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1
Práticas profissionais do(a) 
psicólogo(a) no campo das DST/aids
2
Organizadores
Conselho Federal de Psicologia
Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas 
Pesquisadores/as do Centro de Estudos em Administração Pública e 
Governo da Fundação Getúlio Vargas responsáveis pelo relatório
Vanda Lúcia Vitoriano do Nascimento
Jacqueline Isaac Machado Brigagão 
Tatiana Alves Cordaro Bichara
Sérgio Seiji Aragaki
Peter Kevin Spink 
 
Práticas profissionais do(a) psicólogo(a) no campo das DST/aids
1ª Edição
Brasília, DF
2009
3
É permitida a reprodução desta publicação, desde que 
sem alterações e citada a fonte.
Disponível também em: www.pol.org.br
1ª edição – 2009
Projeto Gráfico – Wagner Ulisses
Diagramação – Rui de Paula | Liberdade de Expressão
Liberdade de Expressão – Agência e Assessoria de Comunicação 
atendimento@liberdadedeexpressao.inf.br
Coordenação Geral/CFP
Yvone Duarte
Direitos para esta edição: Conselho Federal de Psicologia
SRTVN 702, Ed. Brasília Rádio Center, conjunto 4024-A
70719-900 Brasília-DF
(11) 2109-0107
E-mail: ascom@pol.org.br
www.pol.org.br
Impresso no Brasil – setembro de 2009
Conselho Federal de Psicologia
 Prática profissionais dos(as) psicólogos(as) no campo das DST/aids 
/ Conselho Federal de Psicologia. - Brasília: CFP, 2009.
 67 p.
 ISBN: 
 1. AIDS 2. HIV 3. Doenças venéreas 4. Políticas públicas 5. Psico-
logia I. Título.
RC114.8
Catalogação na publicação
Biblioteca Dante Moreira Leite
Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo
4
Nominativa do Plenário
Conselho Federal de Psicologia
XIV Plenário
Gestão 2008-2010
Diretoria
Humberto V.erona 
Presidente
Ana Maria Pereira Lopes 
Vice-Presidente
Clara Goldman Ribemboim 
Secretária
André Isnard Leonardi 
Tesoureiro 
Conselheiros Suplentes
Acácia Aparecida Angeli dos Santos
Andréa dos Santos Nascimento
Anice Holanda Nunes Maia
Aparecida Rosângela Silveira
Cynthia R. Corrêa Araújo Ciarallo
Henrique José Leal Ferreira Rodrigues
Jureuda Duarte Guerra
Marcos Ratinecas
Maria da Graça Marchina Gonçalves
Conselheiros Efetivos
Elisa Zaneratto Rosa – Secretária Região Sudeste
Maria Christina Barbosa Veras – Secretária Região Nordeste
Deise Maria do Nascimento – Secretária Região Sul
Iolete Ribeiro da Silva – Secretária Região Norte
Alexandra Ayach Anache – Secretária Região Centro-Oeste
Psicólogos Convidados
Aluízio Lopes de Brito
Roseli Goffman
Maria Luiza Moura Oliveira
5
Integrantes das Unidades Locais do CREPOP
Conselheiros: Leovane Gregório (CRP01); Rejane Pinto de Medei-
ros (CRP02); Luciana França Barreto (CRP03); Alexandre Rocha Araú-
jo (CRP04); Lindomar Expedito Silva Darós e Janaína Barros Fernandes 
(CRP05); Marilene Proença R. de Souza (CRP06); Ivarlete Guimarães de 
França (CRP07); Maria Sezineide C. de Melo (CRP08); Sebastião Benício C. 
Neto (CRP09); Rodolfo Valentim C. Nascimento (CRP10); Adriana Alencar 
Pinheiro (CRP11); Catarina Antunes A. Scaranto (CRP12); Julianna Toscano 
T. Martins (CRP13); Marisa Helena A. Batista (CRP14); Izolda de Araújo Dias 
(CRP15); Mônica Nogueira S. Vilas Boas (CRP16); Alysson Zenildo Costa 
Alves (CRP17). Técnicos: Renata Leporace Farret(CRP01); Thelma Torres 
(CRP02); Úrsula Yglesias e Fernanda Vidal (CRP03); Mônica Soares da Fon-
seca Beato (CRP04); Beatriz Adura (CRP05); Marcelo Saber Bitar e Ana Ma-
ria Gonzatto (CRP06); Karla Gomes Nunes e Silvia Giuliani (CRP07); Car-
men Regina Ribeiro (CRP08); Marlene Barbaresco (CRP09); Eriane Almei-
da de Sousa Franco (CRP10); Évio Gianni Batista Carlos (CRP11); Katiúska 
Araújo Duarte (CRP13); Mário Rosa da Silva (CRP14); Eduardo Augusto de 
Almeida (CRP15); Mariana Passos Costa e Silva (CRP16); Bianca Tavares 
Rangel (CRP17). 
Coordenação Nacional do CREPOP
Ana Maria Pereira Lopes 
Maria da Graça M. Gonçalves
Conselheiras responsáveis
Cláudio H. Pedrosa
Coordenador técnico CREPOP
Mateus C. Castelluccio
Natasha R. R. Fonseca
Assessoria de projetos
6
Índice
Agradecimentos ������������������������������������������������������������������������������������� 9
Apresentação ������������������������������������������������������������������������������������������ 9
1� Introdução ����������������������������������������������������������������������������������������� 10
2� Metodologia �������������������������������������������������������������������������������������� 11
2.1. Ferramentas de Pesquisa ...................................................................... 11
2.2. Metodologia de análise .......................................................................... 12
2.3. Os(as) participantes ................................................................................. 14
3� Contextualização do campo de trabalho do(a) psicólogo(a) �������� 16
4� Identificação das posições de pessoa ��������������������������������������������� 18
5� Sobre a prática desenvolvida no dia a dia: modos de atuação ����� 19
5.1. População atendida ................................................................................. 20
5.2. Ações realizadas pelo(a) psicólogo(a) ............................................... 20
5.2.1. Assistência psicológica ................................................................. 21
5.2.2. Acolhimento, plantão psicológico e 
 pronto-atendimento .................................................................................. 22
5.2.3. Entrevistas, psicodiagnóstico e laudos psicológicos .......... 22
5.2.4. Orientação .......................................................................................... 23
5.2.5. Grupos e oficinas ............................................................................. 23
5.2.6. Redução de danos ........................................................................... 24
5.2.7. Prevenção e promoção da saúde ............................................... 24
5.2.8. Aconselhamento pré e pós-teste: individual, 
 de casal e coletivo ........................................................................................ 25
5.2.9. Distribuição de preservativos ...................................................... 26
5.2.10. Elaboração de material informativo ....................................... 27
5.2.11. Pesquisa ............................................................................................ 27
5.2.12. Ensino ................................................................................................ 27
5.3. Ações em equipe multiprofissional .................................................... 28
5.4. Referencial teórico e conceitos que embasam as ações ............ 28
6� Sobre desafios e formas de lidar ����������������������������������������������������� 32
6.1. Especificidades da população atendida no viver 
 com HIV/aids ....................................................................................................... 32
6.1.1 Dificuldades diante do diagnóstico e do tratamento.......... 32
6.1.2 Práticas de prevenção e cuidados de si .................................... 33
6.1.3. Estigmas e preconceitos................................................................ 34
6.2. Formação e capacitação para o trabalho ......................................... 34
6.3. Reconhecimento do(a) profissional e/ou da profissão ............... 35
6.4. Trabalho em equipe ................................................................................. 35
6.5. Questões éticas .......................................................................................... 37
6.6. Articulação de redes e encaminhamentos ...................................... 38
6.7. Questões administrativas e em relação aos gestores .................. 38
7� Sobre as novas práticas ��������������������������������������������������������������������41
7.1. Não conheço ............................................................................................... 41
7.2. Conheço/como eu faço e acho que funciona ................................. 41
7.2.1. Ações dirigidas para o tratamento das 
 pessoas portadoras do vírus HIV ........................................................... 41
7.2.1.1. Adesão ao tratamento.................................................... 42
7.2.2. Estratégias e técnicas utilizadas no tratamento .................. 42
7
7.2.2.1. Recursos técnicos mais tradicionais 
da Psicologia ..................................................................................... 42
7.2.2.2. Recriando o fazer da Psicologia: 
articulando teorias e criando novas estratégias .................. 43
7.2.2.3. Exames, entrega de resultados 
e aconselhamento .......................................................................... 43
7.2.2.4. Atividades de prevenção e promoção de 
saúde na comunidade e com grupos específicos ............... 44
7.2.3. Articulação da equipe multiprofissional e de uma
 rede de atendimento ................................................................................ 45
7.2.4. Atividades de inserção social ...................................................... 45
7.3 Indicações diretas de experiências que podem contribuir 
para o avanço do conhecimento e das práticas neste campo ......... 46
7.3.1. Ações articuladas por governos ................................................ 46
7.3.2. Organizações Não Governamentais ......................................... 47
7.3.3. Universidades e Centros de Estudo .......................................... 47
7.3.4. Profissionais ou grupo de profissionais 
 do campo da Psicologia............................................................................. 47
8� Comentários e sugestões ����������������������������������������������������������������� 48
8.1. Demandas dirigidas ao CFP e aos Conselhos Regionais ............. 48
8.2. Devolutiva da Pesquisa ........................................................................... 49
8.3. Demandas e sugestões dirigidas ao Estado e ao Programa 
 Nacional acerca da formação dos(as) psicólogos(as) ........................... 49
9� Considerações dos(as) psicólogos(as) sobre a 
política pública abordada �������������������������������������������������������������������� 50
Considerações Finais ���������������������������������������������������������������������������� 53
Referências �������������������������������������������������������������������������������������������� 55
Anexos ��������������������������������������������������������������������������������������������������� 56
Anexo I - Questionário ................................................................................................ 56
Anexo II - Roteiro Indicativo .................................................................................... 64
8
Lista de siglas
ADT – Atendimento Domiciliar Terapêutico
AE – Ambulatórios de Especialidades
Aids – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
Caps – Centro de Atenção Psicossocial 
CEAPG/FGV – Centro de Estudos de Administração Pública e Governo da 
Fundação Getúlio Vargas
CFP – Conselho Federal de Psicologia
COAS – Centros de Orientação e Apoio Sorológico 
Crepop/CFP – Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Pú-
blicas do Conselho Federal de Psicologia
CRP – Conselho Regional de Psicologia 
CRT – Centros de Referência e Testagem
CTA – Centros de Testagem e Aconselhamento
GF – Grupo Focal/Grupos Focais
HD – Hospital Dia
HDT – Hospital de Doenças Tropicais 
HIV – Vírus da imunodeficiência humana
HSH – Homens que fazem sexo com homens
HSM – Homens que fazem sexo com mulheres
HU – Hospital Universitário
ONG – Organização não Governamental/Organizações não Governamentais
PN – Programa Nacional
PSF – Programa de Saúde da Família
PVHA – Pessoa(s) vivendo com HIV/aids
RE – Reunião específica/reuniões específicas 
RI – Roteiro indicativo
SAE – Serviços de Assistência Especializada
UBS – Unidade Básica de Saúde 
9
Agradecimentos
Agradecemos aos(às) psicólogos(as) que participaram da pesquisa 
pela disponibilidade em compartilhar suas práticas, desafios e dilemas do 
cotidiano do trabalho no campo das DST/aids.
Apresentação
O relatório da pesquisa sobre a atuação de psicólogos nos Progra-
mas de Prevenção e Tratamento às DSTs e AIDS, que o Conselho Federal 
de Psicologia apresenta aqui, constitui mais um passo no sentido de am-
pliar o conhecimento sobre a experiência dos psicólogos no âmbito das 
políticas públicas, contribuindo para a qualificação e para a organização 
da atuação profissional, tarefa para a qual foi concebido o Centro de Refe-
rência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop).
Fruto do compromisso do Sistema Conselhos de Psicologia com as 
questões sociais mais relevantes, o Crepop é importante ferramenta para 
os psicólogos que atuam nas políticas públicas em nosso país. Instaurada 
em 2006, a Rede Crepop vem consolidando suas ações e cumprindo seus 
objetivos, fortalecendo o diálogo entre a sociedade, o Estado, os psicólo-
gos e os Conselhos de Psicologia.
Como é do conhecimento da categoria, a cada três anos, no Congres-
so Nacional de Psicologia (CNP), são elencadas as diretrizes políticas para o 
Sistema Conselhos de Psicologia, visando a ações que coloquem a profissão 
voltada para as demandas sociais e contribuindo em áreas de relevância so-
cial. A cada ano, representantes de todos os CRPs, reunidos na Assembleia 
das Políticas, da Administração e das Finanças (Apaf) avaliam e definem es-
tratégias de trabalho para essas áreas e escolhem alguns campos de atuação 
em políticas públicas para ser investigadas pelo Crepop no ano seguinte.
As discussões que levam à definição desses campos a ser investi-
gados, ocorrem, antes de chegarem à Apaf, nas plenárias dos Conselhos 
Regionais e do Conselho Federal, envolvendo os integrantes da Rede Cre-
pop. Para o ano de 2007, um dos recortes indicados para ser investigado 
foi a Política Nacional de DST/aids, que se efetiva nos programas nacional, 
estaduais e municipais de DST e aids.
10
A partir dessa indicação, a Rede Crepop iniciou um ciclo de pesquisa que 
incluiu: levantamento dos marcos e normativos da política; busca por psicólo-
gos e gestores nos governos estaduais e municipais; interlocução com espe-
cialistas da área; aplicação de questionário on-line dirigido aos psicólogos que 
atuam nessa área e pesquisas locais sobre essas práticas, por meio de debates 
diversos (Reuniões Específicas) e grupos de psicólogos (Grupos Fechados). 
Desse ciclo resultou uma série de informações que foram disponi-
bilizadas, inicialmente para um grupo de especialistas incumbidos de re-
digir um documento de referências para a prática1, e em seguida para o 
público, que pôde tomar contato com um conjunto de informações sobre 
a atuação profissional dos psicólogos no âmbito da prevenção e trata-
mento do HIV/DST/AIDS. 
Parte dessa informação já havia sido disponibilizada no site do Cre-
pop, na forma de relatório descritivo, caracterizado pelo tratamento quan-
titativo das perguntas fechadas do questionário on-line e também na forma 
Práticas em Psicologia e Políticas Públicas, que relata experiências de des-
taque desenvolvidas com recursos profissionais da Psicologia; outra parte, 
que segue apresentada neste relatório, foi obtida nos registros dos Grupos 
Fechados e das Reuniões Específicas realizadas pelos CRPs e nas perguntas 
abertas do questionário on-line.
Efetiva-se assim, mais uma contribuição do Conselho Federal, junta-
mente com os Conselhos Regionais de Psicologia, no desempenho de sua 
tarefa como regulador do exercício profissional, promovendo a qualificação 
técnica dos profissionaisque atuam no Programa de DST/AIDS do Minis-
tério da Saúde, cuja importância já ganhou reconhecimento internacional.
HUMBERTO VERONA
Presidente do CFP
1 Disponível em http://crepop.pol.org.br
1� Introdução
O presente texto é um dos produtos da pesquisa nacional realiza-
da pelo Centro de Referência Técnica em Políticas Públicas e Psicologia 
do Conselho Federal de Psicologia (Crepop/CFP) sobre as práticas do(a) 
psicólogo(a) no campo das DST/aids2. Apresenta os resultados da análi-
se qualitativa das respostas às questões abertas sobre o dia a dia dos(as) 
psicólogos(as) presentes no questionário, dos relatórios das Reuniões Es-
pecíficas e dos Grupos Focais.
A análise focalizou os modos de atuação, os desafios e limites, os 
dilemas e conflitos vividos no cotidiano, as práticas apontadas pelos par-
ticipantes como sendo inovadoras, as sugestões e demandas dos partici-
pantes da pesquisa.
Um relatório preliminar da análise das informações obtidas com a 
pesquisa foi utilizado para subsidiar as discussões e a elaboração de um 
documento de referência para a atuação dos(as) psicólogos(as) pelo Cre-
pop3 (CREPOP, 2008).
Com o presente texto, espera-se dar visibilidade à análise das infor-
mações fornecidas pelos(as) profissionais que colaboraram com este estu-
do, assim como que este conteúdo possa auxiliar no processo de produ-
ção de conhecimento neste campo e facilitar as ações no dia a dia diante 
da diversidade de desafios e possibilidades.
2 Optamos por adotar o uso do substantivo aids para nos referir à síndrome, Aids aos Pro-
gramas nacional, estadual e municipal, seguindo sua denominação oficial, e AIDS em siglas 
que incorporem a palavra, conforme sugerido por Castilho (1997).
3 A versão digital desta publicação se encontra disponível no site <http://crepop.pol.org.br>.
11
2� Metodologia
No sentido científico, campo é constituído como espaços e lugares 
de troca de “produtos” de cada ciência e de cada disciplina, com seus 
recursos e instrumentos teóricos e técnicos nas diversas ações realiza-
das por seus “produtores” na prática profissional cotidiana. Essa troca e 
compartilhamento de saberes se dá em meio a conflitos de interesses 
científicos e políticos e a relações de poder entre os pares e entre os 
diferentes (BORDIEU, 2003; CAMPOS, 2000). Campo, enquanto agenda 
pública, (KINGDON, 1984) aparece frequentemente associado a políticas 
públicas e é uma maneira que diferentes atores encontram para dar sen-
tido à vida pública.
A noção de campo utilizada na pesquisa é a de que este está per-
manentemente sendo construído nas negociações entre a sociedade civil 
e o estado e no interjogo relacional de uma diversidade de organizações, 
pessoas, materialidades e socialidades que constituem uma matriz (HA-
CKING, 1999). Essa matriz sustenta o campo-tema (SPINK, 2003) de cada 
pesquisa e possibilita a produção de conhecimentos, práticas, novas pos-
sibilidades de inserção no mercado de trabalho, acesso a recursos e, no 
caso da Psicologia, um questionamento dos modos tradicionais de atuar 
no campo. Portanto, tal como apontou Lewin (1952) trata-se de um cam-
po de forças: argumentos e disputas que se sustentam mutuamente. Vale 
ressaltar que de um campo originam-se outros campos, a partir de pro-
messas de separação devido principalmente a dois fatores: a separação 
irreconciliável de pressupostos básicos e/ou o aumento de importância 
de um determinado tópico ou tema.
A metodologia utilizada no presente estudo foi qualitativa. O pro-
cesso de análise das informações, apresentadas aqui, está ancorado em 
uma perspectiva qualitativa de pesquisa, a qual preconiza que a objetivi-
dade e o rigor são possíveis por meio da descrição de todos os passos uti-
lizados no processo de pesquisa (SPINK, M. J., 1999). Assim, a seguir des-
creveremos as ferramentas de pesquisa, as diferentes etapas da pesquisa 
e da análise e o modo como esta foi sendo construída.
2�1� Ferramentas de Pesquisa 
A pesquisa contou com três instrumentos de coleta de dados: 
questionário, reuniões específicas (RE) e grupos focais (GF). O primeiro 
instrumento foi disponibilizado a psicólogos(as) para preenchimento on-
line, estruturado com questões acerca da formação, dos recursos teóricos 
e técnicos, da população atendida, entre outros aspectos que subsidiam a 
prática desenvolvida no dia a dia. O material quantitativo do questionário 
foi objeto de análise da equipe do Crepop. O Centro de Estudos em Ad-
ministração Pública e Governo da Fundação Getúlio Vargas (Ceapg/FGV) 
realizou a análise qualitativa das respostas abertas do questionário, dos 
grupos focais e das reuniões específicas. 
O questionário continha quatro questões abertas sobre o dia a 
dia dos(as) psicólogos(as), mais especificamente acerca do contexto de 
trabalho, dos desafios, das dificuldades e das práticas inovadoras pre-
sentes neste campo de atuação. As reuniões específicas buscaram dis-
cutir as questões relativas às especificidades regionais e às práticas de-
senvolvidas a fim de atender as demandas locais; contaram com a par-
ticipação de profissionais de diferentes áreas que estão envolvidos(as) 
com o trabalho desenvolvido no campo da DST/aids. Os Grupos Focais 
reuniram psicólogos(as) atuantes no campo da pesquisa com objetivo 
12
de promover discussão de temas mais específicos à realização do tra-
balho psicológico. As RE e os GF foram coordenados por técnicos dos 
conselhos regionais que registraram as informações obtidas em relató-
rios enviados ao Crepop.
Para as RE e os GF foram elaborados roteiros indicativos(RI), que 
buscavam orientar os técnicos acerca dos aspectos centrais a ser descri-
tos nos relatórios dos GF e das RE. (Ver Anexos I – Questionário e II - RI). 
Todavia, cada Conselho Regional teve autonomia na realização dos gru-
pos e das reuniões e em alguns conselhos foram utilizadas técnicas espe-
cíficas para coordenar os grupos.
2�2� Metodologia de análise
A utilização de três ferramentas de pesquisa nos permitiu obter 
uma leitura ampla da atuação dos profissionais da Psicologia atuantes 
no campo das DST/aids. A análise das respostas às questões abertas 
possibilitou identificar as diferentes descrições da prática profissional, 
os desafios e limites enfrentados no cotidiano, possíveis soluções e prá-
ticas inovadoras desenvolvidas pelos(as) psicólogos(as) que responde-
ram individualmente as perguntas específicas presentes no questioná-
rio on-line. As Reuniões Específicas e os Grupos Focais foram presenciais, 
coordenados pelos técnicos do Crepop/CFP e os relatórios produzidos 
traduzem o debate e discussões grupais e possibilitaram a análise dos 
posicionamentos reflexivos, das negociações, dilemas, consensos e con-
flitos presentes neste campo. 
As reuniões específicas são abertas para a participação de outros 
atores atuantes no campo e a análise dos relatórios permitiu contextuali-
zar as especificidades e necessidades locais. Nos Grupos Focais a partici-
pação é restrita aos(às) psicólogos(as) e a análise dos relatórios possibili-
tou identificar os principais dilemas éticos e políticos que os profissionais 
vivenciam no cotidiano, os modos de atuação e as principais necessidades 
dos profissionais que atuam neste campo.
As fontes de informação são diversas e possibilitaram formas de 
posicionamento e interlocução diferentes e, desse modo, tomamos como 
base a definição de posicionamento como sendo interativo e reflexivo 
(DAVIES; HARRÉ, 1990): no primeiro, somos posicionados a partir da fala 
de outra pessoa e, no segundo, nos posicionamos quanto ao posicio-
namento do outro. Desse modo, entendemos, que ao dirigir perguntas 
aos(às) psicólogos(as) que atuam no campo estudado, estamos posicio-
nando-os(as) como profissionais atuantes, possuidores de um saber sobre 
sua prática, mesmo que tenham dúvidas e/ou conflitos sobre ela. Quem 
lhes endereçouas questões (fechadas, abertas, RE e GF) foi o Crepop e é 
para ele que respondem na tentativa de se fazer ouvir (por meio de uma 
pesquisa e seus resultados), explicitar suas práticas, refletir, denunciar, 
queixar-se e pedir ajuda. Nesse jogo de posicionamentos se constituem 
as respostas e informações que analisamos.
A análise teve como foco principal os modos de atuação dos(as) 
psicólogos(as) no campo das DST e aids, os desafios e as dificuldades 
enfrentadas nesse campo e o que foi apontado como práticas inova-
doras. Um relatório preliminar foi preparado para subsidiar as discus-
sões e a elaboração das diretrizes para a atuação dos(as) psicólogos(as) 
nesse campo.
 A partir da leitura do Relatório Descritivo da Análise Quantitativa 
elaborado pelo Crepop, das questões abertas do questionário sobre o dia 
a dia dos(as) psicólogos(as) no campo, dos relatórios das reuniões espe-
cíficas e dos grupos focais elaborados por técnicos do Crepop, o Ceapg 
construiu a análise que consistiu nas seguintes etapas: 
13
1. Análise qualitativa das questões abertas4, seguindo os seguintes 
passos:
a. leitura de todos os relatos de descrição das ações pelos(as) 
psicólogos(as);
b. identificação das posições de pessoa;
c. análise de cada uma das três questões, tendo sido estruturada, 
para cada, uma sequência analítica que nos permitiu identifi-
car as especificidades das respostas e da interlocução entre os 
participantes da pesquisa e as questões abertas;
d. identificação dos principais eixos explicativos encontrados 
nas temáticas;
e. escolha de exemplos para ilustração das temáticas analisadas.
2. Análise das reuniões específicas e dos grupos focais, a partir de 
uma caracterização inicial dos tipos de relatórios, metodologias e 
informações fornecidas:
a. leitura de todos os relatórios; 
b. leitura de todos os relatórios, na tentativa de encontrar eixos 
de análise (horizontalidade);
4 Nas quatro perguntas, abaixo, pedimos que os(as) psicólogos(as) descrevessem e opinas-
sem sobre o seu dia a dia: 
 1 – Descreva em detalhes o que você faz em uma semana típica de trabalho, com ênfase 
nas atividades relacionadas ao campo de DST/aids (Por favor, descreva de maneira que 
um(a) psicólogo(a) recém-formado(a) possa compreender).
 2 – Quais são os desafios específicos que você enfrenta no cotidiano do seu trabalho e 
como você lida com eles?
 3 – Quais novas práticas você e/ou seus colegas têm desenvolvido ou conhecem que es-
tão produzindo bons resultados que podem ser consideradas uma inovação neste campo. 
Descreva cada uma dessas novas práticas e indique onde podemos encontrá-la (e-mail ou 
outra forma de contato).
 4 – Sugestões e comentários adicionais.
c. identificação de temáticas que se repetem e que fazem corres-
pondência com as temáticas de análise das questões abertas e 
fechadas do questionário.
Nos três instrumentos utilizados, os(as) colaboradores(as) fo-
ram informados acerca da realização da pesquisa pelo CFP/Crepop e 
convidados(as) a participar respondendo às questões do questionário, 
nas discussões das reuniões específicas e dos grupos focais.
No primeiro, o consentimento para uso das informações foi dado 
ao final do preenchimento e, nos demais, esse foi verbal, tendo sido con-
sensual, uma vez que todos os participantes foram informados do uso das 
informações dentro do ciclo de pesquisa.
Para apresentação da análise das informações obtidas em todos os 
instrumentos, foram escolhidos exemplos que ilustrassem a discussão 
que se deu nas reuniões e grupos e as respostas ao questionário a fim de 
demonstrar o argumento analítico e contribuir para melhor apreensão e 
compreensão do cotidiano das(os) profissionais neste campo. Nos exem-
plos apresentados foi mantida a escrita original, em itálico e indicada a 
fonte. As fontes foram identificadas do seguinte modo: a) as respostas do 
questionário on-line foram identificadas com o número da questão e com 
o número da planilha Excel em que foram sistematizadas as respostas 
abertas e que identifica cada respondente; b) as reuniões específicas e 
os grupos fechados com a referência ao CRP onde foram realizados e as 
siglas RE e GF. Com isso, buscou-se preservar informações sobre os(as) 
colaboradores(as), sem, no entanto, ocultar todos os dados, uma vez que 
as descrições específicas se constituíram imprescindíveis para a contex-
tualização do campo e das realidades locais. 
É importante ainda ressaltar que todas as respostas dadas ao ques-
tionário e todos os relatórios das reuniões e dos grupos foram de grande 
14
relevância para conhecermos as práticas dos(as) psicólogos(as) no campo 
analisado. Desse modo, os exemplos apresentados ao longo deste texto 
foram escolhidos, como ressaltado acima, em função do recorte analítico, 
não sendo possível, portanto, nos utilizar de todas as informações forneci-
das pelos(as) colaboradores(as) como exemplos diretos.
Assim, apresentamos ampla caracterização dos modos de atuação, 
das experiências inovadoras e dos desafios enfrentados no campo, a par-
tir das informações presentes nos relatórios e nas respostas à pesquisa e 
de uma análise temática transversal dos principais temas presentes nas 
informações fornecidas nos relatórios.
2�3� Os(as) participantes
Um total de 207 pessoas respondeu ao questionário, entre 4 de maio 
e 4 de julho de 2007, sendo 30 do sexo masculino (14,5%) e 177 do sexo 
feminino (85,5%). A maioria dos profissionais respondeu às quatro per-
guntas, entretanto alguns não preencheram todos os campos, optando 
por qual questão responder. Assim, do total de 207 pessoas que respon-
deu às questões fechadas, responderam a:
•  questão 1 – sobre a prática desenvolvida no dia a dia: 184
•  questão 2 – sobre os desafios e formas de lidar: 180
•  questão 3 – sobre as práticas inovadoras: 121
•  questão 4 – comentários e sugestões: 81
As respostas a essas perguntas foram, em geral, uma pequena sín-
tese da atuação dos(as) psicólogos(as) no campo das DST/aids, da diversi-
dade de atividades realizadas, dos desafios encontrados, das soluções in-
dividuais dadas às dificuldades para o desenvolvimento do trabalho e uma 
clara demanda de criação de espaço, pelos CFP e CRP, para troca de expe-
riências com os seus pares – da Psicologia – atuantes nesse campo, bem 
como a solicitação de devolutiva dos resultados da presente pesquisa.
No Quadro 1 indicamos quais CRP realizaram as atividades propos-
tas como instrumento para a pesquisa e o número de participantes em 
cada atividade.
Quadro 1 – Reuniões Específicas e Grupos Focais
CRP
Abrangência
Regional
Número de 
Psicólogos que 
participaram das RE
Número de 
Psicólogos que 
participaram dos GF
01
Distrito Federal
Acre
Amazonas
Rondônia
Roraima
3 *
02
Pernambuco
Noronha
12
1° grupo 5
2° grupo 7
03
Bahia
12
2
Sergipe 2
04 Minas Gerais *
1º grupo 19
2º grupo 12
05 Rio de Janeiro 20 8
06 São Paulo 67 6
07 Rio Grande do Sul 5 4** 
08 Paraná * *
09
Goiás 17 6
Tocantins 9 6
10
Pará
Amapá
*** ***
15
11
Ceará 
*
7
Piauí 2
Maranhão 4
CRP
Abrangência
Regional
Número de 
Psicólogos que 
participaram das RE
Número de 
Psicólogos que 
participaram dos GF
12 Santa Catarina 95 8
13
Rio Grande do 
Norte
5 5
14
MT
5
3
MS 7
15 Alagoas 14 11
16 Espírito Santo 16 8
* Relatório não enviado
** Realizou dois grupos, com total de quatro psicólogos, mas não especificou quantos em cada.
*** Apesar de o CRP-10 não ter utilizado a mesma metodologia que os demais CRP na realiza-
ção dos GF, incluímos as informações na análise para contemplar todas as regiões possíveis; 
este referiu dificuldades para realização do GF, tenho obtido as informações por meio de 
preenchimento de fichas/questionários.
Algumas RE foram propostas em forma depalestra/evento para dis-
cussão de temas específicos, contando também, em algumas regiões, com 
a participação de estudantes de Psicologia, de enfermeiras, de psicólogo 
do Programa de Saúde da Família, assistentes sociais, sociólogos, estagiária 
de Ciências Sociais e servidor público da Vigilância Epidemiológica. 
Os relatores informaram que, de modo geral, houve grande in-
teresse em discutir as questões propostas e, em alguns conselhos, sur-
giu a ideia de realização novos encontros, a fim de dar continuidade às 
discussões. 
Na apresentação da análise das informações obtidas com a referida 
pesquisa, utilizamo-nos de falas diretas dos participantes do estudo – nas 
respostas dadas no preenchimento do questionário e quando citadas pe-
los relatores das RE e dos GF e de trechos dos relatórios dos CRP –, a fim de 
demonstrar o argumento analítico e contribuir para melhor apreensão e 
melhor compreensão do cotidiano dos(as) profissionais nesse campo. Nos 
exemplos apresentados foi mantida a escrita original e indicada a fonte: a) 
questionário on-line: com os números 1, 2, 3 e 4 para indicação das quatro 
questões analisadas e o número do respondente; b) reunião específica e 
grupo focal: com a referência ao CRP e à RE ou ao GF.
16
3� Contextualização do campo de 
trabalho do(a) psicólogo(a)
Segundo Relatório Descritivo da Análise Quantitativa realizada pelo 
Crepop, os(as) psicólogos(as) que responderam ao questionário estão as-
sim distribuídos: 17% nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), 
13% nos Centros de Referência e Testagem (CRT-DST/aids), 11% nos Ser-
viços de Assistência Especializada (SAE), e 9% nos Ambulatórios de Espe-
cialidades (AE) – totalizando 50%. Os demais 50% estão pulverizados em 
mais de 30 outros tipos de serviços, a grande maioria na área de saúde. 
O Sistema Único de Saúde (SUS) tem o objetivo de cuidar inte-
gralmente da saúde da população e é nesta perspectiva que foram de-
senvolvidas ações específicas dirigidas à prevenção e ao controle das 
DST/aids pelas organizações públicas de saúde, o que de certo modo 
explica o fato de que, do total de profissionais que respondeu à pes-
quisa, a maioria trabalha em organizações públicas (81,2%), principal-
mente na região Sudeste (47,8%). Isso, provavelmente, deve-se ao fato 
de o número de psicólogos(as) inscritos(as) nos Conselhos Regionais 
de Psicologia da região Sudeste ser significativamente maior que o de 
inscritos nas outras regiões.
Dos 207, 182 (87,9%) informaram atuar em área/serviço que possui 
equipe multiprofissional, 144 dos quais disseram trabalhar com médico, 
sendo as seguintes as cinco especialidades mais presentes: infectologis-
ta (32,9%), ginecologista (16,5%), clínico geral (16,1%), pediatra (12%) 
e psiquiatra (6,4%). 147 psicólogas(os) trabalham com enfermeiro; 128, 
com assistente social e 167, com outra(o) psicóloga(o). Vários outros 
profissionais compõem as equipes, sendo que os três mais citados são: 
técnico em enfermagem (36 vezes), nutricionista (22 vezes) e dentista 
(19 vezes). As equipes são compostas principalmente por profissionais 
do campo da saúde5. 
Muitos grupos de profissionais caracterizaram o campo na sua re-
gião e informaram quantas ONGs e Unidades de Saúde atendem pessoas 
com HIV/aids, oferecem testagem para o HIV ou algum tipo de prestação 
de serviço voltado a essa população. Apesar de nem todos informarem 
quantos(as) psicólogos(as) existem trabalhando nesse campo, há indica-
ção de que na maioria dos Serviços de Saúde existe pelo menos um(a) 
psicólogo(a). Alguns(umas) psicólogos(as) trabalham diretamente no Pro-
grama de Aids de seu município.
Nas RE existem várias referências às vantagens de trabalhar no 
campo em questão, sendo destacadas como positivas a diversidade de 
ações possíveis, as características e recursos do PN DST e Aids e a intera-
ção com a pessoa com HIV/aids na construção do campo, como apontam 
os relatos abaixo: 
A AIDS tem uma política, uma mobilização grande. Você está em congres-
so científico com um usuário sentado na sua frente, assistindo a sua pales-
tra. Então é interessante, porque você troca muito e ouve ali de viva voz o 
que ele está sentindo na pele. (RE CRP-01).
A situação atual do campo de trabalho, no estado, é bastante promisso-
ra por conta da diversidade da atuação da Psicologia nessa área. É um 
campo de trabalho que requer, cada vez mais, a participação do profis-
sional de psicologia. O(a) psicólogo(a) – na saúde pública e nas ONGs 
– tem atuado nos Programas de DST/Aids de várias formas: nas ações 
5 Em pesquisa realizada por Grangeiro, A. et al. (2007, p. 33) sobre diagnóstico situacional dos 
CTAs encontramos uma avaliação de quais profissionais compõem as equipes multiprofissio-
nais: Os profissionais de nível superior nas equipes dos CTA são, em sua maioria, enfermeiros 
(76,6%), psicólogos (72,5%) e assistentes sociais (64,7%). Médicos integram 53,8% das equipes. 
17
preventivas junto à população geral e à população específica (atendida 
pelos programas de governo) ou aos mais vulneráveis (...); na assistên-
cia ou atendimento psicológico a portadores de HIV/Aids, em ações e 
programas sanitaristas ou epidemiologista; em capacitação profissio-
nal por meio de cursos de pós-graduação (residência em saúde coletiva, 
mestrados, etc., e em supervisão de estágio, na graduação de Psicologia. 
Algumas dessas qualificações também são dirigidas à equipe multipro-
fissional relacionada a essa área da saúde. (RE CRP-02).
Os(as) psicólogos(as) do CRP-06, que participaram do GF, destaca-
ram características do Programa Nacional e desta região na atenção à 
epidemia da aids:
O Programa Nacional de DST e Aids é um programa descentralizado. As duas 
subesferas de poder (estados e municípios) têm autonomia administrativa para 
atuação. Entretanto, muito dos recursos são repassados pelo governo federal. 
No caso específico da cidade de São Paulo, a divisão se dá por região (Centro-
Oeste, Sul, Sudeste, Leste e Norte). As regiões procuram ter mais ou menos as 
mesmas divisões departamentais. Caso uma região não tenha determinado 
aparelho ou exame, o paciente demandante é encaminhado para a região 
mais próxima no que os especialistas chamam de “pacto”. (GF CRP-06)
No grupo focal do CRP-05, os(as) psicólogos(as) ressaltaram a inser-
ção do(a) psicólogo(a) nesse campo, dentro do contexto histórico-social 
da epidemia da Aids, que, no caso do Rio de Janeiro, teve “o primeiro CTA 
em 1992, no Hospital Escola da UFRJ. Em 1995 efetivou-se um convênio com 
o Instituto de Psicologia da UFRJ”. Apontaram que:
No campo DST/AIDS a participação do profissional psicólogo nasce com 
o fortalecimento dos movimentos sociais que, desde o início dos anos de 
1980, reivindicavam, dentro da área dos direitos humanos, políticas pú-
blicas específicas para, não só tratamento dos portadores de HIV, como 
também ações preventivas. (RE CRP-05).
Ainda no relatório do CRP-05, são abordadas as áreas de inserção e 
atuação dos(as) psicólogos(as):
Confirmou-se a consolidação e a expansão do campo de trabalho do psi-
cólogo nessa área, seja no tratamento, na prevenção seja na reabilita-
ção, a partir das seguintes falas: “no Rio de Janeiro a área de prevenção e 
promoção de saúde está bastante povoada por psicólogos, que têm suas 
ações voltadas para o trabalho com as vulnerabilidades e o aconselha-
mento, produzindo espaços de reflexão, debate e conversa”. Na área de re-
abilitação e assistência “tem-se o trabalho com pacientes em situação de 
internação onde há também psicólogos atuando”. Nessa área da assistên-
cia foi enfatizada a importância do trabalho do psicólogo na promoção 
da chamada “adesão ao tratamento”, visto que este profissional, “em fun-
ção do seu olhar diferenciado, voltado para a subjetividade do portadorde HIV” pode “através de uma melhor compreensão da vida deste sujeito 
propor e construir estratégias de adesão ao tratamento” (...) “garantindo 
uma qualidade melhor e um tempo maior de vida. (GF CRP-05).
18
4� Identificação das posições de pessoa6
Ao responderem às questões abertas sobre o dia a dia da práti-
ca profissional, os(as) psicólogos(as) descreveram as atividades rea-
lizadas e suas funções dentro da equipe multiprofissional; alguns se 
posicionaram como profissionais que: a) são atuantes e com experi-
ência no campo; b) estão trabalhando no campo há pouco tempo; c) 
já atuaram no campo. Assim, muitos(as) profissionais responderam se 
posicionando de forma a demarcar de onde falam, conforme destaca-
do nos seguintes exemplos: 
 a) já atua e tem experiência no campo
Trabalho num ambulatório regional especializado em DST/aids e hepati-
tes. Faço aconselhamento pré-teste, pós-teste, atendimentos individuais, 
dispensação de medicação, oficinas de sensibilização para funcionários 
da rede básica de atendimento de saúde e outros. Coordeno o projeto 
“Sexualidade na Escola”, que treina professores e população em geral 
para desenvolver oficinas de prevenção nos estabelecimentos de ensino. 
Sou responsável pela medicação da AIDS e preciso fazer relatórios men-
sais e participar de treinamentos do Ministério da Saúde e Coordenação 
Estadual de DST/aids. Além disso, sou responsável pela medicação que 
é dispensada para exposição ocupacional e não ocupacional. Auxilio a 
equipe na confecção do PAM (plano de ações e metas), que nos possibilita 
ter recursos financeiros para executar a maior parte das ações, tanto de 
prevenção quanto de tratamento. (1-49).
Como sou especialista em Gestão, minhas tarefas giram em torno de: as-
sistência (implantação e operacionalização de serviços); prevenção (capa-
6 Ver Davies e Harré (1990).
citação de profissionais nas várias áreas que compreendem o programa); 
vigilância (acompanhamento do SINAN – Sistema Nacional de Agravos, 
fazendo análise e interpretação dos dados, inclusive monitoramento, lim-
peza e organização do banco de dados). (1-179)
Trabalho na coordenação do programa municipal de DST/Aids de meu 
município, realizando atividades dentro da área de vigilância epidemio-
lógica, coordenação da política de assistência, prevenção e direitos huma-
nos, além de realizar atividades de suporte às unidades de saúde, assis-
tência social e de educação em torno da temática de DST/Aids, além de 
outros aspectos burocráticos, tais como acompanhamentos de processos, 
gerenciamento de sistemas e controle orçamentário. (1-16)
b) estão trabalhando no campo há pouco tempo:
Tenho apenas três meses de trabalho nesta área e trabalho apenas com pa-
cientes portadores de HIV/aids. Então ainda me encontro em treinamento. 
Todavia desenvolvo apoio psicológico e, às vezes, psicoterapia, orientações 
a pacientes com diagnóstico recente de HIV +, em início de Terapia Antirre-
troviral, uso irregular e abandono. Gestantes portadores de HIV/Aids. (1-67)
A minha atuação nesta área ainda é muito recente, totalizando apenas 
um ano e pouco. Semanalmente faço psicoterapia individual com adultos 
e crianças portadoras do HIV, elaboração de projetos para ser desenvolvi-
dos com a comunidade na prevenção das DST e HIV/AIDS. (...) (1-121)
c) já atuou no campo:
Primeiro quero esclarecer que já não trabalho nesta área desde nov./06, 
entretanto, atuei por quase cinco anos, iniciei como estagiária e depois de 
formada, fui contratada. Meu dia a dia ali era o seguinte: trabalhava por 
quatro horas diárias e estas eram divididas entre o atendimento individu-
al, visitas hospitalares ao paciente internado, e uma vez por semana, aten-
dimento ao grupo terapêutico. (1-21)
19
Em síntese, no Quadro 2, encontramos diversas posições, indicadas 
pelos(as) participantes, diante das perguntas sobre a prática profissional 
dos(as) psicólogos(as).
Quadro 2: posições de pessoas referidas pelos(as) 
psicólogos(as)
psicólogo(a) de unidade/
serviço
coordenadora de Serviço de 
DST e Aids
coordenadora e 
aconselhadora no CTA 
coordenador/a de equipe de 
psicólogos/as
coordenador de equipe de 
redução de danos
psicóloga e coordenadora 
(“papel duplo”)
gerente de Programa 
Municipal de DST e Aids
coordenadora de Programa de 
Saúde do Adolescente assistente de projeto
gerente de assistência 
(assistente técnica)
conselheiro municipal 
de DH 
psicólogo de consultório 
particular
monitora voluntária especialista em gestão
Desse modo, como assinalado no relatório do GF do CRP-16:
Os lugares em que o psicólogo atua neste programa são os mais variados: 
gestor, aconselhador, psicólogo clínico, treinamento, trabalho em campo 
(visitas a casas de programas-profissionais do sexo, escolas, casas de pes-
soas que abandonaram o tratamento) e prevenção. Foi destacado que a 
vigilância epidemiológica também é um espaço de atuação da Psicologia 
no programa para trazer contribuições no planejamento de estratégias 
para trazer os usuários que interromperam o tratamento. (GF CRP-16)
A coordenação de trabalhos específicos, de equipes de psicólogos(as) 
e de gestão dos próprios Programas de Aids são ações desenvolvidas por 
vários(as) dos(as) psicólogos(as) participantes dessa pesquisa, como descri-
to acima e em muitos dos exemplos destacados ao longo da análise. Esta 
função, em geral, é desempenhada em conjunto com diversas outras ações.
5� Sobre a prática desenvolvida no 
dia a dia: modos de atuação
Nas atividades descritas é possível observar grande diversidade 
no trabalho do(a) psicólogo(a) que, em sua maioria, é responsável por 
desenvolver várias ações, muitas delas concomitantemente, tais como: 
coordenação, gerência, consultoria, assistência técnica, aconselhamen-
to, psicoterapia, palestras, grupos de adesão, dispensação de medica-
ção, entrega de preservativos, oficinas de sensibilização e prevenção, 
redução de danos, orientações, dinâmicas de grupo, visita domiciliar, 
supervisão e pesquisa. O foco principal de ação está na prevenção e no 
tratamento que são realizados com maior ou menor frequência, depen-
dendo do local de trabalho.
Muitas das atividades realizadas no dia a dia se dão de forma sis-
tematizada, com distribuição em dias e horários preestabelecidos. Já 
outros(as) psicólogos(as) referiram organizar suas atividades conforme a 
demanda emergente.
Desse modo, várias(os) psicólogas(os): a) desenvolvem ações cons-
truídas a partir do diálogo com a Psicologia Social e com a Saúde Públi-
ca; b) realizam atividades de ensino e pesquisa; c) realizam Atendimento 
Domiciliar Terapêutico; d) fazem parceria com o Programa de Saúde da 
Família; e) desenvolvem atividades de prevenção com jovens nas escolas, 
com motoristas de caminhão e profissionais do sexo, por exemplo, nos 
locais em que estão trabalhando; f ) fazem oficinas de sexualidade; g) de-
senvolvem atividades com a comunidade em praças públicas baseados 
em repertórios e saberes locais. 
20
5�1� População atendida
Entre as várias atividades realizadas, encontramos profissionais 
que referiram atuar em Serviços de Saúde que atendem pessoas: 
1. somente com HIV/aids e outras que procuram o serviço para 
testagem sorológica;
2. com coinfecções:
a. DST (sífilis e hepatite B e C) e aids;
b. tuberculose e aids;
Em geral, a população atendida, nos dois grupos acima, é compos-
ta de crianças, idosos, e, principalmente de adolescentes e adultos. A po-
pulação atendida pode ser caracterizada, a partir das nomeações dos(as) 
psicólogos(as), como sendo: 1) pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA); 2) 
familiares; 3) cuidadoras(es); 4) parceiros(as); 5) pessoas em investigação 
sorológica; 6) pessoas da comunidade em geral; 7) pessoas que sofreram 
violência/abusosexual; 8) pessoas/profissionais que sofreram acidente 
perfurocortante. Algumas nomeações fizeram referência a populações es-
pecíficas, tais como: homens (ou HSM), mulheres, gestantes, profissionais 
do sexo, homossexuais (ou HSH) e travestis. 
A população referida é atendida em: a) serviços de saúde (ambula-
tório, hospital geral e hospital-dia); b) presídios; c) escolas; d) empresas; e) 
comunidade (inespecífico); f ) organizações não governamentais.
5�2� Ações realizadas pelo(a) psicólogo(a)
Entre as ações/intervenções realizadas pelo(a) psicólogo(a) se 
encontram especificidades da sua formação, ou seja, atividades que 
só esse profissional pode desempenhar a partir de instrumentos téc-
nicos próprios. 
Historicamente a inserção do(a) psicólogo(a) neste campo se deu 
via atividades próprias da sua formação: o aconselhamento psicológico 
e a psicoterapia, com o objetivo de oferecer atendimento a pessoas que 
recebiam o diagnóstico de aids e dar suporte psicológico diante do im-
pacto do diagnóstico de uma doença que era considerada fatal, como 
também, para a equipe de saúde diante das dificuldades em lidar com 
a nova realidade.
Outras atividades são desenvolvidas também pelos demais profis-
sionais ou em conjunto com esses. O aconselhamento pré e pós-teste, por 
exemplo, é um tipo de intervenção utilizada na prevenção de DST e HIV/
aids que pode ser desenvolvida por outros profissionais da equipe treina-
dos para o aconselhamento.
O relatório do grupo focal realizado pelo CRP-02 descreveu as várias 
ações desenvolvidas por psicólogos(as), sozinhos ou em equipe, no dia a 
dia neste campo: 
Atendimento sistemático com psicoterapia breve ou de apoio em enfer-
maria a todos os pacientes internados e seus acompanhantes. Esse serviço 
possibilita, também, espaço de estágio para estudantes de psicologia, com 
supervisão aos cursos de formação e de especialização em psicologia hos-
pitalar. No ambulatório ocorre o pós-teste, atendimento individual/psicote-
rapia aos usuários e, eventualmente, a seus familiares, em conjunto ou não. 
Todo usuário que chega ao serviço tem um primeiro atendimento com a Psi-
cologia. No período de solicitação e entrega de resultados de testes anti-HIV 
faz-se aconselhamento pré e pós-teste HIV. Há grupo de atividades integra-
das com profissionais de outras áreas. As atividades são desenvolvidas com 
base em uma visão humanista da prestação dos serviços psicológicos. O(A) 
psicólogo(a): realiza visitas domiciliares e hospitalares, coordena e orienta 
o Grupo de Ajuda Mútua, Grupos Operativos, Família, Trabalho e Renda; 
21
elabora e implementa projetos; atua no controle social (participação em 
conselhos/conferências); coordena projetos e atua na profilaxia da trans-
missão de HIV e sífilis, por ocasião do parto e do puerpério. (GF CRP-02).
Os(as) profissionais do GF do CRP-04 e da RE do CRP-01 ressaltaram 
que existem especificidades no que se refere ao trabalho no CTA, no SAE 
e no hospital-dia, mesmo que muitas atividades sejam comuns ou que 
ambos funcionem no mesmo local:
Quanto à caracterização da atividade foram explicadas as diferenças en-
tre CTA e SAE. No CTA os psicólogos tem função de aconselhador como 
outro profissional de saúde, tendo a especificidade de ter de entregar os 
diagnósticos (sendo positivo ou negativo). (...) No SAE o atendimento é 
realizado com o paciente com diagnóstico já informado, assim o traba-
lho às vezes tem caráter psicoterápico, embora com características focais 
devido à demanda. (GF CRP-04) 
No centro de testagem, o trabalho realizado é de aconselhamento, tan-
to no pré-teste quanto no pós-teste. No Centro de Saúde nº 11, realizam 
prevenção e assistência, com acompanhamento dos pacientes que já 
tenham confirmação de diagnóstico; aconselhamento para oferta de 
testagem (este centro realiza o exame também), que seria um aconse-
lhamento pré-teste; aconselhamento pós-teste, que é a entrega do re-
sultado do exame; e atividades de grupo de adesão ao tratamento, para 
pacientes que apresentam maior dificuldade de aderir a este tratamen-
to. No hospital-dia são realizados atendimento e acompanhamento 
individuais aos pacientes e familiares, e grupo de apoio, cujo objetivo 
principal é a adesão ao tratamento, funcionando uma vez por mês, com 
a presença de uma enfermeira e uma médica, além da psicóloga. No 
hospital-dia fazem aconselhamento e acolhimento psicossocial. Este 
acolhimento é feito através de uma entrevista, que fica guardada em 
seus registros. (RE CRP-01). 
5�2�1� Assistência psicológica 
A assistência psicológica às pessoas vivendo com HIV, parceiros(as) e 
familiares tem como base os referenciais teórico-técnicos da Psicologia e 
são de âmbito individual, de casal, familiar e grupal, conforme destacado 
nos exemplos abaixo:
Atendimento individual a crianças, jovens, adultos, idosos. Às vezes casal, 
família, profissionais do sexo, homossexuais, etc. Além disso, distribuição 
de preservativos, palestras, etc. Marcação de consulta e transporte, visitas 
domiciliares, etc. (1-27) 
Atendimento terapêutico individual aos pacientes, terapias de casal, ca-
pacitação junto aos professores para formação de multiplicadores, visitas 
aos PSFs para orientação às enfermeiras do perfil da população que vai 
buscar preservativos, questionário com os alunos nas escolas. (1-108)
Atendimento grupal semanal na ONG, através de grupos operativos, arti-
gos, dinâmicas, assuntos pertinente à sua semana, patologias, dificulda-
des, elaboração de tarefas em oficinas. Atendimento individual, se neces-
sário. Grupo de familiares para orientação e prevenção. No ambulatório de 
saúde mental, atendo individualmente os casos encaminhados, mais com 
problemas de álcool e outras drogas. Trabalhamos com projetos. (1-28)
Atendimento individual aos portadores de HIV/Aids e seus familiares uti-
lizando técnicas que vão do apoio, aconselhamento até a psicoterapia 
breve. Atendimento aos portadores através de visitas domiciliares junto à 
equipe multiprofissional. Discussões de caso, reuniões de equipe, elabora-
ção e desenvolvimento de projetos de pesquisa na área. (1-4).
Alguns relatos indicam o trabalho de grupo com populações especí-
ficas: homens, mulheres, adolescentes e gestantes. No Quadro 3 destaca-
mos exemplos deste trabalho.
22
Quadro 3 – Exemplos de atendimento psicológico voltado a 
populações específicas
População específica Exemplo
homens
Realizo práticas de psicoterapia de grupo com homens e 
mulheres vivendo com HIV/Aids, sessões de 2h30; realizo 
entrevistas individuais como ferramenta de levantamento 
de demandas; realizo grupos operativos e de reflexão com 
homens (...). (1-85)
adolescentes
Abordagem individualizada e em grupo nos posto de saú-
de e grupos de adolescentes, em projeto de dança de rua, de 
forma dinâmica integrativa participativa. (1-117)
mulheres
Aconselhamento Individual pré-teste e pós-teste; psicotera-
pia individual para clientes do serviço; trabalhos de preven-
ção em grupo com mulheres jovens e adultas. (1-92)
gestantes
(...) Grupo psicoterápico aberto acolhimento, sensibilização, 
conscientização de seus direitos e deveres perante sua condi-
ção; atualmente com eventuais portadores que frequentam 
o Grupo Educativo Misto de Planejamento Familiar. (1-36)
Grupo de gestantes portadoras de HIV/AIDS. (RE CRP-9 GO)
5�2�2� Acolhimento, plantão psicológico e pronto-atendimento
O acolhimento é uma forma de recepção e da atenção voltada à pes-
soa/paciente que chega para iniciar o tratamento ou mesmo para realiza-
ção de exames anti-HIV, como explicado abaixo:
Duas vezes por semana acompanho o infectologista do setor, nos atendi-
mentos dos pacientes agendados para ele. Neste dia não tenho pacienteagendado e fico à disposição daqueles que chegam para a consulta médica. 
Nesta disponibilidade, que chamamos de acolhimento, recebemos os pré-
testes, os recém-diagnosticados e novos no setor, os pacientes antigos sem 
demanda de tratamento psicológico (reforçamos a oferta) e os familiares dos 
pacientes para uma orientação ou mesmo uma indicação de análise. (1- 45)
O plantão psicológico e o pronto-atendimento foram atividades 
pouco referidas, mas descritas como sendo semelhantes ao acolhimen-
to, uma vez que é disponibilizado tempo para atender o usuário quando 
ele quiser o atendimento ou diante de uma urgência para o atendimento 
psicológico. Na descrição abaixo temos um exemplo de várias atividades: 
pronto-atendimento, reunião de equipe, discussão de casos, acolhimento, 
atendimento familiar, capacitação e prevenção: 
Em dois períodos da minha semana, nos quais o médico está atendendo, 
fico à disposição para o pronto-atendimento de pacientes que estarão 
passando em consulta com ele. Cerca de quatro períodos ficam destinados 
ao atendimento semanal de pacientes soropositivos, seus parceiros e fami-
liares. Em um período semanal temos a reunião de equipe para discussão 
de casos e planejamento de ações. Em mais um período fico à disposição 
para o acolhimento de novos pacientes encaminhados de todas as Unida-
des de Saúde (onde fazem a testagem). E um dia que pode ser dedicado a 
capacitação da rede básica de saúde, capacitação da equipe específica, 
palestras sobre prevenção em escolas, centros comunitários, etc. (1-30).
5�2�3� Entrevistas, psicodiagnóstico e laudos psicológicos
A entrevista é utilizada para avaliação inicial da demanda ao aten-
dimento pelos(as) psicólogos(as), para levantamento de necessidades da 
PVHA ou da família. É um instrumento utilizado também para avaliação 
sobre a possível participação em pesquisas. No modelo mais clínico é feita 
para anamnese e psicodiagnóstico, como referido abaixo: 
23
Depende do tipo de trabalho a ser realizado, pois tem semana que é com 
entrevista individual (anamnese) para novos clientes. (...) (1-56).
Recebo pacientes em ambulatório com diagnóstico dado pelo médico que 
me encaminhou. Faço uma entrevista e após isso uma agenda terapêutica 
das possíveis e futuras intervenções. (1-72).
Algumas descrições citam a elaboração de laudos como uma ativida-
de de rotina, mas somente a fala abaixo explicita a quem este é direcionado: 
(...) Elaboração de laudos, principalmente para perícia médica, INSS. (...) (1-48).
5�2�4� Orientação
A orientação é uma ação que atende várias demandas do dia a dia 
do(a) psicólogo(a), seja orientar estagiários, familiares ou ainda como 
aconselhamento pré e pós-teste, como destacado no seguinte exemplo:
Atendimento psicoterápico para portadores de HIV. Orientação sobre DST/
aids para pessoas que querem fazer a coleta de sangue para HIV (geral-
mente em grupo), em seguida preenchimento de formulário, requisições 
(individual) e encaminhamento para coleta. (1-25).
5�2�5� Grupos e oficinas
Os(as) psicólogos(as) desenvolvem diversas ações em grupos, vol-
tadas para questões específicas relacionadas às DST e ao HIV e aids; estes 
têm objetivos específicos, tal como prevenção e adesão. De tal forma, um(a) 
mesmo(a) psicólogo(a) realiza mais de um tipo de grupo/oficina no dia a dia. 
Destacamos exemplos dessas ações, conforme a nomeação dada 
por quem respondeu o questionário:
Existe um projeto na coordenação de DST/AIDS em BH onde intervimos na 
sociedade “excluída”, onde através de oficinas e vivências trabalhamos a 
sexualidade e a prevenção, juntamente com os temas inter-relacionados 
as DSTs/AIDS, como redução de danos, convivendo com o portador, rela-
ção de gênero, diversidade sexual, preconceito e discriminação, etc. (1-186)
Realizo oficina cultural sobre sexualidade, abordando temas como: namo-
ro, virgindade, corpo erótico e corpo reprodutivo, gravidez e aborto, méto-
dos anticoncepcionais e preventivos e, DSTs e Aids. (1-6)
Atendimento psicológico individual e em grupo para pacientes HIV, orien-
tação a família, amigos, colegas de trabalho a respeito de prevenção, tra-
tamento, direitos humanos. Grupos de adesão ao tratamento antirretrovi-
ral. (...) (1-41)
Ministro com frequência oficinas sobre sexualidade, DST/Aids e Violência 
Sexual. Trabalhamos diversos temas ligados à adesão ao tratamento. Ofe-
recemos oficinas de arte, objetivando a resgatar autoestima e a inserção 
no mercado de trabalho. (1-87)
Atendimento individual e em grupo; aconselhamento ( pré-teste e pós-
teste), palestras de prevenção em DSTs e Aids; oficina de sensibilização de 
preservativo feminino. (1-86)
Oficinas de trabalho, oficinas informativas e oficinas terapêuticas com o 
paciente e ou famílias (GF CRP-04).
Atuo em atendimento ambulatorial (individual e grupos), faço levantamen-
to de linguagem jovem, como objetivo de adequar o lançamento das in-
formações a eles, trabalho também com escolas e comunidades vulneráveis 
com realização de palestras informativas e oficinas vivenciais. (1-10).
Na ADT: Reunião de equipe; discussão de casos; visitas domiciliares (reu-
nião de família, psicoterapia de apoio, orientação ao cuidador); grupo 
psicossocial. (...) (1-93)
Atendimento grupal semanal na ONG, através de grupos operativos, 
artigos, dinâmicas, assuntos pertinente à sua semana, patologias, di-
ficuldades, elaboração de tarefas em oficinas atendimento individu-
al, se necessário grupo de familiares para orientação e prevenção no 
24
ambulatório de saúde mental, atendo individualmente os casos enca-
minhados, mais com problemas de álcool e outras drogas. Trabalha-
mos com projetos. (1-38).
Aplico oficinas e dinâmicas com ênfase em prevenção e adesão ao tratamen-
to e atendo pessoas que procuram a ONG precisando de orientação. (1-54)
5�2�6� Redução de danos
Alguns(umas) psicólogos(as) participam de projetos de redução de 
danos ou desenvolvem esta ação juntamente com as demais. É também 
uma das atividades realizadas em conjunto com a equipe multiprofissio-
nal, como referido abaixo:
Atendimento/acompanhamento individual a pacientes com HIV/Aids, 
aconselhamento individual pós-teste, suporte emocional a pacientes re-
cém-diagnosticados para o HI. Uma vez por mês condução do grupo de 
apoio a pacientes soropositivos e familiares, juntamente com uma en-
fermeira e uma médica, participação na reunião semanal do Projeto de 
Redução de Danos – PRD, uma vez por semana articulação na sede da 
Secretaria de Saúde sobre aspectos diversos do PRD, participação em al-
guma capacitação trabalhando geralmente o tema redução de danos ou 
aconselhamento em DST/Aids. (1-9).
Sou coordenadora do Serviço de HIV/aids. Cuido de toda a parte adminis-
trativa do serviço, reuniões, aconselhamento e resultados de exames, dis-
penso medicamentos, cuido da distribuição dos preservativos e coordeno 
a equipe de Redução de Danos. (1-192).
Os profissionais disseram que se deve trabalhar com a perspectiva de redu-
ção de riscos (ou danos) para ir alcançando a meta de prevenção de DST/
AIDS. (GF CRP-04).
5�2�7� Prevenção e promoção da saúde
Outra demanda da epidemia da aids, desde que identificado seu 
agente de transmissão, tem sido a prevenção. Assim, à medida que 
as ações dirigidas à superação da epidemia e que o foco foi sendo 
ampliado do indivíduo doente, para o portador do HIV e para a popu-
lação em geral, as ações das(os) psicólogas(os) também se transfor-
maram e a atuação passou a ser tanto na promoção da saúde como 
em psicoterapia.
A prevenção é desenvolvida por meio de palestras, grupos e oficinas 
em escolas, empresas, serviços de saúde e centros comunitários, como 
ilustram os exemplos abaixo:
Elaboração e execução de projetos paraescolas públicas, enfocando a pro-
moção da saúde dos adolescentes. (1-11).
Neste mês, por exemplo, estamos dando palestras e realizando trabalhos 
em grupos com adolescentes de 5ª série ao 3º colegial, em parceria com o 
Creas, trabalhando prevenção. (1-15).
O grupo do CRP-12 destacou que em um dos municípios as ações de 
prevenção estão organizadas por programas específicos:
Programa Redução de Danos – abordagem a pessoas dependentes de dro-
gas e trocas de seringas;
Projeto Porto Saudável – Atividades de prevenção junto aos trabalhadores 
portuários de Itajaí: atividades educativas, realização de exames...
Projeto Bem-me-quer: atividades educativas, realização de exames, junto 
a profissionais do sexo.
Projeto Escola: atividades de prevenção as DST/HIV/AIDS junto a Educa-
dores e alunos;
25
Projeto Empresa: atividades de prevenção as DST/HIV/AIDS junto a traba-
lhadores, profissionais de CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Aciden-
tes) e Diretores de Empresas. (GF CRP-12).
5�2�8� Aconselhamento pré e pós-teste: individual, de casal e coletivo
O aconselhamento pré e pós-teste foi a atividade mais referida. Trata-
se de uma das diretrizes da Coordenação Nacional de DST e Aids (CN DST e 
Aids)7, que implantou os Centros de Orientação e Apoio Sorológico (Coas), 
desde 1988, sendo referência para o aconselhamento de pessoas que 
queiram fazer testagem para o HIV, com a recomendação de composição 
de equipe com pelo menos quatro profissionais de nível superior e com 
a oferta de suporte emocional durante esse processo8. Posteriormente, o 
aconselhamento passa a ser desenvolvido também por outros serviços es-
pecializados, tendo como foco também o aconselhamento de gestantes, 
7 Ver Aconselhamento em DST, HIV e Aids: diretrizes e procedimentos básicos (Coordenação 
Nacional de DST e Aids. Aconselhamento em DST, HIV e Aids: diretrizes e procedimentos 
básicos. 4. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2000).
8 Segundo Diagnóstico Situacional, publicado em 2007: “Em 1993, o documento Normas 
de organização e funcionamento dos Centros de Orientação e Apoio Sorológico apontou 
a necessidade de haver equipes multiprofissionais nos serviços e sugeriu um parâmetro 
de pelo menos quatro profissionais de nível superior (sem especificação de categoria pro-
fissional), dois profissionais responsáveis pela coleta e dois recepcionistas, além dos res-
ponsáveis pela limpeza. Considerando esse parâmetro pode-se afirmar que em 40% dos 
CTA do Brasil há deficiência de recursos humanos, e os serviços possuem menos de oito 
integrantes na equipe. Essa situação é particularmente importante nas regiões Centro-
Oeste (48,9%), Norte (50,0%) e Sul (53%) (...) Quanto à presença de pelo menos quatro 
profissionais de nível superior, 33,1% dos CTA brasileiros não atendem a essa recomenda-
ção (....p.32-33). (Ver Grangeiro A. et al. Diagnóstico situacional dos Centros de Testagem e 
Aconselhamento. São Paulo, Instituto de Saúde, 2007. (Relatório de Pesquisa).
a testagem para hepatite B e C, de sífilis e a adesão ao tratamento9,10. Os 
dois exemplos, abaixo, assinalam questões sobre o aconselhamento:
Atividades de aconselhamento pré-teste, entrega de resultados com acon-
selhamento pós-teste, atendimentos individuais ao paciente, a família, 
discussões clínicas com a equipe, atendimento a pacientes HIV/AIDS inter-
nados no hospital geral. (1-32).
A maioria dos psicólogos do programa atua no aconselhamento, esta ati-
vidade não é específica do psicólogo outros profissionais também ocupam 
esse espaço: assistente social, pedagogo, enfermeiro. Definem o aconse-
lhamento como orientações de medidas preventivas relacionadas a DST/
AIDS, acolhimento e escuta. Afirmam que quando o usuário necessita de um 
acompanhamento maior é encaminhado para a terapia clínica, programas 
que não possuem psicólogo para esse atendimento são encaminhados para 
as unidades de saúde. Afirmam que em alguns programas não há demanda 
para o atendimento clínico, os usuários não querem ser atendidos no pro-
grama pelo temor do preconceito. Foi ressaltada a estratégia de utilizar a 
criação de grupos terapêuticos em outros espaços. (GF CRP 16).
O aconselhamento, um tipo de ação que começou a ser construí-
da e realizada ainda na década de 80, não é uma prática sem dilemas. 
Foi uma das atividades discutidas na maioria das reuniões e grupos o que 
indica que, apesar de existir diretrizes claras sobre o aconselhamento no 
Programa Nacional de DST e Aids, ainda há no campo de trabalho muitas 
9 Segundo documento de diretrizes e procedimentos da CN de DST e Aids de 2000 [1997], 
o aconselhamento pode ser realizado de forma individual ou coletiva/grupal e tem como 
referência teórica a abordagem centrada no cliente de Carl Rogers. 
10 O Instituto de Saúde de São Paulo avaliou os Centros de Testagem e Aconselhamento do 
Brasil realizando um diagnóstico situacional. Muitas das dificuldades apontadas pelas/os 
psicólogas/os na pesquisa que analisamos estão em consonância com o diagnóstico situa-
cional realizado (GRANGEIRO et al, 2007). 
26
questões relativas aos modos de realizar o aconselhamento e aos papéis 
dos profissionais nas equipes de trabalho:
A maioria dos psicólogos do programa atua no aconselhamento, essa 
atividade não é específica do psicólogo, outros profissionais também 
ocupam esse espaço: assistente social, pedagogo, enfermeiro. Definem 
o aconselhamento como orientações de medidas preventivas relaciona-
das a DST/AIDS, acolhimento e escuta. Afirmam que, quando o usuário 
necessita de acompanhamento maior, é encaminhado para a terapia 
clínica, programas que não possuem psicólogo para esse atendimento 
são encaminhados para as unidades de saúde. Afirmam que em alguns 
programas não há demanda para o atendimento clínico, os usuários 
não querem ser atendidos no programa pelo temor do preconceito. Foi res-
saltada a estratégia de utilizar a criação de grupos terapêuticos em outros 
espaços. (GF CRP-16).
Os(as) psicólogos(as) indicaram não existir total clareza quanto à ta-
refa em si como uma prática da Psicologia: 
Há um dissenso: na atribuição do aconselhamento psicológico, se é um fa-
zer estritamente do psicólogo, ou não. (GF CRP-02).
Ou ainda a uma parte desta tarefa: entregar resultado de exame. A 
entrega de resultados de exames – positivos e negativos – é uma ativida-
de que pode ser entendida como parte do processo de aconselhamento 
pré e pós-teste, nos Centros de Testagem e Aconselhamentos; em algu-
mas respostas, esta ação foi referida como uma atividade específica:
Orientação (abordagem sindrômica) sobre as DST/HIV/aids/hepatites vi-
rais. Entrega de resultado de exames com esclarecimento do diagnóstico. 
Nos casos de diagnósticos positivos persuadir o paciente das vantagens da 
adesão ao tratamento e compartilhamento do diagnóstico com as pesso-
as afetivamente relevantes. (1-69)
Recebo pacientes portadores de HIV para uma escuta dos problemas que 
ele vem vivenciando pelo fato de ser soropositivo. Faço entrega de exames 
positivos e negativos e dou todo suporte emocional necessário para elabo-
rar este resultado/aceitar o diagnóstico/o tratamento/adesão. Faço pales-
tras (aconselhamento pré e pós-teste), dando à população em geral todas 
as informações necessárias sobre HIV/AIDS, preparando a pessoa para um 
resultado positivo ou negativo. Realizo atividades em grupo, quando te-
mos pacientes que se identificam em algum ponto. (1-83)
Na pesquisa ela aparece de dois modos: os que relatam “entregar os 
resultados de exames” e os que questionam se “devem ou não entregar os 
resultados”, como, por exemplo, nas discussões do grupo do CRP-14 MS:
Não houve consenso a respeito da entrega do diagnóstico, alguns profissio-
nais alegaram ser atribuição de quem solicitou o exame.Enquanto outros 
consideraram a importância de que o médico entregue o resultado. E outros 
afirmam que é função do psicólogo entregar o resultado. (GF CRP-14 MS)
5�2�9� Distribuição de preservativos
A distribuição de preservativos é indicada como compondo ações de 
prevenção na comunidade e em escolas, por exemplo, e na rotina de aten-
dimento aos usuários dos Serviços que fazem tratamento ou teste anti-HIV: 
Faço palestra pré-teste e entrega de resultados, participo de algumas oficinas 
com adolescentes, abordando questões sobre sexualidade e prevenção de HIV/
DST e Aids. E alguns eventos externos de distribuição de preservativos. Tirando 
dúvidas e encaminhamentos de tratamento de DST da população. (1-124)
Meu trabalho na escola consiste, entre outras atividades, da participação no 
projeto saúde e prevenção no campo, adaptação do projeto da rede estadu-
al de saúde e prevenção nas escolas. Coordenado pela professora de artes, 
atividades de disponibilização permanente de preservativos são feitas pela 
27
equipe de saúde e assistência ao educando; atividades culturais tendo a 
área como tema transversal são desenvolvidas esporadicamente, envolven-
do turmas inteiras e profissionais de educação. O psicólogo trabalha com 
o acompanhamento das atividades e com trabalho de acompanhamento 
individual e grupal de alunos e orientação sexual, minimizando dúvidas e 
conflitos que envolvem todas as questões agregadas ao tema. (1-175)
5�2�10� Elaboração de material informativo
As(os) psicólogas(os) têm contribuído também na produção de car-
tilhas e informativos sobre DST e aids:
Elaboração, implementação e avaliação de oficinas de prevenção em 
DST/AIDS, elaboração de material informativo (cartilhas, folders, etc., 
sobre o tema.). (1-197)
(...) Produção de material educativo. (...) (GF CRP-03)
5�2�11� Pesquisa
A referência ao trabalho de pesquisa é feita como uma das várias 
funções/atribuições, com indicação de algumas atividades ou passos 
da realização de pesquisas, tais como: elaboração de projeto de pes-
quisa, coordenação de pesquisa, esclarecimento sobre a pesquisa e o 
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Mas há também quem 
realize prioritariamente atividades voltadas para pesquisas, como 
destacado abaixo: 
Trabalho em um Instituto de Pesquisa Clínica em HIV/AIDS; recebo 
pacientes oriundos de outros serviços que querem ser voluntários de 
pesquisa; esclareço esses voluntários sobre os protocolos de pesquisa, 
seus riscos e benefícios e aplico os Termos de Consentimentos Livres e 
Esclarecidos (TCLE); preparo os voluntários para fazer o teste anti-HIV e 
receber os resultados (aconselhamento pré e pós-teste; Faço aconselha-
mento para casais sorodiscordantes; ministro treinamento e supervisio-
no estagiários de Psicologia na área de pesquisa e aconselhamento em 
DST/HIV/AIDS. (1-65)
(...) coordenação de estudo de pesquisa (1-12).
Realizo pesquisas na área. Investigo relações entre funcionamento do sis-
tema imunológico e diagnóstico diferencial entre os diversos quadros psi-
copatológicos apresentados pelas pessoas com HIV/aids. Participo ainda 
de grupos de pesquisa e de formação de psicólogos. (1-34)
5�2�12� Ensino
As atividades de ensino são bastante citadas e indicam a inserção de 
muitos(as) psicólogos(as), que atuam neste campo, na produção e transmissão 
de conhecimento. É uma ação que amplia a prática profissional, pois muitos(as) 
profissionais dão aulas em cursos de especialização, supervisionam estagiários 
e treinam profissionais de saúde, ao mesmo tempo em que desenvolvem di-
versas outras ações. Como exemplo das atividades de ensino, destacamos:
Trabalho 30 horas em um hospital público de referência a pessoas portadoras 
de doenças infecciosas, grande parte delas portadoras do vírus HIV/AIDS. Mi-
nhas áreas de atuação compreendem: uma enfermaria de pacientes adultos 
(a partir de 18 anos), de ambos os sexos, com cerca de 26 leitos; triagem am-
bulatorial adultos: duas vezes por semana (tarde e manhã). Seguimento Psi-
cológico Ambulatorial (Psicoterapia Focal/Breve). Aulas e supervisão de cam-
po no Programa de Aprimoramento Profissional em Psicologia Hospitalar da 
SES-SP; orientação de estágio para acadêmicos de Psicologia (5º ano) e espe-
cializandos em Psicologia da Saúde e Hospitalar. (...) As atividades são mes-
cladas durante a semana com assistência ao paciente/familiares internados, 
28
supervisão de campo para os estagiários (avaliação psicológica, elaboração 
de relatórios, confecção de pareceres, discussão de caso em equipe multipro-
fissional, etc.). (...) Leitura de Artigos para atualização científica. (1-145)
(...) Esse serviço possibilita, também, espaço de estágio para estudantes de 
Psicologia, com supervisão aos cursos de formação e de especialização em 
Psicologia hospitalar. (GF CRP-02)
5�3� Ações em equipe multiprofissional
Desde o início da epidemia há o reconhecimento da com-
plexidade das ações neste campo e da necessidade do trabalho de 
profissionais de diferentes áreas, daí a presença marcante das equipes 
multiprofissionais.
Na pesquisa, as equipes multiprofissionais apareceram como 
sendo compostas principalmente por psicólogos(as), médicos(as) infec-
tologistas, enfermeiros(as), médicos(as) clínicos(as) e assistentes sociais. 
Muitas das ações realizadas pelos(as) profissionais atuantes neste campo 
acontecem em equipe: reuniões técnicas/administrativas, reuniões de 
equipe multiprofissional e reuniões clínicas para discussão de caso, visitas 
domiciliares, elaboração de plano de trabalho, entre outras.
Exemplos de atividades realizadas em equipe:
Verificar o boletim de notificação de DST/AIDS registrada pelo médico du-
rante a semana, reunião com médico e enfermeira para elaboração das 
atividades, deixar na farmácia preservativos para entrega aos usuários, 
reunião com os grupos, visitas domiciliares aos que não vêm às reuniões e 
às orientações com a família. (1-13)
Elaboro a programação de atendimento junto com a equipe, no sentido 
de podermos traçar as melhores estratégias de ação junto à população. 
Ministro palestras voltadas à área em escolas. (1-73)
Sobre a dificuldade de trabalho com outros membros da equipe, a maioria 
dos participantes colocou que não tem encontrado grandes dificuldades, pois 
quem trabalha com essa questão tem uma postura diferente. (RE CRP-14)
5�4� Referencial teórico e conceitos que embasam as ações 
Na maioria dos relatórios dos GF foi informado qual o referencial te-
órico e os conceitos que os(as) psicólogos(as) mais utilizam. 
No GF do CRP-02, a maioria dos conceitos é apresentada como glos-
sário de termos técnicos utilizados na área de DST/aids:
Soropositivo, Aconselhamento CD4 e Carga Viral, Adesão ao Tratamento, 
Preservativo Feminino, Infecção Oportunista, Teste rápido, Casal discor-
dante/sorodivergente, Reagente, adaptação à hospitalização, reagente, 
não reagente, aceitação dos atendimentos psicológicos, janela imunoló-
gica, transmissão vertical. (GF CRP-02)
O CRP-03 contou com a participação de apenas quatro participan-
tes no GF, tendo descrito o referencial e os conceitos dados por eles, 
individualmente:
1. Orientação teórica psicanalítica. O foco de trabalho é com o sujeito e 
não no HIV. Conceitos: Prazer- ampliação das concepções de prazer para 
outras dimensões da vida que não apenas o sexual; desconstrução dos 
preconceitos e estereótipos ligados à doença e a si mesmo; Ampliação da 
tolerância com as diferenças e melhor compreensão do preconceito da so-
ciedade com o diferente. 
2. Embora não tenha realizado atendimentos no CTA, possui paciente 
no consultório particular com situação de HIV, derivando daí os conceitos 
aqui explicitados. Referencial teórico sistêmico; construcionismo

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