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DIREITO PROCESSUAL PENAL 
Parte Geral 
Conceito Histórico, Princípios, Fontes, Sistemas Processuais, Persecução 
Penal, Lei Processual no tempo/espaço/relações às pessoas, Inquérito 
Policial, Ação Penal pública/privada e Ação civil do delito 
 
 
www.direitoesquematizado.com 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
MATÉRIA ABORDADA 
 Direito Objetivo 
 Direito Subjetivo 
 Processo Penal: Conceito Histórico 
 Princípios Constitucionais e o Processo Penal 
 Fontes. Relações com outros ramos do direito 
 Sistemas Processuais 
 Persecução Penal 
 Lei processual penal no tempo 
 Lei processual penal no espaço 
 Lei processual penal em relações às pessoas 
 Inquérito Policial 
 Ação Penal Pública e Privada 
 Ação civil do delito 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DO NOSSO CÓDIGO DE PROCESSUAL PENAL 
Direito Positivo: É o Direito que está positivado. Está escrito em um ordenamento. Desta forma o nosso 
Direito é um Direito positivo, diferente do Direito da Inglaterra, no qual está baseado em costumes. 
A norma penal advém de condutas, sendo assim para que uma conduta se torne um delito, ela deverá estar 
tipificada. 
 
Direito Objetivo e Direito Subjetivo: 
 Direito Objetivo é o direito material, ele 
descreve as condutas e dá as penas 
correspondentes. Ex.: Direito Penal 
 Direito Subjetivo é a forma de como o Estado 
irá investigar, processar e julgar quem pratica 
uma conduta criminosa, é o CODIGO DE 
PROCESSO PENAL 
Partindo dessa distinção de Direito Objetivo e Subjetivo, vamos definir o Direito Penal como substância e o 
Direito Processual como instrumento que coloca a substância a atuar. 
Uma das principais diferenças entre o Processo Penal e o Processo Civil são os seus objetivos, no qual o 
Processo Penal busca A VERDADE REAL, já o Processo Civil busca A VERDADE FORMAL. 
 
 
 
3 
O Processo Penal integra o Direito Público, sendo prevalecido o interesse da coletividade sobre o interesse 
dos particulares, tendo por função reger a atividade do Estado soberano em suas relações de poder na vida 
interna nacional, ou nas relações externas que formam a sociedade internacional. 
Órgãos estatais aplicadores do Direito Subjetivo: 
 Polícia Judiciária: A Polícia Civil e Militar tem 
função preventiva (previne a ocorrência do 
crime) e repreensiva (reprime a ocorrência do 
delito) 
 Ministério Público: Representa a acusação 
do Estado 
 Defensoria Pública: Defende os interesses 
do acusado 
 Juiz: Atua antes do processo (preventiva) ou 
depois do início do processo (repreensiva). 
Aplica a lei no caso concreto 
 
Relações do processo penal com outras ciências jurídicas: 
1) Direito Constitucional – É o primeiro 
parâmetro, a fonte inicial e fundante de todas 
as regras processuais. 
2) Direito Penal – Relação muito estreita com o 
processo penal 
3) Direito Administrativo – Sistema de 
execução das penas e o inquérito policial são 
temas administrativos 
4) Processo Civil – Institutos iguais, direito de 
ação, jurisdição, recursos, e outros 
5) Direito Civil – Relação da sentença 
condenatória transitada em julgado e a 
execução na Justiça Cível 
6) Direito Internacional – Tratados, convenções, 
homologações de sentenças estrangeiras, 
imunidades diplomáticas, dentre outras 
relações internacionais 
Ciências auxiliares: 
1) Medicina Legal 
Fornece parâmetros para 
aferir a imputabilidade, 
apurará vestígios dos 
delitos e sequelas das 
vítimas 
2) Criminalística 
Estuda o crime, a pessoa 
do infrator, a vítima e o 
controle social do 
comportamento delitivo 
3) Psiquiatria Forense 
Médicos-peritos 
aproximam a linguagem 
médica da linguagem 
jurídica 
 
HISTÓRIA DO PROCESSO PENAL 
 Vingança Privada – A primeira punição com relação a ideias divergentes foi a vingança privada, era 
baseada no que o grupo achava, desta forma não havia limites para essa vingança. Como 
consequência tinha a dizimação de povos. 
 Lei de Talião – O lema da Lei de Talião era “olho por olho, dente por dente”, sendo assim limitou um 
pouco a vingança privada 
 Composição – Acordo entre pessoas/grupos, com a ideia de indenizar aquele que havia tido um dano 
 Intervenção do Estado – A sociedade começa a se organizar e os problemas são levados até o chefe 
das cidades/reinos para resolvê-los 
 
 
 
4 
Evolução nas Civilizações: 
1) Processo Penal na Grécia - Distinção entre os crimes: 
a. Privados: Crimes de pouca relevância. Solução entre ofendido e ofensor. Era resolvido pela 
composição das partes 
b. Público: Apuração com a participação dos cidadãos – Procedimento público e oral (crimes que 
atingiam diretamente a sociedade), no qual o Estado intervia 
2) Processo Penal Romano 
a. “Delicta Privata”: Intervenção do Estado baseado nas provas 
b. “Delicta Pública”: Crimes contra a segurança da cidade 
Durante a monarquia: Poder ilimitado para o julgamento do Rei 
República - Justiça centurial: Os centúrias administravam a justiça penal, o governante não 
detinha o poder de julgar 
Império: No início o julgamento era feito pelos senadores, depois passou ao Imperador e 
finalmente o julgamento passou ao Juiz, sendo que o Juiz acumulava as funções. Introdução da 
tortura e prisão preventiva 
3) Processo Penal Alemão (Germânico) – Primeiramente foi adotada a Vingança Privada. Mais tarde a 
Composição. Valor máximo à confissão (considerada “a rainha das provas”). Vigoravam as Ordálias ou 
Juízos de Deus (Ex. Os acusados eram afogados/queimados e se sobrevivessem eram inocentes, pois 
Deus estava com eles, protegendo-os). 
4) Direito Canônico – Influenciado pelo cristianismo, buscava o arrependimento e admissão da culpa; 
Procedimento inquisitivo: Tribunais de Santa Inquisição (hereges e bruxas), aqueles que não 
aceitavam a Igreja era pecador (hereges e bruxas) e tinham que ser condenados. 
O Direito Canônico também entende que o crime é uma conduta ligada ao pecado, não um fenômeno 
social. Desta forma, CRIOU A PENITENCIÁRIA, que é um estabelecimento onde o criminoso fica 
isolado da sociedade para refletir sobre o cometimento do crime. A penitenciária é um estabelecimento 
prisional existente até hoje, onde os presos são recolhidos. 
5) Processo Penal Moderno: Período Humanista ou Iluminismo (século XIX) – Princípios com base 
em uma linha filosófica humanitária e liberal: Direito Individuais, Contra Tortura, Crime como 
fenômeno da vida em sociedade, Surge o Ministério Público como órgão acusador, representando o 
Estado. Foi uma fase que se voltou ao interior do ser humano, observando o meio em que o homem 
vivia 
 
Evolução do Processo Penal no Brasil 
No Período de colonização indígena as penas eram regidas pela Vingança privada e pela Lei de Talião 
1) Ordenações Afonsinas: As Ordenações eram um complexo de leis que vigoravam em Portugal, 
desta forma não foram aplicadas no Brasil 
2) Ordenações Manuelinas: Foram aplicadas no Brasil e teve vigência até 1569, no qual teve as 
mesmas características da Idade Média 
 
 
 
5 
3) Código de D. Sebastião: Vigência até 1603 
4) Ordenações Filipinas: A partir de 1603, teve como ideia a Jurisdição de Segundo Grau 
a. 1609 – Criado o Tribunal de Relações na Bahia (destinado a julgar os recursos das decisões 
dos ouvidores gerais) 
b. 1751 – Criado o Tribunal de Relação do Rio de Janeiro (considerado Instância Superior). Mais 
tarde tornou-se o Superior Tribunal de Justiça 
c. 1832 – Após a Independência foi criado o Código Criminal do Império e o Júri, para todos os 
delitos, excetuando-seas contravenções. 
d. Proclamação da República - Vigoravam os decretos 4823/1871 e 2033/1871. 
e. 1942 – Atual Código de Processo Penal 
 
PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL 
No processo penal há 2 tipos de princípios: Princípio Constitucional e Princípio do Processo Penal 
propriamente ditos 
Os Princípios Constitucionais subdividem-se em: explícitos (expressos na Constituição Federal) e implícitos 
(extraídos a partir de princípios, ideias e valores consagrados na Constituição Federal) 
1) Princípio da presunção de inocência – art. 5º, LVII CF; regra: Liberdade 
Princípio expressamente previsto na CF, se entende que ninguém será considerado culpado até o 
transito em julgado da sentença condenatória. Desta forma todo acusado é presumido inocente até 
a eventual sentença condenatória transitar em julgado 
 
2) Princípio do contraditório e ampla defesa – art. 5º, LV da CF 
a. Contraditório – Ambas as partes têm o direito de manifestarem sobre qualquer fato alegado 
ou prova produzida pela parte contrária, visando o equilíbrio entre o direito de punir do Estado 
e o direito de liberdade do réu. Significa a garantia constitucional do acusado de contradizer 
uma acusação que lhe é feita 
b. Ampla defesa – O réu tem direito a um amplo arsenal de instrumentos de defesa como forma 
de recompensar a sua hipossuficiência e fragilidade em relação ao Estado 
 Defesa técnica – Promovida por um defensor técnico, bacharel em Direito, é um 
direito indisponível, art. 261 CPP 
 Auto defesa – Defesa promovida pessoalmente pelo réu sem assistência de 
procurador, é um direito disponível. Sendo assim o acusado pode se calar ou até 
mesmo mentir, em conformidade com o princípio constitucional de direito ao silêncio. 
Divide-se em: 1) Direito de audiência (direito do réu ser ouvido no processo, ocorre 
durante o interrogatório); 2) Direito de presença (direito do réu estar presente aos atos 
processuais, ex. presente nas audiências) 
 
 
 
 
 
6 
3) Princípio do devido processo legal – art. 5º, LIV CF 
Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. 
Fundamenta a visão garantista do processo penal, é um instrumento de efetivação dos direitos 
fundamentais do réu em face da força exorbitante do Estado 
No mesmo inciso, implícito o princípio da verdade real busca-se a verdade que deve estar provada 
nos autos 
4) Princípio do Juiz natural – art. 5, LIII CF 
O Julgador a atuar em um determinado feito deve ser aquele previamente escolhido por lei ou pela 
CF. Tem como principal finalidade garantir a participação no processo de um juiz imparcial. 
5) Princípio da Oralidade 
Em algumas etapas do processo a palavra oral deve prevalecer sobre a palavra escrita, com a 
finalidade de promover os princípios da concentração (colheita de provas e julgamento em uma única 
audiência ou no menor número possível), da imediatidade (contato direito do Juiz com a prova 
produzida) e da identidade física do Juiz (O Juiz que colhe provas julgará o feito) 
6) Princípio da Publicidade – art. 5º, LX CF 
Os atos processuais devem ser praticados publicamente, permitindo o amplo acesso ao público, 
exceto as suas exceções, quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem 
7) Princípio da Obrigatoriedade – Ações públicas, art. 5º,6º e 24 CPP 
A maioria dos crimes se processam por ações públicas, independe da vontade da vítima, a autoridade 
ao tomar o conhecimento de determinado crime age até o final do processo. São crimes que atingem 
a sociedade como um todo, e não somente a vítima 
8) Princípio da Oportunidade – Ações privadas, art. 30, 33 e 34 CPP 
Direcionado à ação privada ou pública condicionada. São crimes que somente atinge a vítima, ex. 
calúnia, injúria, difamação 
9) Princípio da Oficialidade – Ações públicas 
A ação penal tem o seu procedimento mediante atuação, como dever funcional indeclinável, de órgãos 
estatais da persecução penal e do Poder Judiciário 
10) Princípio da Indisponibilidade do Processo – Uma vez que instaurado um inquérito policial ou um 
processo penal, eles irão até o fim, não sendo possível a desistência da ação 
 
 
FONTES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL 
1) Formal – Mediata ou Direta 
2) Secundárias 
a. Costume – Significa a observação de regras de conduta praticadas em geral e que devem ser 
observadas para criação da lei 
b. Analogia – Significa a aplicação de dispositivos semelhantes numa situação em que se verifica 
uma lacuna involuntária da lei (art. 3º CPP) 
 
 
 
7 
c. Princípios gerais do Direito – São premissas éticas extraídas de legislação e do 
ordenamento jurídico em geral, ex. Princípios Constitucionais (art. 3º CPP) 
d. Tratados, Convenções e Regras do Direito Internacional – Tratados são acordos 
assinados entre países em assunto de natureza política, incluindo-se a repressão de ilícitos 
penais. Convenções são também acordos, mas que tratam de assentos de natureza privada. 
Regras do Direito Internacional são os princípios vindos das leis internas de outros países 
existentes em convenções internacionais ou proclamados em congressos 
“JUS PUNIENDI” é o direito de punir do Estado com o devido processo legal 
“JUS PERSEQUENDI” é o direito de ação do Estado ou particular nas ações penais privadas: início, impulso 
da ação par apuração do delito 
 
SISTEMAS DO PROCESSO PENAL 
 Sistema Inquisitivo: Surgiu em Roma durante os séculos XVI e XVIII, teve grande influência em seus 
regramentos do Direito Canônico  
Principais Características: 
a) Funções de acusar, defender e julgar na mesma autoridade (interesse do próprio governante); 
b) Processo sigiloso;  
c) Não há contraditório ou ampla defesa;  
d) Permite-se a tortura, tendo a confissão como rainha das provas  
 
 Sistema Acusatório: Aplicado em Roma e na Grécia, espalhou pela Europa no século XVII, sua 
inspiração adveio do estudo do crime para um bem social, época do Iluminismo 
Principais Características: 
a) Separação das funções de acusar, defender e julgar para mais de uma autoridade; 
b) Processo público 
c) Garantias como o contraditório e ampla defesa;  
d) Sistema de provas é a do livre convencimento, apreciando-se as provas trazidas pelas partes;  
e) Imparcialidade do julgador 
 Sistema Misto: Surgiu após a Revolução Francesa, em 1808 no “Code d’Instruction Criminele”, 
Principais Características: 
a) O processo se divide em 2 fases: A primeira investigativa e a segunda fase é a do julgamento; 
b) 1ª Fase: com características do sistema inquisitivo; 2ª Fase com características do sistema acusatório; 
c) Admite o contraditório e ampla defesa na 2ª Fase 
 
 Sistema no Brasil: Foi adotado o Sistema Misto, no qual forma a Persecução Penal (Inquérito + 
Processo Penal) 
 
 
 
8 
1ª FASE: INQUISITORIAL 
 Apuração de infrações penais incumbe à 
polícia judiciária (junção da polícia 
militar e da polícia civil), não se permite o 
contraditório e a ampla defesa, mas 
assegura-se garantias constitucionais. 
 Forma o inquérito sendo presidido pelo 
Delegado de Polícia 
 A Função do advogado é assegurar o 
cumprimento da lei (aspecto formal) 
 Chamado de Suspeito ou Indiciado 
 A Função desta fase é apurar indícios 
de materialidade e autoria do delito 
2ª FASE: ACUSATÓRIA 
 Inicia-se com o oferecimento da ação 
penal 
 Instala-se o Contraditório e ampla defesa 
 Publicidade dos atos e Motivação das 
decisões presidido pelo Juiz 
 O Ministério Público representa o Estado 
(função acusatória) 
 O Advogado ou a Defensoria Pública faz 
a ampla defesa 
 A Função desta fase é a formação da 
culpa e busca da verdade real 
 
OBS.: Denúncia é a acusaçãopública pelo Ministério Público, Queixa é a acusação privada pelo 
Advogado da parte 
 
FUNCIONAMENTO DA JUSTIÇA CRIMINAL BRASILEIRA 
 
 
 
POLÍCIA 
MILITAR 
•Em regra é o primeiro a tomar conhecimento do crime (policiamento ostensivo) 
POLÍCIA 
CIVIL 
• Realiza o Inquérito Policial (procedimento administrativo) 
MINISTÉRI
O PÚBLICO 
• Faz a acusação formal, através da denúncia 
DEFENSORI
A PÚBLICA 
• Assistência judicial a todos os cidadãos 
JUDICIÁRIO 
• Julgamento do crime nas Varas Criminais e Tribunais do Júri 
 
 
 
9 
PERSECUÇÃO PENAL 
Persecução Penal seria o nome correto a se usar, em vez de Processo Penal, pois o nosso Sistema tem 2 
fases: Inquérito Penal + Processo Penal. O procedimento e o processo são públicos, salvo os processos de 
segredos de justiça. Não se permite a rotura e a prova é observada em conjunto 
A Formação da lide penal se dá pela: Prática da Conduta Ilícita X Intervenção do Estado 
 
Funções Privativas do Estado 
“JUS PUNIENDI” – Direito de punir do Estado, somente o Estado pode aplicar pena 
“JUS PERSEQUENDI” – Direito de investigar e processar aquele que for suspeito da prática do ilícito. O 
Estado tem o direito da formação de inquérito policial e do processo penal 
 
 
LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO 
Em regra a Lei Processual Penal é de aplicação imediata, art. 2º CPP. Desta forma a lei processual penal 
NÃO RETROAGE 
Diferente de uma Lei nova no Código Penal, em que os efeitos da lei mais benéfica retroagem 
Tem como Princípio o “tempus regit actum” (aplicação imediata da lei) – art. 4º CPP. A lei que processará a 
conduta será a do tempo do ato (da conduta) 
Consequências: 
a) Atos processuais realizados sob a vigência da lei anterior, são considerados válidos 
b) Normas processuais tem imediata aplicação, regulando o desenrolar restante do processo 
Período de atividade da lei é da PUBLICAÇÃO À REVOGAÇÃO 
 
CLASSIFICAÇÕES EXCEPCIONAIS 
EXTRATIVIDADE DA LEI: Quando a lei regula fatos ocorridos fora do período de atividade. Ex.: Lei 
temporária e lei excepcional 
“VACATIO LEGIS”: período de “vacância” (vaga) da lei. É o período decorrente entre a publicação e a data 
de sua vigência (45 dias), se a própria lei não fixar tempo diverso. Tem como função dar um tempo para 
adaptação da nova lei que irá entrar em vigor 
REVOGAÇÃO: Quando cessa a vigência da lei 
 
 
 
 
10 
Espécies de Revogação: 
a) Parcial: Derrogação – cessa parte da lei 
b) Total: Ab-rogação – cessa toda a lei 
c) Expressa: A própria lei determina de forma escrita 
d) Tácita: A lei não determina, mas é totalmente incompatível com a lei anterior. 
LEI TEMPORÁRIA: São as que informam seu tempo de vigência. “Nascem com data para morrer” 
LEI EXCEPCIONAL: São as que vinculam a vigência a uma situação fática, ex. Guerra, Copa do Mundo, 
etc. 
AUTO REVOGAÇÃO: Ocorre quando cessa a situação de emergência ou anormalidade no caso de lei 
excepcional ou se esgota o prazo quando se tratar de lei temporária. Sendo assim os efeitos da aplicação da 
lei excepcional ou temporária terá vigência mesmo que elas auto revoguem 
REPRISTINAÇÃO: Lei revogada volta a viger quando a lei revogadora for revogada. Em outras palavras, se a 
nova lei que revogou uma lei velha ter sua vigência encerrada, a lei velha passará a valer novamente 
 
LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO 
Em regra a lei processual penal aplica-se a todas as infrações penais cometidas em território nacional 
(art. 1º do CPP) 
 
Território Nacional: Todo espaço em que o Estado exerce a soberania, incluindo limites do solo, parcelo 
do mar e do ar 
Fronteira Terrestre: Limitação demarcada por linhas imaginárias (aéreas) 
Espaço Marítimo: 12 milhas a partir da linha do litoral 
 
Território por extensão: 
a) Embarcações e aeronaves a serviço do governo brasileiro irá ser aplicada a lei brasileira. Para 
os Particulares aplica-se a lei do local onde se encontram 
b) Embaixada: É considerado Território nacional onde quer que se encontre para que o art. 1º do 
CPP seja aplicado (“O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro (...)”). É 
inviolável a embaixada, aplicando-se a lei de seu país de origem 
 
 
 
 
 
 
11 
Exceções: Incisos do art. 1º do CPP 
INCISO I 
“Os tratados, as convenções e regras do direito internacional...” 
a) Tratado – Acordo firmado entre dois ou mais países que estabelecem conteúdos e regras de direito 
positivo com conteúdo político 
 
b) Convenção – Acordo firmado entre dois ou mais países com assuntos de conteúdo civil e que permite a 
adesão de outros países 
1) Convenção de Viena sobre relações diplomáticas - Adotado em 18/04/1961. Prevê os 
privilégios e imunidades diplomáticas que devem ser recíprocas. Recepcionada pelo Brasil através 
do Decreto 56.435 de 08/06/1965 (Imunidade Absoluta) 
2) Convenção de Viena sobre relações consulares - Adotado em 24/04/1963. Regula as relações 
consulares (privilégios e imunidades). Dever de comunicação imediata à repartição consular no caso 
de prisão ou detenção de pessoa de nacionalidade brasileira. Garantia de acompanhamento (visita) 
pelo cônsul. Consul não possui imunidade absoluta, responde conforme a lei local 
3) Corte Penal Internacional (CPI) ou Tribunal Penal Internacional (TPI) – Estabelecido em 2002 
em Haia. Julga os indivíduos (e não os Estados) que cometerem crimes de guerra, genocídio ou 
contra a humanidade, quando os Tribunais nacionais não puderem ou não quiserem processá-los 
 
c) Regras de direito internacional – Legislações estrangeiras adotadas pelo país 
 
INCISO II 
“As prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros do Estado, nos crimes 
conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos 
crimes de Responsabilidade...” 
 
Prerrogativas para os crimes de responsabilidade. Referem-se a crimes de natureza política – 
ADMINISTRATIVO e não a delitos comuns 
São julgamentos realizados pelo Poder Legislativo e não pelo Poder Judiciário 
Consequências: Perda do cargo, cassação do mandato, suspensão dos direitos políticos, etc. 
As regras referentes ao julgamento estão definidas no CF 88 e leis especiais. Ex.: art. 52 CF 
 
 
 
 
12 
INCISO III 
“ Os processos da competência da Justiça Militar” 
Crimes militares serão processados conforme dispõe o CPP Militar 
a) Crime militar próprio – Só está previsto no CP Militar, sendo assim só pode ser cometido por 
militares, como aqueles contra autoridade ou disciplina militar ou contra o serviço e o dever militar. 
Ex.: Crime de deserção, art. 187 CPM, abandono de posto, art. 195 CPM, desacato a superior, art. 
298 CPM 
b) Crime militar impróprio – Previsto no mesmo tempo, tanto no CPM como na Lei penal comum, 
ainda que de forma um pouco diversa. Ex.: Roubo, homicídio, etc. 
Qualquer crime militar será julgado na Justiça Militar 
 
INCISO IV 
“ Os processos da competência do tribunal especial” 
Refere-se a CF de 1937 e ao Tribunal Especial – Julga delitos políticos ou por meio do Tribunal de Segurança 
Nacional (Lei 2144/1936). 
NÃO É MAIS APLICADO, conforme o art. 5º, XXXVII da CF, que veda os Tribunais de exceção 
 
INCISO V 
“ Os processos por crimes de imprensa” 
TAMBÉM NÃO É MAIS APLICADO. O STF ao julgar a ADPF declarou que referenda lei não foi recepcionada 
pela CF, portanto os artigos crimes da lei de imprensa não são mais execuções, aplicando-se o parágrafo 
único do art. 1º do CPP 
 
LEI PROCESSUAL PENAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS 
Todos são iguais perante a lei – Art. 5º CF 
Sendo assim o que se diferencia é o cargo em que a pessoa está ocupando, sendo cargos que representam 
as funçõespúblicas de um país 
Exceções de imunidades: 
1) IMUNIDADE DIPLOMÁTICA: Estabelecida na Convenção de Viena 
a. Imunidade absoluta: Refere-se a qualquer delito e se estendem a todos os agentes 
diplomáticos (embaixador, secretários da embaixada, pessoal técnico e administrativo das 
 
 
 
13 
representações) aos componentes da família e aos funcionários das organizações 
internacionais (ONU, OEA, etc.) QUANDO EM SERVIÇO 
Significa que o agente diplomático que cometer qualquer delito, responderá perante o seu país de 
origem 
Embaixada: Asilo Inviolável 
FUNCIONÁRIOS PARTICULARES: Se estrangeiros, não possui imunidade penal. 
 
“Convenção de Viena - Art. 37 ... 4. Os CRIADOS PARTICULARES dos membros da Missão, 
que não sejam nacionais do Estado acreditado nem nele tenham residência permanente, estão 
isentos de impostos e taxas sobre os salários que perceberem pelos seus serviços. Nos 
demais casos, só gozarão de privilégios e imunidades na medida reconhecida pelo referido Estado. 
Todavia, o Estado acreditado deverá exercer a sua jurisdição sobre tais pessoas de modo a não 
interferir demasiadamente como o desempenho das funções da Missão” 
 
2) IMUNIDADE PARLAMENTAR: Concedida aos membros do Congresso – Senadores e Deputados 
a. Imunidade absoluta/material: Significa que o parlamentar não está sujeito à Inquérito Policial 
ou processo por DELITO DE PALAVRA (são imunes as palavras ditas por eles). São eles: Crimes 
contra a honra (arts. 138 a 140 CP – Calúnia, Difamação e Injúria); Incitação ao crime (art. 286 CP 
– Provocar a pratica de crime); Apologia ao crime ou ao criminoso (art. 287 CP – Apoiar o crime ou 
um criminoso); Crimes de opinião descritos na Lei de imprensa ou na lei de segurança nacional 
Essa imunidade está prevista no art. 53, caput da CF 
 
b. Imunidade Relativa, Formal ou Processual: Significa suspender ou interromper o andamento da 
ação. Deve ser autorizado pelos demais “colegas” (Deputados, Senadores) para que o 
parlamentar seja processado (Caso Mensalão). Está prevista nos parágrafos §1º §2º §3º e §6º do 
art. 53 da CF 
Essas imunidades também se estendem aos Deputados Estaduais, conforme art. 27, §1º da CF 
Vereadores: Somente terá imunidade absoluta quanto aos delitos de palavra no exercício do 
mandato e nas circunscrições do município (art. 27 §1º da CF) 
 
OBS.: O Parlamentar só poderá ser preso em flagrante em caso de CRIME INAFIANÇÁVEL 
 
3) IMUNIDADE PARA SERVIR DE TESTEMUNHA: 
a. Diplomatas – Art. 31 §2º da Convenção de Viena 
b. Parlamentares – Art. 53 §6º da CF 
Significa que Diplomatas e Parlamentares não estão obrigados a prestar depoimento como 
testemunhas 
 
 
 
 
14 
QUESTÕES DA 1ª PROVA 
1) Onório Valfrido, estudante de Direito muito aplicado, em menos de três anos de formado, logo 
tornou-se diplomata e foi enviado para o Nepal para exercer suas funções na embaixada brasileira 
lá localizada, levando consigo sua esposa, os filhos gêmeos e sua funcionária de confiança, a 
cozinheira Aninha de Jurandir. Numa bela manhã de sol, Aninha de Jurandir dirigiu-se ao 
Supermercado e ao perceber a distração da operadora de caixa e por não saber se expressar 
corretamente pela estranheza do idioma, Aninha de Jurandir não efetuou o pagamento de suas 
compras e tentou sair do Supermercado, mas foi detida pelos seguranças que a monitoravam pelo 
sistema de câmeras. Diante da narrativa, pergunta-se: Aninha de Jurandir praticou algum delito? 
Se sua resposta for positiva, Aninha de Jurandir possui algum tipo de imunidade? Qual? Ela será 
processada? Por que? Se sua resposta for positiva, onde? Explique sua resposta 
Resposta: Sim, Aninha de Jurandir cometeu o delito de furto, pois tentou sair do supermercado sem 
pagar por suas compras. Aninha de Jurandir não possui qualquer tipo de imunidade, pois ela é 
funcionária do diplomata e somente ele e os membros de sua família possuem imunidade absoluta. 
Aninha de Jurandir será processada segundo as leis aplicadas no Nepal e por suas autoridades, já que 
não possui qualquer imunidade penal, conforme parte final do art. 37, alínea 4 da Convenção de Viena 
sobre Relações Diplomáticas 
2) Qual o entendimento pelo Direito Canônico para a ocorrência do crime e no que esse ramo do 
Direito colaborou para a aplicação atual da pena? 
Resposta: O Direito Canônico entende que o crime é uma conduta ligada ao pecado, não um fenômeno 
social. Desta forma, criou a penitenciária, que é um estabelecimento onde o criminoso fica isolado da 
sociedade para refletir sobre o cometimento do crime. A penitenciária é um estabelecimento prisional 
existente até hoje, onde os presos são recolhidos 
3) No caso de processo penal já iniciado, como ficam os atos já praticados se for publicada nova lei 
processual penal que modifique sua forma de realização? Explique e fundamente sua resposta 
Resposta: São duas consequências: os atos processuais realizados sob a vigência da lei anterior são 
considerados válidos e as novas normas processuais terão imediata aplicação, regulando os demais atos 
do processo, conforme artigo 2 do CPP 
4) O juiz criminal Jurandir de Aninha, ao realizar um julgamento, observou as provas contidas no 
processo oferecidas pela acusação e pela defesa, condenando o réu e logo em seguida não 
permitiu que a defesa nem o réu tomassem conhecimento do teor da sua sentença. Quais os 
princípios constitucionais presentes na narrativa? Algum deles foi violado? Qual (is)? 
Fundamente sua resposta 
Resposta: Vemos o princípio do Juiz Natural (art. 5°, LIII: "Ninguém será processado nem sentenciado 
senão pela autoridade competente"); Princípio do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV da CF: "aos 
litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o 
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes."). O juiz criminal violou o princípio 
da publicidade presente no art. 5 da CF: artigo 5°, LX, da Carta Magna: "A lei só poderá restringir a 
publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem" 
 
 
 
15 
INQUÉRITO POLICIAL 
Inquérito é um procedimento administrativo de investigações composta pela realização de diligências a 
serem comandadas pela autoridade policial, sendo realizadas pelos seus agentes para apurar indícios de 
materialidade e autoria do delito 
Autoridade que preside é o Delegado de Polícia 
Circunscrição é exercido pela autoridade policial em um determinado território – art. 4º CPP 
Polícia judiciária (polícia civil e polícia militar) tem função preventiva e repressiva 
Inquéritos Extrapoliciais não são elaborados pela polícia judiciária, e presidido pelo Delegado de Polícia 
Tipos de Inquéritos extrapoliciais: 
1) Inquérito Policial Militar – Presidido e elaborado por militares para apuração de crimes militares, 
crimes militares impróprios são crimes cometidos por militares mas que estão previstos no código 
comum, crimes militares próprios são crimes cometidos pelos militares também, porém está descrito 
no código militar 
2) Inquérito Judicial – Apura crimes falimentares da Lei de Falências, as dívidas são maiores que o 
dinheiro que tem para pagamento. Inquérito apurado pelo Juiz 
3) Inquérito Civil – Presidido pelo Juiz, visa apurar elementos para propositura de ação civil pública, 
como os danos difusos e coletivos. É presidido pelo MP 
4) Inquérito Parlamentar – Tem poderes de investigações próprias das autoridades judiciais, apurar 
a ocorrência de delitos em grande escala que estão sendo graves para a sociedade (Senadores e 
Deputados) – art. 58, §3º da CF 
Finalidade do Inquérito Policial 
1) Apurar indícios de materialidade do delito – Ex.: Arma do crime2) Apurar indícios de autoria do delito – Ex.: fios de cabelo, ouvir testemunhas 
 
CARACTERÍSTICAS: 
1) Discricionário: art. 14 CPP – Durante o inquérito as partes podem requerer qualquer diligência do 
Delegado, no qual ficará a critério do Delegado realizar ou não, ex.: reconstituição do crime 
2) Procedimento escrito: art. 9 CPP – Os depoimentos, e todas as demais providencias devem ser 
relatadas 
3) Publicidade. Exceção: art. 20 CPP – A autoridade dará o sigilo necessário para que não atrapalhe 
as investigações do inquérito 
4) Oficialidade: art. 5, inciso I CPP – Nos crimes de ação pública o Inquérito Policial será iniciado de 
ofício. Exceção: Crimes de ação penal privada 
 
 
 
16 
5) Indisponibilidade: Uma vez instaurado o inquérito deverá ir até o fim, para arquivar o inquérito 
depende da autorização do Juiz 
6) Valor Probatório: O seu valor é relativo, isso quer dizer que uma prova produzida no inquérito 
policial poderá ser repetida durante o processo penal, pois as informações são obtidas sem 
contraditório e ampla defesa 
Só não serão repetidas as provas que não poderão ser produzidas novamente, Ex.: Marcas de lesão 
corporal na vítima 
7) Vícios: Por ser procedimento investigativo, o Inquérito Policial não invalida a ação penal. Ex.: Se o 
delegado se considerar suspeito (art. 254 CPP) deverá declarar de ofício. Se a defesa verificar 
suspeição deverá comunicar a corregedoria, que nomeará outro delegado, durante o inquérito policial. 
Entretanto mesmo se o delegado for suspeito não irá contaminar o processo penal 
 
CLASSIFICAÇÃO DA NOTÍCIA DO CRIME (“noticia criminis”) 
É o conhecimento pela autoridade policial do fato criminoso. 
a) Notícia do crime de COGNIÇÃO IMEDIATA OU DIRETA: Conhecimento pela autoridade através dos 
próprios atos (O próprio delegado está fazendo uma ronda e toma conhecimento da ocorrência de 
algum delito ou a notícia chegar até ele na Delegacia) ou delação anônima ou apócrifa (é o famoso 
disk-denúncia/denúncia anônima, no qual é a comunicação anônima de um delito para a polícia). 
b) Notícia do crime de COGNIÇÃO MEDIATA OU INDIRETA: Conhecimento pela autoridade através 
de: 
o Requerimento do ofendido ou seu representante legal (Ex.: art. 147, Crime de ameaça 
depende da vítima representar à autoridade) 
o Requerimento do promotor de justiça ou requisição do Juiz (Ex.: Crime de falso 
testemunho) 
c) Notícia do crime de COGNIÇÃO COERCITIVA: Quando a autoridade (qualquer agente policial ou 
cidadão) toma conhecimento do fato delituoso ou quando o infrator já está sofrendo repressão. É o 
caso de FLAGRANTE DELITO FACULTATIVO, no qual poderá ocorrer quando a conduta está sendo 
praticada, ou quando acabou de praticar a conduta ou quando o sujeito é pego logo depois, em 
situação ou com objetos que presumem o sujeito ser criminoso. A prisão em flagrante existe dois tipos: 
Compulsória é feita pela autoridade e deve prender em flagrante, Facultativa é feito por qualquer 
cidadão em que poderá prender em flagrante. 
 
PEÇAS AUTORIZADORAS DO INQUÉRITO POLICIAL 
1) Requerimento do ofendido ou seu representante legal – Ex.: Crimes de calúnia, difamação e 
injúria (Acontece quando a ação penal é privada – art. 5º, §5º) e ação penal pública condicionada – 
Ex.: Crime de ameaça (art. 5º, §4º) – Desta forma há necessidade do requerimento da vítima ou do 
seu representante para iniciar o Inquérito Policial 
 
 
 
17 
2) Requerimento do Ministério Público – Quando há atendimento ao público pelo MP, a vítima relata a 
ocorrência de um crime e o MP faz um requerimento para que seja instaurado um Inquérito Policial 
3) Requisição do Juiz – Qualquer Juiz, ao se deparar com uma situação criminosa, seja nos autos ou 
em audiência, poderá requerer a instauração de um Inquérito Policial 
4) Requisição do Ministro da Justiça Condicionada – art. 24 do CPP. Somente em alguns crimes: 
a. Crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (art. 7º, §3º, letra b, c/c 
§2º, letra c do CP) – O Ministro da Justiça que observa as relações diplomáticas, pois em caso 
de extradição depende de tratados entre os países 
b. Crime contra a honra, contra o Presidente da República ou Chefe de Governo 
estrangeiro, independentemente de publicidade ou não. Art. 145, § único, primeira parte do 
CP – Crime de calúnia, injúria e difamação contra o Presidente ou Chefe de Governo depende 
da autorização do Ministro da Justiça para instaurar um Inquérito 
c. Algumas hipóteses previstas na Lei de Imprensa e CP Militar 
 
PEÇAS INAUGURAIS DO INQUÉRITO POLICIAL 
1) Portaria dá origem ao Boletim de Ocorrência (BO) – Art. 5º, I do CPP. Notícia do Crime por 
cognição imediata/direta ou mediata/indireta 
2) Auto de prisão em flagrante (é o documento da prisão em flagrante): Após a voz de prisão em 
flagrante, a autoridade inicia o Inquérito Policial com o auto. Notícia do Crime por cognição coercitiva 
TERMO CIRCUNSTANCIADO: Trata-se de um procedimento simplificado que substitui o Inquérito Policial. 
Será realizado quando se tratar de: 
a) Crimes de menor potencial ofensivo – art. 61 da lei 9.099/95 – Qualquer crime cuja pena máxima 
cominada (que está descrita no código) seja INFERIOR A 2 ANOS. 
b) Ato Infracional praticado por criança ou adolescente – previsto no ECA – lei 8.069/90, deve ser 
apresentado no dia para o Promotor de Justiça. 
OBS.: Art. 5º, §2º do CPP – Onde se lê “Chefe de Polícia”, entenda-se Secretário de Segurança Pública 
Peças autorizadoras e início do Inquérito Policial depende do tipo de ação que processa o crime 
Verifica-se: 
a) Crime de ação pública incondicionada 
b) Crime de ação pública condicionada 
c) Crime de ação privada 
Conteúdo do art. 5º CPP 
 
 
 
 
18 
FASE INSTRUTÓRIA OU PROBATÓRIA DO INQUÉRITO POLICIAL 
A autoridade policial (delegado) faz ou determina a realização de diligências (providências) visando apurar 
os indícios de materialidade e autoria. 
Está descrita no art. 6º do CPP 
 Inciso I: Preservação do local do crime 
 Inciso II: Apreensão de objetos e armas (art. 11 CPP) 
 Inciso III: Colheita de provas – Análise pela autoridade da necessidade e forma 
 Inciso IV: Quando e se possível ouvir o ofendido 
 Inciso V: Interrogatório – Divide-se em 2 partes, conforme art. 187 do CPP 
 Inciso VI: Reconhecimento de pessoas e coisas (objeto usado no crime) – O reconhecimento é 
feito pelo ofendido ou por testemunhas. Esta diligência poderá ser analisada novamente na fase 
processual. 
 Inciso VII: Exame de corpo de delito é a perícia que sempre será obrigatória quando o crime deixar 
vestígios. Corpo de delito é algo ou alguém atingido pela conduta criminosa. Ex.: Bolsa (objeto) no 
crime de fruto, corpo no homicídio, etc. Vias de fato é toda lesão que não deixa vestígios, no qual é 
uma contravenção penal, ex.: Cuspir no rosto 
 Inciso VIII: Exame datiloscópico é o processo de identificação humana através das impressões 
digitais. Folha de antecedentes é o documento fornecido pela Delegacia com validade de 90 dias que 
informa a existência de registros criminais nos sistemas policiais (ocorrências anteriores). Certidão de 
Antecedentes Criminais fornecido pela Vara das Execuções Criminais e contém o registro de 
condenação com trânsito em julgado pelo cometimento de crime (processo findo aposta a 
reincidência) 
 Inciso IX: É realizada através de documentos e depoimentos pessoais. Verifica-se aspectos 
pessoais e sociais do suspeito (personalidade, onde trabalha, como se relaciona com as pessoas, se 
tem atividade filantrópica, etc.) 
INDICIAMENTO – Ato de imputar a determinada pessoa a prática de fato punível no inquérito policial. É 
feito após a realização das diligências. Contém: Relaçãodas diligências, depoimento de testemunhas, 
documentos e provas periciais e tipificação do delito. 
RECONSTITUIÇÃO DO CRIME – Art. 7º - Não é obrigatória: Depende da necessidade e conveniência a ser 
determinada pela autoridade. 
Não é obrigatória a participação do indiciado. Se participar, pode exercer o direito de permanecer calado (art. 
5º, inciso LXIII da CF). 
Pode ser requerida pelo MP ou ser determinada de ofício pelo Juiz (art. 156, inc. II do CPP) 
 
 
 
 
19 
ENCERRAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL (art. 10 CPP) 
Prazo – 10 DIAS indiciado preso e 30 DIAS indiciado solto 
Leis penais extravagantes podem conter outros prazos. 
Peça que encerra o Inquérito Penal é o RELATÓRIO (art. 10, §1º CPP), no qual deve conter: 
a) Especificação de como se deu o início do Inquérito Policial 
b) Resumo dos fatos 
c) Diligências realizadas 
d) Indiciamento 
e) Tipificação da conduta 
Art. 10 §2º - Indicação de testemunha não ouvidas pela autoridade policial 
Art. 10 3º - Requerimento da autoridade policial solicitando ao juiz mais prazo para conclusão do Inquérito 
Policial. Somente o Juiz pode autorizar 
 
Arquivamento do Inquérito Policial – Art. 17 e 18 CPP 
Caso não seja necessário continuar o Inquérito, somente o Juiz pode autorizar o arquivamento. A autoridade 
policial NÃO pode determinar. 
 
Fundamentos para o requerimento: 
 Causa de extinção da punibilidade (art. 107 CP) 
 Falta de tipicidade. O fato não constitui crime ou contravenção penal. OBS.: A falta de culpabilidade 
(art. 26 CP – inimputabilidade) e de antijuridicidade (art. 23 CP) não são fundamentos para o 
pedido. Elas devem ser provadas durante o processo, portanto, não cabe arquivamento. 
Se faltar base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder novas pesquisas, se tiver 
notícias de outras provas (art. 18 CPP) 
 
 
 
 
 
 
 
20 
AÇÃO PENAL 
O Direito de Ação está previsto constitucionalmente – Art. 5º XXXV CF – “A lei não excluirá da apreciação 
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. 
Entretanto não deve confundir o direito buscado com o direito de ação. No caso do Estado, quando alguém 
cometer um crime, surge para ele o direito de punir, o qual só será alcançado por meio da respectiva ação 
penal. 
Desta forma a Ação Penal é a investidura do Estado face àquele que pratica a conduta definida como crime. 
É o exercício do “jus persequendi” – direito de ação do Estado. 
 
CONDIÇÕES DA AÇÃO 
a) Possibilidade jurídica do pedido: Fato narrado seja típico. Para haver uma ação penal deve haver 
um fato que esteja descrito no Código Penal 
b) Interesse de agir: Existência de justa causa, ou seja, indícios de autoria e suspeita acerca da prática 
da conduta 
c) Legitimidade: Na ação pública a legitimidade é do MP, na ação privada será o ofendido 
 
Espécies de Ação Penal: 
 
 
 
 
 
 
 
21 
AÇÃO PENAL PÚBLICA 
Processa a maioria dos delitos. Inicia-se com a denúncia (PEÇA INICIAL) oferecida pelo MP 
Princípios: 
a) Oficialidade – Feito por órgão especial - MP 
b) Indisponibilidade – O MP não pode dispor do dever de oferecer a denúncia 
c) Intranscendência – A culpabilidade não pode passar da pessoa do acusado e dos limites de suas 
responsabilidades 
d) Obrigatoriedade – Além de não pode dispor o MP tem obrigação de ingressar com a denúncia 
 
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA 
Está prevista no art. 24, 1ª parte do CPP. Ocorrendo um crime, o MP deverá promover a ação, 
independentemente de iniciativa da vítima, pois atinge diretamente o Estado, tendo obrigação de averiguar, 
para manter a ordem na social 
Esta modalidade de ação penal NÃO PREVÊ qualquer tipo de condição para que se inicie a ação penal. 
Basta ter indícios de autoria e prova de materialidade delitiva. Ex.: Crime de homicídio, independe da 
vontade da família/amigos, para ser ingressada uma ação penal pública incondicionada 
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO ou REQUISIÇÃO 
Prevista no art. 24, 2ª parte CPP. A iniciativa para o processo continua sendo do MP, porém condicionada à 
representação do ofendido ou requisição do Ministro da Justiça 
a) Representação do ofendido – É um pedido – Autorização por meio do qual o ofendido ou seu 
representante legal expressam o desejo da instauração do Inquérito Policial e da ação 
Art. 25 – Irretratabilidade da representação: Enquanto não foi oferecida a denúncia o ofendido 
poderá retratar, se o MP ingressou com a denúncia o ofendido não poderá mais retirá-la, o 
processo irá até o fim 
Art. 33 – Representante legal: Em caso de menor de 18 anos, mentalmente enfermo ou retardado 
mental será representado pelo seu representante legal, se não tiver representante legal será 
nomeado um curador especial 
Art. 38 – Prazo para a representação: O ofendido tem o PRAZO DE 6 MESES de exercer o direito 
de representação. Se não oferecer a representação esse direito terá a decadência. Esse prazo conta 
a partir de quando o ofendido sabe quem é o autor do delito 
 
b) Requisição do Ministro da Justiça - Também é um pedido – Autorização obrigatória quando da 
ocorrência de alguns delitos 
 
 
 
22 
DENÚNCIA 
É a peça inicial da ação penal pública 
Peça acusatória formal da ação penal pública – Art. 41 CPP 
O seu prazo está previsto no art. 46 CPP – Se o réu estiver preso será de 5 DIAS, contado da data em que 
o MP receber os autos do Inquérito Policial; Se o réu estiver solto ou afiançado será de 15 DIAS; Se o 
Inquérito for devolvido a autoridade policial, o prazo irá começar a contar quando o MP receber novamente o 
Inquérito 
 
AÇÃO PENAL PRIVADA 
Prevista no art. 30 CPP. Alguns crimes atingem mais diretamente o particular do que a sociedade como 
um todo, desta forma o Estado transfere o direito de processar ao ofendido. Há na ação penal privada 
uma substituição processual – o Estado que é o titular do direito de ação, transfere ao particular a iniciativa 
da ação, prevalecendo o direito de punir do Estado 
Ela deverá ser promovida de acordo com a exigência prevista no tipo penal que descreverá: “Esse crime se 
processa mediante queixa” 
Só terá inquérito quando não souber o autor do delito – ex.: ligações telefônicas, através de internet. No caso 
de ação penal privada terminado o inquérito o mesmo ficará à disposição do ofendido 
QUEIXA é a primeira peça da ação penal privada a ser movida pelo ofendido, através de advogado. Ex.: 
Crimes contra a honra – art. 138/145 CP 
O PRAZO para oferecer a queixa (art. 38 CPP) será de 6 MESES, contado do dia em que vier a saber quem 
é o autor do crime. Se não for oferecida a queixa ocorrerá a decadência do direito, tendo a extinção da 
punibilidade 
Partes: a) Ofendido – Querelante ; b) Acusado – Querelado 
 
REQUISITOS 
Art. 41 CPP – São os mesmos requisitos da denúncia, nas quais são: “a exposição do fato criminoso, com 
todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identifica-
lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas”’ 
Exigência de propositura da ação por advogado com poderes especiais (art. 44 CPP) - Poderes Especiais: 
 
 
 
23 
Na procuração além dos poderes ad judicia, tem que descrever o fato criminoso, pois é uma proteção ao 
advogado, para que as palavras ofensivas não recaiam sobre o advogado 
Intervenção do MP (art. 45 CPP) – aditamento da queixa – Atua como fiscal da lei 
Indivisibilidade (art. 48 CPP) – Se tiver vários autores, a todos o ofendido deve promover a queixa 
 
RENÚNCIA 
Renúncia ao direito de queixa (art. 49 e 50 CPP) 
- Enquanto não iniciou o processo, o ofendido 
poderá renunciar a ofensa que lhe foi causada. 
Essarenúncia ficará com o querelado (quem 
praticou a ofensa), para que o querelante esqueça 
da renúncia e entre com o processo 
 
 
Renúncia tácita (art. 57 CPP) – Passado o prazo 
de entrar com a queixa ocorrerá a renúncia tácita. 
Também será possível a renúncia tácita quando 
provar por todos os meios de provas a inocência 
Perdão (art. 51 a 59 CPP) – O perdão cabe 
quando o processo já se iniciou. O ofensor poderá 
aceitar ou não o perdão, previsto no art. 58 CPP. 
Em caso de haver o transito em julgado da 
Sentença NÃO será possível o perdão 
OBS.: Só cabe renúncia ao direito de queixa e perdão na ação penal privada. Na ação penal pública não 
cabe o perdão do ofendido, porém alguns delitos trazem a possibilidade do perdão judicial, onde o juiz, no 
momento em que for proferir a sentença (após toda a fase da persecução penal), ao invés de impor a pena, 
somente ele, poderá conceder o perdão, quando houver a disposição (previsão) legal. Ex.: art. 242, § único 
CP 
 
ESPÉCIES DE AÇÃO PRIVADA: 
a) AÇÃO PENAL EXCLUSIVAMENTE PRIVADA (TÍPICA) (art. 30, 31 e 33 CPP) – Necessita de 
representante legal 
b) AÇÃO PENAL PRIVADA PERSONALÍSSIMA – Somente e exclusivamente promovida pelo 
ofendido (não pode ser movida pelo representante legal) Ex.: Art. 236 CP – Crime de induzimento a 
erro essencial (Enganado pelo cônjuge) 
c) AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA – Art. 29 CPP. Só ocorre quando o MP não 
ofereceu a denúncia no prazo legal. Sendo assim o ofendido pode ingressar com a ação penal 
privada, ainda que o crime só se processe por ação pública 
 
 
 
 
 
24 
PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PRIVADA 
1) Princípio da Conveniência ou Oportunidade – O ofendido tem a decisão de propor ou não a queixa 
2) Princípio da Disponibilidade (perdão e perempção – art. 60 CPP) – O ofendido pode dispor da ação, 
até mesmo depois que propõe a ação, no caso perdoar ou deixar de dar andamento no processo 
(perempção) 
3) Princípio da Indivisibilidade, art. 48 CPP – Se houver mais de um ofensor, a queixa deverá ser 
contra todos 
4) Princípio da Intranscedência – A acusação não ultrapassa da pessoa acusada 
 
AÇÃO CIVIL PARA REPARAÇÃO DO DELITO 
Ação Civil ex delito – Art. 64/68 CPP 
Toda prática de fato ilícito acarreta prejuízo para a(s) vítima(s) e para o Estado. Fora o “jus persequendi” e o 
“jus puniendi”, o dano causado poderá ser ressarcido na forma de indenização a ser promovida perante o 
juízo cível, para que a vítima possa ser indenizada monetariamente quando provar que sofreu prejuízo 
material e/ou moral 
A ação civil do delito pode ser intentada (proposta) em decorrência de dano ocasionado por ilícito penal 
Há 2 TIPOS de ação civil do delito: 
1) Ação Civil “ex delicto” em sede de Processo de Conhecimento (art. 64 CPP): Tem por fundamento 
um delito cuja materialidade e a autoria ainda não foram provadas no juízo criminal (não transitou em 
julgado o processo criminal). Essa ação portanto, é movida perante o juízo cível. 
§1º: Possibilidade de suspensão da ação cível pelo Juiz, a fim de aguardar a decisão criminal. Sua 
finalidade é evitar decisões conflitantes 
Arts. 66 e 67 CPP: Possibilidade de propositura da ação cível em sede de conhecimento - 
Art. 66: Em caso do agente ter sido absolvido do delito por dúvida (ex. insuficiência de prova) ainda 
assim poderá entrar com a ação civil do delito com um processo de conhecimento na justiça cível. 
No caso do agente ter sido absolvido por não ter mesmo cometido o delito, ter a certeza que não 
cometeu o crime, não caberá ação civil do delito 
Art. 67: Não impedirá igual a propositura da ação civil no caso de arquivamento do inquérito, decisão 
que julgar extinta a punibilidade e a sentença absolutória que decidir que o fato não constitui 
crime 
 
2) Ação Civil “ex delicto” em sede de Processo de Execução (art. 63 CPP): É proposta após o trânsito 
em julgado da ação penal condenatória. De posse da sentença condenatória transitada em julgado, a 
vítima ingressa no juízo cível com pedido indenizatório, pois o crime já está provado. Nesta ação discute-
se apenas quanto será indenizado e quando será indenizado 
 
 
 
25 
É parte legítima para intentar qualquer ação civil do delito a vítima, seu representante legal ou seus 
herdeiros 
Art. 65 – Casos em que a ação civil não poderá ser proposta: Estado de Necessidade, Legítima Defesa, 
Estrito Cumprimento do Dever Legal ou no Exercício Regular do Direito

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