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1 TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO Direito a uma prestação � “Direito a uma prestação é o poder jurídico, conferido a alguém, de exigir de outrem o cumprimento de uma prestação (conduta), que pode ser um fazer, um não-fazer, ou dar – prestação essa que se divide em dar dinheiro e dar coisa distinta de dinheiro.” Fredie Didier Jr. Toda vez que uma prestação não é cumprida, ocorre o INADIMPLEMENTO, surgindo para o credor o direito de buscar através do Poder judiciário a concretização da prestação devida. Tutela Executiva � A tutela executiva busca a satisfação ou realização de um direito já acertado ou definido em um título judicial ou extrajudicial, com vistas a eliminação de uma crise jurídica de inadimplemento. � Obs. Diferentemente das tutelas cognitivas e cautelares, a tutela executiva não poderá ser concedida em benefício do devedor. � Assim, não há como se admitir que a execução tenha fim com a satisfação de um direito do executado; o máximo que pode ocorrer é extinção do processo por causas anômalas: ausência de pressupostos processuais, etc. Da Execução Forçada 2 A execução forçada consiste na intromissão coersitiva na esfera jurídica do devedor, através da agressão direta sobre o patrimônio do devedor, para satisfazer o direito do credor. Humberto Theodoro Júnior Execução Forçada Fase Processual Cumprimento de Sentença Processo Autônomo PRINCÍPIOS Princípio da Patrimonialidade ou responsabilidade patrimonial � A execução será sempre real, ou seja, incide exclusivamente sobre o patrimônio do executado, e não sobre sua pessoa. � Obs.: Execução de Alimentos: o pagamento da dívida não exime o devedor de pagar o valor devido. Princípio da efetividade da execução, Princípio da Primazia específica ou princípio do resultado � Pelo processo de execução deve-se assegurar ao credor precisamente aquilo que tem direito e nada mais. Princípio da efetividade da execução, Princípio da Primazia específica ou princípio do resultado � CPC – 1973 Art. 659. A penhora deverá incidir em tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, juros, custas e honorários advocatícios. � Novo CPC – 2015 Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios. 3 Princípio da Menor Onerosidade ao devedor � Pelo processo de execução deve-se desenvolver de forma que seja menos oneroso e prejudicial ao devedor. Princípio da Menor Onerosidade ao devedor � CPC – 1973 Art. 620. Quando por vários meios o credor puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor. � Novo CPC – 2015 Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado. Princípio da disponibilidade da execução � O credor não está obrigado a promover a execução do seu crédito, uma vez instaurado o processo de execução ele poderá desistir de toda a execução ou de apenas algumas medidas executivas. Princípio da disponibilidade da execução � CPC – 1973 Art. 569. O credor tem a faculdade de desistir de toda a execução ou de apenas algumas medidas executivas. � Novo CPC – 2015 Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas alguma medida executiva. Princípio do Contraditório � Direito de ser ouvido; � Direito de acompanhar os atos processuais; � Direito de produzir provas, participar da produção e manifestar-se sobre a prova produzida; � Direito de ser informado dos atos praticados no processo; � Direito a Motivação das decisões; � Direito de impugnar as decisões. Princípio da Cooperação � Consiste na cooperação de Exequente e Executado com o órgão Jurisdicional. � Ex. O executado tem o dever de indicar bens seus a penhora ou declarar quais são seus bens penhoráveis e onde se encontram, indicar nos embargos qual o valor que entende correto. 4 Princípio da Proporcionalidade � É preciso relativizar as ordens judiciais para que se sacrifique o mínimo possível os direitos de ambas as partes. � Ex. Vedação da arrematação por preço vil. Princípio da Adequação � Trata-se da adequação do meio coersitivo ao caso concreto. � Ex. Prisão civil do devedor de alimentos � Ex. Proibição de penhora dos bens da Fazenda Pública (precatórios). CLASSIFICAÇÃO DA EXECUÇÃO Execução comum e execução especial � Comuns: servem a uma generalidade de créditos, como é o caso do procedimento da execução por quantia certa; � Especiais: servem a satisfação de alguns créditos específicos, como é o caso da execução de alimentos e execução fiscal. Execução Direta e Execução Indireta � Direta: é aquela em que o Poder Judiciário adotará uma medida coersitiva em substituição a conduta do devedor; � Indireta: atua na vontade do devedor, servindo como uma espécie de estímulo ao cumprimento da prestação. E poderá ser por meio de: medo (prisão civil e multa) e pelo incentivo (Sansões premiais isenção de custas e honorários, parcelamento, etc.) Execução Definitiva e Execução Provisória � Definitiva: é a execução completa, que vai até a fase final (com a entrega do bem da vida), sem exigências ao Exequente; � Provisória: é aquela que embora possa ir até o final, exige requisitos extras para o Exequente. CPC/1973: art. 475-O CPC/2015: art. 520 5 Execução Provisória � CPC – 1973 Art. 475-O. A execução provisória da sentença far- se-á, no que couber, do mesmo modo que a definitiva, observadas as seguintes normas: � Novo CPC – 2015 Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: Execução Provisória � CPC/1973 : Art. 475-O. I – corre por iniciativa, conta e responsabilidade do exeqüente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido; II – fica sem efeito, sobrevindo acórdão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidados eventuais prejuízos nos mesmos autos, por arbitramento; � Novo CPC/2015 : Art. 520. I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido; II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos; Execução Provisória � CPC/1973 : Art. 475-O. III – o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem alienação de propriedade ou dos quais possa resultar grave dano ao executado dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. � Novo CPC/2015 : Art. 520. IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. Execução Provisória � CPC/1973 : Art. 475-O. Não tem dispositivo correspondente. � Novo CPC/2015 : Art. 520. III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução; Execução Fundada em Título Judicial e Execução Fundada em Título Extrajudicial � Título Judicial: (CPC/73: art.475-N); (CPC/15: art.515); � Título Extrajudicial: (CPC/73: art. 585) (CPC/15: art.475) Títulos ExecutivosJudiciais � CPC/1973 : Art. 475-N. I – Sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia; É necessário o Trânsito em julgado? Serão cumpridas nos mesmos processos em que foram formadas. � Novo CPC/2015 : Art. 515. I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; 6 Títulos Executivos Judiciais � CPC/1973 : Art. 475-N. II – Sentença penal condenatória transitada em julgado É necessário o Trânsito em julgado? Processo autônomo; � Novo CPC/2015: Art. 515. VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; Títulos Executivos Judiciais � CPC/1973 : Art. 475-N. III – a sentença homologatória de conciliação ou de transação, ainda que inclua matéria não posta em juízo; � Novo CPC/2015: Art. 515. II - a decisão homologatória de autocomposição judicial; Títulos Executivos Judiciais (Art. 475 N) IV – a sentença arbitral; • com a citação do devedor – artigo 475N, parágrafo único, do CPC. Títulos Executivos Judiciais � CPC/1973 : Art. 475-N. IV – a sentença arbitral; Título não criado por juiz. Não há necessidade de homologação pelo Poder Judiciário; Lei n. 9.307/96 (artigo (artigo 23 e seguintes) seguintes); Processo autônomo. � Novo CPC/2015: Art. 515. VII - a sentença arbitral; Títulos Executivos Judiciais � CPC/1973 : Art. 475-N. V – o acordo extrajudicial de qualquer natureza, homologado judicialmente. Artigo 57 da Lei n. 9.099/95) � Novo CPC/2015: Art. 515. III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza; Títulos Executivos Judiciais � CPC/1973 : Art. 475-N. VI – a sentença estrangeira, homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; Artigo 105, I, “i”, da CF; Artigo 483/484 do CPC (Resolução n. 9/2005 do STJ); Execução perante à Justiça Federal– art. 109, X, da CF; Processo autônomo. . � Novo CPC/2015: Art. 515. VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; 7 Títulos Executivos Judiciais � CPC/1973 : Art. 475-N. VII – o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e sucessores a título singular ou universal. . � Novo CPC/2015: Art. 515. IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal; Títulos Executivos Judiciais � CPC/1973 : Art. 585. .VI - o crédito de serventuário de justiça, de perito, de intérprete, ou de tradutor, quando as custas, emolumentos ou honorários forem aprovados por decisão judicial; � Novo CPC/2015: Art. 515. V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial; No CPC/73 era título executivo extrajudicial – art. 585. Títulos Executivos Judiciais � CPC/1973 : . Sem dispositivo correspondente. � Novo CPC/2015: Art. 515. IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; DOS TÍTULOS EXTRAJUDICIAIS Títulos Executivos Extrajudiciais � CPC/1973 : ART. 585 I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; Títulos de créditos que possuem força executiva; Regulados por lei específicas. � Novo CPC/2015: Art. 515. I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; � Duplicata: Lei n. 5.474/68. � ordem de pagamento emitida pelo credor, ao vender uma mercadoria ou serviço que prestou e que estão representados em uma fatura, que deve ser paga pelo comprador das mercadorias ou pelo tomador dos serviços. � Depende de aceite. Se não aceita para ter força executiva: � 1. deve ser protestada; � 2. acompanhada do comprovante de entrega do produto/efetiva prestação de serviço e � 3. não poderá ter recusa de aceite – art. 15; 8 • Letra de câmbio: Lei Uniforme de Genebra (Decreto 57.663/66 – art. 43 e seguintes). � Título de crédito onde o sacador (quem emite o título), expede uma ordem de pagamento ao sacado (pessoa que deverá paga-la), que fica obrigado, havendo aceite, a pagar ao tomador (um credor específico), o valor determinado no título; � Nota promissória : Lei Uniforme de Genebra – arts. 75 a 78; � Título de crédito onde o emitente assume a obrigação direta e principal de pagar o valor correspondente no título Requisitos da nota promissória: 1. A denominação "nota promissória" lançada no texto do título. 2. A promessa de pagar uma quantia determinada. lançada no texto do título. 3. A época do pagamento, caso não seja determinada, o vencimento será considerado à vista. Requisitos da nota promissória: 4. A indicação do lugar do pagamento, em sua falta será considerado o domicílio do subscritor (emitente). 5. O nome da pessoa a quem, ou a ordem de quem deve ser paga a promissória. 6. A indicação da data em que, e do lugar onde a promissória é passada, em caso de omissão do lugar será considerado o designado ao lado do N nome do subscritor. Requisitos da nota promissória: 7. A assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor). 8. Sem rasuras, pois perde o valor a nota promissória. � Cheque: Lei n. 7.357/85 – art. 47, inciso I; 9 � Debênture : Arts. 52 a 74 da Lei n. 6.404/76. � Título de crédito representativo de empréstimo que uma companhia (S.A) faz junto a terceiros e que assegura a seus detentores direito contra a emissora, nas condições constantes da escritura de emissão. CPC/73: art. 585 II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores; CPC/15: art. 784 II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas; IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal; EXECUÇÃO DE HONORÁRIOS. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. DESNECESSIDADE DE UTILIZAÇÃO DE EMBARGOS AO DEVEDOR. POSSIBILIDADE DE ARGÜIÇÃO NOS PRÓPRIOS AUTOS DA AÇÃO DE EXECUÇÃO. CONTRATO ESCRITO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. TÍTULO EXECUTIVO (CPC, ART. 585, VIII, E LEI N. 8.906/98). DESNECESSIDADE DE SUBSCRIÇÃO POR DUAS TESTEMUNHAS. RECURSO PROVIDO. I - "A nulidade é vício fundamental e, assim, priva o processo de toda e qualquer eficácia. Sua declaração, no curso da execução, não exige forma ou procedimento especial. A todo momento o juiz poderá declarar a nulidade do feito tanto a requerimento da parte como ex officio. Fala-se, na hipótese, em exceção de pré-executividade ou mais precisamente em objeção de não-executividade, já que a matéria envolvida é daquelas que o juiz pode conhecer independentemente de provocação da parte. Não é preciso, portanto, que o devedor utilize dos embargos à execução. Poderá argüir a nulidade em simples petição, nos próprios autos da execução." (THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil: processo de execução e cumprimento da sentença, processo cautelar e tutela de urgência. 40. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006. v. 2. p. 232). II - "Apesar de não subscrito por duas testemunhas, o contrato escrito que estipular honorários advocatícios é título executivo e constitui crédito privilegiado, contendo força executiva, à luz do CPC 585 VII e EOAB 24. A disposiçãocontida em lei especial não impõe a necessidade de assinaturas de testemunhas instrumentárias para a formalização do contrato de honorários advocatícios, e, em assim sendo, prevalece sobre outras normas de caráter geral que imponham tal necessidade, em respeito ao princípio norteador do direito, de que a regra especial prevalece sobra a geral." (NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de processo civil comentado e legislação extravagante. 9. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006. p. 839). (TJ-SC - AC: 105169 SC 2002.010516-9, Relator: Jorge Schaefer Martins, Data de Julgamento: 14/11/2007, Segunda Câmara de Direito Civil, Data de Publicação: Apelação Cível n. , de Lages) CPC/73: art. 585 III - Os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e caução, bem como o seguro de vida. Contrato de seguro de vida – apólice e prova do óbito. CPC/15: art. 784 V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução; VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte; CPC/73: art. 585 IV - o crédito decorrente de foro e laudêmio; Relacionados à enfiteuse (CC/1916, art. 678 e seguintes) seguintes) – proprietário faculta o uso do domínio útil de um bem imóvel mediante o pagamento de um valor anual; CC/02, art. 2.038 – proibiu a constituição de enfiteuses, enfiteuses, mas reconheceu as já existentes; CPC/15: art. 784 VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio; CPC/73: art. 585 V - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; CPC/15: art. 784 VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; 10 CPC/73: art. 585 VI - o crédito de serventuário de justiça, de perito, de intérprete, ou de tradutor, quando as custas, emolumentos ou honorários forem aprovados por decisão judicial; CPC/15: art. 515 Corresponde ao inciso V do art. 515 do Novo CPC, transformou em título executivo Judicial. CPC/73: art. 585 VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; Execução regulada pela Lei n. 6.830/80. CPC/15: art. 784 IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; Sem dispositivo correspondente no atual Código de Processo Civil. CPC/15: art. 784 X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas; Sem dispositivo correspondente no atual Código de Processo Civil. CPC/15: art. 784 XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei; CPC/73: art. 585 VIII - todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. Cédula de Crédito Rural, Cédula de Crédito Industrial, Cédula de Crédito Comercial, Cédula de Crédito Bancário, Decisões do Tribunal de Contas da União, etc. CPC/15: art. 784 XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. CPC/73: art. 585 § 2o Não dependem de homologação pelo Supremo Tribunal Federal, para serem executados, os títulos executivos extrajudiciais, oriundos de país estrangeiro. O título, para ter eficácia executiva, há de satisfazer aos requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e indicar o Brasil como o lugar de cumprimento da obrigação. CPC/15: art. 784 § 2o Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não dependem de homologação para serem executados. § 3o O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e quando o Brasil for indicado como o lugar de cumprimento da obrigação. Títulos executivos extrajudiciais oriundos de outro país 11 DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA REALIZAR QUALQUER EXECUÇÃO Condições Específicas a) o formal – que é a existência do título executivo, pelo qual se extrai o atestado de certeza e liquidez da dívida; b) o prático – que é a atitude ilícita do devedor, consistente no inadimplemento da obrigação, que comprova a exigibilidade da dívida (art. 580, CPC/73 – art. 786, CPC/15 ). � Art. 580. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo. Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo. Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo não retira a liquidez da obrigação constante do título. Certeza “retratará uma obrigação certa quando nele estiverem estampadas a natureza da prestação, seu objeto e seus sujeitos.” Luiz Rodrigues Wambier Liquidez “A liquidez representa a identificação precisa do objeto da execução (a extensão da obrigação a ser adimplida).” Misael Montenegro Filho Exigibilidade “é a não satisfação, pelo devedor, de obrigação certa, líquida e exigível, consubstanciada em título executivo” Luiz Rodrigues Wambier 12 Art. 582. Em todos os casos em que é defeso a um contraente, antes de cumprida a sua obrigação, exigir o implemento da do outro, não se procederá à execução, se o devedor se propõe satisfazer a prestação, com meios considerados idôneos pelo juiz, mediante a execução da contraprestação pelo credor, e este, sem justo motivo, recusar a oferta. Parágrafo único. O devedor poderá eximir-se da obrigação, depositando em juízo a prestação ou a coisa, caso em que o juiz não permitirá que o credor a receba sem cumprir a contraprestação que lhe tocar. Art. 787. Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua prestação senão mediante a contraprestação do credor, este deverá provar que a adimpliu ao requerer a execução, sob pena de extinção do processo. Parágrafo único. O executado poderá eximir-se da obrigação, depositando em juízo a prestação ou a coisa, caso em que o juiz não permitirá que o credor a receba sem cumprir a contraprestação que lhe tocar. � � Art. 581. O credor não poderá iniciar a execução ou nela prosseguir se o devedor cumprir a obrigação, mas poderá recusar o recebimento da prestação se ela não corresponder ao direito ou à obrigação estabelecidos no título executivo, caso em que requererá a execução forçada, ressalvado ao devedor o direito de embargá-la. Art. 788. O credor não poderá iniciar a execução ou nela prosseguir se o devedor cumprir a obrigação, mas poderá recusar o recebimento da prestação se ela não corresponder ao direito ou à obrigação estabelecidos no título executivo, caso em que poderá requerer a execução forçada, ressalvado ao devedor o direito de embargá-la. Certeza – Liquidez - Exigibilidade A) exata definição dos elementos da obrigação; B) quantidade de bens objeto da prestação; C) momento do inadimplemento. Competência para executar Competência para execução dos títulos judiciais a) Pelos Tribunais Superiores, assim como os Tribunais de Justiça, nas causas de sua competência originária; Competência para execução dos títulos judiciais b) Perante o juízo que processoua causa em primeiro grau de jurisdição. 13 Competência para execução dos títulos judiciais c) Sentença arbitral: pelo juiz que teria competência para julgar a causa, se ela não tivesse sido submetida a arbitragem. Competência para execução dos títulos judiciais d) Sentença penal condenatória: pelo juízo cível competente. Competência para execução dos títulos judiciais e) Sentença Estrangeira: Justiça Federal de Primeira Instância. CPC/73 : Art. 475-P. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: I – os tribunais, nas causas de sua competência originária; II – o juízo que processou a causa no primeiro grau de jurisdição; III – o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral ou de sentença estrangeira. Parágrafo único. No caso do inciso II do caput deste artigo, o exeqüente poderá optar pelo juízo do local onde se encontram bens sujeitos à expropriação ou pelo do atual domicílio do executado, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem. CPC/15 : Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: I - os tribunais, nas causas de sua competência originária; II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem. Execução da sentença de alimentos � Ao credor de alimentos é FACULTADO propor a ação no foro do seu domicílio, do local onde se encontram os bens sujeitos a expropriação ou perante o juízo do foro do executado. Exclusão de ente federal da condenação � Se a ação foi proposta perante a Justiça Federal em decorrência de litisconsórcio entre o ente Federal e um particular, e, no julgamento da ação fosse excluído o ente federal da condenação. � De quem seria a competência? Federal ou Estadual? 14 Juízo estadual com competência federal e criação de vara federal � É possível que um juízo estadual julgue causa da Justiça Federal, nos termos do §3º do art. 109 da CF/88. Assim, a execução da decisão será, também, da sua competência, mesmo se envolver ente federal. � Instalada Vara Federal na Comarca, a delegação do exercício da competência cessa, devendo os autos serem remetidos a vara competente. Competência para a execução universal (falência ou insolvência civil) A competência é sempre da Justiça Estadual, do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial da empresa que tenha sede fora do Brasil. (exceção a regra de competência territorial relativa). Competência para execução dos títulos executivos extrajudiciais � Regra Geral: � A execução por títulos extrajudiciais será processada perante o juízo competente. � A execução será perante a autoridade judiciária brasileira quando o executado qualquer que seja sua nacionalidade estiver domiciliado no Brasil, ou quando aqui tiver que ser cumprida a obrigação. Admite-se a competência concorrente. Execução fundada em letra de câmbio ou nota promissória � Regra Geral: a execução fundada em letra de câmbio ou nota promissória deve ser ajuizada no foro do local do pagamento. � Na letra de cambio, como não é requisito essencial a indicação do local de pagamento, o local será aquele indicado ao lado do nome do sacado. � Se caso a letra de cambio tenha circulado sem aceite, o local será onde a letra foi sacada ou o local onde tenha recebido do endossante. Se não tiver informação alguma, a execução poderá ser intentada no domicílio do sacador. Execução fundada em duplicata � A execução deve ser proposta no foro do local do pagamento ou do domicílio do comprador. � Prevalece o foro do local do pagamento, não sendo este indicado, prevalecerá o foro do domicílio do sacado/aceitante ou de algum dos obrigados indiretos (endossantes e avalistas). Execução fundada em cheque � Deve ser proposta no foro do local onde o cheque foi emitido. 15 Execução fundada em debênture � Será proposta no foro da sede, em território nacional, da companhia que emitiu a debênture. Execução fundada em documento público ou particular � Deverá ser proposta no foro do lugar do cumprimento da obrigação, não havendo essa indicação, deverá então, ser intentada no foro do domicílio do devedor. Execução fundada em contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou destinado a cobrar crédito decorrente de foro ou laudêmio � A execução fundada em contrato garantido por hipoteca, há duas correntes de interpretação, a primeira que entende que deve ser processada no foro de da situação da coisa e a segunda que estabelece como competente o foro do local de pagamento, ou, a falta de estipulação no foro do domicilio do executado. Execução fundada em contrato garantido por caução ou destinada a cobrar seguro de vida, bem como encargos e acessórios � É no lugar do cumprimento da obrigação que se executa o contrato garantido por caução, ou na sua falta, no foro do domicílio do executado. � O contrato de seguro deve igualmente ser executado no lugar do cumprimento, ou não havendo, no foro da sede da seguradora ou no de sua agência ou sucursal. � Seguindo a mesma regra, os aluguéis pactuados em contrato de locação de imóveis devem ser executados no lugar do cumprimento da obrigação, ou na sua falta no foro do domicílio do devedor. Assim, também se procede com a execução dos demais encargos contratuais. Execução de crédito de serventuário da justiça, de perito, de intérprete ou de tradutor � Deve ser processada no foro onde tramitou o processo do qual ela adveio, que consiste exatamente no lugar do cumprimento da obrigação. 16 Pluralidade de executados com domicílios diferentes � Deve ser intentada no foro do local de pagamento da obrigação. � Não havendo indicação do local do pagamento, poderá o exequente optar por intentar a execução do foro do domicílio de qualquer um dos executados. Títulos de crédito emitidos no exterior � Somente poderá ser ajuizada se indicar o Brasil como o local de cumprimento da obrigação. Nesse caso, a execução haverá de ser proposta no foro do local de pagamento; � Se não indicar o local de cumprimento da obrigação, será ajuizada no domicílio do devedor; � Se o devedor não for domiciliado no Brasil, a competência será do foro do domicílio do Exequente. Opção entre o foro do lugar do cumprimento da obrigação e do domicílio do executado � Foro concorrente, cabe ao exequente a escolha. Alegação de incompetência � Cumprimento de sentença: impugnação ao cumprimento de sentença; � Execução título extrajudicial: embargos a execução ou exceção de incompetência. Responsabilidade Patrimonial Conceito: � A responsabilidade patrimonial consiste na sujeição do patrimônio do devedor, ou de terceiros responsáveis, às providencias executivas voltadas a satisfação da prestação devida. 17 Responsabilidade Primária � É aquela que recai sobre bens do devedor obrigado, como previsto no art. 591 e art. 592, I, III e V do CPC: � Art. 591. O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei. � Art. 592. Ficam sujeitos à execução os bens: � I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória;� III - do devedor, quando em poder de terceiros; � V - alienados ou gravados com ônus real em fraude de execução. Responsabilidade Secundária � É aquela que recai sobre bens de terceiro não obrigado, quando a responsabilidade se desprende da obrigação e vai recair sobre terceiro, art. 592, II e IV do CPC: � Art. 592. Ficam sujeitos à execução os bens � II - do sócio, nos termos da lei;III - do devedor, quando em poder de terceiros; � IV - do cônjuge, nos casos em que os seus bens próprios, reservados ou de sua meação respondem pela dívida; � O devedor responde, pela obrigação, com todos os seus bens; � Mas essa submissão não é absoluta, pois: � Nem todos os bens do devedor respondem pela dívida (art. 649 do CPC); � Nem só os bens do devedor respondem pela obrigação, a exemplo da responsabilidade secundária. � São passíveis de execução os bens presentes e futuros do executado Bens alienados ou gravados com ônus real em fraude a execução � Fraude a execução � Fraude contra credores � Art. 593. Considera-se em fraude de execução a alienação ou oneração de bens: I - quando sobre eles pender ação fundada em direito real; II - quando, ao tempo da alienação ou oneração, corria contra o devedor demanda capaz de reduzi-lo à insolvência; III - nos demais casos expressos em lei. Bens do cônjuge � Meação: respondem pelas dívidas contraídas em proveito da familia � Art. 1.643. Podem os cônjuges, independentemente de autorização um do outro: � I - comprar, ainda a crédito, as coisas necessárias à economia doméstica; � II - obter, por empréstimo, as quantias que a aquisição dessas coisas possa exigir. � Art. 1.644. As dívidas contraídas para os fins do artigo antecedente obrigam solidariamente ambos os cônjuges. � Regime da comunhão parcial: há três massas patrimoniais: a da mulher, a do marido e a comum (adquiridos na constância do casamento a título oneroso); � Regime da separação obrigatória/legal: Sumula 377 do STF, há direito a meação dos bens adquiridos na constancia do casamento a título oneroso por esforço comum; � Regime de comunhão universal: comunicam-se todos os bens, presentes e futuros, ainda que adquiridos em nome de um só dos cônjuges; � Regime da participação final nos aquestros: durante o casamento predominam as regras da separação total, em caso de dissolução do casamento predominam as regras do regime de comunhão parcial. 18 Comunicação das dívidas: � Regime da comunhão parcial: não se comunicam as obrigações anteriores ao casamento, somente as posteriores e mesmo assim se exclusivas para atender os encargos da família; � Regime da comunhão universal: comunicam todas as dívidas posteriores ao casamento. Dos bens particulares do cônjuge: � Os bens particulares ou próprios de cada cônjuge são aqueles incomunicáveis, que não entram em qualquer comunhão, não há direito de meação sobre eles. � Os bens próprios ou particulares do cônjuge somente respondem pela execução proposta contra o outro cônjuge, quando o cônjuge a quem eles pertencem também for devedor. � Na execução de dívida contraída para fazer frente à economia doméstica, ambos os cônjuges são obrigados solidariamente, assim, ambos são devedores e responsáveis pelo pagamento, por força de lei. � Nesta hipótese, os bens do cônjuge do executado, seja ele próprio, ou seja da sua meação, responde pela dívida. Da penhora de bens do cônjuge � Independente do regime de bens do casal ou da natureza do bem constrito, sempre que a penhora recair sobre imóvel o cônjuge do executado deverá ser intimado (art. 655, §2º do CPC). � § 2o Recaindo a penhora em bens imóveis, será intimado também o cônjuge do executado. O cônjuge possui duas opções de defesa: � Impugnação/Embargos do executado: cabem quando o cônjuge reconhece que seus bens respondem pela dívida, mas pretende discuti-la; � Embargos de Terceiro: Cabem quando o consorte acredita que seus bens não respondem pela execução, visam excluir a constrição imposta. Bens do sócio (art. 592, II e art. 596 do CPC) � Em regra as sociedades possuem personalidade jurídica própria e não se confundem com aquela dos seus sócios/acionistas, mas existem exceções: � Sociedades em comum: todos os sócios respondem pessoalmente de forma solidária e ilimitada pelas obrigações sociais (art. 990 do CC); � Desconsideração da personalidade jurídica: (art. 50 do CC) 19 Responsabilidade patrimonial do fiador � Ao fiador é dada a prerrogativa de nomear bens livres e desembaraçados do devedor, na tentativa de deixar a salvo seus próprios bens. � Esta nomeação deve ser realizada na primeira oportunidade que tiver para falar nos autos, ou seja, três dias a contar da sua citação. � O benefício de ordem pode ser renunciado: � Expressamente: art. 828, I do Código Civil, através de previsão contratual; � Tácitamente: a não arguição no momento processual adequado. Outras regras que afastam o benefício de ordem: � a) Se os bens do devedor forem insuficientes à satisfação do direito do credor (impenhorabilidade eventual); � b) Não há o benefício de ordem se o fiador se obrigou como devedor principal ou solidário. � O fiador que pagar a dívida poderá executar o afiançado nos mesmos autos, neste caso, o fiador se sub-roga nos direitos do credor, adquirindo legitimidade ativa superveniente para dar continuidade a execução. � Art. 595 - Parágrafo único. O fiador, que pagar a dívida, poderá executar o afiançado nos autos do mesmo processo. Responsabilidade patrimonial do espólio e herdeiros � Falecendo o devedor o espólio responderá pela obrigação, adquirindo legitimidade passiva para a execução. � Pelas dívidas da herança responderão os bens da própria herança, não respondem os bens dos herdeiros. � Há casos que com a morte do devedor sua responsabilidade patrimonial amplia. � Feita a partilha da herança entre os herdeiros, eles responderão proporcionalmente pelas dívidas do de cujus e passarão a ter legitimidade passiva para a execução, respondendo na proporção da parte da herança que lhe couber. 20 Responsabilidade patrimonial do incapaz � Os bens do incapaz respondem pelos prejuízos que tenha causado, em responsabilidade objetiva ou subjetiva (art. 928 do Código Civil) REGRAS QUE ESTRUTURAM O PROCEDIMENTO EXECUTIVO Regra de que não há execução sem título (nulla executio sine titulo) � O procedimento executivo somente poderá ser instaurado se houver um documento a que a lei atribua a eficácia executiva, o título executivo. Não há execução sem título executivo. � Não há execução sem a certeza quanto a existência do direito Regra da disponibilidade da execução � O credor pode dispor da execução, quer não executando o título, quer desistindo da execução já proposta (total ou parcialmente), quer desistindo de algum ato executivo realizado. (art. 775 do NCPC) CPC/73: art. 569 Art. 569. O credor tem a faculdade de desistir de toda a execução ou de apenas algumas medidas executivas. CPC/15: art. 775 Art. 775. O exequente tem o de desistir de toda a execução ou de apenas alguma medida executiva. Regra da responsabilidade objetiva do exequente � A execução corre por conta e risco do exequente, assim, prejuízos indevidos causados ao executado haverão de ser ressarcidos pelo exequente independente de culpa (responsabilidade objetiva) 21 Regra da Aplicação subsidiária das regras do processo de conhecimento Aplicam-se subsidiariamente à execução as disposições que regem o processo de conhecimento. CPC/73: art. 598 Art. 598. Aplicam- se subsidiariamente à execução as disposições que regem o processo de conhecimento. CPC/15: art. 771 Parágrafo Único. Aplicam-se subsidiariamente à execução as disposições doLivro I da Parte Especial. Limites da Execução Forçada A execução não poderá atingir: � A pessoa do devedor; � Certos bens indispensáveis à vida digna; Do procedimento Executivo Entende-se por procedimento executivo o conjunto de atos praticados no sentido de alcançar a tutela jurisdicional executiva, isto é, a efetivação/realização/satisfação da prestação devida. 22 Legitimidade � Das partes na execução – as partes ativas e passivas são chamadas tradicionalmente no processo de execução de exequente (credor) e executado (devedor). � O CPC, no entanto, prefere denominá-las simplesmente de credor e devedor, o que, todavia, não importa banir da linguagem doutrinária e forense as expressões tradicionais de exequente e executado, mesmo porque mais significativas do que aquelas eleitas pela nomenclatura legal. Sujeitos ativos (art. 778 do NCPC) � a) Legitimação ativa originária do credor – no caput do art. 778 do NCPC, tem-se a legitimação originária, ou seja, aquele que decorre do conteúdo do próprio título executivo e compreende o credor a quem a lei confere título executivo. � Assim, no título judicial, credor ou exequente será o vencedor da causa, como tal apontado na sentença. � E, no título extrajudicial, será a pessoa em favor de quem se contraiu a obrigação. CPC/73: art. 566 Art. 566. Podem promover a execução forçada: I – o credor a quem a lei confere título executivo. CPC/15: art. 778 Art. 778. Podem promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo. Sujeitos ativos (art. 778 do NCPC) � b) Legitimação extraordinária do Ministério Público (art. 778, I do NCPC) – para os casos prescritos em lei. � Atente-se que o MP ora funciona como órgão agente (art. 81 do CPC), ora como órgão interveniente (art. 82 do CPC). No processo executivo, sua legitimação ativa ocorrerá em regra nas hipóteses em que figure como órgão agente (art. 81 do CPC). CPC/73: art. 566 Art. 566. Podem promover a execução forçada: II – o Ministério Público, nos casos prescritos em lei. CPC/15: art. 778 I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei. Sujeitos ativos (art. 778 do NCPC) � Legitimação derivada (superveniente) – o §1º do art. 778 do NCPC completa o elenco das pessoas legitimadas ativamente para a execução forçada, arrolando os casos em que estranhos à formação do título executivo tornaram- se, posteriormente, sucessores do credor, credor, assumindo, assumindo, por isso, a posição que lhe competia no vinculo obrigacional primitivo. Assim, a legitimação derivada ou superveniente compreende: � c.1) o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste lhes for transmitido o direito resultante do título executivo; 23 Sujeitos ativos (art. 778 do NCPC) � c.2) o cessionário quando o direito resultante do título executivo lhe foi transferido por ato entre vivos - Considera- se cessionário o beneficiário da transferência negocial de um crédito por ato intervivos, oneroso ou gratuito. Para que haja a transferência negocial do crédito é preciso que a isso não se oponham a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção entre as partes (CC, art. 286). � c.3) o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional - Diz-se credor sub-rogado aquele que paga a dívida de outrem, assumindo todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo credor contra o devedor principal e seus fiadores (CC, art. 349). CPC/73: art. 567 � Art. 567. Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir: � I - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo; � II - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos; � III - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional. CPC/15: art. 778 � § 1o Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao exequente originário: � II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo; � III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos; � IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional. � § 2o A sucessão prevista no § 1o independe de consentimento do executado. Sujeitos Passivos (art. 779 do NCPC) � Sujeitos passivos – dentro da sistemática do art. 779 do NCPC, a legitimação passiva pode ser dividida em: devedores originários; sucessores do devedor originário; e os apenas responsáveis. � a) devedor originário– o devedor, devedor, reconhecido como tal no título executivo. Se se trata de cumprimento de sentença, o executado será o vencido no processo de conhecimento e sua identificação far-se-á pela simples leitura do decisório exequendo. � Convém lembrar que não apenas o réu pode ser vencido, pois também o autor, quando decai de seu pedido, é condenado aos efeitos da sucumbência (custas e honorários advocatícios), assumindo a posição de vencido e sujeitando-se à execução forçada. Sujeitos Passivos (art. 779 do NCPC) � b) Sucessores do devedor originário: � b.1) o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor – atente-se que o patrimônio do espólio não se confunde com o patrimônio pessoal dos herdeiros. � O patrimônio do terceiro não está sujeito à execução (princípio do benefício do inventário). � Outrossim, após efetuada a partilha, desaparece o espólio, e nesse caso poderá responder o herdeiro e/ou sucessor pelas dívidas do finado “na proporção da parte que na herança lhe coube” (NCPC, art. 796). Sujeitos Passivos (art. 568) � b.2) o novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo. � Trata-se de hipótese de cessão de débito, o que no ordenamento brasileiro só é aceito com expressa anuência do credor. Sujeitos Passivos (art. 779 do NCPC) � b.3) o fiador extrajudicial – caso esse figure no título executivo extrajudicial, será parte legítima passiva da execução. � Solvendo a dívida o fiador terá ação regressiva contra o devedor, sub-rogando-se nos direitos do credor e legitimando-se ao manejo da execução forçada contra o afiançado (CC, art. 832) que poderá se dar nos mesmos autos (NCPC, art. 794, §2º). � Seja convencional ou judicial, é assegurado o benefício da ordem, isto é, a faculdade de nomear a penhora bens livres e desembargados do devedor (NCPC, art. 794). 24 Sujeitos Passivos (art. 779 do NCPC) � b.4) O responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito Sujeitos Passivos (art. 779 do NCPC) � b.5) o responsável tributário, assim definido em lei – (Lei n°5.172/66 - CTN) � - Considera-se responsável tributário “a pessoa obrigada ao pagamento do tributo ou penalidade pecuniária” (CTN, art. 121, caput). Que poderá ser o contribuinte (quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador – CTN, art. 121, parágrafo único, I) ou o responsável (quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa da lei – CTN, art. 121, parágrafo único, II). CPC/73: art. 568 � Art. 568. São sujeitos passivos na execução: � I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo; � II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; � III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo; � IV - o fiador judicial; � V - o responsável tributário, assim definido na legislação própria. CPC/15: art. 779 � Art. 779. A execução pode ser promovida contra: � I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo; � II - o espólio,os herdeiros ou os sucessores do devedor; � III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo; � IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial; � V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito; � VI - o responsável tributário, assim definido em lei. CPC/73: art. 573 � Art. 573. É lícito ao credor, sendo o mesmo devedor, cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, desde que para todas elas seja competente o juiz e idêntica forma do processo. CPC/15: art. 780 � Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico o procedimento. Cumulação de execuções Litisconsórcio na execução É possível o litisconsórcio na execução seja ele ativo, passivo ou misto. Verifica-se nas execuções a formação do litisconsórcio facultativo; Entretanto, somente pode formar o litisconsórcio se todos os credores e/ou devedores estiverem vinculados a parte contrária em razão de uma mesma relação jurídica material, sendo vedada a coligação de credores e/ou devedores; Intervenção de Terceiro na Execução � Das modalidades de intervenção de terceiro previstas na lei (assistência, oposição, nomeação a autoria, denunciação da lide e chamamento ao processo) apenas a assistência é cabível no processo de execução, entendimento não unânime. 25 Exemplos de assistência: � Terceiro atingido pela eficácia reflexa da sentença, assistir o executado na alegação de invalidade do título; � O adquirente da coisa penhorada assistir o executado na defesa da higidez do negócio; � Aquele que deveria ter sido citado para a ação de conhecimento e não foi, vir impugnar a execução da sentença.
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