Teoria Clássica. 5 Origens da Teoria das Relações Humanas Profª Fernanda Aguiar George Elton Mayo, cientista social australiano, chefiou uma experiência numa fábrica da Western Eletric Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorne de 1927 a 1932. O objetivo era avaliar o quanto a iluminação, a fadiga, os aciedentes de trabalho, a rotatividade do pessoal e as condições de trabalho interferiam sobre a produtividade do pessoal. 6 A Experiência de Hawthorne Profª Fernanda Aguiar 6 1ª Fase da Experiência de Hawthorne – Pretendia-se conhecer o efeito da iluminação sobre o rendimento dos operários. Comprovou-se a predominância do fator psicológico sobre o fator fisiológico. 2ª Fase da Experiência de Hawthorne – A experiência da sala de montagem de relés. O objetivo era observar o efeito de certas mudanças nas condições físicas de trabalho (redução no horário de trabalho, períodos de descanso, lanches, etc.). A EXPERIÊNCIA DE HAWTHORNE Profª Fernanda Aguiar 3ª Fase da Experiência de Hawthorne – Estudo da influência das relações humanas no trabalho. Buscou-se ouvir as opiniões dos operários quanto ao trabalho e ao tratamento que recebiam, e as sugestões sobre a atuação dos supervisores. Percepção da Organização informal. 4ª Fase da Experiência de Hawthorne – Visava analisar a organização informal dos operários. Foi estabelecido um sistema de pagamento baseado na produção em grupo. A EXPERIÊNCIA DE HAWTHORNE Profª Fernanda Aguiar a) Nível de Produção é Resultante da Integração Social b) Comportamento Social dos Empregados c) As Recompensas e Sanções Sociais d) Grupos Informais e) As Relações Humanas f) A Importância do Conteúdo do Cargo g) Ênfase nos aspectos Emocionais 9 Conclusões da Experiência de Hawthorne Profª Fernanda Aguiar Nível de produção é resultante de Integração Social: é a capacidade social do trabalhador que estabelece o seu nível de competência e eficiência; quanto mais integrado socialmente no grupo de trabalho, tanto maior será a disposição de produzir. Comportamento Social dos empregados: o comportamento do indivíduo se apoia totalmente no grupo. Os trabalhadores não agem ou reagem individualmente, mas como membros de grupos. A qualquer desvio das normas grupais, o trabalhador sofre punições sociais ou morais dos colegas, no intuito de se ajustar aos padrões do grupo. Recompensas e Sanções sociais: são simbólicas e não materiais, porém influenciam decisivamente a motivação e a felicidade do trabalhador. As pessoas são motivadas pela necessidade de “reconhecimento”, de “aprovação social” e “participação”. A motivação econômica é secundária na determinação da produção do empregado. Grupos Informais: a empresa passou a ser vista como uma organização social composta por grupos informais, cuja estrutura nem sempre coincide com a organização formal definida pela empresa. Ênfase nos aspectos emocionais: é a preocupação com as emoções e sentimentos dos funcionários. Elementos emocionais, não planejados e até mesmo irracionais do comportamento humano devem ser considerados dentro da organização. 11 As Relações Humanas: são as ações e atitudes desenvolvidas a partir de contatos entre pessoas e grupos. As pessoas procuram se ajustar às demais pessoas do grupo para que seja compreendida e tenha participação ativa, com o objetivo de atender seus interesses e aspirações pessoais. A Importância do Conteúdo do Cargo: o conteúdo e a natureza do trabalho tem enorme influência sobre o trabalhador, tornando-o produtivo ou desmotivado. Trabalhos repetitivos tendem a se tornar monótonos afetando negativamente as atitudes do trabalhador e reduzindo sua eficiência. 11 Preocupações 12 A Teoria das Relações Humanas preocupou-se intensamente com o esmagamento do homem pelo impetuoso desenvolvimento da civilização industrializada. Mayo salienta que, enquanto a eficiência material aumentou poderosamente nos últimos 200 anos, a capacidade humana para o trabalho coletivo não manteve o mesmo ritmo de desenvolvimento. A Civilização Industrializada e o Homem Profª Fernanda Aguiar 12 Preocupações 13 Os métodos de trabalho tendem todos para a eficiência, nenhum para a cooperação…surge o conflito social nessa sociedade industrial: a incompatibilidade entre os objetivos organizacionais e os objetivos pessoais dos empregados… As relações humanas e cooperação constituem a chave para evitar o conflito social. Profª Fernanda Aguiar A Civilização Industrializada e o Homem 13 l. O trabalho é uma atividade tipicamente grupal. 2. O operário não reage como indivíduo isolado mas como membro de um grupo social. 3. A tarefa básica da Administração é formar uma elite capaz de compreender e de comunicar, dotada de chefes democráticos, persuasivos e simpáticos a todo o pessoal. 14 Depois da Experiência de Hawthorne, Elton Mayo defende: Profª Fernanda Aguiar 4. A pessoa é motivada essencialmente pela necessidade de "estar junto", de "ser reconhecida", de receber adequada comunicação. 5. A civilização industrializada traz como consequência a desintegração dos grupos primários da sociedade, como a família, os grupos informais e a religião, enquanto a fábrica surgirá como uma nova unidade social que proporcionará um novo lar, um local de compreensão e de segurança emocional para os indivíduos. 15 Depois da Experiência de Hawthorne, Elton Mayo defende: Profª Fernanda Aguiar ROETHLISBERGER e DICKSON (relatores da pesquisa de Hawthorne) 16 FUNÇÕES BÁSICAS DA ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL Organização Industrial Função Econômica: Produzir bens ou serviços Função Social: Dar satisfação aos participantes Equilíbrio Externo Equilíbrio Interno Profª Fernanda Aguiar Teoria das Relações Humanas Temas como motivação, liderança, comunicação, organização informal, dinâmica de grupo passaram a ser tratados no repertório administrativo. O homo economicus sede lugar para o homem social. Os trabalhadores são criaturas sociais completas, com desejos, sentimentos e temores. O comportamento no trabalho é consequência de muitos fatores motivacionais. Profª Fernanda Aguiar As pessoas são motivadas por necessidades e alcançam as suas satisfações primárias por meio dos grupos com os quais interagem. O comportamento dos grupos pode ser influenciado pelo estilo de supervisão e liderança. As normas do grupo funcionam como mecanismos reguladores do comportamento dos membros. Teoria das Relações Humanas Profª Fernanda Aguiar Influência da Motivação Humana O pagamento ou recompensa salarial, mesmo quando efetuado em bases justas e generosas, não é o único fator decisivo na satisfação do trabalhador dentro da situação de trabalho. O homem é motivado, não por estímulos econômicos ou salariais (homo economicus), mas por recompensas sociais, simbólicas e não materiais. Profª Fernanda Aguiar Teoria de Campo de Lewin O comportamento humano é derivado da totalidade de fatos coexistentes. Esses fatos coexistentes têm um caráter de um campo dinâmico, no qual cada parte do campo depende de uma inter-relação com as demais partes. Toda necessidade cria um estado de tensão no indivíduo e uma predisposição à ação. Profª Fernanda Aguiar Kurt Lewin desenvolveu pesquisas sobre o comportamento social e o papel da motivação. Necesidades Humanas Básicas A motivação se refere ao comportamento que é causado por necessidades dentro do individuo e que é dirigido aos objetivos que podem satisfazer essas necessidades. Profª Fernanda Aguiar 3 níveis de estágios da motivação Necessidades fisiológicas – vitais ou vegetativas relacionadas com a sobrevivência do individuo. Inatas e instintivas, comuns aos animais. Exigem satisfação periódica e cíclica. Necessidades psicológicas – exclusivas do homem, aprendidas e adquiridas no decorrer da vida. São raramente satisfeitas na sua plenitude e com o passar do tempo vão desenvolvendo-se e sofisticando-se (segurança íntima, participação, autoconfiança, afeição). Necessidades de auto realização – decorrem da educação e da cultura. São raramente satisfeitas. É o impulso de realizar o próprio potencial e de estar em contínuo autodesenvolvimento. Profª Fernanda Aguiar Ciclo Motivacional Satisfação Tensão Comportamento ou ação Necessidades Estimulo ou Incentivo Equilíbrio Profª Fernanda Aguiar Frustração e Compensação Barreira Tensão Comportamento Ou ação Necessidades Estimulo ou Incentivo Equilíbrio Profª Fernanda Aguiar Moral e Atitude Fanatismo Euforia Atitudes positivas Satisfação Otimismo Cooperação Coesão Aceitação dos objectivos Boa vontade Identificação Atitudes negativas Insatisfação Pessimismo Oposição negação Rejeição dos objectivos Má vontade resistência Dispersão Agressão Moral elevado Moral baixo O moral é um conceito abstrato, porém perceptível. Na medida em que as necessidades das pessoas são satisfeitas pela organização, ocorre elevação do moral. O moral interfere diretamente no clima organizacional (ambiente psicológico e social). Liderança A Teoria das Relações Humanas constatou a influência da Liderança sobre o comportamento das pessoas. Enquanto a Teoria Clássica enfatizava a autoridade formal a Experiência de Hawthorne demonstrou a existência de lideres informais. As teorias sobre a liderança que foram apresentadas por autores humanistas podem ser divididas em 3 grupos: Teorias de traços de personalidade, Teorias sobre estilo de liderança e Teorias situacionais de liderança. Profª Fernanda Aguiar Teorias de traços de Personalidade Segundo essas teorias, o líder é aquele que possui alguns traços específicos de personalidade que o destingue das outras pessoas (traços físicos, intelectuais, sociais, relacionados com a tarefa). O líder apresenta características marcantes por meio das quais pode influenciar o comportamento das demais pessoas. Profª Fernanda Aguiar Teorias sobre o estilo da liderança Estudam os estilos de comportamento do líder em relação aos seus subordinados. A teoria mais conhecida refere-se à três estilos de liderança: autocrático, democrático e liberal. Profª Fernanda Aguiar Teorias sobre estilos de Liderança Subordinados Subordinados Subordinados Líder Líder Líder Ênfase no Líder Ênfase no Líder e nos subordinados Ênfase nos subordinados Autocrático Democrático Liberal Profª Fernanda Aguiar Teorias situacionais de liderança Partem do princípio que não existe um único estilo ou características de liderança válida para todas as situações. Cada situação requer um tipo de liderança diferente. São mais atrativas ao administrador, pois aumentam as opçoes de mudar a situação para adequá-la a um modelo de liderança, ou então mudar o modelo para adequá-lo à situação. Profª Fernanda Aguiar Teorias situacionais de liderança Área de liberdade dos subordinados Uso da autoridade pelo gestor Liderança centralizada no chefe Liderança centralizada nos subordinados 1 O gestor toma a decisão e comunica 2 O gestor vende a sua decisão 3 O gestor apresenta ideias e pede perguntas 4 O gestor apresenta a decisão, sujeita a modificação 5 O gestor apresenta o problema, recebe sugestões e toma decisão 6 O gestor define limites e pede ao grupo que tome uma decisão 7 O gestor permite que os subordinados funcionem dentro dos limites definidos por superiores Profª Fernanda Aguiar Comunicação O enfoque das relações humanas mostrou que a comunicação dentro das organizações é falha e alertou os administradores a: Assegurar a participação dos escalões inferiores na solução dos problemas da empresa; Incentivar maior franqueza e confiança entre os indivíduos e os grupos nas empresas. Profª Fernanda Aguiar Comunicação A comunicação é uma atividade administrativa que tem dois propósitos principais: Proporcionar informação e compreensão necessárias para que as pessoas possam desempenhar as suas tarefas; Proporcionar atitudes necessárias que promovam a motivação, cooperação e satisfação nos cargos. Profª Fernanda Aguiar Teoria das relações humanas RODA CIRCULO CADEIA Redes de comunicações características Rapidez de influência Ênfase do líder Flexibilidade para mudança no cargo Moral rápida muito pronunciada muito boa nenhuma rápida lenta muito pobre lenta marcante pobre lenta muito rápida A forma mais eficaz de comunicar mensagens depende de fatores situacionais. Profª Fernanda Aguiar Organização Informal Existem padrões de relações nas empresas que não aparecem no organograma. Estes desenvolvem-se a partir da interação imposta e determinada pela organização formal, e são relações de uma grande variedade (de trabalho, amizade, identificação, antagonismo…) e constituem a ORGANIZAÇÃO INFORMAL. Numa empresa os comportamentos dos grupos sociais está condicionado a dois tipos de organização: a formal ou racional, e a informal ou natural. Profª Fernanda Aguiar Característcicas da organização Informal Relação de coesão ou antagonismo; Status – posição social; Colaboração espontânea; A possibilidade da oposição à organização formal; Padrões de relações e atitudes; Mudanças de níveis e alterações dos grupos informais; A organização informal transcende a organização formal; Padrões de desempenho nos grupos informais. Profª Fernanda Aguiar Origem da organização informal Os interesses comuns. A interação provocada pela própria organização formal. A flutuação do pessoal dentro da empresa. Os períodos de lazer. Profª Fernanda Aguiar Características de um Grupo Um objetivo comum. Uma estrutura dinâmica de comunicações . Uma coesão interna. A DINÂMICA DE UM GRUPO é a “soma de interesses” dos componentes do grupo, que é ativada por estímulos e motivações, no intuito de maior harmonia e melhor do relacionamento humano. O comportamento, as atitudes, as crenças e os valores dos indivíduos baseiam-se nos grupos aos quais pertencem. Profª Fernanda Aguiar Críticas à Teoria das Relações Humanas Oposição cerrada à Teoria Clássica Inadequada visualização dos problemas das relações industriais Concepção ingénua e romântica do operário Limitação do campo experimental Parcialidade das conclusões Ênfase nos grupos informais Enfoque manipulativo das relações humanas
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