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TUBULÕES
52 TÉCHNE 83 | FEVEREIRO DE 200452
Fundações profundas a ar
comprimido ou a céu aberto
Solução é uma boa alternativa para suportar cargas elevadas, mas pode ser de
grande risco para os operários. Cuidados nunca devem ser negligenciados
Obras que apresentam cargas bas-tante elevadas, áreas com dificul-
dades de adoção de técnicas de funda-
ção mais mecanizadas e regiões afasta-
das dos grandes centros urbanos favo-
recem a execução de fundações com
tubulões. Embora não seja indicada
para pequenas estruturas, pois há so-
luções mais econômicas e que não
apresentam riscos aos operários, essa
solução exige execução manual para
algumas das etapas, conforme reco-
menda a NBR 6122.
Depois da sondagem do terreno,
se o solo encontrado for de argila, a
execução de tubulões está liberada. "É
o solo mais apropriado para uma fun-
dação desse tipo, pois não há risco de
desmoronamento", diz Celso Noguei-
ra Correa, da Zaclis & Falconi.
O concreto utilizado para funda-
ções com tubulões também não
exige especificações mais severas. Em
geral, pode ser utilizado um concreto
de 20 MPa, com pedra 2, tanto para
o fuste quanto para a base. Já para o
encamisamento, os anéis de concreto
cuja espessura de parede varia nor-
malmente entre 6 e 10 cm devem ser
produzidos com pedra número 1 ou
pedrisco. A camisa metálica exige
tubos de aço com até 1 cm de espes-
sura de parede.
A céu aberto
Esse tipo de fundação é pertinente
quando há solos bastante rijos. Isso
porque a escavação normalmente é
M
ar
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o
Tubulões a ar comprimido na ponte JK suportam 20 mil toneladas
Para suportar a carga de 20 mil toneladas
da ponte JK, em Brasília, finalizada em
dezembro de 2002, a Consultrix utilizou
tubulões a ar comprimido devido à carga
elevada e à presença de lençol freático na
parte superior do solo. Foram
concretados blocos de 23 x 40 m para que
a fundação suportasse a estrutura e os
arcos que envolvem a ponte, apoiando
três deles em cada extremidade.
"As condições de solo foram bastante
favoráveis em um lado da ponte. Optamos
por mecanizar o serviço para ganhar
agilidade na construção, mas a sua
automatização não impediu a descida do
poceiro para liberar a base", diz Eduardo
Couso Junior, da Consultrix.
Os tubulões foram executados com
18 m de profundidade, 160 cm de
diâmetro e encamisados com anéis de
concreto. O fuste passou por quatro
etapas de concretagem até a chegada
na base. Já no outro lado da ponte
foram adotadas estacas de grande
diâmetro porque a lâmina e a pressão
da água eram maiores.
0 50 m
P5A P5B P6A P6B
ø190 
(interno)
ø190 Chapa de
9,5 mm
ø190 
ø1
60
 
Seção AA Seção BB
EL. 1000 (N.A.)EL. 999,20
EL. 1000 (N.A.)
1 etapa de concretagem
2 etapa de concretagem
3 etapa de concretagem
a
a
a
4 etapa de concretagem a
A A
B B
EL. 995,90
(ar asamento)r
41
0
50
20
0
10
0
25
0
Va
r.
25
0
80
ø400
medidas em cm
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54 TÉCHNE 83 | FEVEREIRO DE 2004
Reforços
A realização de reforços de fundações
feitas com ar comprimido é uma ação
cuidadosa que exige do engenheiro um
conhecimento detalhado do projeto.
Normalmente, quando já existe uma
estrutura, o reforço desses tubulões com
novos tubulões a ar comprimido
é inviável, pois o pé-direito impede
a instalação da campânula. "Nesses casos,
a solução é partir para outros tipos de
fundação, como a estaca-raiz, para
reforçar grandes estruturas", explica
Gisleine Coelho de Campos, engenharia
do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas
do Estado de São Paulo). "Outra opção
é fazer o que chamamos de reforço de solo,
para que a fundação tenha um
comportamento mais resistente", diz.
Para reforçar estruturas construídas com
perfurações a céu aberto, a solução
torna-se mais simples. "É possível fazer
mais tubulões a céu aberto ao lado do já
executado, para distribuir a carga entre
os novos e o velho", explica Rozenbaum.
"É só picotar parte do antigo, tirar a terra,
colocar uma nova armação e concretar as
bases juntas para que resistam aos
esforços em conjunto", diz.
Reforço
do bloco
Reforço com estacas-raiz
A estaca-raiz posiciona-se de forma
inclinada para que haja integração com
o bloco de sustentação, de modo a unir
as duas estruturas
Reforço
do bloco
Estrutura
existente
ou adicional
Reforço com tubulões
a céu abertoadicionais Reforço com estaca tipo Mega
É possível abrir novas fundações com qualquer tipo de solução feita a céu aberto. Até
mesmo novos tubulões. Nesse caso, a carga adicional poderá ser distribuída no bloco
ou a velha base poderá ser picotada e unificada com as novas, desde que a estrutura
já existente sobre os tubulões permita o acesso
x
y
Reforço com injeção
de calda de cimento
O reforço do solo pode ser feito com
injeções de calda de cimento para
enrijecer e consolidar o terreno junto
à base do tubulão
manual, dependente de um poceiro,
um ajudante e um sarilho. É possível
escavar o solo mecanicamente com
equipamentos de perfuração mas,
ainda assim, a solução exige a presença
de um operário para executar a base.
A aparição de água durante a es-
cavação não é um problema, desde
que possa ser contida e não prejudi-
que a perfuração. "É possível desde
que a água seja esgotada com uma
bomba submersível dentro do poço,
expelindo o líquido do fuste", diz o
engenheiro Daniel Rozenbaum, da
Fundacta. Rozenbaum explica
ainda que nesse tipo de fundação é
necessário inspecionar se há pre-
sença de gás gerada por matéria
orgânica em decomposição e que
pode causar a morte do operário
durante a execução.
Antes de iniciarem as obras de fun-
dação, o engenheiro projetista e
mesmo o responsável pela construção
costumam fazer um poço para inspe-
cionar a situação do solo. "A sondagem
pode gerar dúvidas quando se tem um
solo misto, pois pode não especificar a
porcentagem de cada componente",
diz Eduardo Couso Júnior, da Consul-
trix. O poço de verificação de solo deve
ser mantido em média 24 horas para
TUBULÕES
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O concreto para a execução dos tubulões
pode ter resistência de 20 MPa com
pedra 2
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55
observar a estabilidade que a escava-
ção apresenta.
Com ar comprimido
Esse é o método recomendado
para solos com presença de lençol
freático sem possibilidade de esgota-
mento, devido ao risco de desmoro-
namento das paredes do fuste. É ne-
cessário encamisar a estrutura do
fuste com anéis de concreto ou tubos
de aço, e alcançar o solo apropriado
para fazer a base do tubulão. A cami-
sa representa uma segurança ao ope-
Gisleine Coelho de Campos, engenheira
pesquisadora do Agrupamento de
Fundações do IPT (Instituto de Pesquisas
Tecnológicas do Estado de São Paulo)
Que tipo de logística de canteiro
é preciso para a execução de
tubulões?
O ideal é um canteiro que permita
a entrada e a saída de equipamentos, boa
mobilidade da equipe e dos materiais de
construção, além de um layout que não
precise ser mudado a cada etapa da obra. 
Que equipamentos são utilizados?
A campânula, o compressor de ar, os
guinchos e o encamisamento utilizados
para execução de tubulões a ar
comprimido. Tubulões a céu aberto
escavados manualmente necessitam
apenas de um sarilho, balde e picaretas
e, na existência de água, pode ser
utilizada uma bomba submersa.
Há alguma regra para executar essas
fundações?
Não há uma regra geral de execução.
Recomenda-se que os tubulões sejam
escavados por etapas, terminando um
para começar o outro, pois o risco de
o terreno desconfinar com uma série de
furos não-concretados é muito maior.
Uma das maiores preocupações com
tubulões refere-se à segurança dos
operários.Você acreditaque essa
solução será deixada de lado?
A preocupação com a segurança dos
operários cresce a cada dia por causa de
certificações da qualidade, bom
ambiente de trabalho e formação dos
funcionários. Tanto o engenheiro de
qualidade, quanto o da segurança do
trabalho, além do responsável pelo
canteiro, devem averiguar as condições
de trabalho e inspecionar se há presença
de gás no solo e se o poceiro utiliza
todos os equipamentos de segurança.
O mercado busca isso e os engenheiros
têm de se adequar.
rário durante a descida manual em
um solo ruim e serve como apoio
para a campânula, equipamento de
compressão e descompressão de ar
que possibilita a atuação do poceiro
abaixo do nível da água.
Os problemas durante a execução
de tubulões a ar comprimido estão
relacionados à segurança dos operá-
rios durante a compressão e descom-
pressão da campânula. Por isso, esse
tipo de fundação vem sendo adotado
apenas para construção de pontes,
viadutos e obras com grandes car-
regamentos. O engenheiro de obra
deve estar atento aos procedimentos
de entrada e saída de ar do equipa-
mento."Com uma pressão de 2 kgf/cm2,
o operador demora em média 3 horas
para descomprimir o equipamento",
diz Celso Nogueira Corrêa, da Zaclis
& Falconi. Inspecionar os registros,
os compressores e as mangueiras é
também uma medida de segurança.
Além de riscos à saúde do pocei-
ro, o uso da campânula, da camisa e
de todos os aparatos de segurança
torna a fundação com tubulões a ar
comprimido um sistema oneroso:
pode ser cinco vezes mais caro do que
fundações executadas a céu aberto.
Thays Tateoka
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Se houver apenas cargas verticais, o tubulão a céu aberto não é armado.
Coloca-se apenas uma armadura no topo da ligação com o bloco de coroamento 
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