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1 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 04/04/2024 
 
 
Objetivos 
1. Compreender a embriologia da Hipófise e 
Hipotálamo; 
2. Entender a fisiologia do eixo hipotálamo 
Hipófise; 
3. Compreender a anatomia e histologia da 
Hipófise e do Hipotálamo; 
4. Entender o mecanismo de feedbacks 
hormonais. 
Embriologia da Hipófise 
Prosencéfalo: 
O prosencéfalo consiste no telencéfalo, que 
forma os hemisférios cerebrais, e no 
diencéfalo, que forma a escavação óptica e o 
pedúnculo óptico, a hipófise, o tálamo, o 
hipotálamo e a glândula pineal. 
 
Hipotálamo: O hipotálamo surge pela 
proliferação de neuroblastos na zona 
intermediária das paredes diencefálicas, 
ventrais aos sulcos hipotalâmicos. A 
sinalização Wnt/β-catenina é essencial para a 
indução, diferenciação neuronal e 
padronização do hipotálamo. Mais tarde há o 
desenvolvimento de vários núcleos 
relacionados às atividades endócrinas e de 
homeostase. Um par de núcleos forma os 
corpos mamilares na superfície ventral do 
hipotálamo. 
 
Hipófise: A hipófise é de origem 
ectodérmica. A via de sinalização Notch tem 
sido implicada na proliferação e diferenciação 
das células progenitoras hipofisárias. A 
hipófise desenvolve-se a partir de duas fontes: 
• Crescimento para cima a partir do teto 
ectodérmico do estomodeu, o divertículo 
hipofisário (bolsa de Rathke) 
• Crescimento inferior do neuroectoderma 
do diencéfalo, o divertículo neuro-
hipofisário. 
Essa dupla origem explica por que a hipófise é 
composta de dois tipos diferentes de tecido: 
• A adeno-hipófise (tecido glandular), ou 
lobo anterior, surge do ectoderma oral 
• A neuro-hipófise (tecido nervoso), ou 
lobo posterior, surge do neuroectoderma. 
Na 3a semana, o divertículo hipofisário 
projeta-se do teto do estomodeu e fica 
adjacente ao assoalho do diencéfalo. 
Na 5a semana, o divertículo alonga-se e 
estreita-se ao se ligar ao epitélio oral. Nessa 
fase, entra em contato com o infundíbulo, um 
crescimento inferior ventral do diencéfalo. 
APG 15 – Hipotálamo e Hipófise 
 2 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 04/04/2024 
O pedúnculo do divertículo hipofisário passa 
entre os centros de condrificação da parte 
anterior do esfenoide e da base do esfenoide 
em desenvolvimento. 
Durante a 6a semana, a conexão do divertículo 
com a cavidade oral degenera. As células da 
parede anterior do divertículo hipofisário 
proliferam e originam o lobo anterior da 
hipófise. Mais tarde, uma extensão, a parte 
tuberal, cresce em torno do tronco 
infundibular. 
A extensa proliferação da 
parede anterior do 
divertículo hipofisário 
reduz seu lúmen a uma 
fenda estreita. A fenda 
residual geralmente não é 
reconhecível na hipófise 
adulta; no entanto, pode 
ser representada por uma 
zona de cistos. As células 
na parede posterior da 
bolsa hipofisária não 
proliferam; originam a parte 
intermédia, fina e mal 
definida. 
A parte da hipófise que se 
desenvolve a partir do 
neuroectoderma 
(divertículo neuro-
hipofisário) é a neuro-
hipófise. 
O infundíbulo origina a 
eminência mediana, o 
tronco infundibular e a parte 
nervosa. Inicialmente, as 
paredes do infundíbulo são 
finas, mas a extremidade 
distal logo se torna sólida à 
medida que as células 
neuroepiteliais proliferam. 
Essas células 
posteriormente se diferenciam em pituícitos, as 
células primárias do lobo posterior da hipófise, 
que estão intimamente relacionadas às células 
da neuróglia. As fibras nervosas crescem na 
parte nervosa a partir da área hipotalâmica, à 
qual o tronco infundibular está ligado. 
A efrina-β2 e outras moléculas de sinalização 
do diencéfalo desempenham papel essencial na 
formação dos lobos anterior e intermediário da 
hipófise. O gene homeobox LIM LHX2 parece 
controlar o desenvolvimento do lobo posterior. 
 
 3 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 04/04/2024 
Sistema Endócrino 
Comparação do controle exercido pelos 
sistemas nervoso e endócrino: 
Os sistemas nervoso e endócrino atuam em 
conjunto para coordenar as funções de todos os 
sistemas do corpo. Nas sinapses, os impulsos 
nervosos desencadeiam a liberação de 
moléculas mediadoras, denominadas 
neurotransmissores. O sistema endócrino 
também controla as atividades corporais por 
meio da liberação de mediadores, 
denominados hormônios, embora os meios de 
controle desses dois sistemas sejam muito 
diferentes. 
Um hormônio é uma molécula que é liberada 
em determinada parte do corpo, mas que regula 
a atividade de células em outras partes do 
corpo. A maioria dos hormônios entra no 
líquido intersticial e, em seguida, na corrente 
sanguínea. O sangue circulante leva os 
hormônios até as células de todo o corpo. 
Tanto os neurotransmissores quanto os 
hormônios exercem seus efeitos por meio de 
sua ligação a receptores presentes na superfície 
ou no interior de suas “células-alvo”. 
Com frequência, as respostas do sistema 
endócrino são mais lentas do que as do sistema 
nervoso; embora alguns hormônios atuem em 
questão de segundos, a maioria leva vários 
minutos ou mais para produzir uma resposta. 
A influência do sistema endócrino é muito 
mais ampla; ele ajuda a regular praticamente 
todos os tipos de células do corpo. 
 
Coordenação das funções corporais por 
mensageiros químicos: 
As múltiplas atividades das células, dos tecidos 
e dos órgãos do corpo são coordenadas pela 
interação de vários tipos de sistemas de 
mensageiros químicos: 
1. Neurotransmissores são liberados por 
terminais de axônios de neurônios nas 
junções sinápticas e agem localmente para 
controlar as funções das células nervosas. 
2. Hormônios endócrinos são liberados por 
glândulas ou células especializadas no 
sangue circulante e influenciam a função 
das células-alvo em outro local no corpo. 
3. Hormônios neuroendócrinos são 
secretados por neurônios no sangue 
circulante e influenciam a função das 
células-alvo em outro local do corpo. 
4. Sinalizadores parácrinos são secretados 
pelas células no líquido extracelular e 
afetam as células-alvo vizinhas de tipo 
diferente. 
5. Sinalizadores autócrinos são secretados 
pelas células no líquido extracelular e 
afetam a função das mesmas células que os 
produziram. 
6. Citocinas são peptídios secretados pelas 
células no líquido extracelular e podem 
funcionar como hormônios autócrinos, 
parácrinos ou endócrinos. Exemplos de 
citocinas incluem as interleucinas e outras 
linfocinas que são secretadas por células 
auxiliares e atuam sobre outras células do 
sistema imunológico. Hormônios de 
citocinas produzidos por adipócitos são, às 
vezes, chamados de adipocinas. 
 4 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 04/04/2024 
O sistema endócrino é composto de glândulas 
e células que secretam hormônios na corrente 
sanguínea. Os hormônios são secretados em 
resposta a estímulos neurais, hormonais e 
humorais, viajam para as células-alvo e 
regulam a homeostase. 
As principais funções regulatórias do sistema 
endócrino são as seguintes: 
1. Metabolismo. O sistema endócrino regula 
a taxa de utilização de nutrientes e a 
produção de energia. 
2. Controle do consumo de comida e da 
digestão. O sistema endócrino regula os 
níveis da saciedade e da quebra da comida 
em nutrientes individuais. 
3. Desenvolvimento do tecido. O sistema 
endócrino influencia o desenvolvimento de 
tecidos, como aqueles do sistema nervoso. 
4. Níveis de íons. O sistema endócrino ajuda 
a regular o pH sanguíneo, assim como a 
concentração dos íons Na+, K+ e Ca2+ no 
sangue.5. Balanço de água. O sistema endócrino 
regula o balanço hídrico por meio do 
controle da concentração de solutos no 
sangue. 
6. Mudanças nos batimentos cardíacos e 
da pressão sanguínea. O sistema 
endócrino ajuda a regular os batimentos 
cardíacos e a pressão sanguínea, bem como 
a preparar o corpo para atividades físicas. 
7. Controle dos níveis de açúcar e outros 
nutrientes no sangue. O sistema 
endócrino regula a concentração de glicose 
e outros nutrientes no sangue. 
8. Controle da função reprodutiva. O 
sistema endócrino controla o 
desenvolvimento e a função do sistema 
reprodutor em homens e mulheres. 
9. Contrações uterinas e a liberação de 
leite. O sistema endócrino regula as 
concentrações uterinas durante o parto e 
estimula a liberação de leite dos seios de 
lactantes. 
10. Função do sistema imune. O sistema 
endócrino ajuda a controlar a produção de 
células do sistema imune. 
Os hormônios endócrinos são transportados 
pelo sistema circulatório para as células em 
todo o corpo. 
Os múltiplos sistemas hormonais 
desempenham um papel fundamental na 
regulação de quase todas as funções do corpo, 
incluindo o metabolismo, o crescimento e o 
desenvolvimento, o equilíbrio hidreletrolítico, 
a reprodução e o comportamento. 
 
Estrutura química e síntese dos hormônios: 
Do ponto de vista químico, os hormônios 
podem ser divididos em duas grandes classes: 
os hormônios lipossolúveis e os hormônios 
hidrossolúveis. Essa classificação química 
também é funcionalmente útil, visto que as 
duas classes exercem seus efeitos de maneira 
diferente. 
Hormônios lipossolúveis: Os hormônios 
lipossolúveis incluem os hormônios 
esteroides, os hormônios da tireoide, o óxido 
nítrico e os hormônios eicosanoides. 
1. Os hormônios esteroides são derivados do 
colesterol. Cada hormônio esteroide é 
único, em virtude da presença de diferentes 
grupos químicos ligados a vários sítios nos 
quatro anéis no núcleo de sua estrutura. 
Essas pequenas diferenças possibilitam 
uma grande diversidade de funções. 
2. Dois hormônios da tireoide (T3 e T4) são 
sintetizados pela fixação de iodo ao 
aminoácido tirosina. A presença de dois 
anéis de benzeno na molécula de T3 ou de 
T4 torna essas moléculas muito 
lipossolúveis. 
 5 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 04/04/2024 
3. O gás óxido nítrico (NO) é tanto um 
hormônio quanto um neurotransmissor. A 
sua síntese é catalisada pela enzima óxido 
nítrico sintase. 
4. Os hormônios eicosanoides são derivados 
do ácido araquidônico, um ácido graxo de 
20 carbonos. Os dois principais tipos de 
eicosanoides são as prostaglandinas (PG) e 
os leucotrienos (LT). Os eicosanoides são 
hormônios locais importantes, que também 
podem atuar como hormônios circulantes. 
 
Hormônios hidrossolúveis: Os hormônios 
hidrossolúveis incluem os hormônios do grupo 
das aminas e os hormônios peptídicos e 
proteicos. 
1. Os hormônios do grupo das aminas são 
sintetizados por descarboxilação (remoção 
de uma molécula de CO2) e modificação 
de determinados aminoácidos. São 
denominados aminas porque retêm um 
grupo amina (–NH3+). As catecolaminas – 
epinefrina, norepinefrina e dopamina – são 
sintetizadas pela modificação do 
aminoácido tirosina. A histamina é 
sintetizada a partir do aminoácido histidina 
pelos mastócitos e pelas plaquetas. A 
serotonina e a melatonina derivam do 
triptofano. 
2. Os hormônios peptídicos e os hormônios 
proteicos são polímeros de aminoácidos. 
Os menores hormônios peptídicos 
consistem em cadeias de 3 a 49 
aminoácidos; os hormônios proteicos 
maiores apresentam 50 a 200 aminoácidos. 
Entre os exemplos de hormônios 
peptídicos estão o hormônio antidiurético e 
a ocitocina; os hormônios proteicos 
incluem o hormônio do 
crescimento e a 
insulina. Vários 
hormônios proteicos, 
como o hormônio 
tireoestimulante, 
possuem grupos de 
carboidrato fixados e, 
portanto, são 
hormônios 
glicoproteicos. 
 
 
 
 
 
 6 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 04/04/2024 
 
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Hipófise e o hipotálamo 
A hipófise, ou pituitária, secreta nove 
importantes hormônios que regulam diversas 
funções do corpo e a atividade secretora de 
outras diversas glândulas endócrinas. 
A hipófise e o hipotálamo do cérebro são 
grandes locais de interações entre os sistemas 
endócrino e nervoso. O hipotálamo regula a 
atividade secretora da hipófise; de fato, a 
neuro-hipófise, ou hipófise posterior, é uma 
extensão do hi- potálamo. Este, por sua vez, é 
influenciado por hormônios, in- formações 
sensoras que entram pelo sistema nervoso 
central e emoções. 
 
Estrutura da hipófise: 
A hipófise tem aproximadamente 1 cm de 
diâmetro, pesa em torno de 0,5-1,0 g e localiza-
se na sela túrcica do osso esfenoide. Está 
localizada inferiormente ao 
hipotálamo e conectada a este por 
um pedaço de tecido chamado de 
infundíbulo. 
A hipófise é dividida 
funcionalmente em duas partes: a 
posterior, ou neuro-hipófise, e a 
anterior, ou adeno-hipófise. 
 
Neuro-hipófise: 
A neuro-hipófise é assim chamada 
por ser contínua ao encéfalo. 
Durante o desenvolvimento 
embrional, a adeno-hipófise se 
origina a partir de uma 
protuberância da parte inferior do 
encéfalo em uma área do 
hipotálamo. Essa protuberância 
forma o infundíbulo, cuja parte distal se amplia 
para formar a adeno-hipófise. 
Pelo fato de a adeno-hipófise ser uma extensão 
do sistema nervoso, as suas secreções são 
chamadas de neuropeptídeos ou neuro-
hormônios. 
 
Adeno-hipófise: 
A adeno-hipófise surge como uma bolsa do 
teto da cavidade oral embriônica chamada de 
divertículo hipofisário, ou bolsa de Rathke, 
que cresce dorsalmente em direção à neuro-
hipófise. Com a aproximação da neuro-
hipofise, o divertículo hipofisário perde sua 
conexão com a cavidade oral e se torna a 
adeno-hipófise, a qual inclui uma área 
chamada de par intermédio que não é funcional 
em seres humanos adultos. Por ser derivada do 
tecido epitelial da cavidade oral embriônica e 
não do tecido neural, os hormônios secretados 
pela adeno-hipófise não são neuro-hormônios. 
 9 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 04/04/2024 
Relação entre a hipófise e o hipotálamo: 
A hipófise é regulada em parte por hormônios 
produzidos e secretados por neurônios do 
hipotálamo. Alguns desses hormônios 
hipotalâmicos são entregues à adeno-hipófise 
via um sistema circulatório chamado de 
sistema porta. Diferentemente da maioria dos 
vasos sanguíneos que seguem um padrão 
descrito artéria → arterial → rede de capilares 
→ vênula → veia, os vasos porta conectam 
diretamente uma rede primária de rede de 
capilares a uma segunda rede. 
O sistema-porta hipotálamo-hipófise é um dos 
maiores sistemas porta do corpo. Os outros 
sistemas porta incluem o hepático e o renal. 
O sistema-porta hipotálamo-hipófise estende-
se da base do hipotálamo para a adeno-
hipófise. A partir da rede de capilares primá- 
rios, os vasos do sistema-porta hipotálamo-
hipófise carregam sangue para uma segunda 
rede de capilares na adeno-hipófise. Veias da 
segunda rede de capilares juntam-se à 
circulação geral. 
Neuro-hormônios, produzidos e secretados por 
neurônios do hipotálamo, entram na rede 
primária de capilares e são transportadospara 
a segunda rede. 
Neste ponto, os neuro-hormônios deixam o 
sangue e atuam sobre as células da adeno-
hipófise. Cada hormônio atua tanto como 
hormônio liberador, aumentando a secreção 
de um específico hormônio da adeno-hipófise, 
quanto como hormônio inibidor, diminuindo 
a secreção de um hormônio específico da 
adeno-hipófise. 
Em resposta à liberação de hormônios, as 
células da adeno-hipófise secretam hormônios 
que entram na rede secundária de capilares e 
são carregados pela circulação geral para 
chegar aos tecidos-alvo. Portanto, o sistema 
porta hipotálamo-hipófise fornece um meio 
pelo qual o hipotálamo, utilizando neuro-
hormônios como mensageiros químicos, 
regulam a atividade secretora da adeno-
hipófise. 
 
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Não existe um sistema-porta que carrega 
neuropeptídeos hipotalâmico para a adeno-
hipófise. 
Neuro-hormônios liberados pela adeno-
hipófise são produzidos por neurônios 
neurossecretores que possuem corpos celulares 
localizados no hipotálamo. Os axônios desses 
neurônios estendem-se do hipotálamo por 
dentro do infundíbulo para a adeno-hipófise e 
formam o trato chamado de trato hipotálamo-
hipófise. 
Neuro-hormônios produzidos no hipotálamo 
passam por axônios em pequenas vesículas e 
são armazenados em 
vesículas secretoras 
nos terminais dos 
axônios. Os potenciais 
de ação causam a 
liberação de neuro-
hormônio dos axônios 
terminais na adeno-
hipófise e entram no 
sistema circulatório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diversos hormônios liberadores e inibidores 
importantes são produzidos e liberados pelos 
neurônios hipotalâmicos: 
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Adeno-hipófise 
A adeno-hipófise secreta hormônios que 
regulam uma ampla variedade de atividades 
corporais, desde o crescimento até a 
reprodução. 
Tipos de células da adeno-hipófise e seus 
hormônios. Cinco tipos de células da adeno-
hipófise – somatotrofos, tireotrofos, 
gonadotrofos, lactotrofos e corticotrofos – 
secretam sete hormônios. 
1. Os somatotrofos secretam o hormônio do 
crescimento (GH), também conhecido 
como somatotrofina. O hormônio do 
crescimento estimula o crescimento 
corporal geral e regula aspectos do 
metabolismo. 
2. Os tireotrofos secretam o hormônio 
tireoestimulante (TSH), também 
conhecido como tireotrofina. O TSH 
controla as secreções e outras atividades da 
glândula tireoide. 
3. Os gonadotrofos secretam duas 
gonadotrofinas: o hormônio 
foliculoestimulante (FSH) e o hormônio 
luteinizante (LH). Tanto o FSH quanto o 
LH atuam nas gônadas (testículos e 
ovários). Nos homens, estimulam os 
testículos para a produção de 
espermatozoides e a secreção de 
testosterona. Nas mulheres, estimulam os 
ovários para a maturação dos ovócitos e a 
secreção de estrogênios e progesterona. 
4. Os lactotrofos secretam a prolactina 
(PRL), que inicia a produção de leite nas 
glândulas mamárias. 
5. Os corticotrofos secretam o hormônio 
adrenocorticotrófico (ACTH), também 
conhecido como corticotrofina, que 
estimula o córtex da suprarrenal a secretar 
glicocorticoides, como o cortisol. Alguns 
corticotrofos, remanescentes da parte 
intermédia, também secretam o hormônio 
melanócito-estimulante (MSH). 
 
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Controle hipotalâmico da adeno-hipófise. A 
liberação dos hormônios da adeno-hipófise é 
regulada, em parte, pelo hipotálamo. O 
hipotálamo secreta cinco hormônios 
liberadores, que estimulam a secreção dos 
hormônios adeno-hipofisários: 
1. O hormônio liberador do hormônio do 
crescimento (GHRH), também conhecido 
como somatocrinina, estimula a secreção 
do hormônio do crescimento. 
2. O hormônio liberador de tireotrofina 
(TRH) estimula a secreção do hormônio 
tireoestimulante. 
3. O hormônio liberador de corticotrofina 
(CRH) estimula a secreção do hormônio 
adrenocorticotrófico. 
4. O hormônio liberador de prolactina (PRH) 
estimula a secreção de prolactina. 
5. O hormônio liberador de gonadotrofina 
(GnRH) estimula a secreção de FSH e de 
LH. 
O hipotálamo também produz dois hormônios 
inibidores, que suprimem a secreção dos 
hormônios da adeno-hipófise. 
1. O hormônio inibidor do hormônio do 
crescimento (GHIH), também conhecido 
como somatostatina, suprime a secreção do 
hormônio do crescimento. 
2. O hormônio inibidor de prolactina (PIH), 
que é a dopamina, suprime a secreção de 
prolactina. 
 
Controle da secreção pela adeno-hipófise: A 
regulação da secreção da adeno-hipófise pelo 
hipotálamo ocorre da seguinte maneira: 
1. Acima do quiasma óptico, encontram-se 
aglomerações de neurônios especializados, 
denominados células neurossecretoras. 
Essas células sintetizam os hormônios 
hipotalâmicos liberadores e inibidores em 
seus corpos celulares e acondicionam os 
hormônios dentro de vesículas, que 
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alcançam os terminais axônicos por meio 
de transporte axônico rápido, onde são 
armazenadas. 
2. Quando as células neurossecretoras do 
hipotálamo são excitadas, impulsos 
nervosos desencadeiam a exocitose das 
vesículas. Em seguida, os hormônios 
hipotalâmicos difundem-se no sangue do 
plexo primário do sistema porta-
hipofisário. 
3. Rapidamente, os hormônios hipotalâmicos 
são transportados pelo sangue através das 
veias porto-hipofisárias para o plexo 
secundário. Essa via direta possibilita a 
ação imediata dos hormônios 
hipotalâmicos sobre as células da adeno-
hipófise, antes que os hormônios sejam 
diluídos ou destruídos na circulação geral. 
No plexo secundário, os hormônios 
hipotalâmicos difundem-se para fora da 
corrente sanguínea e interagem com as 
células da adeno-hipófise. Quando 
estimulada pelos hormônios hipotalâmicos 
liberadores apropriados, as células da 
adeno-hipófise secretam nos capilares do 
plexo secundário. 
4. A partir dos capilares do plexo secundário, 
os hormônios da adeno-hipófise drenam 
nas veias hipofisárias e para fora, na 
circulação geral. Em seguida, os 
hormônios adeno-hipofisários seguem o 
seu trajeto até os tecidos-alvo em todo o 
corpo. Os hormônios da adeno-hipófise 
que atuam sobre outras glândulas 
endócrinas são denominados hormônios 
tróficos ou trofinas. 
A liberação dos hormônios da adeno-hipófise 
é regulada não apenas pelo hipotálamo, mas 
também por retroalimentação (feedback) 
negativa. A atividade secretora de três tipos de 
células da adeno-hipófise (tireotrofos, 
corticotrofos e gonadotrofos) diminui quando 
os níveis sanguíneos dos hormônios de suas 
glândulas-alvo aumentam. Por exemplo, o 
hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) 
estimula o córtex das glândulas suprarrenais a 
secretar glicocorticoides, principalmente 
cortisol. Por sua vez, o nível sanguíneo elevado 
de cortisol diminui a secreção tanto de ACTH 
(corticotrofina) quanto do hormônio liberador 
de corticotrofina (CHR) ao suprimir a 
atividade dos corticotrofos da adeno-hipófise e 
das células neurossecretoras do hipotálamo. 
 
Hormônio do crescimento: Os somatotrofos 
são as células mais numerosas da adeno-
hipófise, e o hormônio do crescimento (GH) é 
o hormônio mais abundante da adeno-hipófise. 
O GH promove o crescimento dos tecidos 
corporais, incluindo ossos e músculo 
esquelético, e regula certos aspectos do 
metabolismo. 
O GH exerce os seus efeitos na promoção do 
crescimento indiretamente por meio de 
pequenos hormônios proteicos, denominadosfatores de crescimento semelhantes à insulina 
(IGF) ou somatomedinas. Em resposta ao 
hormônio do crescimento, as células no fígado, 
no músculo esquelético, na cartilagem e no 
osso secretam IGF. Os IGF sintetizados no 
fígado entram na corrente sanguínea como 
hormônios que circulam até as células-alvo em 
todo o corpo, causando crescimento. 
O GH, utilizando os IGF como mediadores, 
induz o crescimento dos ossos e de outros 
tecidos do corpo. Por meio de seus efeitos 
diretos, o GH ajuda a regular certas reações 
metabólicas nas células do corpo. As funções 
específicas dos IGF e do GH incluem as 
seguintes: 
1. Aumentam o crescimento dos ossos e dos 
tecidos moles. Nos ossos, os IGF 
estimulam os osteoblastos, promovem a 
divisão celular na lâmina epifisial e 
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intensificam a síntese das proteínas 
necessárias para a formação de mais matriz 
óssea. Nos tecidos moles, como o músculo 
esquelético, os rins e os intestinos, os IGF 
fazem com que as células cresçam por 
meio de aumento da captação de 
aminoácidos nas células e aceleração da 
síntese de proteínas. Os IGF também 
reduzem a degradação das proteínas e o uso 
de aminoácidos para a produção de ATP. 
Devido aos efeitos dos IGF, o GH aumenta 
o crescimento do esqueleto e dos tecidos 
moles durante a infância e a adolescência. 
Nos adultos, o GH (atuando por meio dos 
IGF) ajuda a manter a massa dos ossos e 
dos tecidos moles e promove a cicatrização 
de lesões e o reparo tecidual. 
2. Aumentam a lipólise. O GH aumenta a 
lipólise no tecido adiposo, o que resulta em 
aumento da utilização dos ácidos graxos 
liberados para a produção de ATP pelas 
células corporais. 
3. Diminuição da captação de glicose. O GH 
influencia o metabolismo dos carboidratos 
por meio de redução da captação de 
glicose, o que diminui a utilização de 
glicose para a produção de ATP pela 
maioria das células corporais. Essa ação 
preserva a glicose, de modo a deixá-la 
disponível para os neurônios para a 
produção de ATP em períodos de escassez 
de glicose. O GH também estimula os 
hepatócitos a liberar glicose no sangue. 
Os somatotrofos na adeno-hipófise liberam 
salvas de hormônio do crescimento com 
intervalos de poucas horas, particularmente 
durante o sono. A sua atividade secretora é 
controlada principalmente por dois hormônios 
hipotalâmicos: (1) o hormônio liberador de 
hormônio do crescimento (GHRH), que 
promove a secreção de hormônio do 
crescimento, e (2) o hormônio inibidor do 
hormônio do crescimento (GHIH), que o 
suprime. A regulação da secreção de hormônio 
do crescimento pelo GHRH e pelo GHIH 
ocorre da seguinte maneira. 
1. O GHRH é secretado pelo hipotálamo. Os 
fatores que promovem a secreção de 
GHRH incluem hipoglicemia (baixo nível 
de glicemia); diminuição dos níveis 
sanguíneos de ácidos graxos; aumento dos 
níveis sanguíneos de aminoácidos; sono 
profundo (estágios 3 e 4 do sono sem 
movimentos oculares rápidos); aumento da 
atividade do sistema nervoso simpático, 
como o que pode ocorrer em caso de 
estresse ou exercício físico vigoroso; e 
outros hormônios, incluindo testosterona, 
estrogênios, hormônios tireoidianos e 
grelina. 
2. Uma vez secretado, o GHRH entra no 
sistema porta hipofisário e flui para a 
adeno-hipófise, onde estimula os 
somatotrofos a secretar GH. 
3. O GH atua diretamente sobre várias células 
para promover reações metabólicas. No 
fígado, nos ossos, no músculo esquelético 
e na cartilagem, o GH é convertido em 
IGFs, os quais, por sua vez, promovem o 
crescimento dos ossos, do músculo 
esquelético e de outros tecidos. 
4. Os níveis elevados de GH e de IGF inibem 
a liberação de GHRH e de GH (inibição 
por retroalimentação negativa). 
5. O GHIH é secretado pelo hipotálamo. Os 
fatores que promovem a secreção de GHIH 
incluem hiperglicemia (nível elevado de 
glicemia); aumento dos níveis sanguíneos 
de ácidos graxos; diminuição dos níveis 
sanguíneos de aminoácidos; obesidade; 
envelhecimento; e níveis sanguíneos 
elevados de GH e de IGF. 
6. Após ser secretado, o GHIH entra no 
sistema porta hipofisário e flui para a 
adeno-hipófise, onde impede a secreção de 
GH pelos somatotrofos ao interferir na via 
de sinalização utilizada pelo GHRH. 
 15 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 04/04/2024 
Hormônio tireoestimulante: O hormônio 
tireoestimulante (TSH) estimula a síntese e a 
secreção dos dois hormônios tireoidianos, a tri-
iodotironina (T3) e a tiroxina (T4), que são 
produzidos pela glândula tireoide. O hormônio 
liberador de tireotrofina (TRH) do hipotálamo 
controla a secreção de TSH. Por sua vez, a 
liberação de TRH depende dos níveis 
sanguíneos de T3 e T4; os níveis elevados de 
T3 e de T4 inibem a secreção de TRH por meio 
de retroalimentação negativa. Não há nenhum 
hormônio inibidor da tireotrofina. 
 
Hormônio foliculoestimulante: Nas 
mulheres, os ovários constituem os alvos do 
hormônio foliculoestimulante (FSH). A cada 
mês, o FSH inicia o desenvolvimento de vários 
folículos ovarianos, que são arranjos em forma 
de saco de células secretoras que circundam o 
óvulo em desenvolvimento. O FSH também 
estimula as células foliculares a secretar 
estrogênios (hormônios sexuais femininos). 
Nos homens, o FSH estimula a produção de 
espermatozoides nos testículos. O hormônio 
liberador de gonadotrofina (GnRH) do 
hipotálamo estimula a liberação de FSH. A 
liberação de GnRH e de FSH é suprimida pelos 
estrogênios nas mulheres e pela testosterona (o 
principal hormônio sexual masculino) nos 
homens por sistemas de retroalimentação 
negativa. Não existe nenhum hormônio 
inibidor de gonadotrofina. 
 
Hormônio luteinizante: Nas mulheres, o 
hormônio luteinizante (LH) desencadeia a 
ovulação, que consiste na liberação de um 
ovócito secundário (futuro ovo) por um ovário. 
O LH estimula a formação do corpo lúteo (uma 
estrutura formada após a ovulação) no ovário e 
a secreção de progesterona (outro hormônio 
sexual feminino) pelo corpo lúteo. Em 
conjunto, o FSH e o LH também estimulam a 
secreção de estrogênios pelas células 
ovarianas. Os estrogênios e a progesterona 
preparam o útero para a implantação de um 
óvulo fertilizado e ajudam a preparar as 
glândulas mamárias para a secreção de leite. 
Nos homens, o LH estimula as células dos 
testículos a secretar testosterona. À 
semelhança do FSH, a secreção de LH é 
controlada pelo hormônio liberador de 
gonadotrofina (GnRH). 
 
Prolactina: A prolactina (PRL), juntamente 
com outros hormônios, inicia e mantém a 
produção de leite pelas glândulas mamárias. A 
prolactina por si só exerce apenas um efeito 
fraco. Somente após a preparação das 
glândulas mamárias pelos estrogênios, 
progesterona, glicocorticoides, hormônio do 
crescimento, tiroxina e insulina, que exercem 
efeitos permissivos, é que a PRL promove a 
produção de leite. A ejeção de leite das 
glândulas mamárias depende da ocitocina, um 
hormônio liberado pela neuro-hipófise. Em 
conjunto, a produção e a ejeção de leite 
constituem a lactação. 
O hipotálamo secreta hormônios tanto 
inibitórios quanto excitatórios, que regulam a 
secreção de prolactina. Nas mulheres, o 
hormônio inibidor de prolactina (PIH), que é a 
dopamina, inibe a liberação de prolactina da 
adeno-hipófise na maior parte do tempo. Todo 
mês, imediatamente antes do início da 
menstruação, a secreção de PIH diminui, e 
ocorre elevação dos níveis sanguíneos de 
prolactina, porém não o suficiente para 
estimular a produção de leite. A 
hipersensibilidade das mamas imediatamente 
antes da menstruação pode ser causada pela 
elevação da prolactina. Quando o ciclo 
menstrual começa de novo, o PIH é mais uma 
vez secretado,e o nível de prolactina cai. 
Durante a gravidez, o nível de prolactina 
 16 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 04/04/2024 
aumenta, devido à estimulação pelo hormônio 
liberador de prolactina (PRH) do hipotálamo. 
A ação de sucção do recém-nascido provoca 
uma redução na secreção hipotalâmica de PIH. 
A função da prolactina não é conhecida nos 
homens, porém a sua hipersecreção provoca 
disfunção erétil (impotência, a incapacidade de 
apresentar ereção do pênis). Nas mulheres, a 
hipersecreção de prolactina causa galactorreia 
(lactação inapropriada) e amenorreia (ausência 
de ciclos menstruais). 
 
Hormônio adrenocorticotrófico: Os 
corticotrofos secretam principalmente o 
hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). O 
ACTH controla a produção e a secreção de 
cortisol e de outros glicocorticoides pelo 
córtex das glândulas suprarrenais. O hormônio 
liberador de corticotrofina (CRH) do 
hipotálamo estimula a secreção de ACTH 
pelos corticotrofos. Estímulos relacionados 
com o estresse, como baixo nível de glicemia 
ou trauma físico, e a interleucina-1, uma 
substância produzida por macrófagos, também 
estimulam a liberação de ACTH. Os 
glicocorticoides inibem a liberação de CRH e 
de ACTH por retroalimentação negativa. 
 
Hormônio melanócito-estimulante: O 
hormônio melanócito-estimulante (MSH) 
aumenta a pigmentação da pele nos anfíbios ao 
estimular a dispersão dos grânulos de melanina 
nos melanócitos. A sua função exata nos seres 
humanos é desconhecida, porém a presença de 
receptores de MSH no encéfalo sugere que 
esse hormônio pode influenciar a atividade 
encefálica. Existe pouco MSH circulante nos 
seres humanos. Entretanto, a administração 
contínua de MSH por vários dias produz um 
escurecimento da pele. Os níveis excessivos de 
hormônio liberador de corticotrofina (CRH) 
podem estimular a liberação de MSH; a 
dopamina inibe a liberação de MSH. 
 
 
 17 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 04/04/2024 
Neuro-hipófise 
Embora não sintetize hormônios, a neuro-
hipófise armazena e libera dois hormônios. 
É composta por axônios e terminais axônicos 
de mais de 10.000 células neurossecretoras 
hipotalâmicas. Os corpos celulares das células 
neurossecretoras encontram-se nos núcleos 
paraventriculares e supraópticos do 
hipotálamo; seus axônios formam o trato 
hipotálamo-hipofisial. Esse trato começa no 
hipotálamo e termina perto dos capilares 
sanguíneos na neuro-hipófise. 
Os corpos das células neuronais dos núcleos 
paraventriculares e supraópticos sintetizam os 
hormônios ocitocina (OT) e o hormônio 
antidiurético (ADH), também denominado 
vasopressina. Os terminais axônicos na neuro-
hipófise estão associados à neuróglia 
especializada, denominada pituícitos. Essas 
células desempenham um papel de sustentação 
semelhante ao dos astrócitos. 
O sangue que irriga a neuro-hipófise chega 
pelas artérias hipofisárias inferiores, ramos da 
artéria carótida interna. Na neuro-hipófise, as 
artérias hipofisárias 
inferiores drenam no 
plexo capilar do 
infundíbulo, uma rede 
capilar que recebe a 
ocitocina e o 
hormônio 
antidiurético 
secretados. A partir 
desse plexo, os 
hormônios passam 
para as veias 
hipofisárias para 
serem distribuídos 
para as células-alvo 
em outros tecidos. 
Controle da secreção da neuro-hipófise: A 
liberação dos hormônios pela neuro-hipófise 
ocorre da seguinte maneira: 
1. As células neurossecretoras nos núcleos 
paraventriculares e supraópticos do 
hipotálamo sintetizam ocitocina e 
hormônio antidiurético (ADH). Em 
seguida, esses hormônios são 
acondicionados em vesículas. 
2. As vesículas são conduzidas por transporte 
axônico rápido ao longo do trato 
hipotálamo-hipofisial até os terminais 
axônicos na neuro-hipófise, onde são 
armazenadas. 
3. Quando um estímulo apropriado excita o 
hipotálamo, os impulsos nervosos 
desencadeiam a exocitose e liberação de 
ocitocina ou de ADH na corrente 
sanguínea (artéria hipofisária inferior, 
plexo capilar do infundíbulo e veia 
hipofisária). 
4. Após a sua liberação, a ocitocina ou o ADH 
são transportados até seus tecidos-alvo no 
corpo. 
 18 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 04/04/2024 
Ocitocina: Durante e após o parto, a ocitocina 
afeta dois tecidos-alvo: o útero e as mamas da 
mãe. Durante o parto, o estiramento do colo do 
útero estimula a liberação de ocitocina, que, 
por sua vez, intensifica a contração das fibras 
musculares lisas na parede do útero; depois do 
parto, a ocitocina estimula a ejeção de leite das 
glândulas mamárias em resposta ao estímulo 
mecânico proporcionado pela sucção do 
lactente. Ela também é responsável, 
em parte, pelas sensações de prazer 
sexual. 
Hormônio antidiurético: Um 
antidiurético é uma substância que 
diminui a produção de urina. O ADH 
faz com que os rins devolvam mais 
água ao sangue, diminuindo o 
volume de urina. Na ausência de 
ADH, o débito urinário aumenta 
mais de 10 vezes, passando do 
normal de 1 a 2 ℓ para cerca de 20 ℓ 
por dia. Com frequência, o consumo 
de álcool provoca micção frequente e 
copiosa, visto que o álcool inibe a 
secreção de ADH. O ADH também 
diminui a perda de água pela 
sudorese e provoca constrição das 
arteríolas, o que eleva a pressão 
arterial. Outro nome desse hormônio, 
a vasopressina, reflete esse efeito 
sobre a pressão arterial. 
A secreção de ADH é promovida por 
dois estímulos principais: a elevação 
da osmolaridade do sangue e a diminuição do 
volume sanguíneo. 
A secreção de ADH também pode ser alterada 
de outras maneiras. A dor, o estresse, o trauma, 
a ansiedade, a acetilcolina, a nicotina e 
substâncias como morfina, tranquilizantes e 
alguns anestésicos estimulam a secreção de 
ADH. 
 19 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 04/04/2024 
Regulação da secreção hormonal 
A manutenção da homeostase requer o 
acionamento e a interrupção da secreção de 
hormônios conforme necessário. 
Os ajustes das taxas secretórias podem ser 
feitos por mecanismos nervosos ou de 
feedback. 
Os mecanismos nervosos são ilustrados pela 
secreção de catecolaminas, onde os nervos 
simpáticos pré-ganglionares fazem sinapses 
com a medula da adrenal e, quando 
estimulados, provocam a secreção de 
catecolaminas na circulação. 
O termo “feedback” (retroalimentação) 
significa que algum elemento da resposta 
fisiológica a um hormônio “retroalimenta”, 
direta ou indiretamente, a glândula endócrina 
responsável pelo hormônio, alterando sua taxa 
de secreção. 
O feedback pode ser negativo ou positivo. O 
feedback negativo é o mecanismo mais 
importante e comum da regulação da secreção 
hormonal; o feedback positivo é raro. 
 
Feedback Negativo: 
Os princípios de feedback negativo baseiam a 
regulação homeostática de praticamente todos 
os sistemas orgânicos. 
Nos sistemas endócrinos, o feedback negativo 
significa que alguma característica da ação 
hormonal, direta ou indiretamente, inibe a 
continuidade da secreção do hormônio. 
O hipotálamo é mostrado em relação à hipófise 
anterior, que é representada em relação a uma 
glândula endócrina periférica. O hormônio da 
hipófise anterior atua sobre a glândula 
endócrina periférica e causa a secreção do 
hormônio, que age nos tecidos-alvos e produz 
as ações fisiológicas. 
Os hormônios “retroalimentam” a hipófise 
anterior e o hipotálamo, de forma a inibir suas 
secreções hormonais. No feedback de alça 
longa, o hormônio retroalimenta toda a via até 
o eixo hipotalâmico-hipofisário. 
No feedback de alça curta, o hormônio da 
hipófise anteriorage sobre o hipotálamo e 
inibe a secreção do hormônio de liberação 
hipotalâmica. 
O resultado final de qualquer versão do 
feedback negativo é a inibição da 
continuidade da secreção de um hormônio 
quando seus níveis são considerados (por 
suas ações fisiológicas) adequados ou altos. 
Quando os níveis hormonais são considerados 
inadequados ou baixos, a secreção do 
hormônio é estimulada. 
Há outros exemplos de feedback negativo que 
não utilizam o eixo hipotalâmico-hipofisário. 
A insulina, por exemplo, regula a glicemia 
(concentração de glicose sanguínea). A 
secreção de insulina, por sua vez, é estimulada 
ou inibida por alterações na glicemia. Assim, 
quando a glicemia é alta, a secreção de insulina 
pelo pâncreas é estimulada; a insulina, então, 
atua em seus tecidos-alvos (fígado, músculo e 
tecido adiposo) para diminuir e normalizar a 
glicemia. Quando glicemia é considerada 
baixa o suficiente, a insulina não é mais 
necessária e sua secreção é diminuída. 
 
Feedback Positivo: 
O feedback positivo é incomum. No feedback 
positivo, alguma característica da ação 
hormonal aumenta a secreção do hormônio. 
Em comparação ao feedback negativo, que é 
autolimitante, o feedback positivo é 
 20 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 04/04/2024 
autoestimulante. Embora raro nos sistemas 
biológicos, a ocorrência do feedback positivo 
tem efeito explosivo. 
Nos sistemas hormonais, o exemplo primário 
de feedback positivo é o efeito do estrógeno 
sobre a secreção do hormônio folículo-
estimulante (FSH) e do hormônio luteinizante 
(LH) pela hipófise anterior no meio do ciclo 
menstrual. Durante a fase folicular do ciclo 
menstrual, os ovários secretam estrógeno, que 
age na hipófise anterior e produz um rápido 
pico de secreção de FSH e LH. O FSH e o LH 
têm dois efeitos sobre os ovários: a ovulação e 
a estimulação da secreção de estrógeno. 
Assim, o estrógeno secretado pelos ovários 
atua sobre a hipófise anterior e causa secreção 
de FSH e LH; além disso, estes hormônios da 
hipófise anterior aumentam a secreção de 
estrógeno. Neste exemplo, o evento explosivo 
é o pico de FSH e LH que precede a ovulação. 
Um segundo exemplo de feedback hormonal 
positivo é a ocitocina. A dilatação da cérvix 
provoca a secreção de ocitocina pela hipófise 
posterior. A ocitocina, por sua vez, estimula a 
contração uterina, que dilata ainda mais a 
cérvix. Neste exemplo, o evento explosivo é o 
parto.

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