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Fontes e Princípios do Direito Processual do Trabalho

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Direito Processual do Trabalho
Dentre as várias definições acerca da ciência processual do trabalho, destaca-se a apresentada pelo doutrinador Carlos Henrique Bezerra Leite, que conceitua o direito processual do trabalho como “ramo da ciência jurídica, constituído por um sistema de normas, princípios, regras e instituições próprias, que tem por objetivo promover a pacificação justa dos conflitos individuais, coletivos e difusos decorrentes direta ou indiretamente das relações de emprego e de trabalho, bem como regular o funcionamento dos órgãos que compõem a Justiça do Trabalho”.
Fontes e princípios
Fontes formais são as formas de exteriorização do Direito. Exemplos seriam as leis, o costume, etc.
Fontes materiais são o complexo de fatores que ocasionam o surgimento de normas, compreendendo fatos e valores. São analisados fatores sociais, psicológicos, econômicos, históricos, etc. São os fatores reais que irão influenciar na criação da norma jurídica.
As fontes podem ser classificadas em heterônomas e autônomas.
Heterônomas são as impostas por agente externo. Exemplos: Constituição, leis, decretos, sentença normativa, regulamento de empresa (quando unilateral).
Autônomas são as elaboradas pelos próprios interessados. Exemplos: costume, convenção e acordo coletivo, regulamento de empresa (quando bilateral), contrato de trabalho.
Assim, destacam-se como fontes do Direito Processual do Trabalho: a Constituição Federal e as leis ordinárias, em especial a Lei nº 5.585/70, a qual se ocupa da regulamentação da assistência judiciária, bem como define normas procedimentais aplicáveis ao processo laboral; a Lei nº 7.701/88, que trata da especialização dos órgãos que compõem o TST; e a Lei nº 6.830/80 (Lei de Execuções Fiscais).
Já as normas do Código de Processo Civil são de aplicação subsidiária ao processo laboral, por força do quanto previsto no artigo 769 da CLT.
Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título.
Devem ser lembradas, ainda, as convenções e os acordos coletivos, a sentença normativa, os regimentos internos de tribunais, ressaltando-se que a jurisprudência não é fonte do Direito Processual do Trabalho.
As fontes podem ser estatais e extraestatais.
São estatais quando o Estado estabelece a norma. Exemplos: Constituição, leis, sentença normativa.
Extraestatais são as fontes oriundas das próprias partes, como o regulamento de empresa, o costume, a convenção e o acordo coletivo, o contrato de trabalho.
Quanto à vontade das pessoas, as fontes podem ser voluntárias e interpretativas.
Voluntárias são as dependentes da vontade dos interessados, como o contrato de trabalho, a convenção e o acordo coletivo, o regulamento de empresa (quando bilateral).
Interpretativas são as impostas coercitivamente às pessoas pelo Estado, como a Constituição, as leis, a sentença normativa.
É na Constituição que está estabelecida a competência da Justiça do Trabalho (art. 114).
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
II - as ações que envolvam exercício do direito de greve; 
III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; 
IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; 
V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal.
VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; 
VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; 
VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; 
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201.
IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. 
Quanto aos princípios norteadores do Direito Processual do Trabalho, cumpre dizer que esses assumem tripla função, quais sejam: informativa, interpretativa e normativa.
Aplicação das normas 
Interpretação - interpretar a norma é compreender o que o legislador quer dizer. Várias são as formas de interpretação da norma jurídica:
gramatical ou literal;
lógica;
teleológica ou finalística; 
sistemática; 
extensiva ou ampliativa;
restritiva ou limitativa;
histórica;
autêntica;
sociológica.
Integração - o intérprete fica autorizado a suprir as lacunas existentes na norma jurídica por meio da utilização de técnicas jurídicas, que são a analogia e a equidade, podendo também ser utilizados os princípios gerais do Direito e o direito comparado (art. 8º da CLT).
Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.
Parágrafo único - O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho, naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste.
Na falta de disposição legal prevista na CLT, o direito processual civil será fonte subsidiária do processo do trabalho, salvo se houver incompatibilidade com as regras e princípios deste último (art. 769 da CLT).
Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título.
Eficácia - a eficácia compreende a aplicabilidade da norma e se ela é obedecida ou não pelas pessoas.
A eficácia pode ser global (quando a norma é aceita por todos) ou parcial (se é aceita parcialmente).
A eficácia da norma jurídica pode ser dividida em relação ao tempo e ao espaço.
Eficácia no tempo: refere-se à entrada da lei em vigor.
Eficácia no espaço: diz respeito ao território em que vai ser aplicada a norma. 
Princípios
“Princípio é, por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o espírito e servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência, exatamente por definir a lógica e a racionalidade de sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico”. (Celso Antonio Bandeira de Mello)
Princípios Gerais
O direito de petição ao Poder Judiciário
é previsto no artigo 5º, inciso XXXIV, alínea "a", da Constituição Federal. O direito ao contraditório e à ampla defesa também estão presentes no art. 5º, inciso LV, da Lei Maior. A publicidade do processo vem estabelecida no art. 93, inciso IX, da Constituição.
Assim, podem ser considerados princípios gerais do direito processual do trabalho os da celeridade, informalidade e oralidade, por exemplo, que embora não sejam propriamente princípios desse ramo do Direito, são peculiaridades que tem elevado alcance para todos os processos. 
A concentração na coleta de provas também é considerada um princípio geral, sendo que, no Processo do Trabalho, a produção de prova é realizada em audiência, sob a direção do juiz.
Há princípios de processo na Constituição: art. 5º, XXXIV, “a”; art. 5º, XXXV; art. 5º, LIV; art. 5º, LV; art. 5º, LVI; art. 5º, LXXVIII; art. 93, IX.
Art. 5º, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.
Art. 5º, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos.
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação.
Princípios de Direito Processual do Trabalho
Wagner Giglio faz a divisão dos princípios em:
a) reais: protecionista, simplificação de procedimentos, jurisdição normativa e despersonalização do empregador;
b) ideais: ultra ou extrapetição, iniciativa de ofício e coletivização das ações.
Extrapetição - por força desse princípio, poderá o juiz, nos casos expressamente previstos em lei, condenar o réu em pedidos que não constem do rol de pretensões deduzidas pelo autor, sem que com isso ocorra julgamento extra ou ultra petita. No direito processual comum, destaca-se o artigo 293 do CPC, que permite ao juiz determinar a incidência de juros e correção monetária, mesmo que da inicial não constem tais pedidos. Já, no direito processual do trabalho, enunciam-se os seguintes exemplos:
Art. 467 da CLT: Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinqüenta por cento. 
Ainda que não haja pedido expresso, poderá o juiz condenar ao pagamento das verbas rescisórias incontroversas com acréscimo de 50%, na eventualidade de não serem saldadas em primeira audiência.
Art. 496 da CLT: Quando a reintegração do empregado estável for desaconselhável, dado o grau de incompatibilidade resultante do dissídio, especialmente quando for o empregador pessoa física, o tribunal do trabalho poderá converter aquela obrigação em indenização devida nos termos do artigo seguinte.
Possibilidade de o juiz converter a garantia de emprego do empregado estável em pagamento de indenização, quando constatada a impossibilidade da reintegração, mesmo que não tenha o autor formulado pedido expresso.
Art. 137, § 2º, da CLT: Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração. 
§ 2º - A sentença cominará pena diária de 5% (cinco por cento) do salário mínimo da região, devida ao empregado até que seja cumprida. 
Quando o trabalhador formula pedido de concessão de férias, fixando a data da concessão, o juiz, além de fixar a data do gozo, comina multa de 5% sobre o salário mínimo até que seja cumprida a ordem, ainda que não conste do pedido.
Princípio da proteção - o verdadeiro princípio do processo do trabalho é o da proteção. Esse princípio é de âmbito internacional, não vigorando apenas no Brasil, mas em outros países. A legislação do trabalho visa a assegurar superioridade jurídica ao empregado em face de sua inferioridade econômica.
Exemplos: art. 790, § 3º, da CLT; art. 651 da CLT; art. 791 da CLT; art. 840 da CLT; art. 878 da CLT; Lei nº 5.584/70. O sistema visa a proteger o trabalhador.
Art. 790, § 3º - É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ou declararem, sob as penas da lei, que não estão em condições de pagar as custas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família. 
Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. 
Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.
Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
Art. 878 - A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou ex officio pelo próprio Juiz ou Presidente ou Tribunal competente, nos termos do artigo anterior.
Tal como no direito material do trabalho, o princípio da proteção, na seara processual, também é o norte. No plano processual, vários dispositivos reforçam a idéia de proteção do hipossuficiente, assim considerado o trabalhador, parte mais fraca na relação jurídica posta em juízo, tais como: gratuidade (dispensa do pagamento de custas ao empregado), arquivamento da reclamação na ausência do reclamante (art. 844 da CLT), distribuição da reclamação na localidade da prestação de serviços, facilitando, sobremaneira, a produção de provas pelo reclamante (art. 651 da CLT), e a obrigatoriedade de depósito recursal pela empresa reclamada, visando a garantir eventual execução do julgado (art. 899, § 1º, da CLT).
A especificação dos princípios do processo trabalhista mostra-se muito difícil, já que cada doutrinador adota os seus. Para Sergio Pinto Martins, o processo do trabalho adota apenas um princípio, estando nele contidas diversas peculiaridades.
Assim como acontece no Direito do Trabalho, onde as regras são interpretadas favoravelmente ao empregado nos casos em que haja dúvida, no processo do trabalho tal se dá sob o aspecto do direito instrumental. Tal princípio da proteção tem âmbito internacional. O fundamento desse princípio está no fato de que legislação do trabalho visa a assegurar a superioridade jurídica do empregado face sua inferioridade econômica. 
Desse modo, existem certas características peculiares do Direito Processual do Trabalho, tal como a gratuidade do processo, com a dispensa do pagamento de custas, prevista no art. 790, § 3º, da Consolidação das Leis Trabalhistas. O empregado não precisa pagar as custas para intentar a ação. Além disso, a assistência judiciária é concedida apenas ao empregado, e nunca ao empregador.
Em outros casos é invertido o ônus de prova ou são aceitas presunções que só favorecem o empregado, e jamais o empregador. O impulso processual "ex officio" determinado pelo juiz, na execução, por exemplo, beneficia
o empregado. O empregador tem que fazer depósito para poder recorrer, e o empregado não.
Isso tudo ocorre, pois no processo do trabalho parte-se do princípio de que as partes são desiguais, necessitando o empregado de proteção da lei. Porém, tal presunção não significa que o juiz deve ser parcial, já que é o sistema adotado pela lei que é protecionista, e não o magistrado.
Ainda há o princípio da simplificação dos procedimentos. Na Justiça do Trabalho as partes podem ingressar em juízo independentemente da constituição de advogado, especialmente em razão da hipossuficiência do trabalhador. Nesse sentido, prevê o artigo 791 da CLT que "os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final". Pode-se, inclusive, constituir procurador com poderes para o foro geral, mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado, com anuência da parte. 
Note-se ainda que toda a comunicação no processo do trabalho é feita por correio, prescindindo-se do Oficial de Justiça, fato este que acelera a ciência dos atos processuais. Além disso, o processo tornou-se mais célere, já que o Oficial de Justiça passou a ser avaliador, dispensando-se a contratação de perito para a realização de avaliação do bem penhorado, que será feita no próprio momento da penhora.
Ademais, a realização de audiência una, em que é apresentada defesa e onde são produzidas provas, também é considerada uma simplificação do procedimento, agilizando o processo. Outrossim, a simplificação encontra-se presente na execução, em que as contas são apresentadas pelas próprias partes, dispensando a contratação de contador.
Podemos ainda citar como princípio do processo do trabalho a despersonalização do empregado. Tal princípio tem por base os arts. 10 e 448 da CLT, que determinam que os direitos adquiridos dos empregados não são prejudicados com a mudança da propriedade ou estrutura jurídica da empresa. Além disso, o empregador é a empresa e, desse modo, os bens a serem perseguidos serão os da empresa, e não os dos sócios.
Outrossim, o princípio da ultra ou extra petição não é admitido no processo civil, de acordo com os arts. 128 e 460 do Código de Processo Civil. Contudo, no processo do trabalho tal princípio encontra aplicação em certos casos, como no art. 467 da CLT, por exemplo, que permite ao juiz determinar o pagamento das verbas rescisórias incontroversas com acréscimo de 50% caso não sejam pagas na primeira audiência em que comparecer o réu, ainda que sem pedido do autor.
Frisa-se, entretanto, que tal princípio só pode ser usado em casos excepcionais, como no caso do artigo 496 da CLT, e da inserção de juros e correção monetária mesmo quando não requeridas no pedido (Súmula 211 do TST), pois, caso contrário, o juiz estaria violando o princípio do contraditório e da ampla defesa.
O princípio "ex officio" encontra-se presente no processo do trabalho quando concede ampla liberdade ao juiz, que pode requer qualquer diligência necessária ao esclarecimento do processo (art. 765 da CLT), ou quando determina a citação automática, de acordo com o art. 841 do diploma legal em comento.
Por fim, tem-se o princípio da coletivização das ações. O art. 195, § 2º, da CLT, autoriza o sindicato a propor, como substituto processual, ação na Justiça do Trabalho, em nome do associado ou da categoria, para adicional de insalubridade e de periculosidade, e ação de cumprimento de dissídio coletivo. Ademais, é lícito ao Ministério Público do Trabalho propor ação civil pública beneficiando vários empregados. 
Princípio da simplificação de procedimentos - este princípio, também conhecido como o "princípio da instrumentalidade das formas", estabelece, por expressa autorização legal, contida no artigo 899 da CLT, que os recursos podem ser interpostos por simples petição, não sendo necessário que o recorrente fundamente seu apelo.
Trata-se de uma regra que objetiva dar efetividade ao "jus postulandi", possibilitando que a parte que litiga sem o patrocínio de um advogado possa exercer seu direito de recorrer.
Seguindo esta linha de raciocínio, pode-se dizer que o recurso ordinário pode ser interposto por simples petição, não havendo necessidade que a parte fundamente suas razões de reforma.
Esta regra não vale, entretanto, para recursos mais técnicos, tais como o recurso de revista ou de embargos, que exigem o cumprimento de certos requisitos específicos para o seu conhecimento e admissibilidade.
Neste caso, torna-se importante ressaltar que a jurisprudência têm se posicionado a restringir a aplicabilidade desta regra aos processos em que a parte litiga sem o patrocínio de um advogado. No caso de advogado constituído nos autos, necessária será a fundamentação do recurso.
Princípio da primazia da realidade - é certo que a Lei, na maioria dos casos, estabelece a forma que determinado ato deverá ser realizado. Exemplo: o contrato de trabalho deve ser registrado na CTPS do trabalhador.
Todavia, devido à hipossuficiência do trabalhador frente ao empregador, muitas vezes a forma prescrita em lei pode ser simplificada ou mesmo desconsiderada.
Pode ocorrer a possibilidade de o trabalhador "ser obrigado" a assinar recibos falsos, ou mesmo recibos que não representam a realidade, como, por exemplo, um pedido de demissão, recibo de pagamento de férias fictício e cartões de ponto que não representam a verdadeira jornada do trabalhador.
Assim, para o Direito do trabalho, os documentos apresentados são dotados de uma presunção de veracidade relativa e, neste caso, admitem prova em contrário.
Deve-se ressaltar, ainda, que este procedimento não se presta somente para a análise de documentos, mas para todas as formas de prova admitidas em direito.
	
Princípio da irrenunciabilidade dos direitos - este princípio estabelece que, salvo raríssimas exceções legais, os direitos trabalhistas são irrenunciáveis pelo trabalhador, devendo qualquer ato desta espécie ser considerado nulo.
Assim, se determinado empregado, ao assinar o contrato de trabalho, for obrigado a renunciar ao direito do recebimento do 13º salário, estabelece a lei que este ato não terá qualquer validade.
Todavia, deve-se ter em mente que a vedação legal é a renúncia do direito enquanto empregado da empresa, e não sua transação legal perante a Justiça do Trabalho, uma vez que, nesta hipótese, não haverá o vício ensejador da nulidade do ato, pois o trabalhador perante o Juiz do trabalho não será obrigado a esta conduta.
Princípio da conciliação obrigatória 
Com a edição da Emenda Constitucional nº 45/2004, houve a supressão do termo "conciliar e julgar" constante do artigo 114 da Constituição Federal, alterando a redação do referido artigo para o termo "processar e julgar".
Entretanto, para a maioria da doutrina, esta omissão não desvirtuou o princípio da conciliação, pois, no campo infraconstitucional, não houve sua supressão, não havendo qualquer incompatibilidade neste sentido.
Por expressa disposição legal, constante da CLT, o magistrado deverá propor a conciliação em dois momentos distintos: em primeiro lugar, no momento de abertura da audiência (art. 846, CLT), e após o termino da instrução (art. 850, CLT).
Art. 764 - Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação.
Princípio da Inércia - art. 2º, CPC; art. 114, CF.
Art. 2º - Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais.
Impulso oficial - art. 878, CLT - A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou ex officio pelo próprio Juiz ou Presidente ou Tribunal competente, nos termos do artigo anterior.
Oralidade - vários atos ao longo do processo são praticados de forma oral - leitura da reclamação (artigo 847 da CLT), apresentação de defesa (artigo 847 da CLT), e razões finais (artigo 850 da CLT).
Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa,
após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes. 
Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão.
Concentração - realização de todos os atos em uma única oportunidade – a chamada audiência una – objetivando impingir celeridade ao procedimento.
O princípio da concentração encontra-se expressamente regulado nos artigos 849 e 852-I, ambos da CLT, e estabelece como regra a unidade dos atos processuais a serem desempenhados em uma única audiência.
Identidade física - cancelamento – Súmula 136, TST.
Varas do Trabalho - Identidade Física do Juiz
Não se aplica às Varas do Trabalho o princípio da identidade física do Juiz.
Irrecorribilidade das decisões interlocutórias - art. 893, § 1º, CLT.
§ 1º - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva.
Como regra, as decisões meramente interlocutórias, ou seja, aquelas que não põem fim ao processo ou que solucionam questões incidentais, não ensejam, de imediato, a interposição de recurso (art. 893, § 1º, da CLT). Nesse particular, cumpre trazer à baila o quanto previsto na Súmula 214 do TST que, excepcionando tal princípio, determina: 
Decisão Interlocutória - Justiça do Trabalho - Recurso
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão:
a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho;
b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal;
c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.
Jus postulandi - as partes (empregado e empregador), segundo orientação do artigo 791 da CLT, poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho, sem intermédio de advogado; esse princípio teria aplicabilidade apenas para reclamações trabalhistas em 1ª instância.
Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.
Devido processo legal - este princípio encontra raízes no due process of Law do direito americano e estabelece que "ninguém será privado de sua liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal".
Ou seja, todos os cidadãos têm direito a um processo justo, regido por garantias mínimas para ambas as partes e com o emprego de instrumento técnico-processual adequado.
Eventualidade - considerando que o processo é dividido em fases e, tanto as partes quanto o juiz contam com momentos próprios para se manifestarem, o princípio da eventualidade estabelece que a parte deverá exercer plenamente sua faculdade de manifestação, esgotando seu direito no momento próprio e especificamente estabelecido por lei, sob pena de perder este direito.
Consequência direta deste princípio diz repeito à defesa apresentada pela parte ré; neste caso, sob pena de perder o direito de discussão posterior, esta deve pautar suas alegações, bem como os fundamentos de defesa sempre com o objetivo de esgotar as matérias em discussão no processo.
Solução de conflitos trabalhistas
Do ponto de vista trabalhista, os conflitos são também denominados controvérsias ou dissídios, tendo sido utilizados, na prática, com o mesmo significado. Compreende o conflito uma pretensão resistida, que é a lide.
Classificação
- Quanto às partes, os conflitos do trabalho podem ser individuais ou coletivos.
- Quanto ao objeto, os conflitos podem ser de direito ou econômicos.
- Quanto aos efeitos da sentença, os conflitos podem ter os seguintes aspectos: declaratórios, constitutivos ou condenatórios.
- Quanto à forma, os conflitos podem ser de ação direta (greve ou piquete), boicote ou conflitos pacíficos.
Formas de solução dos conflitos trabalhistas
a) Autodefesa: as próprias partes procedem à defesa de seus interesses.
b) Autocomposição: as próprias partes solucionam suas controvérsias.
c) Heterocomposição: a solução é determinada por um terceiro. São exemplos de heterocomposição:
- Mediação: um terceiro (mediador), chamado pelas partes, vem a solucionar o conflito, propondo a solução às partes. A mediação, geralmente, é extrajudicial. Ex.: Comissão de Conciliação Prévia.
- Arbitragem: um terceiro (árbitro) estranho à relação das partes ou por um órgão, que é escolhido por elas, impõe a solução do litígio. Sua decisão denomina-se sentença arbitral.
- Jurisdição: a jurisdição ou tutela é a forma de solucionar os conflitos por meio da intervenção do Estado, gerando o processo judicial. O Estado diz o direito no caso concreto submetido ao Judiciário, impondo às partes a solução do litígio.
Estrutura da Justiça do Trabalho
A Constituição Federal, em seu artigo 111, define quais são os órgãos da Justiça do Trabalho, sendo esta composta pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), Tribunais Regionais do Trabalho (TRT), e Juízes do Trabalho (Juntas de Conciliação e Julgamento).
A partir da Constituição de 1946, pode-se efetivamente falar da inclusão da Justiça do Trabalho como órgão do Poder Judiciário. Passa a ter também uma organização estabelecida pela própria Constituição. O art. 122 consagrou o que foi repetido nas demais Constituições.
Os arts. 133 da Constituição de 1967, 141 da Emenda Constitucional nº 1, de 1969, e 111 a 116 da Constituição de 1988 versam sobre o tema.
Tribunal Superior do Trabalho - TST
O TST se apresenta como órgão de cúpula na hierarquia da estrutura da Justiça do Trabalho, com sua sede na Capital da República. É composto de 27 ministros escolhidos dentre brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal (art. 111-A, CF).
Do total de integrantes, um quinto será escolhido dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos efetivos de serviço, observado o disposto no artigo 94 da CF, e, os demais, dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da carreira da magistratura, indicados pelo próprio Tribunal Superior.
Observa-se, ainda, por expresso comando constitucional (art. 111, § 2º), que funcionará no TST a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, tendo como atribuição, dentre outras, regulamentar os cursos oficiais para ingresso e promoção na carreira, e o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, que, na forma da lei, exerce a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e cujas decisões possuem efeito vinculante.
São órgãos do TST: o Tribunal Pleno, a Seção Administrativa, a Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC), e a Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI), que, por sua vez, se encontra subdividida em Subseção 1 e Subseção 2, e as Turmas (cinco no total), além da Presidência da Corregedoria Geral e do Conselho da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho (Lei nº 7.701/88, Resolução Administrativa nº 908/2002 – Regimento Interno do TST).
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez
anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; 
II - os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. 
§ 1º - A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho.
§ 2º - Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: 
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; 
II - o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante. 
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho.
Tribunal Regional do Trabalho – TRT
O artigo 115 da CF estabelece que os Tribunais Regionais do Trabalho são compostos de, no mínimo, sete juízes recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de 30 e menos de 65 anos.
Desse total, um quinto será formado por advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no artigo 94 da CF, e os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento, alternadamente.
Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. Poderão, ainda, funcionar de forma descentralizada, constituindo câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo (art. 115, §§ 1º e 2º, CF).
O artigo 674 da CLT, para fins de jurisdição, divide em 24 regiões o território nacional.
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; 
II - os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e merecimento, alternadamente. 
§ 1º - Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. 
§ 2º - Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.
Art. 674 - Para efeito da jurisdição dos Tribunais Regionais, o território nacional é dividido nas oito regiões seguintes: 
1ª Região - Estados da Guanabara, Rio de Janeiro e Espírito Santo;
2ª Região - Estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso;
3ª Região - Estados de Minas Gerais e Goiás e Distrito Federal;
4ª Região - Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina;
5ª Região - Estados da Bahia e Sergipe;
6ª Região - Estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte;
7ª Região - Estados do Ceará, Piauí e Maranhão;
8ª Região - Estados do Amazonas, Pará, Acre e Territórios Federais do Amapá, Rondônia e Roraima.
Varas do Trabalho
Ao analisar o artigo 112 da CF, temos que o primeiro grau de jurisdição é exercido pelas Varas do Trabalho, encarregando-se a lei de criá-las.
Nas localidades onde não houver Vara do Trabalho, a jurisdição será exercida pelo Juiz de Direito.
Atualmente e por força da extinção da representação classista, a jurisdição da Vara do Trabalho será exercida por um juiz singular (art. 116 da CF).
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular.
Órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho
Secretaria;
Oficiais de justiça;
Distribuidor;
Contadoria.
Competência da Justiça do Trabalho
Ao se abordar a problemática da competência, objetiva-se verificar a quem compete conhecer do conflito de interesses submetido à apreciação do Estado, haja vista que o poder de dizer o direito a ele pertence. Nesta esteira, há necessidade de se investigar qual órgão do Estado está encarregado deste papel, observando-se não só a área geográfica, como também a matéria a ser debatida.
Competência material e da pessoa
A Constituição Federal de 1988, em especial o seu artigo 114, com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 45/2004, nos informa acerca da competência material e em razão da pessoa, frisando que, após a aludida Emenda, a competência material da Justiça do Trabalho sofreu grande alargamento, passando a cuidar quer de dissídios envolvendo a relação de emprego, quer dissídios que tratam de relação de trabalho.
A competência da Justiça Laboral para apreciar os dissídios envolvendo a Administração Pública direta e indireta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios restringe-se à relação jurídica envolvendo o empregado público, ou seja, aquele que ingressou no serviço público e é regido pelo regime da CLT, sendo que os dissídios envolvendo servidores estatutários são dirimidos pela Justiça Federal ou Justiça Estadual, dependendo dos entes envolvidos.
Compete, também, à Justiça do Trabalho dirimir os conflitos resultantes de contratos de empreitada em que o empreiteiro seja operário ou artífice, bem como os dissídios movidos por trabalhadores portuários em face de operadores portuários ou Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO), consoante artigo 652, III e V, da CLT, respectivamente.
Art. 652 - Compete às Juntas de Conciliação e Julgamento:  
a) conciliar e julgar:
III - os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice;
V - as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão de Obra - OGMO decorrentes da relação de trabalho. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
As ações que digam respeito a cadastramento no Programa de Integração Social (PIS), segundo a Súmula 300 do TST, são de competência da Justiça do Trabalho.
Competência - Processo e Julgamento - Ação Relativa ao Cadastramento no Plano de Integração Social (PIS)
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações de empregados contra empregadores, relativas ao cadastramento no Plano de Integração Social (PIS).
Relação de trabalho – empregado/empregador; representante comercial pessoa física;
Entes de Direito Público externo;
Servidor público celetista;
Direito de greve x interdito proibitório – Súmula Vinculante 23, STF;
Competência - Processo e Julgamento - Ação Possessória - Exercício do Direito de Greve - Trabalhadores da Iniciativa Privada
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.
Representação sindical;
Habeas Corpus, Habeas Data e Mandado de Segurança;
Dano patrimonial e moral;
Acidente do trabalho;
Fiscalização do trabalho;
Pequeno operário – artigo 652, “a”, III, CLT.
Art. 652 - Compete às Juntas de Conciliação e Julgamento:  
a) conciliar e julgar:
III - os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja
operário ou artífice.
Competência territorial – artigo 651 da CLT.
Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
Regra: foro do local onde o empregado prestou serviço.
Excetuam-se à regra geral:
Agente ou viajante – artigo 651, § 1º, CLT.
§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.
O dissídio surgido no exterior, exigindo que o empregado seja brasileiro e que não exista tratado ou convenção internacional dispondo sobre regras de competência – art. 651, § 2º, CLT.
§ 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. (cancelamento da Súmula 207 do TST).
Empresas que se deslocam (ex.: circo) – artigo 651, § 3º, CLT.
§ 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.
Em caso de se ter distribuído a reclamação trabalhista em local diverso do competente para apreciá-la e julgá-la, deverá a parte contrária arguir, no momento da apresentação de sua contestação, mas em peça separada, a exceção de incompetência, sob pena de haver prorrogação da competência. Isso ocorre em razão de o juiz ao qual foi submetida a causa estar impedido de declarar de ofício a sua incompetência, uma vez que a competência em razão do local é relativa, segundo entendimento do STJ (Súmula 33).
Prescrição e decadência no processo do trabalho
Referência Legislativa Básica: CLT, art. 11; CF/88, art. 7º, XXIX; Súmulas 100 e 308 do TST, e Súmula 403 do STF.
Prescrição conforme art. 7º, XXIX, da CF/88:
"ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho". (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
Súmula 308 do TST - Prescrição quinquenal (Res 6/1992, DJ 05.11.1992. Nova redação em decorrência da incorporação da Orientação Jurisprudencial nº 204 da SDI-1 - Res. 129/2005, DJ. 20.04.2005)
I. Respeitado o biênio subsequente à cessação contratual, a prescrição da ação trabalhista concerne às pretensões imediatamente anteriores a cinco anos, contados da data do ajuizamento da reclamação e, não, às anteriores ao quinquênio da data da extinção do contrato. (ex-OJ nº 204 - Inserida em 08.11.2000)
II. A norma constitucional que ampliou o prazo de prescrição da ação trabalhista para 5 (cinco) anos é de aplicação imediata e não atinge pretensões já alcançadas pela prescrição bienal quando da promulgação da CF/1988. (ex-Súmula nº 308 - Res 6/1992, DJ 05.11.1992)
Prescrição
A prescrição, na esfera trabalhista, ocorre e é computada (flui) a partir de dois lapsos temporais:
1. Na vigência do contrato de trabalho: prazo prescricional de 5 (cinco) anos (é a denominada prescrição quinquenal); e
2. A partir da extinção do contrato de trabalho: 2 (dois) anos (é a denominada prescrição bienal).
Fluência e contagem na vigência do contrato de trabalho
Em linhas gerais, a prescrição na vigência do contrato de trabalho é quinquenal (5 anos).
Assim, caso haja lesão a determinado direito, o trabalhador deverá buscar reparação no prazo de 5 (cinco) anos contados da data em que houve a violação do direito. Isto, frise-se, na vigência do contrato de trabalho.
Fluência e contagem após a extinção do contrato de trabalho
Extinto o contrato de trabalho, o prazo para ajuizar reclamação trabalhista será de 2 (dois) anos (prescrição bienal).
Nesta situação, os direitos lesados no quinquênio (período de 05 anos) anterior à data da propositura da ação estarão protegidos. Aqueles que antecederem a este período estarão prescritos. Esta é a chamada prescrição quinquenal.
Decadência
Conceito: é a extinção do direito pela inércia do seu titular, quando sua eficácia foi, na origem, subordinada à condição de seu exercício dentro de um prazo prefixado, e este se esgotou sem que o exercício se verificasse.
Costuma-se distinguir prescrição e decadência dizendo que aquela se refere ao direito de ação e esta ao direito propriamente dito.
Em outras palavras, na prescrição o direito existe, mas não pode ser exigido; na decadência, o direito sequer chegou a "nascer".
Inquérito para apuração de falta grave - 30 (trinta) dias
O prazo para abertura de inquérito judicial para apuração de falta grave cometida por empregado estável, nos termos do disposto no art. 853 da CLT, como adiante segue:
"Art. 853 - Para a instauração do inquérito para apuração de falta grave contra empregado garantido com estabilidade, o empregador apresentará reclamação por escrito à Junta ou Juízo de Direito, dentro de 30 (trinta) dias, contados da data da suspensão do empregado".
Súmula 403 do STF: É de decadência o prazo de trinta dias para instauração do Inquérito Judicial, a contar da suspensão, por falta grave, de empregado estável.
Ação Rescisória - 2 (dois) anos
Conceito: é a forma de impugnar uma ação judicial transitada em julgado, para desconstituir a coisa julgada material.
Súmula 100 do TST: Ação rescisória. Decadência. (RA 63/1980, DJ 11.06.1980. Redação alterada - Res. 109/2001, DJ 18.04.2001. Nova redação em decorrência da incorporação das Orientações Jurisprudenciais N.ºs 13, 16, 79, 102, 104, 122 e 145 da SDI-II - Res. 137/2005, DJ 22.08.2005)
I - O prazo de decadência, na ação rescisória, conta-se do dia imediatamente subsequente ao trânsito em julgado da última decisão proferida na causa, seja de mérito ou não. (ex-Súmula nº 100 - Res. 109/2001, DJ 18.04.2001).
II - Havendo recurso parcial no processo principal, o trânsito em julgado dá-se em momentos e em tribunais diferentes, contando-se o prazo decadencial para a ação rescisória do trânsito em julgado de cada decisão, salvo se o recurso tratar de preliminar ou prejudicial que possa tornar insubsistente a decisão recorrida, hipótese em que flui a decadência a partir do trânsito em julgado da decisão que julgar o recurso parcial. (ex-Súmula nº 100 - Res. 109/2001, DJ 18.04.2001).
III - Salvo se houver dúvida razoável, a interposição de recurso intempestivo ou a interposição de recurso incabível não protrai o termo inicial do prazo decadencial. (ex-Súmula nº 100 - Res. 109/2001, DJ 18.04.2001).
IV - O juízo rescindente não está adstrito à certidão de trânsito em julgado juntada com a ação rescisória, podendo formar sua convicção através de outros elementos dos autos quanto à antecipação ou postergação do "dies a quo" do prazo decadencial. (ex-OJ nº 102 - DJ 29.04.2003).
V - O acordo homologado judicialmente tem força de decisão irrecorrível, na forma do art. 831 da CLT. Assim sendo, o termo conciliatório transita em julgado na data da sua homologação judicial. (ex-OJ nº 104 - DJ 29.04.2003).
VI - Na hipótese de colusão das partes, o prazo decadencial da ação rescisória somente começa a fluir para o Ministério Público, que não interveio no processo principal, a partir do momento em que tem ciência da fraude. (ex-OJ nº 122 - DJ 11.08.2003).
VII - Não ofende o princípio do duplo grau de jurisdição a decisão do TST que, após afastar a decadência em sede de recurso ordinário, aprecia desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento. (ex-OJ nº 79 - inserida em 13.03.2002).
VIII - A exceção de incompetência, ainda que oposta no prazo
recursal, sem ter sido aviado o recurso próprio, não tem o condão de afastar a consumação da coisa julgada e, assim, postergar o termo inicial do prazo decadencial para a ação rescisória. (ex-OJ nº 16 - inserida em 20.09.2000).
IX - Prorroga-se até o primeiro dia útil, imediatamente subsequente, o prazo decadencial para ajuizamento de ação rescisória quando expira em férias forenses, feriados, finais de semana ou em dia em que não houver expediente forense. Aplicação do art. 775 da CLT. (ex-OJ nº 13 - inserida em 20.09.2000).
X - Conta-se o prazo decadencial da ação rescisória, após o decurso do prazo legal previsto para a interposição do recurso extraordinário, apenas quando esgotadas todas as vias recursais ordinárias. (ex-OJ nº 145 - DJ 10.11.2004).
PRESCRIÇÃO
A prescrição foi inserida na legislação brasileira no código comercial de 1950.
Hoje não há mais distinção entre a prescrição do trabalhador urbano e rural.
CONCEITO DE PRESCRIÇÃO - Duas correntes:
- A corrente brasileira afirma que o que falece com a prescrição é a pretensão. Art. 189 do CC.
- A outra corrente afirma que falece não apenas a pretensão, mas também o “efeito forte da prescrição”, ou seja, com ela também há o desaparecimento do direito. Adotada na Itália.
Pretensão: é o poder de exigir coercitivamente o cumprimento do direito por aquele que é obrigado. Assim, se não venceu ainda a parcela do 13º salário, ela ainda não pode ser cobrada. Pretensão não se confunde com ação, com a prescrição não morre a ação. 
A consequência da teoria adotada do Brasil é que a parte não pode exigir coercitivamente, mas a outra parte pode pagar voluntariamente – obrigação natural (ligada à moralidade).
Para o direito italiano, a morte da pretensão, por conseqüência, leva à morte do direito.
DISTINÇÃO ENTRE PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA: No Brasil, a prescrição é a morte da pretensão e a decadência é a morte do direito.
PRESCRIÇÃO AQUISITIVA: é a chamada usucapião. 
PRESCRIÇÃO EXTINTIVA: é a perda da pretensão.
No direito do trabalho, a única prescrição que importa é a extintiva, não havendo a aquisitiva. Mauricio Godinho Delgado, minoritariamente, defende que a prescrição aquisitiva pode ter alguma repercussão no direito do trabalho.
APLICAÇÃO DA PRESCRIÇÃO NO DIREITO DO TRABALHO - art. 7º, inciso XXIX, da CF. 
O art. 11 da CLT está desatualizado.
Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho.
PRESCRIÇÃO BIENAL OU TOTAL: de 2 anos. Fulmina toda a pretensão. Computada ao final do contrato de trabalho, ou seja, encerrado o contrato de trabalho, o trabalhador tem 2 anos para ingressar em juízo.
PRESCRIÇÃO QUINQUENAL OU PARCIAL: de 5 anos. Pode fulminar somente parte da pretensão. Da data do ajuizamento da ação, conta-se 5 anos para trás; esse é o prazo que o empregado pode postular. 
Obs.: Ações declaratórias não prescrevem. Ações constitutivas com prazo é decadência; as que não possuem prazo não há exemplo no direito do trabalho. Ações condenatórias estão sujeitas à prescrição. A maioria das ações trabalhistas é condenatória.
Peculiaridades quanto à prescrição:
- FGTS: aplica a prescrição bienal e a trintenária (30 anos). Não se aplica a prescrição quinquenal.
Súmulas: 308, I; 362, TST.
Prescrição de Férias: Art. 149 da CLT.
Art. 149 - A prescrição do direito de reclamar a concessão das férias ou o pagamento da respectiva remuneração é contada do término do prazo mencionado no art. 134 ou, se for o caso, da cessação do contrato de trabalho.
Inicia a contagem da prescrição ao final do período concessivo. 
Equiparação Salarial: Súmula 6, IX, do TST. 
IX - Na ação de equiparação salarial, a prescrição é parcial e só alcança as diferenças salariais vencidas no período de 5 (cinco) anos que precedeu o ajuizamento. 
Súmula 294 do TST: Tratando-se de demanda que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja também assegurado por preceito de lei. 
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE: Divergência entre o STF e o TST. Súmulas: 
Súmula 327 do STF: O direito trabalhista admite a prescrição intercorrente. 
Súmula 114 do TST: É inaplicável na Justiça do Trabalho a prescrição intercorrente.
A Lei nº 11.280 altera o art. 219, § 5º, do CPC: 
Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição.
Este dispositivo (art. 219, § 5º, do CPC) se aplica ou não ao processo trabalhista? 
Não é aplicado ao processo do trabalho, porque o próprio código civil manteve o art. 191, que aduz que a prescrição pode ser expressa ou tácita. Art. 769 da CLT. Não há ainda uma posição fechada sobre esse assunto.
CAUSAS IMPEDITIVAS, INTERRUPTIVAS E SUSPENSIVAS DA CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL
Na causa suspensiva, a contagem é retomada de onde parou. Na interrupção se devolve o prazo do zero para a parte.
As causas impeditivas e suspensivas dizem respeito às situações que tiram a possibilidade de agir plenamente ao empregado. Ex: pessoa incapaz. A causa interruptiva é um reconhecimento de que a parte já agiu, que foi atrás do seu direito. 
Exemplo de causa impeditiva: art. 440 da CLT:
Art. 440 - Contra os menores de 18 (dezoito) anos não corre nenhum prazo de prescrição.
Aplicado quando o trabalhador envolvido for o menor. No caso de morte do pai, a prescrição para o filho menor não corre, fundamento no art. 198, I, do CC (neste caso, começa a correr a prescrição aos 16 anos, pois aplicam-se os prazos civis). Na hipótese de morte do filho, os pais, não havendo filhos, não possuem essa causa impeditiva.
Exemplo de causa suspensiva:
Art. 625-G, CLT: O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação da Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a partir da tentativa frustrada de conciliação ou do esgotamento do prazo previsto no art. 625-F.
Art. 197 do CC: há divergências quanto à aplicação deste artigo ao processo trabalhista. 
Art. 197. Não corre a prescrição:
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.
Uma mesma causa pode ser impeditiva e suspensiva; exemplo: incisos I e II do art. 197 do CC. 
O inciso III do art. 197 não se aplica ao processo do trabalho, tendo em vista a raridade da situação.
Estes incisos só se aplicam entre as partes. 
No art. 198 do CC, a prescrição não corre contra todos. 
Art. 198. Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3º;
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
Apesar de pouco provável, o art. 200 do CC também pode ser aplicado ao processo do trabalho.
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.
Exemplos de causas interruptivas:
Não há hipótese peculiar de causa interruptiva no processo trabalhista; portanto, é utilizado o Código Civil, art. 202 (principalmente o inciso I e II).
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III - por protesto cambial;
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;
V - por qualquer ato judicial que constitua
em mora o devedor;
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para interrompê-la.
* Grupo empresarial: as empresas pertencentes a um mesmo grupo empresarial são solidariamente responsáveis nas ações trabalhistas.
A interrupção somente poderá ocorrer uma vez. Não pode haver sucessões de interrupção da suspensão.
Súmula 268 do TST: A ação trabalhista, ainda que arquivada, interrompe a prescrição somente em relação aos pedidos idênticos.
 A interrupção se dá apenas em relação ao que foi pedido especificamente na ação.
DECADÊNCIA
Segue as mesmas regras civis. A única peculiaridade é o inquérito para aplicação de falta grave, que possui prazo de 30 dias contados da suspensão do empregado.
Prescrição
Por definição clássica, prescrição é a perda do direito de ação pela inércia da parte em movimentar a máquina estatal para obtenção de solução à sua pretensão resistida.
Nos termos do artigo 7º, XXIX, da CF, “ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho”.
Art. 11 da CLT - O direito de ação quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve: 
I - em cinco anos para o trabalhador urbano, até o limite de dois anos após a extinção do contrato; 
Il - em dois anos, após a extinção do contrato de trabalho, para o trabalhador rural.
§ 1º - O disposto neste artigo não se aplica às ações que tenham por objeto anotações para fins de prova junto à Previdência Social. (anotações em CTPS)
Súmula 153 do TST - Prescrição Trabalhista - Instância Ordinária
Não se conhece de prescrição não arguida na instância ordinária.
Logo, verifica-se que o trabalhador possui dois anos a contar da extinção do contrato de trabalho para movimentar a máquina estatal, e, uma vez respeitado esse prazo, ao ser julgada procedente a demanda, receberá o postulante créditos limitados ao quinquênio, ou seja, cinco anos contados regressivamente da propositura da ação.
Prescrição total – 2 anos.
Prescrição parcial – 5 anos.
Nota-se que não há mais diferença na contagem do prazo prescricional entre o trabalhador urbano e o rural. Destaca-se, ainda, que contra o trabalhador menor de 18 anos não corre nenhum prazo de prescrição, conforme reza o artigo 440 da CLT.
Art. 440 - Contra os menores de 18 (dezoito) anos não corre nenhum prazo de prescrição.
A prescrição quanto ao menor começa a correr a partir dos 18 anos, com o prazo prescricional de 2 anos (até os 20 anos).
Súmula 268 do TST - Ação Trabalhista Arquivada - Prescrição - Interrupção
A ação trabalhista, ainda que arquivada, interrompe a prescrição somente em relação aos pedidos idênticos.
Já o prazo para reclamar a falta de depósitos fundiários (FGTS) é trintenário (trinta anos); contudo, deverá o trabalhador propor sua reclamação nos dois anos que sucedem a rescisão contratual, a fim de se beneficiar desta regra, conforme orienta a Súmula 362 do TST. (prescrição parcial de trinta anos)
Contrato de Trabalho - Prazo Prescricional - Reclamação - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
É trintenária a prescrição do direito de reclamar contra o não recolhimento da contribuição para o FGTS, observado o prazo de 2 (dois) anos após o término do contrato de trabalho.
Quanto à possibilidade da aplicação da prescrição intercorrente, assim considerada como aquela verificada no curso da execução, o TST, diversamente do STF, afirma ser inaplicável o instituto na Justiça do Trabalho, consoante a taxativa orientação contida no Verbete Sumular 114, que assim dispõe: “É inaplicável na Justiça do Trabalho a prescrição intercorrente”.
Súmula 327 do STF: Direito Trabalhista - Admissibilidade - Prescrição Intercorrente
O direito trabalhista admite a prescrição intercorrente.
Súmula 114 do TST – utilizada quando houver inércia do juiz.
Súmula 327 do STF – utilizada quando houver inércia do exequente.
Atos, termos e prazos processuais
O processo se traduz na somatória de atos sobrepostos, iniciado com a postulação e voltados à obtenção do provimento jurisdicional (sentença). Assim, atos processuais são aqueles praticados no decorrer do processo, ao passo que termo nada mais é do que a forma de se corporificar o ato praticado.
A CLT enfrenta esta problemática nos artigos 770 a 782. Na esteira do princípio da publicidade, temos que os atos processuais, segundo o artigo 770 da CLT, serão públicos, salvo quando o contrário determinar o interesse social, e serão realizados nos dias úteis, das 6 às 20 horas.
CAPÍTULO II
DO PROCESSO EM GERAL
SEÇÃO I
DOS ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS
Art. 770 - Os atos processuais serão públicos salvo quando o contrário determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.
Parágrafo único - A penhora poderá realizar-se em domingo ou dia feriado, mediante autorização expressa do juiz ou presidente.
Art. 771 - Os atos e termos processuais poderão ser escritos a tinta, datilografados ou a carimbo.
Art. 772 - Os atos e termos processuais, que devam ser assinados pelas partes interessadas, quando estas, por motivo justificado, não possam fazê-lo, serão firmados a rogo, na presença de 2 (duas) testemunhas, sempre que não houver procurador legalmente constituído.
Art. 773 - Os termos relativos ao movimento dos processos constarão de simples notas, datadas e rubricadas pelos secretários ou escrivães. 
Art. 774 - Salvo disposição em contrário, os prazos previstos neste Título contam-se, conforme o caso, a partir da data em que for feita pessoalmente, ou recebida a notificação, daquela em que for publicado o edital no jornal oficial ou no que publicar o expediente da Justiça do Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado o edital na sede da Junta, Juízo ou Tribunal. 
Parágrafo único - Tratando-se de notificação postal, no caso de não ser encontrado o destinatário ou no de recusa de recebimento, o Correio ficará obrigado, sob pena de responsabilidade do servidor, a devolvê-la, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Tribunal de origem. 
Art. 775 - Os prazos estabelecidos neste Título contam-se com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento, e são contínuos e irreleváveis, podendo, entretanto, ser prorrogados pelo tempo estritamente necessário pelo juiz ou tribunal, ou em virtude de força maior, devidamente comprovada.  
Parágrafo único - Os prazos que se vencerem em sábado, domingo ou dia feriado, terminarão no primeiro dia útil seguinte.
Art. 776 - O vencimento dos prazos será certificado nos processos pelos escrivães ou secretários. 
Art. 777 - Os requerimentos e documentos apresentados, os atos e termos processuais, as petições ou razões de recursos e quaisquer outros papéis referentes aos feitos formarão os autos dos processos, os quais ficarão sob a responsabilidade dos escrivães ou secretários. 
Art. 778 - Os autos dos processos da Justiça do Trabalho, não poderão sair dos cartórios ou secretarias, salvo se solicitados por advogados regularmente constituídos por qualquer das partes, ou quando tiverem de ser remetidos aos órgãos competentes, em caso de recurso ou requisição. 
Art. 779 - As partes, ou seus procuradores, poderão consultar, com ampla liberdade, os processos nos cartórios ou secretarias.
Art. 780 - Os documentos juntos aos autos poderão ser desentranhados somente depois de findo o processo, ficando traslado.
Art. 781 - As partes poderão requerer certidões dos processos em curso ou arquivados, as quais serão lavradas pelos escrivães ou secretários. 
Parágrafo único - As certidões dos processos que correrem em segredo de justiça dependerão de despacho do juiz ou presidente.
Art. 782 - São isentos de selo as reclamações, representações, requerimentos, atos e processos relativos à Justiça do Trabalho.
Nos
termos do Decreto-Lei nº 779/69, a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as respectivas autarquias e fundações públicas que não explorem a atividade econômica possuem o prazo em dobro para recorrer e em quádruplo para contestar, ou seja, 16 dias para interpor recurso e 20 dias de prazo para a realização da audiência após o recebimento da notificação.
Nos termos da Súmula 1 do TST, quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda-feira imediata, inclusive, salvo se não houver expediente, caso em que fluirá do dia útil que se seguir.
Intimação Trabalhista - Prazo Judicial
Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda-feira imediata, inclusive, salvo se não houver expediente, caso em que fluirá do dia útil que se seguir.
O prazo para recurso da parte que, intimada, não comparecer à audiência em prosseguimento para a prolação da sentença, conta-se da sua publicação (Súmula 197 do TST). “O prazo para recurso da parte que, intimada, não comparecer à audiência em prosseguimento para a prolação da sentença conta-se de sua publicação”.
Quando a parte for intimada ou notificada no sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil imediato, e a contagem, no subsequente (Súmula 262, I, TST).
Intimação ou Notificação Trabalhista - Prazo - Contagem
I - Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil imediato e a contagem, no subsequente.
Atos processuais - os atos processuais são os praticados no curso do processo. Exemplos: petição inicial, contestação, laudo pericial, sentença, recurso, etc.
Vige o princípio da publicidade dos atos processuais. São públicos os atos processuais, podendo qualquer pessoa presenciá-los.
Termos processuais - termo é a redução a escrito de certos atos processuais praticados nos autos de um processo. Exemplo: termo da ata de audiência.
Devem ser assinados pelas partes os atos e termos processuais.
Prazos processuais - prazo processual é o período em que o ato processual deve ser praticado. Os prazos podem ser particulares ou comuns.
São prazos legais os estabelecidos em lei. Ex.: prazo de oito dias para recorrer.
Prazos judiciais são os determinados pelo juiz.
Prazos convencionais são os que decorrem da convenção das partes.
Prazos peremptórios são prazos fatais e improrrogáveis, que não podem ser alterados pelas partes.
Prazos prorrogáveis são aqueles que não estão previstos em lei, podendo o juiz dilatar tais prazos, a seu livre arbítrio.
Inexistindo prazo determinado em lei, a prática dos atos processuais deve ser feita em cinco dias (art. 185 do CPC).
Contagem do prazo - serão contados os prazos a partir da data em que for feita pessoalmente a intimação, ou recebida a notificação, ou da data em que for publicado o edital no jornal oficial ou no que publicar o expediente da Justiça do Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado o edital na sede da Vara, Juízo ou Tribunal, salvo se houver determinação em sentido contrário (art. 774 da CLT).
Art. 774 - Salvo disposição em contrário, os prazos previstos neste Título contam-se, conforme o caso, a partir da data em que for feita pessoalmente, ou recebida a notificação, daquela em que for publicado o edital no jornal oficial ou no que publicar o expediente da Justiça do Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado o edital na sede da Junta, Juízo ou Tribunal. 
Parágrafo único - Tratando-se de notificação postal, no caso de não ser encontrado o destinatário ou no de recusa de recebimento, o Correio ficará obrigado, sob pena de responsabilidade do servidor, a devolvê-la, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Tribunal de origem. 
Art. 775 - Os prazos estabelecidos neste Título contam-se com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento, e são contínuos e irreleváveis, podendo, entretanto, ser prorrogados pelo tempo estritamente necessário pelo juiz ou tribunal, ou em virtude de força maior, devidamente comprovada.  
Parágrafo único - Os prazos que se vencerem em sábado, domingo ou dia feriado, terminarão no primeiro dia útil seguinte.
Súmula 262, incisos I e II, do TST - Intimação ou Notificação Trabalhista - Prazo - Contagem
I - Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil imediato e a contagem, no subsequente. (ex-Súmula nº 262 - Res. 10/1986, DJ 31.10.1986)
II - O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do Tribunal Superior do Trabalho (art. 177, § 1º, do RITST) suspendem os prazos recursais. (ex-OJ nº 209 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)
Súmula 197 do TST - Prazo - Recurso Trabalhista - Parte Intimada
O prazo para recurso da parte que, intimada, não comparecer à audiência em prosseguimento para a prolação da sentença, conta-se de sua publicação.
Art. 851, § 2º da CLT - Os tramites de instrução e julgamento da reclamação serão resumidos em ata, de que constará, na íntegra, a decisão.
§ 2º - A ata será, pelo presidente ou juiz, junta ao processo, devidamente assinada, no prazo improrrogável de 48 (quarenta e oito) horas, contado da audiência de julgamento, e assinada pelos juízes classistas presentes à mesma audiência. 
Principais prazos na Justiça do Trabalho
Contestação: em audiência no prazo de 20 minutos, se for oralmente, ou por escrito (art. 847 da CLT).
Recursos: os prazos foram unificados em oito dias (art. 6º da Lei nº 5.584/70).
Contrarrazões de recurso: oito dias (art. 6º da Lei nº 5.584/70).
Embargos declaratórios: cinco dias (art. 847-A da CLT).
Exceções e reconvenção: devem ser apresentadas juntamente com a contestação, em peças apartadas, em audiência.
Depósito recursal: oito dias (art. 7º da Lei nº 5.584/70, e Súmula 245 do TST).
Custas: serão pagas e comprovadas dentro do prazo da interposição do recurso.
Embargos à execução: o prazo para seu oferecimento é de cinco dias (art. 884 da CLT). Por medida provisória, o prazo foi alterado para 30 dias.
Correio: art. 774, parágrafo único, da CLT.
Art. 774 - Salvo disposição em contrário, os prazos previstos neste Título contam-se, conforme o caso, a partir da data em que for feita pessoalmente, ou recebida a notificação, daquela em que for publicado o edital no jornal oficial ou no que publicar o expediente da Justiça do Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado o edital na sede da Junta, Juízo ou Tribunal. 
Parágrafo único - Tratando-se de notificação postal, no caso de não ser encontrado o destinatário ou no de recusa de recebimento, o Correio ficará obrigado, sob pena de responsabilidade do servidor, a devolvê-la, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Tribunal de origem.
Se o empregado faz reclamação verbal: art. 786, parágrafo único, da CLT.
Art. 786 - A reclamação verbal será distribuída antes de sua redução a termo.
Parágrafo único - Distribuída a reclamação verbal, o reclamante deverá, salvo motivo de força maior, apresentar-se no prazo de 5 (cinco) dias, ao cartório ou à secretaria, para reduzi-la a termo, sob a pena estabelecida no art. 731.
Nulidades: devem ser alegadas à primeira vez em que a parte tiver de falar em audiência ou nos autos (art. 795 da CLT).
Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão arguí-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos.
Exceção de incompetência: o exceto tem 24 horas para se manifestar sobre a exceção (art. 800 da CLT).
Art. 800 - Apresentada a exceção de incompetência, abrir-se-á vista dos autos ao exceto, por 24 (vinte e quatro) horas improrrogáveis, devendo a decisão ser proferida na primeira audiência ou sessão que se seguir.
Exceção de suspeição: deve ser instruída e julgada em 48 horas (art. 802 da CLT).
Art. 802 - Apresentada a exceção de suspeição, o juiz ou Tribunal designará audiência dentro de 48 (quarenta e oito) horas, para instrução
e julgamento da exceção.
Audiência: não pode durar mais de cinco horas seguidas, salvo se a matéria tratada for urgente (art. 813 da CLT).
Art. 813 - As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e realizar-se-ão na sede do Juízo ou Tribunal em dias úteis previamente fixados, entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas, não podendo ultrapassar 5 (cinco) horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente.
Ação rescisória: pode ser proposta em 2 anos, contados do trânsito em julgado da decisão (art. 495 do CPC).
Art. 495. O direito de propor ação rescisória se extingue em 2 (dois) anos, contados do trânsito em julgado da decisão.
Razões finais: serão oferecidas oralmente em 10 minutos na audiência (art. 850 da CLT).
Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão.
Comunicação dos atos processuais - o Direito do Trabalho utiliza-se da expressão notificação para todo e qualquer ato em que vai ser feita a comunicação dos atos processuais, tanto em relação à citação, como para a intimação.
No processo do trabalho, a citação do réu independe de requerimento do autor feito na petição inicial, e também de qualquer ato do juiz. A notificação é expedida automaticamente pela Secretaria da Vara ao receber a petição inicial, no prazo de 48 horas após seu recebimento.
Não há necessidade de a notificação ser feita pessoalmente, simplificando-se, assim, o procedimento da comunicação dos atos processuais do trabalho.
No processo do trabalho, só se determina a citação por Oficial de Justiça na fase de execução (art. 880 da CLT), que também não precisa ser pessoal.
Art. 880. Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal mandará expedir mandado de citação do executado, a fim de que cumpra a decisão ou o acordo no prazo, pelo modo e sob as cominações estabelecidas ou, quando se tratar de pagamento em dinheiro, inclusive de contribuições sociais devidas à União, para que o faça em 48 (quarenta e oito) horas ou garanta a execução, sob pena de penhora. 
A regra geral é a de que a comunicação dos atos processuais é feita pelo correio. Caso o reclamado se localize em zona não servida por entrega domiciliar de correspondência, a citação será feita por oficial de justiça.
A citação por carta (arts. 200 e 201 do CPC) é feita quando a pessoa que deva ser citada estiver em local fora da jurisdição territorial da Vara ou do Juízo de Direito. Podem as cartas ser classificadas de três maneiras: de ordem, rogatória e precatória.
Requisitos essenciais das cartas (art. 202 do CPC).
Art. 202. São requisitos essenciais da carta de ordem, da carta precatória e da carta rogatória:
I - a indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato;
II - o inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento do mandato conferido ao advogado;
III - a menção do ato processual, que Ihe constitui o objeto;
IV - o encerramento com a assinatura do juiz.
Art. 230 do CPC - Nas comarcas contíguas, de fácil comunicação, e nas que se situem na mesma região metropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar citações ou intimações em qualquer delas.
Art. 210 do CPC - A carta rogatória obedecerá, quanto à sua admissibilidade e modo de seu cumprimento, ao disposto na convenção internacional; à falta desta, será remetida à autoridade judiciária estrangeira, por via diplomática, depois de traduzida para a língua do país em que há de praticar-se o ato.
Art. 231, § 1º, do CPC - Far-se-á a citação por edital:
I - quando desconhecido ou incerto o réu;
II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar;
III - nos casos expressos em lei.
§ 1º. Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que recusar o cumprimento de carta rogatória.
Art. 214 do CPC - Para a validade do processo é indispensável a citação inicial do réu.
Atos processuais
Petição inicial – distribuição – o autor já é intimado – artigo 841, § 2º, CLT.
Art. 841 - Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiência do julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias.
§ 2º - O reclamante será notificado no ato da apresentação da reclamação ou na forma do parágrafo anterior.
Autuação (em 48 horas) e notificação (citação – art. 841 da CLT) – a regra é a citação pelo correio, com aviso de recebimento – Súmula 16 do TST.
Notificação Trabalhista - Recebimento - Ônus de Prova
Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O seu não recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário.
Citação por oficial de justiça – quando a reclamada for a Fazenda Pública ou quando o réu recusar-se a receber a citação.
Citação por edital – local incerto ou não sabido do réu ou réu desconhecido.
Revelia x curador especial.
Nulidades – arts. 794 a 798 da CLT.
SEÇÃO V
DAS NULIDADES
Art. 794 - Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes. (Princípio da transcendência ou do prejuízo)
Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão arguí-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos. (Princípio da convalidação ou da preclusão)
§ 1º - Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em incompetência de foro. Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios.
§ 2º - O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma ocasião, que se faça remessa do processo, com urgência, à autoridade competente, fundamentando sua decisão.
Art. 796 - A nulidade não será pronunciada:
a) quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato;
b) quando arguida por quem lhe tiver dado causa.
Art. 797 - O juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende.
Art. 798 - A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele dependam ou sejam conseqüência.
A CLT reza a respeito das nulidades nos artigos 794 a 798. Considerando as peculiaridades do processo laboral, ainda que se admita simplicidade de seu procedimento, objetivando a celeridade processual, este é dotado de regras que devem ser observadas pelos seus operadores. O seu descumprimento, via de regra, gera as nulidades, sejam elas absolutas ou relativas.
Por nulidade absoluta compreende-se aquela que poderá ser declarada de ofício pelo juiz, haja vista que se relaciona com matéria de ordem pública.
A nulidade relativa prende-se a questões que dizem respeito às partes, devendo, dessa forma, ser a questão arguida pelo interessado.
 A parte que deu causa não pode arguir a nulidade.
O juiz não declara ex officio a nulidade, dependendo da arguição da parte.
Prazo para arguir a nulidade – no primeiro momento em que a parte se manifestar nos autos.
A nulidade prejudica o ato nulo e todos os atos posteriores.
O juiz do trabalho apenas declarará a nulidade se houver prejuízo à parte.
Das provas
SEÇÃO IX
DAS PROVAS
Art. 818 - A prova das alegações incumbe à parte que as fizer.
Art. 819 - O depoimento das partes e testemunhas que não souberem falar a língua nacional será feito por meio de intérprete nomeado pelo juiz ou presidente.
§ 1º - Proceder-se-á da forma indicada neste artigo, quando se tratar de surdo-mudo, ou de mudo que não saiba escrever.
§ 2º - Em ambos os casos de que este artigo trata, as despesas correrão por conta da parte a que interessar o depoimento.
Art. 820 - As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente, podendo ser reinquiridas, por seu intermédio, a requerimento dos vogais, das partes, seus representantes ou advogados.

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