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AVALIAÇÃO DA PROPRIOCEPÇÃO NO EQUILÍBRIO DE INDIVÍDUOSpdf

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Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioeste
n. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
ANNA PAULA SAVOLDI
AVALIAÇÃO DA PROPRIOCEPÇÃO NO EQUILÍBRIO DE INDIVÍDUOS 
SUBMETIDOS À RECONSTRUÇÃO DE LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR 
ATRAVÉS DO MÉTODO DE POSTUROGRAFIA DINÂMICA
CASCAVEL
2005
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioeste
n. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
ANNA PAULA SAVOLDI
AVALIAÇÃO DA PROPRIOCEPÇÃO NO EQUILÍBRIO DE INDIVÍDUOS 
SUBMETIDOS À RECONSTRUÇÃO DE LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR 
ATRAVÉS DO MÉTODO DE POSTUROGRAFIA DINÂMICA
Trabalho de Conclusão de Curso do curso de 
Fisioterapia do Centro de Ciências Biológicas e da 
Saúde da Universidade Estadual do Oeste do 
Paraná – campus Cascavel.
Orientador: Prof. Ms. Gladson Ricardo Flor Bertolini
CASCAVEL, 2005
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioeste
n. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioeste
n. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
TERMO DE APROVAÇÃO
ANNA PAULA SAVOLDI
AVALIAÇÃO DA PROPRIOCEPÇÃO NO EQUILÍBRIO DE INDIVÍDUOS 
SUBMETIDOS À RECONSTRUÇÃO DE LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR 
ATRAVÉS DO MÉTODO DE POSTUROGRAFIA DINÂMICA
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para obtenção do
título graduado em Fisioterapia, na Universidade Estadual do Oeste do Paraná.
_____________________________________________
Orientador: Prof. Ms. Gladson Ricardo Flor Bertolini
_____________________________________________
Prof. Carlos Eduardo de Albuquerque
_____________________________________________
Prof. Alberito Rodrigo de Carvalho
Cascavel, novembro de 2005
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioeste
n. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
DEDICATÓRIA:
Dedico este trabalho à minha família! 
Meu pai Sergio, minha mãe Izabel, meus 
avós Enore e Lurdes e minha irmã 
Simone.
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n. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
AGRADECIMENTOS
A Deus, acima de tudo, por permitir que eu chegasse até aqui, e por ter me 
dado força para enfrentar todos os obstáculos que surgiram nesses quatro anos.
A minha família, em especial aos meus pais que estiverem sempre presentes, 
e que renunciaram de seus sonhos para que eu pudesse realizar os meus.
Ao meu namorado, pelo amor, carinho, paciência, por estar sempre ao meu 
lado e pela compreensão nos dias de estresse, desespero e mau humor.
A minha amiga Juliana Montijo, que esteve sempre presente em todas as 
etapas desta minha caminhada, pelo companheirismo, dedicação e pela sinceridade 
de sua amizade, valeu amiga.
Ao meu orientador, prof. Gladson, exemplo de competência profissional, pela 
sua paciência e dedicação a este trabalho.
Às pessoas que participaram das atividades envolvidas neste trabalho de 
conclusão de curso, pela disponibilidade, confiança, e por permitirem que eu 
pudesse contar com sua ajuda.
Ao corpo docente pela disponibilidade e apoio quando necessário, em 
especial ao prof. Carlos Eduardo de Albuquerque. 
 MUITO OBRIGADA!
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioeste
n. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
RESUMO
Este estudo teve como objetivos: encontrar um método de avaliação de equilíbrio em 
indivíduos que sofreram lesão de LCA, buscando encontrar alterações 
proprioceptivas nos mesmos, avaliando esses indivíduos através do método de 
posturografia dinâmica; e ainda avaliar a influência da dor na propriocepção e no 
equilíbrio. Para tal utilizou-se uma amostra de 13 indivíduos do sexo masculino, 
sendo esses divididos em 3 grupos de 5 indivíduos cada: grupo 1 (pré-operatório), 
grupo 2 (pós operatório) e grupo 3 (controle), sendo que 2 indivíduos participaram da 
amostra tanto do grupo pré como do grupo pós-operatório. Resultados: apesar de 
não ter sido encontrado significância estatística, o seguinte estudo apresentou 
resultados interessantes visto que observou-se um déficit proprioceptivo no grupo 
pré-operatório, ou seja, nos indivíduos que apresentavam lesão de LCA e não foram 
submetidos a reconstrução cirúrgica, bem como encontrou-se maior sensação de 
dor nesses indivíduos, visto que o grupo 2 apresentou menores relatos de dor. 
Conclusão: a posturografia dinâmica mostrou-se eficaz como método para avaliar a 
propriocepção através de alterações no equilíbrio, e a dor presente nos indivíduos 
com lesão de LCA pode ter interferido nos resultados.
Palavras-Chaves: propriocepção, equilíbrio, posturografia Dinâmica
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioeste
n. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
ABSTRACT
This research has the goal of finding an evaluation method of equilibrium in people 
suffering from anterior cruciate ligament (ACL) lesion, trying to find proprioceptives 
alteration in these patients, assessing them through the dynamic posturography 
method; and also, evaluating the pain influence on proprioceptive and on equilibrium. 
For this research, 13 male individuals were observed, divided into three groups of 5 
members each: group 1 (pre-operation), group 2 (post-operation) and group 3 
(control), and 2 of these individuals participated in the study either in the pre or post 
operation. Results: despite not finding statistical significance, the following study has 
presented interesting results, since a proprioceptive deficit on pre operation group 
was observed, that is, in individuals that presented ACL lesion and did not undergo to 
surgery reconstruction, as well a bigger pain feeling was noticed in this group, since 
the group 2 presented fewer ache reports. Conclusion: the dynamic posturography 
has been an efficient method to evaluate the proprioceptive through equilibrium 
alterations, and the pain in individuals with ACL lesion may have influenced the 
results.
 
Key words: proprioceptive, equilibrium, dynamic posturography 
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioeste
n. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioeste
n. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS........................................................................................7
LISTA DE FIGURAS....................................................................................................8
LISTA DE TABELAS...................................................................................................9
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................10
1.1 Justificativa.........................................................................................................12
1.2 Objetivos.............................................................................................................13
1.2.1 Objetivo Geral ...................................................................................................13
1.2.2 Objetivos Específicos........................................................................................13
2 REVISÃO LITERÁRIA............................................................................................14
2.1 Equilíbrio.............................................................................................................14
2.1.1 Equilíbrio Estático..............................................................................................18
2.1.2 Equilíbrio Dinâmico............................................................................................19
2.1.3 Equilíbrio Estável...............................................................................................20
2.1.4 Equilíbrio Instável..............................................................................................212.1.5 Mecanismos de postura e equilíbrio..................................................................22
2.2 Propriocepção....................................................................................................23
2.2.1 Receptores Proprioceptivos ..............................................................................23
2.2.2 Propriocepção no equilíbrio...............................................................................25
2.2.3 Proprioceptores do joelho..................................................................................26
2.2.4 Proprioceptores do ligamento cruzado 
anterior.................................................29
2.2.5 Alteração da propriocepção com a lesão de LCA.............................................29
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2.3 Anatomia dos ligamentos.....................................................................................31
2.3.1 Anatomia do ligamento cruzado anterior...........................................................31
2.3.2 Lesões no LCA..................................................................................................33
2.3.3 Cirurgia de ligamento cruzado anterior.............................................................34
2.3.3.1 Seleção do enxerto........................................................................................35
2.3.3.2 Principais técnicas cirúrgicas.........................................................................36
2.4 Neovascularização e neoligamentização.........................................................36
2.4.1 Fases da remodelação tecidual cicatricial.........................................................38
2.4.2 Fase inflamatória aguda....................................................................................38
2.5 Tratamento fisioterapêutico para ganho de propriocepção...........................39
3 MATERIAS E MÉTODOS.......................................................................................41
3.1 Posturografia Dinâmica........................................................................................42
3.2 Escala Visual Analógica de Dor...........................................................................46
3.3 Análise Estatística................................................................................................47
4 RESULTADOS........................................................................................................48
5 DISCUSSÃO...........................................................................................................54
6 CONCLUSÃO.........................................................................................................64
REFÊNCIAS BIBLIGRÁFICAS..................................................................................65
APÊNDICE A – FICHA DE AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA................................73
APÊNDICE B – FICHA DE AVALIAÇÃO PÓS-OPERATÓRIA................................75
ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO.................77
ANEXO B – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA......................................................79
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LISTA DE ABREVIATURAS
ADM -Amplitude de movimento
AVD - Atividade de vida diária
CG - Centro de gravidade
CP - Centro de pressão
EVA - Escala visual analógica de dor
IEP - Instante do ponto de equilíbrio
LCA - Ligamento cruzado anteior
SNC - Sistema Nervoso Central
SOT -Teste de organização sensorial
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Representação do trajeto da linha de gravidade......................................16
Figura 2 – Cabine da posturografia............................................................................43
Figura 3 – Caneta laser acoplada na cinta.................................................................43
Figura 4 – Papel milimetrado......................................................................................43
Figura 5 – Posicionamento junto ao equipamento.....................................................44
Figura 6 – Representação esquemática de cada teste executado............................46
Figura 7 - Comparação entre a utilização do Sistema Somatossensorial dos grupos 
pré-operatório, pós-operatório e grupo controle para a manutenção do equilíbrio 
durante avaliação através da Posturografia Dinâmica...............................................50
Figura 8 - Comparação dos valores de oscilação ântero-posterior no equilíbrio de 
cada SOT para todos os grupos avaliados................................................................51
Figura 9 - Representação do decréscimo da dor comparando o grupo pré em relação 
ao grupo pós-operatório.............................................................................................53
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Análise sensorial através da Posturografia Dinâmica – Capacidade de 
utilização dos sistemas SOM, VIS e VEST, para a manutenção do equilíbrio 
ortostático...................................................................................................................49
Tabela 2 - Valores de oscilação ântero-posterior do equilíbrio nos SOT’s I. II, III, IV, 
V e VI..........................................................................................................................50
Tabela 3 - Valores da variação e valor de p para cada SOT avaliado.......................52
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1 INTRODUÇÃO
O equilíbrio corporal é fundamental no relacionamento espacial do homem 
com o ambiente. É uma complexa interação entre o sensorial e o motor que previne 
quedas e fornece o equilíbrio. Porém, quando ocorre uma alteração em um de seus 
componentes, como o proprioceptivo surgem alterações que caracterizam o 
desequilíbrio e que podem, inclusive afetar a qualidade de vida do indivíduo. 
Portanto, se a propriocepção está alterada ou diminuída, o equilíbrio também ficará 
alterado (GANANÇA, 1998).
O joelho é a articulação mais acometida por lesão do corpo humano, é 
considerada uma das maiores e mais complexas estruturas da anatomia humana, 
sendo uma articulação fácil de ser lesionada pelo tipo de articulação e movimentos 
restritos, o que contribui para a alta incidência de lesões do ligamento cruzado 
anterior (LCA)(ELLENBECKER, 2002).
A articulação do joelho depende de um equilíbrio ótimo entre os 
estabilizadores dinâmicos e estáticos de tecidos moles e os componentes ósseos e 
cartilaginosos. Diante da complexidade dessa articulação e de sua propensão para 
sofrer lesões, observa-se uma alta incidência de cirurgia de reconstrução do LCA 
(ELLENBECKER, 2002). Identificou-se a incidência de 0,24 lesão do LCA a cada 
1000 indivíduos saudáveis ao ano, sendo o LCA responsável por 50% dos danos 
nos ligamentos do joelho (BONFIM et al., 2003).
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O sistema proprioceptivo recebe informações de receptores musculares, 
cutâneos e articulares e utiliza esses estímulos sensoriais para determinar onde os 
membros se encontram no espaço, a amplitude e a velocidade de seus movimentos 
(COHEN, 2001). 
A propriocepção consiste em uma percepção estática da posição da 
articulação, em uma percepção cinestésica e em uma resposta reflexa eferente 
necessária para a regulação do tônus e das atividadesmusculares. Qualquer 
alteração na biomecânica de uma articulação pode influenciar no equilíbrio do 
indivíduo, bem como alterar a sua propriocepção, a qual se altera após a cirurgia de 
reconstrução de LCA, sendo verificado que apresenta-se melhor que a do paciente 
com deficiência de LCA, mas ainda significativamente pior que a propriocepção no 
joelho normal (ELLENBECKER, 2002). 
A importância da incorporação de um elemento proprioceptivo em qualquer 
programa de reabilitação justifica-se pelo fato de restaurar a sensibilidade 
proprioceptiva e melhorar o funcionamento da articulação, diminuindo o risco de 
ocorrências de novas lesões. O objetivo da fisioterapia no processo de reabilitação é 
de enfatizar o retorno às atividades de vida diárias (AVDs) normais, com integral 
amplitude de movimento (ADM) e força adequada promovendo ao paciente 
estabilidade e funcionalidade na articulação lesada (ELLENBECKER, 2002).
Segundo Ellenbecker, (2002), depois de uma lesão ao joelho ocorre algum 
nível de desaferência parcial para as estruturas capsuloligamentares. Uma 
interrupção na via proprioceptiva resultará numa alteração do sentido de posição e 
da cinestesia. Ocorre a diminuição da propriocepção em seguida à ruptura do LCA, 
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porém verificou-se que tanto a percepção cinestésica como o sentido de reposição, 
podem ser pelo menos parcialmente restaurados com cirurgia e reabilitação.
A posturografia dinâmica baseia-se no conhecimento de que o equilíbrio 
resulta da integração das aferências visuais, vestibulares e proprioceptivas e testa o 
equilíbrio expondo o indivíduo em diferentes situações. A posturografia foi escolhida 
como método de avaliação procurando encontrar déficits proprioceptivos no 
equilíbrio dos indivíduos na postura em pé. 
1.1 Justificativa
Atualmente, desconhece-se exatamente como lesões no joelho afetam o 
desempenho em testes estáticos e dinâmicos do controle de equilíbrio. Diante disso 
percebeu-se a necessidade em buscar um método para avaliar a alteração do 
equilíbrio, bem como a propriocepção, em pacientes submetidos a reconstrução de 
LCA.
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1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
O presente estudo tem como objetivo geral encontrar um método de 
avaliação de equilíbrio em pacientes submetidos a cirurgia de reconstrução de LCA, 
buscando verificar alterações proprioceptivas dos mesmos.
1.2.2 Objetivos Específicos
• verificar se a propriocepção dinâmica é possível de ser avaliada 
através do método de posturografia dinâmica;
• avaliar a influência da dor na propriocepção, e conseqüentemente no 
equilíbrio;
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2 REVISÃO LITERÁRIA
2.1 Equilíbrio
O homem possui um sentido que o permite conhecer a inclinação de seu 
corpo, assim como também possui a capacidade de reajustá-lo e de corrigir todo 
desvio em relação à vertical (GAGEY e WEBER, 2000). A habilidade para manter o 
centro de gravidade sobre a base de apoio, geralmente quando se está em pé é 
denominada equilíbrio. Esse é um fenômeno dinâmico que envolve uma combinação 
de estabilidade e mobilidade. O equilíbrio é necessário para manter uma posição no 
espaço ou movimentar-se de modo controlado e coordenado (KISNER e COLBY, 
1998). 
Ellenbecker (2002) define equilíbrio de três formas: a capacidade de manter 
uma posição, a capacidade de movimentar-se voluntariamente e a capacidade de 
reagir a uma perturbação. Carr (2003) coloca o equilíbrio como sendo a capacidade 
de neutralizar forças que poderiam perturbar seu estado, o que requer coordenação 
e controle. Hall (2000) acredita que a estabilidade corporal tem a ver com o estado 
de equilíbrio do corpo, a resistência à aceleração angular ou linear e a capacidade 
do indivíduo em assumir e manter uma determinada posição refere-se ao equilíbrio 
corporal do sujeito.
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O equilíbrio é um problema dinâmico e está relacionado à capacidade de 
manter a linha que passa pelo centro de gravidade, perpendicular ao solo e dentro 
de uma base de apoio (BARCELLOS e IMBIRIBA, 2002). Duarte (2001) concorda 
que a tarefa do sistema de controle postural é manter a projeção horizontal do centro 
de gravidade (CG) do indivíduo dentro da base de suporte definida pela área da 
base dos pés durante a postura ereta estática.
 A linha da gravidade constitui-se num traçado imaginário interligando pontos 
específicos observados no paciente posicionado em pé e lateralmente ao 
examinador. Para que um corpo fique estável, ou em equilíbrio, a linha da gravidade 
de sua massa precisa passar exatamente no eixo de rotação. As alterações 
observadas através da linha da gravidade compõem a abordagem específica e 
fundamental no estudo da caracterização postural (LIANZA, 2001) (Figura1).
A postura ereta, estática e dinâmica resulta do equilíbrio entre as forças que 
agem no centro de gravidade, e as forças dos grupos musculares antigravitacionais 
que se contraem e atuam em sentido contrário (LIANZA, 2001). A questão do 
equilíbrio, bem como toda a complexidade envolvida na obtenção e manutenção 
deste, é notada quando assume-se a posição ereta. O fato de manter o equilíbrio 
torna-se extremamente difícil quando a capacidade de manter a postura ereta se 
deteriora (DUARTE, 2000). 
Fig. 1 Representação do trajeto da linha da gravidade
Fonte: RODRIGUES, 2002. (www.cdof.com.br)
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n. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
A complexa função do equilíbrio só é possível através da integração de 
várias estruturas como: o sistema motor (força muscular, tônus muscular, reflexos 
tônicos de postura); as sensibilidades proprioceptivas (que informam ao sistema 
nervoso central a posição dos segmentos corpóreos e dos movimentos do corpo); o 
aparelho vestibular (cujos receptores informam a posição e os movimentos da 
cabeça); o sentido da visão (encarregado da percepção das relações espaciais) 
(SANVITO, 2002). Essas estruturas atuam de forma complexa, integrada, 
redundante e de maneira diferenciada para cada perturbação sobre o corpo 
humano. As propriedades passivas do sistema músculo-esquelético, principalmente 
a rigidez das estruturas biológicas, também desempenham um importante papel na 
manutenção do equilíbrio (DUARTE, 2001).
Fatores como peso corporal, base de sustentação, organização do 
esqueleto ósseo, resistência viscoelástica dos elementos musculares e 
ligamentares, e reflexos posturais também estão envolvidos na manutenção do 
equilíbrio postural (BARCELLOS e IMBIRIBA, 2002).
Se uma pessoa relatar instabilidade e sensações vertiginosas, apesar de 
todos seus órgãos periféricos funcionarem perfeitamente, é então a integração 
sensorial de todas as aferências que participam do controle da postura que se 
encontra deficiente. Existe um bloqueio da integração sensorial nos indivíduos 
instáveis como defeito de integração das informações no caso de alterações 
posturais (GAGEY e WEBER, 2000). 
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioeste
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O estado de equilíbrio é investigado com o paciente em posição ereta 
(equilíbrio estático) e durante a marcha (equilíbrio dinâmico) (SANVITO, 2002), 
podendo ser classificado como estável e instável.
2.1.1 Equilíbrio EstáticoO equilíbrio estático refere-se à capacidade do indivíduo em manter uma 
posição antigravitacional estável quando em repouso, por manter o centro de massa 
dentro da base de apoio disponível (ELLENBECKER, 2002). A estabilidade é 
alcançada gerando-se momentos de força sobre as articulações do corpo para 
neutralizar o efeito da gravidade ou qualquer outra perturbação em um processo 
contínuo e dinâmico durante a permanência em determinada postura (DUARTE, 
2001).
 O equilíbrio estático é garantido quando o somatório de todas as forças 
atuantes no corpo, verticais e horizontais, é igual a zero (FRONTEIRA, DAWSON e 
SLOVIK, 2001).
A postura estática é descrita como sendo o equilíbrio do organismo do 
homem na posição parada (em pé, sentado ou parado) em situação que não cause 
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nenhum dano das estruturas anatômicas responsáveis por tal, e não produza dor 
quando essa posição for mantida durante muito tempo (FILHO, 2001). 
É difícil encontrar exemplos nos esportes ou tarefas motoras diárias em que 
o equilíbrio estático esteja presente. Ao assumir a posição ereta bípede, o corpo 
humano ainda permanece em equilíbrio dinâmico (DUARTE, 2000). A postura ereta 
não é um evento estático, sendo caracterizada por oscilações, mantendo o corpo em 
contínuo movimento. Essas oscilações são de ordem involuntária e dependem de 
mecanismos neuromusculares, visando preservar o equilíbrio postural (BARCELLOS 
e IMBIRIBA, 2002).
2.1.2 Equilíbrio Dinâmico
O conceito de equilíbrio dinâmico é aplicado a corpos em movimento, a uma 
velocidade constante seja angular ou linear; ele está entre as forças que estão 
sendo aplicadas no corpo (HALL, 2000). A existência do equilíbrio dinâmico humano 
depende do controle motor, o qual é auxiliado pelos sistemas sensoriais presentes 
no organismo (FERREIRA, 2003).
O equilíbrio dinâmico envolve respostas posturais automáticas ao 
deslocamento da posição do centro de massa. Respostas posturais reativas são 
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ativadas para recapturar a estabilidade quando uma força inesperada desloca o 
centro de massa (DUARTE, 2000).
A postura dinâmica participa na realização de todos os movimentos de 
deslocamento do corpo, sendo então descrita como o equilíbrio adequado na 
realização dos movimentos que devem ser executados sem dor. Na posição 
adequada de equilíbrio, as vértebras, os discos, as articulações e os músculos 
executam essa função com o mínimo de desgaste (FILHO, 2001).
2.1.3 Equilíbrio Estável
O equilíbrio estável é dito como sendo a volta à posição original do objeto 
que sofre a ação mecânica de uma força quando este se encontra em equilíbrio 
estático (HAMILL e KNUTZEN, 1999), ou seja, o corpo possui estabilidade quando, 
após uma perturbação, retorna à sua posição de equilíbrio (ENOKA, 2000).
Considera-se uma condição naturalmente estável, no caso de movimentos 
humanos, o puxar, enquanto que empurrar é uma condição naturalmente instável. O 
importante a ressaltar é que, ao empurrar um objeto, pode-se estabilizar a ação 
através de esforço muscular adicional pela contração dos músculos agonistas e 
antagonistas (FERREIRA, 2003).
A estabilidade é alcançada gerando-se momentos de força sobre as 
articulações do corpo para neutralizar o efeito da gravidade ou qualquer outra 
perturbação em um processo contínuo e dinâmico durante a permanência em 
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determinada postura. Para a regulação do equilíbrio, o sistema necessita de 
informações sobre as posições relativas dos segmentos do corpo e da magnitude 
das forças atuando sobre o corpo (DUARTE, 2001).
2.1.4 Equilíbrio Instável
Um corpo que tende a se mover, partindo de uma posição de equilíbrio, sem 
que consiga voltar a sua posição de origem, é dito estando em equilíbrio instável 
(HAY, 1993).
Ferreira (2003) comenta que um exemplo de equilíbrio naturalmente instável 
é a postura assumida na bipedestação. Neste tipo de equilíbrio, o corpo (ou partes 
dele) oscila sobre uma referência de equilíbrio, esta pequena oscilação é chamada 
de tremor. Acrescenta ainda que a oscilação do corpo provoca uma migração do CP 
(forças verticais exercidas na superfície de suporte). A posição do CP num instante 
em que a componente horizontal da força de reação do solo é igual a zero é 
chamado instante do ponto de equilíbrio (IEP). Nesse instante, o CP coincide, com o 
ponto de equilíbrio do corpo, além da força de reação não ser gerada. 
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioeste
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A oscilação do corpo durante a postura ereta é usualmente investigada 
utilizando-se uma plataforma de força, um instrumento de medida sobre o qual os 
sujeitos permanecem em pé durante os experimentos. A variável mais comum para 
analisar esta oscilação é a posição do CP, o ponto de aplicação da resultante das 
forças agindo na superfície de suporte. O deslocamento do CP representa uma 
somatória das ações do sistema de controle postural e da força de gravidade. 
Devido à oscilação do corpo e às forças inerciais, a posição do CP é diferente da 
projeção do CG sobre a superfície de suporte, o CG indica a posição global do corpo 
(DUARTE, 2001).
2.1.5 Mecanismos de postura e equilíbrio
Essas funções se fazem basicamente pelo arquicerebelo e pela zona 
medial, que promovem a contração adequada dos músculos axiais e proximais dos 
membros, de modo a manter o equilíbrio e a postura normal, mesmo nas condições 
em que o corpo se desloca. A influência do cerebelo é transmitida aos neurônios 
motores pelos tractos vestíbulo-espinhal e retículo-espinhal. A aferência articular é 
transmitida para a medula e centros do tronco cerebral pelas vias ascendentes de 
fibras da raiz dorsal (fascículos grácil e cuneiforme). O fascículo grácil conduz 
impulsos provenientes dos membros inferiores e da metade inferior do tronco; o 
fascículo cuneiforme conduz impulsos originados nos membros superiores e na 
metade superior do tronco (MACHADO, 2005).
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A atividade da fibra aferente articular também ajuda as fibras aferentes do 
fuso muscular na inibição da atividade muscular antagonista sob condições de 
perturbação posturais não esperadas. Quando um impulso surge dos receptores 
cutâneos, articulares, musculares e vestibulares simultaneamente, é gerado uma 
aferência, e ajustes posturais involuntários agem para estabilizar e levar o centro de 
gravidade do corpo para um estado de equilíbrio (GOULD, 1993).
2.2 Propriocepção
A propriocepção é um termo utilizado para descrever todas as informações 
neurais originadas nos proprioceptores das articulações, músculos, tendões, 
cápsulas e ligamentos, que são enviadas através de vias aferentes ao sistema 
nervoso central (SNC), de modo consciente ou inconsciente, sobre as relações 
biomecânicas dos tecidos articulares, as quais podem influenciar o tônus muscular, 
programas de execução motora e coordenação, cinestesia, reflexos musculares, 
equilíbrio postural e estabilidade articular (BACARIN et al., 2004).
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2.2.1 Receptores Proprioceptivos
Os proprioceptores são receptores mecânicos, também chamados de 
mecanorreceptores, quesão sensibilizados durante a deformação articular, levando 
informações sobre a angulação e velocidade do movimento (BACARIN et al., 2004).
Os impulsos nervosos originados nesses receptores podem ser conscientes 
ou inconscientes. Os inconscientes não despertam sensação, sendo utilizados pelo 
SNC para regular a atividade muscular através do reflexo miotático ou dos vários 
centros envolvidos na atividade motora, em especial o cerebelo. Os impulsos 
proprioceptivos conscientes atingem o córtex cerebral e permitem a um indivíduo ter 
percepção corporal (noção espacial, atividade muscular e movimento articular), 
sendo responsáveis pelo sentido de posição e de cinestesia (MACHADO, 2005).
Os estímulos mecânicos são convertidos pelos proprioceptores em atividade 
elétrica, direcionando-os aos elementos neurais das vias aferentes no SNC, o qual 
irá processar e modular respostas motoras em seus centros de forma consciente ou 
inconsciente (BACARIN et al., 2004). 
Os principais proprioceptores são:
a) Receptores articulares:
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• mecanorreceptores tipo I: situam-se na camada externa da cápsula 
fibrosa. Responsáveis pela disposição ordenada dos músculos tônicos 
de adaptação lenta;
• mecanorreceptores tipo II: situam-se na camada inferior da cápsula 
fibrosa. Responsáveis pelo sentido do movimento ordenado aos 
músculos fásicos de adaptação lenta;
• mecanorreceptores tipo III: situam-se próximos aos ligamentos da 
articulação. Responsáveis pelo efeito inibidor dos reflexos sobre os 
neurônios motores (SILVESTRE e LIMA, 2003).
2.2.2 Propriocepção no equilíbrio
A palavra propriocepção refere-se aos processos sensoriais envolvidos na 
consciência da postura e do movimento. O sistema proprioceptivo tem seu foco em 
três variáveis: a percepção da posição, do movimento e da força do membro 
(COHEN, 2001). A propriocepção descreve ainda as mudanças no equilíbrio, assim 
como o conhecimento da posição, do peso e da resistência dos objetos em relação 
ao corpo (ANDREWS, HARRELSON e WILK, 2000). O sistema visual, vestibular, a 
sensibilidade dos membros inferiores e o “sentido muscular” (propriocepção) são 
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sentidos do equilíbrio. A integração dessas informações sensoriais participa do 
controle do equilíbrio (GAGEY e WEBER, 2000).
Informações de origem somatossensorial, através de proprioceptores 
musculares, cutâneos e articulares, conjuntamente com informações do sistema 
visual e do sistema vestibular, oferecem conhecimento da estruturação do corpo no 
espaço ao sistema nervoso central, proporcionando ações motoras para a 
manutenção do equilíbrio postural, pela contração dos músculos antigravitacionais 
(BARCELLOS e IMBIRIBA, 2002).
Coordenação, equilíbrio e habilidades motoras funcionais são 
interdependentes e são afetados pelos sistemas sensoriais, particularmente os 
sistemas somatossensorial e proprioceptivo. A coordenação e o equilíbrio precisam 
estar presentes para que se aprenda e desempenhe habilidades funcionais. Quando 
há alguma lesão músculo-esquelética ou neuromuscular e desenvolve-se 
comprometimentos subseqüentes como perda de força, imobilidade dos tecidos 
moles ou perda da resistência física, a coordenação, equilíbrio e habilidades 
funcionais poderão ser também afetados, levando a incapacidades e deficiências 
(KISNER e COLBY, 1998). A coordenação neuromuscular desempenha importante 
papel na manutenção do equilíbrio na posição ereta (ELLENBECKER, 2002). 
A informação aferente de mecanorreceptores é analisada no sistema nervoso 
central para posição e movimento da articulação, de modo que possam ser 
avaliados os estados estáticos em comparação com os estados dinâmicos, equilíbrio 
em comparação com desequilíbrio. Após processada e avaliada, essa informação 
proprioceptiva é capaz de influenciar o tônus muscular, controle motor e percepções 
cognitivas ou consciência cinestésica (ELLENBECKER, 2002). 
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O risco de quedas também relaciona-se com a propriocepção, já que a 
presença de instabilidade deve-se a oscilação postural (DELISA e GANS, 2002). 
2.2.3 Proprioceptores do joelho
O sistema proprioceptivo recebe informações de receptores musculares, 
cutâneos e articulares e utiliza estes estímulos sensoriais para determinar onde os 
membros se encontram no espaço, a amplitude e a velocidade de seus movimentos. 
Os receptores musculares são a fonte predominante das informações 
proprioceptivas, mas os receptores cutâneos e articulares também contribuem para 
os processos que envolvem a percepção (COHEN, 2001).
Os proprioceptores são inervados nas articulações por ramos articulares 
com origem nos nervos destinados aos músculos, tendões e tecidos profundos 
associados de cada articulação. As sensações articulares do joelho são o único 
componente de um sistema de estabilização dinâmica, visto que há alteração na 
propriocepção após uma lesão no joelho (HARRELSON et al., 2000). A maioria dos 
receptores articulares descarregam próximo dos extremos do movimento. 
Geralmente, durante a flexão e a extensão máximas, assim, não produzem um sinal 
inteligível relacionado à posição da articulação (COHEN, 2001).
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A informação proprioceptiva protege a articulação contra lesões causadas 
pelo movimento que excede a amplitude de movimento fisiológica e normal, e ajuda 
a determinar o apropriado equilíbrio entre forças sinergistas e antagônicas 
(ELLENBECKER, 2002). 
Os receptores são classificados por localização em: articulares (presente 
nas articulações), profundos (músculos, tendões e ligamentos) e superficiais 
(cutâneos). Os receptores articulares estão localizados dentro da cápsula articular, 
ligamentos e em todas as estruturas intra-articulares existentes no corpo. A cápsula 
articular contém quatro tipos de receptores distintos de terminações nervosas: 
Corpúsculos de Ruffini, receptores de Golgi, corpúsculos de Paccini e terminações 
nervosas livres (ANDREWS, HARRELSON e WILK, 2000). 
Os corpúsculos de Ruffini são sensíveis ao alongamento da cápsula 
articular, alteração da pressão do fluido intracapsular, amplitude e velocidade de 
alteração da posição articular. Os receptores de Golgi são intraligamentares e 
apresentam-se ativos quando os ligamentos são solicitados nos extremos do 
movimento articular. Os corpúsculos de Paccini são sensíveis à vibração de alta 
freqüência, e as terminações nervosas livres são sensíveis ao estresse mecânico 
(ANDREWS, HARRELSON e WILK, 2000). 
No joelho saudável e normal, estabilizadores tanto estáticos quanto 
dinâmicos, proporcionam sustentação. Os estabilizadores estáticos são ligamentos, 
meniscos e cápsula articular. Essas estruturas proporcionam estabilização à 
articulação dos tecidos capsuloligamentares e desempenham importante papel 
sensitivo, pois detectam a posição e movimento da articulação (ELLENBECKER, 
2002). 
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Sinais de receptores articulares e cutâneos contribuem para a propriocepção 
e são os mais importantes para a mão e menos críticos para as articulações mais 
proximais, como a do joelho (COHEN, 2001).
A inervação extrínseca das estruturas articularesé realizada por intermédio 
da estimulação aferente dos receptores periarticulares. Essa estimulação resulta no 
desencadeamento de reflexos protetores destinados a se oporem ao movimento 
lesivo (ANDREWS, HARRELSON e WILK, 2000).
2.2.4 Proprioceptores do ligamento cruzado anterior (LCA)
No LCA, encontram-se mecanorreceptores tanto de adaptação lenta quanto 
de adaptação rápida e tem como objetivo informar a mudança na posição articular 
(BENEDITO e REIS, 2004). A maioria das estruturas nervosas está localizada no 
tecido sinovial ou nas estruturas endoteliais e constitui 1% do total da superfície 
ligamentar (KERKOUR e SALGADO, 2003).
 Assim, o LCA exerce um papel importante na função sensitiva, enviando 
impulsos aferentes ao sistema nervoso central e, portanto, promovendo reflexos que 
inibem movimentos potencialmente lesivos ao joelho (MACNICOL, 2002).
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2.2.5 Alteração da propriocepção com a lesão de LCA
Visto que a sensibilidade da posição e movimento de uma articulação 
provém da informação originada nos músculos, cápsulas articulares, ligamentos e 
pele, lesões dessas estruturas podem afetar a propriocepção (DELISA e GANS, 
2002). Quando há lesão ligamentar, os receptores proprioceptivos ficam danificados 
o que compromete a aferência sensitiva que baseia a realização dos movimentos 
(LIANZA, 2001).
A lesão às estruturas capsuloligamentares não apenas reduz a estabilidade 
mecânica da articulação, mas também diminui a capacidade do sistema de limitação 
neuromuscular dinâmica. (ELLENBECKER, 2002).
Em seguida a uma lesão no joelho, o comprometimento do equilíbrio na 
posição ereta pode ser decorrente da perda da coordenação muscular que, por sua 
vez, poderia ter resultado da perda do feedback proprioceptivo normal 
(ELLENBECKER, 2002).
A sensibilidade proprioceptiva na reabilitação, após lesões, é extremamente 
relevante. A importância de melhorar a propriocepção pela reabilitação é 
demonstrada pelo risco significativamente maior de sofrer uma lesão indivíduos com 
alterações proprioceptivas quando comparados com indivíduos com índices 
proprioceptivos normais. O retorno bem-sucedido às AVDs após uma lesão 
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ligamentar parece ser até mesmo mais dependente da propriocepção que da tensão 
ligamentar da articulação (DELISA e GANS, 2002).
Após a reconstrução cirúrgica e recuperação da ADM e força muscular, o 
tratamento fisioterapêutico tem por finalidade restabelecer o equilíbrio dinâmico e 
estático da articulação do joelho (BENEDITO e REIS, 2004).
 
2.3 Anatomia dos ligamentos
Os ligamentos são constituídos por feixes de fibras colágenas e fibras 
elásticas. Tem a função de unir ossos a outros ossos nas regiões articulares. Os 
ligamentos são mais resistentes em sua porção medial. A cápsula fibrosa das 
articulações é composta principalmente de fibras colágenas e formam verdadeiros 
ligamentos articulares intrínsecos (LIANZA, 2001).
Os ligamentos e cápsula articulares apresentam suprimento sanguíneo 
deficiente, e quando lesados, têm recuperação lenta. Porém, possuem um 
suprimento nervoso abundante e assim, são fontes importantes de dor (LIANZA, 
2001).
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2.3.1 Anatomia do ligamento cruzado anterior (LCA)
Os ligamentos cruzados situam-se no interior da cápsula articular sendo o 
LCA o mais fraco. Tal característica deve-se ao número reduzido de vasos 
sanguíneos e colágenos tipo IV. Estas estruturas são diretamente responsáveis pela 
função de resistência a uma determinada força de estiramento. O LCA é um dos 
ligamentos intracapsulares e extrasinoviais do joelho. Fixa-se medialmente na área 
intercondiliana anterior da tíbia e na face póstero-medial do côndilo femoral lateral 
(ANDREWS, HARRELSON e WILK, 2000).
Sua origem funde-se na inserção anterior do menisco lateral. O ligamento 
passa posteriormente e lateralmente para se inserir na face não articular posterior da 
superfície medial do côndilo femoral lateral. Esse ligamento cruza-se ao ligamento 
cruzado posterior entre suas inserções femoral e tibial e apresenta um comprimento 
médio de 3,8 cm (GOULD, 1993).
Exceto pela porção medial anterior, a maioria das fibras do cruzado anterior 
apresentam-se frouxas em flexão. No entanto, em extensão as fibras estão sob 
tensão. O principal suprimento sanguíneo dos ligamentos cruzados é proveniente de 
ramificações da artéria genicular medial (GOULD, 1993). Chatrenet e Kerkour (2002) 
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citam que o LCA é irrigado pelos colaterais da artéria média, derivada da artéria 
poplítea.
A função biomecânica do ligamento é a restrição para o estresse anterior na 
articulação do joelho. O ligamento provê 85% a 87% do total de restrição aos 90 e 
30 graus de flexão, respectivamente (WEBER et al.,2000).
O LCA desempenha funções que incluem o controle do estress em varo e em 
valgo, em hiperextensão e função de guia durante a flexão e extensão tibiofemoral. 
O feixe póstero-lateral do LCA ajuda a limitar a hiperextensão do joelho (ANDREWS, 
HARRELSON e WILK, 2000).
2.3.2 Lesões no LCA
Segundo Maxey e Magnusson (2003), o grupo de idade mais comumente 
associado com rupturas do LCA está entre 15 e 25 anos de idade, porém esta lesão 
também tem sido vista em indivíduos ativos com até 50 anos.
O LCA é também o ligamento mais acometido durante a prática esportiva, 
sendo que 50% de todas as lesões ligamentares ocorridas no esporte, tem como 
conseqüência o comprometimento estrutural deste ligamento. A maioria destas 
lesões ocorre através de desaceleração, rotação e saltos (BENEDITO e REIS, 
2004). E os principais mecanismos de lesão são: rotação externa, abdução e forças 
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anteriores aplicadas na tíbia; rotação interna do fêmur sobre a tíbia e hiperextensão 
do joelho (GOULD, 1993).
De acordo com a magnitude da lesão ocorre distensão leve, na qual ocorrerá 
rotura mínima de fibras colágenas e a diminuição da capacidade funcional ocorre 
devido à irritação local e a contratura muscular reflexa perilesional na lesão 
moderada, haverá rotura parcial de fibras ligamentares, existindo perda parcial da 
força tênsil do ligamento, comprometendo a estabilização articular; ou na grave, 
ocorre rotura total do ligamento e perda da capacidade tensional do mesmo, sendo 
total a incapacidade funcional e a necessidade de intervenção cirúrgica local 
(LIANZA, 2001). 
As funções do LCA são basicamente duas (BENEDITO e REIS, 2004):
• Mecânica: evita que o fêmur se mova posteriormente durante a sustentação 
de peso, estabiliza o joelho na extensão total e evita a hiperextensão. 
Também estabiliza a tíbia contra a rotação interna excessiva e serve como 
limitador secundário para estresse em valgo/varo quando o ligamento 
colateral estiver lesado. 
• Proprioceptiva: por conter mecanorreceptores, o ligamento informa ao SNC 
sobre mudanças de posição e stress articular que ocorrem no membro. Com 
a ruptura do LCA o joelho fica desprovido tanto de informações 
proprioceptivas originadas do ligamento quanto de sua função mecânica.
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2.3.3 Cirurgia de ligamento cruzado anterior
Segundo Kisner e Colby (1998), a intervenção cirúrgica é indicada quando a 
instabilidadearticular causa incapacidade e limitações funcionais ou pode 
eventualmente levar à deterioração das superfícies articulares.
Os principais objetivos da reconstrução do LCA e de sua reabilitação são a 
restauração da estabilidade do joelho, preservação dos meniscos e das superfícies 
articulares, retorno seguro e rápido às atividades normais e identificação precoce de 
possíveis complicações (ELLENBECKER, 2002).
As seqüências articulares do tratamento cirúrgico pela ligamentoplastia são 
dependentes do tipo de cirurgia praticada, da natureza e da localização da retirada 
do neoligamento (CHATRENET e KERKOUR, 2002).
2.3.3.1 Seleção do enxerto
A seleção do enxerto apropriado para substituir o LCA é decisivo para o 
sucesso final da reconstrução. As preocupações na seleção de um enxerto autógeno 
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incluem propriedades biomecânicas do enxerto, facilidade para a coleta e fixação do 
enxerto, morbidade para o local doador e preocupações individuais dos pacientes. 
Atualmente, a escolha do enxerto incluem o auto-enxerto e o aloenxerto; auto-
enxerto de semitendíneo, simples, duplo e quádruplo; e enxertos compostos 
utilizando auto-enxertos de semitendíneo-grácil (MAXEY e MAGNUSSON, 2003).
O tendão patelar como substituto apresenta uma vantagem ao ser utilizado, 
pois ele revasculariza e realiza resistência suficiente ao estiramento e é o substituto 
biológico mais forte proposto até o momento (GOULD, 1993). Weber et al. (2000) 
mostraram que um enxerto de complexo osso-patela tendão-osso, de 14mm, tem 
168% da força de um LCA intacto e um enxerto simples de semitendíneo 
demonstrou apenas 70% da força normal de um LCA.
2.3.3.2 Principais técnicas cirúrgicas
Existem dois tipos de reconstrução ligamentar: as intra-articulares e as extra-
articulares. As primeiras são aquelas que introduzem dentro da articulação 
elementos artificiais como implantes sintéticos e ou autógenos, com a finalidade de 
substituir os ligamentos cruzados anatomicamente. As extra-articulares são aquelas 
que exerceriam funções de um ligamento cruzado anterior, reforçando a 
estabilização do joelho (HEBERT et al., 2003).
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2.4 Neovascularização e neoligamentização
O processo de maturação do enxerto começa no implante e progride nos 
próximos um a dois anos. O enxerto implantado sofre um processo de adaptação 
funcional (ligamentização), associado a uma transformação biológica gradual. O 
enxerto do tendão sofre diferentes estágios de maturação: necrose, 
revascularização, proliferação celular, formação de colágeno, remodelagem e 
maturação (MAXEY e MAGNUSSON, 2003).
A necrose ocorre nas células intrínsecas do enxerto dentro das três primeiras 
semanas após o implante. O enxerto consiste em uma rede de colágeno que conta 
com um suprimento sanguíneo. Conforme este suprimento é interrompido, o enxerto 
sofre um processo de necrose. A necrose começa imediatamente e geralmente dura 
duas semanas. As células do enxerto diminuem, e a substituição pode iniciar-se 
precocemente na primeira semana. A substituição celular ocorre antes da 
revascularização (MAXEY e MAGNUSSON, 2003).
A necrose do enxerto permite a transformação do enxerto do tendão ao 
processo ligamentar e é destacada pela formação do tecido de granulação e 
inflamação. A revascularização ocorre dentro das primeiras seis a oito semanas 
após o implante e progride de periférico para central (MAXEY e MAGNUSSON, 
2003). A neoformação vascular ocorre com o estabelecimento de novos capilares 
permeáveis a passagem sanguínea e à drenagem de exsudato inflamatório, nesse 
estágio os macrófagos estão atuando intensificadamente (LIANZA, 2001).
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A recuperação do tendão-osso inicia-se de acordo com o desenvolvimento 
da interface fibrovascular entre o osso e o tendão. Ocorre um restabelecimento 
gradual de continuidade da fibra de colágeno entre o osso e o tendão, e a força 
aumenta à medida que a continuidade do colágeno aumenta. A proliferação celular e 
a formação de colágeno se estabelecem conforme o processo de maturação 
progride (MAXEY e MAGNUSSON, 2003).
2.4.1 Fase de remodelação tecidual cicatricial
A área lesionada está cicatrizada basicamente por fibras colágenas, e os 
sinais e sintomas clínicos, bastante diminuídos. Porém, o tecido neoformado está 
desalinhado e estruturalmente desorganizado. A capacidade de resistência tecidual 
aumentará proporcionalmente ao realinhamento das fibras colágenas. Esta fase 
dura alguns meses, mas em casos de lesões ligamentares pode chegar até um ano 
e meio (LIANZA, 2001).
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2.4.2 Fase inflamatória aguda
A lesão de fibras colágenas e de vasos sanguíneos leva a hemorragia e a 
uma resposta inflamatória. Há formação de edema como resultado do processo 
hemorrágico, associado a vasodilatação, e de aumento da permeabilidade local. Os 
sinais inflamatórios dessa fase são calor local, vermelhidão, edema, dor e 
incapacidade funcional (LIANZA, 2001). Em uma reconstrução do LCA, na qual o 
enxerto é fixado seguramente e o dano de uma imobilização leve não é provável que 
ocorra, pois há uma grande vantagem na mobilização do tecido no primeiro dia após 
a cirurgia (MAXEY e MAGNUSSON, 2003). 
2.5 Tratamento fisioterapêutico para ganho de propriocepção
O treinamento proprioceptivo tem papel importante no tratamento das lesões 
ligamentares. Nessas lesões parece haver uma interrupção no mecanismo de 
feedback mecânico, o que aparentemente se restabelecem parcialmente com a 
reabilitação, tanto no tratamento conservador como no tratamento cirúrgico 
(PAPLER et al., 1999).
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A reeducação proprioceptiva tem por finalidade arquivar uma série de novos 
esquemas de coordenação neuromuscular, assegurando assim a base da 
segurança fisiológica (SILVESTRE e LIMA, 2003).
Segundo Kerkour e Salgado (2003), a reprogramação neuromotora tem como 
objetivo final colocar o paciente nas condições de informações sensoriais próprias 
para a execução dos programas motores. Pela estimulação de receptores 
(articulares, musculares e cutâneos), o indivíduo passa pela etapa de aprendizagem, 
em seguida de adaptação antes de automatizar o gesto.
A melhora da propriocepção do joelho com a reabilitação pode ser obtida 
através da utilização de uma bandagem elástica, vibrações tendíneas e técnicas de 
visualização de imagens mentais do movimento. Isso deve ser realizado associado à 
reprogramação neuromotora sobre planos instáveis e para um programa de 
fortalecimento específico para obter uma reprogramação “neuroproprioceptiva” 
(KERKOUR e SALGADO, 2003).
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3 MATERIAS E MÉTODOS
O presente estudo foi realizado na Clínica de Fisioterapia da UNIOESTE. 
Caracteriza-se como um ensaio clínico. A amostra foi composta por 13 indivíduos do 
sexo masculino, com idade entre 20 e 46 anos (média de 33 anos), sendo que 8 
destes apresentavam diagnóstico clínico de lesão de LCA com indicação de 
reconstrução cirúrgica. Desses, 5 indivíduos realizaram as cirurgias no Hospital 
Universitário de Cascavel (HU).
Os indivíduos foram divididos em três grupos:
• Grupo 1 (Pré-operatório)– formado por cinco sujeitos, com diagnóstico clínico 
confirmado de lesão isolada de LCA e com indicação cirúrgica;
• Grupo 2 (pós-operatório) – este grupo também foi composto por 5 indivíduos 
que realizaram ligamentoplastia de LCA e se enquadraram dentro dos 
critérios de inclusão e não nos de exclusão; destes indivíduos 2 também 
compuseram a amostra do grupo 1;
• Grupo 3 (controle) – também composto por cinco indivíduos sem história de 
lesão em LCA e que não se enquadravam nos critérios de exclusão, 
apresentando média de idade próxima dos grupos experimentais (32,6 anos).
Para participar do estudo os indivíduos deveriam se enquadrar nos 
seguintes critérios de inclusão:
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• apresentar diagnóstico de lesão de LCA com indicação cirúrgica;
• ruptura isolada de LCA, com ausência de dano dos ligamentos colaterais, 
ligamento cruzado posterior e meniscos;
• estar de acordo com o procedimento metodológico a ser executado. 
Dentre os critérios de exclusão:
• total de visão;
• doenças ou cirurgias no joelho contralateral
• qualquer doença ou cirurgia em pernas, tornozelos ou pés;
• ter realizado cirurgia no joelho contralateral em menos de três meses; 
• ter participado de algum programa de reabilitação; 
• distúrbios vestibulares; 
• diabetes melittus;
• patologias reumáticas.
3.1 Posturografia Dinâmica
Para a coleta dos dados, foi utilizado o método de avaliação de equilíbrio 
denominado Posturografia Dinâmica (Foam-Laser Dynamic Posturography). Esse 
equipamento é análogo ao aparelho Equitest (Posturografia Dinâmica 
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computadorizada), sendo um novo método para a realização do Teste de 
Organização Sensorial (SOT) desenvolvido por Castagno (1994) devido ao altíssimo 
custo do Equitest. Esse aparelho encontra-se disponível na clínica de Fisioterapia da 
UNIOESTE.
A posturografia testa o equilíbrio dinâmico do indivíduo e consiste em 
(Figuras 2, 3 e 4):
• Uma cabine de 1m2
• Altura de 2m 
• Imagem de conflito visual 
• Esponja de densidade média
• Caneta laser
• Papel milimetrado
 
Fig. 2 Cabine da posturografia
Fonte: da autora
 
 Fig. 3 Caneta laser acoplada na cinta Fig. 4 Papel milimetrado
 Fonte: da autora Fonte: da autora
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O indivíduo é posicionado em frente a cabine, com a cinta na qual é fixada a 
caneta laser acoplada em sua cintura, para então serem executados os testes. A 
figura 5 mostra o posicionamento do indivíduo junto ao equipamento. 
 
 
Fig. 5 Posicionamento do paciente junto ao equipamento
Fonte: da autora
Os indivíduos foram submetidos a diferentes situações para a avaliação do 
equilíbrio, com a realização do teste de organização sensorial (SOT), efetuado em 6 
condições (Figura 6):
SOT I - Olhos abertos, cabine visual e plataforma fixa (avalia os sistemas visual, 
proprioceptivo e vestibular);
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SOT II - Olhos fechados e plataforma estável (avalia os sistemas proprioceptivo e 
vestibular);
SOT III - Olhos abertos, plataforma estável e cabine visual móvel (avalia os 
sistemas proprioceptivo, vestibular e, sobretudo, visual);
SOT IV – Olhos abertos, cabine visual estável e plataforma móvel (avalia 
principalmente o sistema proprioceptivo);
SOT V – Olhos fechados e plataforma móvel (avalia os sistemas proprioceptivo e 
vestibular, devido a eliminação da aferência visual e à movimentação da plataforma);
SOT VI – Olhos abertos, cabine visual e plataforma móveis (avalia os sistemas 
proprioceptivo, vestibular e visual).
SOT I SOT II SOT III SOT IV SOT V SOT VI
Fig. 6 Representação esquemática de cada teste executado
Fonte: ROSSI et al., 2003
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Todos os testes foram realizados colocando-se o paciente em pé, descalço, 
com base alargada. Cada situação perdurou por 20 s, sendo o teste SOT III e VI 
onde há o movimento da cabina realizado 10 s movimentando para frente e 10 s 
para trás. O teste completo foi realizado três vezes consecutivas com um intervalo 
de dois minutos entre cada teste completo. O teste foi aplicado por dois 
examinadores, sendo que um cronometrava o tempo de cada teste e realizava o 
movimento da cabina nos testes necessários, e o outro atuava como observador 
registrando o deslocamento do eixo ântero-posterior que o indivíduo realizava, 
através da incidência do laser no papel milimetrado. 
3.2 Escala Visual Analógica de Dor (EVA)
Entre os diversos instrumentos existentes para a avaliação de estados 
subjetivos encontram-se as denominadas escalas analógicas. São escalas de auto-
avaliação na qual a pessoa deve assinalar seu estado subjetivo em uma linha reta 
contínua que supostamente representa aquela situação (GUIMARÃES et al., 1987).
As escalas analógicas visuais têm sido empregadas para avaliar, diferentes 
aspectos subjetivos como a dor (CAMPBELL e LEWIS, 1990).
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Ao término de nossa avaliação os indivíduos responderam ao teste de 
acordo com a Escala Visual Analógica de Dor (EVA) a qual consiste em uma linha, 
de 10 cm de comprimento na qual os extremos são tomados para representar os 
limites da experiência dolorosa, onde uma extremidade é definida como “nenhuma 
dor” e a outra como “dor extrema”. É usada na avaliação da dor aguda e crônica 
associada a lesões e enfermidades. (PRENTICE, 2002). 
 
 
3.3 Análise Estatística
Os dados foram agrupados e apresentados na forma de estatística descritiva 
utilizando média e desvio-padrão e analisados através da estatística inferencial com 
o uso do teste t de Student não pareado.
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4 RESULTADOS
Dentre os indivíduos da amostra, seis sofreram a lesão através de prática 
esportiva (futebol) e dois através de acidentes de trabalho. Seis realizaram a lesão 
no joelho direito e dois no joelho esquerdo. O tempo de lesão até a avaliação variou 
de 28 dias a um ano e seis meses. Seis indivíduos relataram ser a primeira lesão, 
um indivíduo disse ser a segunda lesão e um indivíduo relatou ser a terceira lesão. 
Esses dados foram obtidos através de um questionário dirigido aos pacientes 
(Apêndices 1 e 2).
Dentre os indivíduos da amostra avaliados no período pós-operatório, quatro 
realizaram a reconstrução ligamentar a partir de enxerto de tendão patelar e um 
através do tendão do semitendinoso, sendo que dois indivíduos realizaram cirurgia a 
céu aberto e três realizaram artroscopia. Os indivíduos que realizaram reconstrução 
cirúrgica foram avaliados entre sete a vinte dias de pós-operatório.
Uma maneira de realizar a análise sensorial através da posturografia 
dinâmica mostra a capacidade de utilizar os sistemas somatossensorial (SOM), 
visual (VIS) e vestibular (VEST), para a manutenção do equilíbrio ortostático, 
considerando valores normais aqueles maiores que 92% para SOM, 88% para VIS e 
67% para VEST (ROSSI et al, 2003). A tabela 1 mostra os valores médios obtidos 
pelosgrupos avaliados no pré-operatório, pós-operatório e grupo controle. E a figura 
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7 demonstra a comparação da capacidade de utilização do sistema 
somatossensorial para cada grupo. 
Tabela 1 -Análise sensorial através da Posturografia Dinâmica – Capacidade 
de utilização dos sistemas SOM, VIS e VEST, para a manutenção do 
equilíbrio ortostático.
 SOM VIS VEST
Pré-operatório 82,03% 101,21% 76,10%
Pós-operatório 93,57% 99,33% 83,59%
Controle 99,46% 99,29% 81,82%
Referência > 92% > 88% > 68%
 Fonte: da autora
Pode-se observar de acordo com a análise sensorial, que a capacidade de 
utilizar o sistema somatossenorial encontra-se diminuída nos indivíduos do grupo 
pré-operatório, visto que este apresentou um valor de 82,03%, ou seja, valor menor 
que o considerado normal para esta variável.
A tabela 2 mostra as médias de oscilação de cada teste SOT da avaliação 
da Posturografia Dinâmica no pré-operatório, pós-operatório e grupo controle. 
Através dessa pode-se observar que a maior variação alcançada foi no teste V e VI 
onde os indivíduos permaneciam com os olhos fechados e com plataforma instável e 
com os olhos abertos, plataforma instável e cabine móvel, respectivamente. Porém, 
não houve significância estatística entre os testes dos indivíduos com lesão de LCA, 
tanto naqueles avaliados no pré como no pós-cirúrgico.
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Figura 7 – Comparação entre a utilização do Sistema Somatossensorial dos 
grupos pré-operatório, pós-operatório e grupo controle para a manutenção 
do equilíbrio durante avaliação através da Posturografia Dinâmica.
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
SOM
Sistema Somatossensorial
Pré
Pós
Controle
 Fonte: da autora
Tabela 2 – Valores de oscilação ântero-posterior do equilíbrio nos SOT’s I. II, 
III, IV, V e VI
SOT Pré-operatório Pós-operatório Controle
I 4,93 4,33 4,13
II 7,66 5,47 4,2
III 7 5,07 5,2
IV 5,6 4,47 4,27
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V 9,07 7,07 6,93
VI 9,73 7,47 7,07
 Fonte: da autora
A figura 8 demonstra a variação antero-posterior realizada pelos indivíduos 
nos grupos pré-operatório, pós-operatório e grupo controle e nota-se que os valores 
de oscilação são decrescentes em relação a cada grupo respectivamente. 
Figura 8 – Comparação dos valores de oscilação ântero-posterior no 
equilíbrio de cada SOT para todos os grupos avaliados
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
I II III IV V VI
SOT
 
Pré
Pós
Controle
 Fonte: da autora
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Comparando-se os grupos pré e pós-operatório verificou-se que a variação 
diminuiu no grupo pré-operatório em relação ao grupo pós-operatório, sendo que a 
maior diminuição foi encontrada nos SOT II. Em relação ao grupo pré-operatório e 
grupo controle quando comparados os valores de cada SOT, observou-se também 
diminuição da variação entre os testes do grupo pré-operatório em relação aos 
valores do grupo controle. E por fim, a comparação entre o grupo pós-operatório e 
controle, com exceção do SOT III que apresentou um aumento da variação nesse 
teste, observou-se também diminuição da variação nos outros SOTs. Os valores das 
diferenças entre cada SOT referentes aos três grupos avaliados são mostrados em 
porcentagem na tabela III. Apesar de apresentarem diferenças entre cada SOT nos 
grupos pré, pós-operatório e controle, os resultados não foram estatisticamente 
significantes.
TABELA 3 – Valores da variação e valor de p para cada SOT avaliado
 Pré X Pós Pré X Controle Pós X Controle
SOT Variação
Valor 
de p Variação
Valor 
de p Variação
Valor 
de p
I -12.17% 0,6152 -16.93% 0,5079 -8.48% 0,725
II -28.59% 0,2499 -45.17% 0,0606 -23.22% 0,2497
III -27.57% 0,1962 -25.71% 0,154 2.56% 0,8853
IV -20.18% 0,3388 -23.75% 0,192 -4.47% 0,8009
V -22.05% 0,2389 -23.59% 0,23 -1.98% 0,9265
VI -23.23% 0,2348 -27.34% 0,0883 -5.35% 0,8263
 Fonte: da autora
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No grupo pré-operatório observou-se maior diminuição da variação entre os 
testes, que neste caso foi do SOT II, sendo que o valor de p ficou próximo do valor 
de significância, α = 0,05 e o valor encontrado para este teste foi de p = 0,0606.
A figura 9 apresenta as médias dos valores da quantificação da dor 
realizada nos dois grupos, pré-operatório e pós-operatório. Segundo o gráfico é 
possível avaliar o grau da dor referida pelos pacientes, onde observou-se uma 
diferença entre o grupo pré-operatório de 4,3 ao pós-operatório de 3,6. Sendo 
encontrado valor de p = 0.7141 e variação de 16, 28%.
Figura 9 – Representação do decréscimo da dor comparando o grupo pré 
em relação ao grupo pós-operatório.
3,2
3,4
3,6
3,8
4
4,2
4,4
Pré Pós
EVA
 Fonte: da autora
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5 DISCUSSÃO
De acordo com Rossi (2003), a disfunção proprioceptiva é diagnosticada 
pelo aumento da oscilação corporal com os olhos fechados em comparação com os 
olhos abertos nas condições I e II dos SOTs avaliados. 
No grupo pré-operatório observou-se maior variação no SOT II, sendo que o 
valor de p para este teste foi de p = 0,0606 e ficou próximo do valor de significância, 
α = 0,05. Esse fato pode ter como explicação o baixo número de elementos que 
compuseram a amostra, visto que, nos dados não apresentados, o número ideal 
para compor a amostra seria 20 indivíduos em cada grupo.
Como a maior variação da oscilação foi encontrada no teste em que 
retirava-se a parte visual do indivíduo, então o sujeito solicitava totalmente do 
sistema de posição articular (propriocepção) para manter-se em equilíbrio, sendo 
que os indivíduos avaliados no momento pré-operatório apresentaram maior 
variação que aqueles avaliados no pós-operatório, e ainda valores maiores de 
oscilação quando comparados ao grupo controle.
O fato do grupo pós-operatório ter apresentado valores menores de 
oscilação e ter apresentado valores normais na capacidade de utilizar os sistemas 
vestibular, visual e principalmente o proprioceptivo em relação ao grupo pré-
operatório, pode ser explicado pelo fato de que com a reconstrução cirúrgica existe a 
presença de um fator restritivo que é o enxerto utilizado.
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Para Hopper et al. (2003) existe a restituição da propriocepção articular do 
joelho após a restauração, e esta é atribuída à recuperação dos receptores 
ligamentares e capsulares. Ochi et al. (1999), com base em seus exames de 
potencial evocado por estimulação elétrica de LCAs lesionados, reconstruídos e 
normais durante a artroscopia, sugerem que a reinervação sensorial ocorre no LCA 
reconstruído, isto se correlaciona com uma melhora do senso de posição do joelho 
em seu estudo, em 14 de 17 indivíduos após a reconstrução, comparado com o 
estado pré-operatório.
No presente estudo verificou-se que o grupo controle apresentou melhores 
resultados em relação ao grupo pós-operatório e este em relação ao grupo pré-
operatório. Tal fato pode ser explicado porque nos indivíduos saudáveis os 
proprioceptores estão normais, diminuindo assim a oscilação do indivíduo nos 
testes.
Mansur e Parcias (2004)vêm confirmar ainda mais a existência de um 
déficit proprioceptivo em indivíduos com lesão de LCA reconstruído. Eles avaliaram 
a propriocepção no pós-operatório de LCA comparando o senso de posição articular 
entre os joelhos sadios e lesados, utilizando dinamômetro isocinético. Como 
resultado verificaram que os joelhos normais mostraram maior acurácia na 
propriocepção em relação aos joelhos com LCA reconstruído, reiterando a existência 
de diminuição sensorial conseqüente à reconstrução do LCA.
Diversos estudos vão procurando demonstrar se os mecanorreceptores 
encontrados nos ligamentos são os principais responsáveis pela propriocepção da 
articulação do joelho através de comparações feitas em joelhos com lesão de LCA 
tratados conservadamente, tratados cirurgicamente e joelhos sadios. O joelho que 
possui o LCA lesionado, mesmo passando por um tratamento conservador, irá 
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apresentar uma deficiência no senso posicional da articulação durante os testes. Um 
experimento com pacientes tratados cirurgicamente e depois submetidos ao 
processo de reabilitação fisioterapêutica revelou que os joelhos normais 
contralaterais apresentavam maior exatidão no senso de posição articular que os 
joelhos operados, concluindo assim que a propriocepção após o reparo cirúrgico é 
melhor quando comparado com os joelhos tratados de forma conservadora, mas 
quando comparada com os joelhos sadios ele torna-se bastante inferior (BENEDITO 
e REIS, 2004).
É possível que, após a recuperação em um longo período, o enxerto usado 
na reconstrução do LCA possa ser reinervado. Segundo Bonfim et al. (2003), esta 
hipótese tem sido demonstrada em estudos com animais, onde o potencial do 
enxerto pode fornecer a entrada através da reinervação e a presença de 
mecanorreceptores. Em contrapartida, Jerosch et al. (1998) demonstraram que as 
capacidades proprioceptivas de um joelho operado estão significativamente 
reduzidas, 6 a 42 semanas após reconstrução do LCA. 
Fremerey et al. (2001) comparam a propriocepção pré-operatória com o 3º e 
6º meses e com 3,9 anos, após cirurgia de reconstrução de LCA, e verificaram que 
existe uma diferença significativa da propriocepção nos indivíduos tanto no pré como 
no pós-operatório comparando o joelho lesado e o contralateral, observaram ainda 
que a reeducação isolada não restaurou a propriocepção, mas influenciou o grau de 
satisfação do paciente.
 O SOT VI também apresentou grande oscilação em seus resultados, 
salientando-se a importância dos sistemas vestibular, visual e proprioceptivo 
estarem íntegros, pois neste teste a tríade do equilíbrio é avaliada realizando-se 
perturbações externas para seu funcionamento.
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Bonfim e Barela (2001) sugeriram uma maneira de quantificar o equilíbrio 
neuromuscular de joelhos reconstruídos. O paciente era instruído a realizar três 
condições experimentais em apoio bipodal, apoio unipodal direito e apoio unipodal 
esquerdo, mantendo uma posição padronizada para cada condição, com os olhos 
fechados. Os resultados obtidos revelaram uma maior oscilação corporal em apoio 
unipodal sobre o membro submetido à reconstrução do que em todas as outras 
posições. Para o grupo controle, não foi verificada diferença entre a oscilação 
corporal quando em apoio unipodal direito ou esquerdo. Esses dados sugerem uma 
interação entre o efeito da reconstrução do LCA e a realização de diferentes tarefas, 
pois em algumas posições o efeito da reconstrução pôde ser percebido, enquanto 
em outras não. Mesmo que os indivíduos realizassem maior descarga de peso no 
membro sadio (contralateral), o equilíbrio ainda seria melhor do que no membro 
lesionado. Em contrapartida, segundo Bienfait (1995), os apoios dos pés no chão 
condicionam toda a estática. Não há boa estática sem bons apoios. 
Dentre os grupos que apresentaram maior variação, o SOT V e VI do grupo 
pré-operatório, teste que era retirado o sistema visual do indivíduo e alterado sua 
plataforma de apoio e teste que ocorria alteração da plataforma de apoio e gerado 
uma imagem de conflito visual respectivamente, merecem destaque. No SOT V o 
sujeito solicitava totalmente do sistema de posição articular para manter-se em 
equilíbrio, e de acordo com os dados salienta-se ainda mais a hipótese de existência 
de déficit proprioceptivo em indivíduos com lesão de LCA e não submetidos à 
reconstrução cirúrgica, já que observou-se valores elevados de oscilação em relação 
aos outros testes e comparado com o grupo controle. No SOT VI o indivíduo tinha 
uma perturbação na sua plataforma de apoio e ainda uma imagem de conflito visual 
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que necessitava ainda mais de uma integração dos sistemas proprioceptivo e visual 
para o controle do equilíbrio.
O tipo de enxerto utilizado na reconstrução cirúrgica pode ter influenciado 
nos resultados. No presente estudo, não foram avaliados isoladamente se existe 
alguma diferença entre os tipos de enxertos utilizados na reconstrução ligamentar. 
Benedito e Reis (2004) afirmam que com a ruptura do LCA o joelho fica desprovido 
tanto de informações proprioceptivas originadas do ligamento quanto de sua função 
mecânica. Mesmo após a reconstrução ligamentar utilizando o terço médio do 
tendão patelar ou enxerto de semitendíneo e grácil, o novo ligamento não readquire 
histologicamente a função proprioceptiva presente anteriormente à lesão. No 
entanto, outras estruturas intactas como os demais ligamentos, cápsulas e músculos 
que compõe a articulação do joelho, continuarão a enviar informações 
proprioceptivas desta articulação ao SNC. 
Ochi (1999) detectou potenciais evocados somato-sensoriais em todos os 
ligamentos reconstruídos pelo enxerto de semitendinoso em comparação com os 
indivíduos sãos. Indicando que parece haver uma reinervação sensorial durante a 
reconstrução de um LCA humano com enxerto semimembranoso duplo.
Embora os mecanismos que controlam o senso de posição estejam 
perturbados após a ruptura do LCA, permanece obscura se a reconstrução cirúrgica 
deste ligamento pode restaurar ou melhorar a perda proprioceptiva. Até o momento, 
os poucos estudos que examinaram este problema tiveram resultados largamente 
equivocados (Hopper et al., 2003). Kerkour e Salgado (2003) colocam que 
“nenhuma reconstrução ligamentar do LCA pode recriar e restaurar os 
proprioceptores do joelho”.
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Apesar da existência de mecanorreceptores em outras estruturas em torno 
do joelho, parece que não há informações suficientes e o déficit sensorial ainda 
permanece mesmo após a reconstrução do LCA (BONFIM et al., 2003).
No presente estudo, procurou-se avaliar o déficit proprioceptivo através do 
equilíbrio do indivíduo na posição em pé, ou seja, com sustentação de peso em 
ambos os joelhos, inclusive no joelho reconstruído. A maioria dos estudos tem 
favorecido a testagem da propriocepção do joelho com sujeitos em uma posição 
sem sustentação de peso. A avaliação descrita na literatura do senso de posição 
usando um protocolo funcional com sustentação de peso é limitada, por isso a 
avaliação através da posturografia dinâmica mostra-se interessante por avaliar 
dinamicamente a propriocepção e não apenas o senso de posicionamento estático.
Marks et

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