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Doenças Causadas por Fungos Professora: Fernanda Fraga Campos Diamantina 2015. Introdução Sapróbios, parasitas, predadores, mutualistas. Encontrados na superfície do corpo – transitórios. Efeitos sobre os seres humanos são numerosos. Micotoxicoses Doenças por Hipersensibilidade Colonização do Hospedeiro Micotoxicoses São responsáveis pela produção de inúmeros metabólitos secundários. Ex: toxinas fúngicas. Ingestão acidental de substâncias tóxicas produzidas por fungos. São denominadas Micotoxinas! Fusarium sp. Aspergillus sp. Alternaria sp. Penicillium sp. Por que elas preocupam? São substâncias estáveis e resistentes. Sua atividade tóxica persiste por um longo tempo nos alimentos, mesmo após o desaparecimento dos fungos que as originaram. Não alteram aparência dos alimentos. São compostos químicos de baixo peso molecular, que não são detectados pelos antígenos. Contaminação aguda é mais frequente em animais domésticos - altos teores encontrados em rações. Efeitos crônicos no homem: danos nos rins, no fígado, no sistema nervoso e imunológico e trato gastrointestinal. Alterações estrogênicas, carcinogênicas, mutagênicas e teratogênicas. Doenças por Hipersensibilidade Esporos fúngicos contaminam o ar. Esporos (antígenos de superfície) induzem ao estímulo antigênico causando hipersensibilidade. Manifestações clínicas incluem: Rinite Asma brônquica Alveolite CONTROLE DOS ESPOROS Contagem dos esporos no ar para detectar o grau de contaminação ambiental. Não é necessário o crescimento do fungo! Colonização do Hospedeiro As pessoas apresentam um elevado nível de imunidade aos fungos – fungos estão no ambiente a todo momento. Pele – barreira primária pH, ácidos graxos, renovação epitelial e microbiota normal contribuem para proteção. Causam doenças em pessoas sadias sob diferentes aspectos. Classificadas em : micoses superficiais, micoses cutâneas, micoses subcutâneas, micoses sistêmicas e oportunistas. Características das micoses Micose superficiais – limitam-se à camada externas da pele e pêlos. Raramente induzem resposta imune. Micoses cutâneas – incluem infecções mais profundas na epiderme e derivados da pele, como pêlos e unhas. Induzem reação inflamatória no hospedeiro. Micoses subcutâneas – afetam a derme, os tecidos subcutâneos, o músculo e a fáscia. Os fungos possuem baixo grau de infectividade. Associadas a lesões traumáticas. Micoses sistêmicas – afetam as vias respiratórias. Relacionadas à fungos dimórficos. Micoses oportunistas – causadas por fungos que infectam o hospedeiro devido ao sistema imunológico. Fatores de virulência em fungos Dermatófitos (pêlos, unhas e pele) – produzem queratinase. Candida albicans – desenvolvimento de pseudo-hifas. Cryptococcus neoformans produz cápsula polissacarídica. Fungos que causam micose sistêmica - dimórficos Micoses superficiais Pitiríase Versicolor – Malassezia furfur Microrganismo lipofílico. Presente na microbiota normal da pele – locais ricos em glândulas sebáceas. Ocorre lesões na parte superior do corpo: tronco, braços e abdome. Manifestações clínicas – descamam com facilidade conferindo aspecto seco e calcário. Diagnóstico – raspados da pele tratados com coloração alcalina (KOH). Testes bioquímicos dos microrganismos isolados em cultura e raspados da pele tratados com KOH. Micoses superficiais Tinea nigra – Exophiala werneckii Fungo dimórfico que produz melanina (preto ou marrom). Cultura nova - Leveduras Cultura velha - Hifas e conídios Manifestações clínicas - lesões maculares bem demarcadas. Diagnóstico – Testes bioquímicos dos microrganismos isolados em cultura e raspados da pele tratados com KOH. Micoses superficiais Piedra Negra – Piedrai hortae Fungo que coloniza a haste do pelo ou cabelo (teleomórfico - ascos). Cultura – visualiza-se somente o estado anamórfico (micélios de crescimento lento). Manifestações clínicas – nódulos de consistência dura. Diagnóstico – Testes bioquímicos dos microrganismos isolados em cultura e exame microscópio dos pelos ou cabelos afetados. Micoses superficiais Piedra Branca – Trichosporon beigelii Culturas jovens - brancas e pastoso. Culturas velhas - amarelas e cremosas. Afeta os pelos (bigode e barba) e cabelo. Manifestações clínicas – crescimento de consistência pastosa e mole e cor creme ao longo das hastes dos pelos ou cabelos. Diagnóstico – Testes bioquímicos dos microrganismos isolados em cultura e exame de pelos infectados. Micoses Cutâneas Etiologia - são causadas por um grupo de micro- organismos chamados DERMATÓFITOS. São classificados em três gêneros Microsporum Tricophyton Epidermophyton Micoses Cutâneas Tinea capitis – comuns em crianças. Tinea pedis – predomina em adultos. Ceratinofílicos – utilizam a queratina como substrato. Micoses Cutâneas Diagnóstico – Identificação dos fungos em amostras da lesão e identificação dos microrganismos por meio de cultura. A amostra é tratada com solução alcalina (KOH). Deve-se utilizar meios seletivos – com cicloheximida e cloranfenicol. Todos os fungos que crescem são examinados pelo microscópio – identificação por microconídios e macroconídios. Tratamento – derivados de azol (miconazol, econazol). Micoses Subcutâneas Associada a traumatismos na pele (espinho, mordida ou corte). Fungos do solo e vegetações. Afetam membros inferiores e superiores. Esporotricose – Sporothrix schenckii Fungo dimórfico Manifestações clínicas - lesões nodulares e ulcerativas que se desenvolve ao longo das glândulas linfáticas. Diagnóstico - apresenta célula leveduriforme em brotamento em cultura a 37°C. Micoses Subcutâneas Cromoblastomicose – Cladosporium carrionii Fungos dematiáceos – contém melanina. Manifestações clínicas – nódulos verrucosos que aparecem nos locais de inoculação. Aspecto de couve-flor. Diagnóstico – exame histopatológico clínico das lesões. Hiperplasia pseudo-epiteliomatosa. Células esféricas de cor cobre – corpúsculos escleróticos. Micoses Subcutâneas Micetoma Eumicótico – Madurella grisea e Pseudallescheria boydii. Fungos dematiáceos Manifestações clínicas – lesões intumecidas, indolentes e deformantes. Diagnóstico Exame histopatológico clínico das lesões. Fragmentos fúngicos brancos, Marrons ou amarelos. Micoses Subcutâneas Tratamento Esporotricose – Anfotericina B. Cromoblastomicose – 5-fluorocitosina. Micetoma Eumicótico – amputação do membro afetado. Micoses Sistêmicas Fungos - Histoplasma capsulatum, Blastomyces dermatitidis, Paracoccidiodes brasiliensis, Coccidioides immitis e Cryptococcus neoformans. Dimórficos Pulmão Foco primário Micoses Sistêmicas Histoplasmose, doença das cavernas e doença dos espeleólogos – H. capsulatum Morcegos, aves (excretas) Assintomática. 5% pneumonia aguda. Manifestações clínicas - sintomas de gripe. Pacientes imunocomprometidos – histoplasmose disseminada. Diagnóstico – sorológico (filtrado da cultura de H. capsulatum e células da fase leveduriforme). Antígenos – sangue e urina. Micoses Sistêmicas Ciclo de vida do Histoplasma capsulatum. Micoses Sistêmicas Blastomicose – Blastomyces dermatitidis Cães Infecções nos pulmões são inaparentes em radiografias. Assintomática. Manifestações clínicas - Lesões ulcerativas da pele. Diagnóstico sorológico (filtrado da cultura de B. dermatitidis e células da fase leveduriforme). Antígenos – sangue e urina. Micoses Sistêmicas Ciclo de vida do Blastomyces dermatitidis. Micoses Sistêmicas Paracoccidiodomicose – Paracoccidioides brasiliensis Assintomática. Manifestações clínicas - Lesões ulcerativas das cavidades nasal e oral. Micoses Sistêmicas Morfologia do fungo leveduriforme Diagnóstico – Detecção de anticorpos específicos, visualização do micro-organismo no histopatológico e cultura. Proporção maior entre homens hormônio beta- estradiol Micoses Sistêmicas Coccidiodomicose – Coccidioides immitis Forma artroconídios. Esférulas multinucleadas. Manifestações clínicas - Tosse, febre e dor torácica. Pode causar doença extrapulmonar afetando meninges e pele. Micoses Sistêmicas Diagnóstico – Detecção de anticorpos específicos, visualização do micro-organismo no histopatológico e cultura. Micoses Sistêmicas Criptococose – Cryptococcus neoformans var. neoformans Cryptococcus neoformans var. gatti Somente fase leveduriforme. Pombo - reservatório Causas mais comuns de meningite fúngica (imunossuprimidos). Manifestações clínicas - Nódulo pulmonar (carcinoma). Disseminação da levedura dos pulmões para as meninges. Micoses Sistêmicas Diagnóstico - exame do líquido cefalorraquidiano (meningites). Tratamento das micoses sistêmicas – Anfotecicina B e 5- fluorocitosina. Micoses Oportunistas Candidíase ou Candidoses – Candida albicans, C. tropicalis, C. glabrata e C. parapsilosis. Microbiota normal (cavidade oral, vagina, trat gastrintestinal ). Acesso hematogênico – ruptura da barreira mucosa, quimioterapia, cateteres e seringas contaminados. Intertrigo Onicomicose Micoses Oportunistas Sapinho Mucocutânea Condições favoráveis – traumatismos, antibioticoterapia, HIV, gravidez. Diagnóstico – exame histopatológico e escarro verifica-se células em brotamento e pseudo-hifas. Tratamento – Tópico para cutânea e mucocutânea. Anfotericina B e 5-fluorocitosina para sistêmica (imunossuprimidos). Pseudo-hifas Micoses Oportunistas Aspergilose – Aspergillus Indivíduos sadios não se infectam. São ubíquos e não fazem parte da flora normal. Manifestações clínicas - aspergilose alérgica, colonização secundária do pulmão “bola de fungos”, aspergilose sistêmica. Diagnóstico – Amostras clínicas com a presença de hifas septadas. Isolamento repetido do fungo na amostra. 1. Diferencie micotoxicoses, doenças por hipersensibilidade e doenças causadas pela colonização do hospedeiro. 2. Qual é a importância do estudo da micologia para o curso de vocês? 3. Cite as principais característica que diferencia micoses superficiais de micoses cutâneas? 4. Como é realizado o diagnóstico das micoses superficiais e cutâneas? Qual a função do KOH para o diagnóstico destas micoses? 5. O que são macro e microconídios? Em qual tipo de micose podemos encontrar estas estruturas? GD - Fungos
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