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PORTFOLIO a utilização da literatura para a alfabetização

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
curso de pedagogia
EDVALDO RUFINO DE SOUSA
Reggio Emilia: reflexões e inspirações para a educação na
infância
Planaltina
2015
EDVALDO RUFINO DE SOUSA
Reggio Emilia: reflexões e inspirações para a educação na infância
Trabalho interdisciplinar individual apresentado ao curso de pedagogia do 4º semestre a UNOPAR-VIRTUAL
Planaltina
2015
INTRODUÇÃO
O seguinte trabalho é uma produção textual que destaca os trabalhos pedagógicos desenvolvidos pelas crianças de Reggio Emília na Itália. Reggio Emllia é uma cidade de 130 mil habitantes que fica na região próspera de Emilia Romagna, no nordeste da Itália. Sua educação municipal ficou conhecida como um dos melhores sistemas educacionais do mundo no ano de 1991, através de uma concepção pedagógica que a criança é “portadora de história, capaz de múltiplas relações, construtora de culturas infantis, sujeito de direitos.
Os espaços contribuem para o sucesso do trabalho. As salas são amplas e interligadas, a cozinha é envidraçada para que crianças e funcionários interajam, o pátio tem áreas ao ar livre que favorecem a exploração e a curiosidade. 
 Nota-se que a prática é baseada em pesquisas através de imagens e fotografias utiliza-se o meio ambiente e a divulgação dos trabalhos.
2. DESENVOLVIMENTO
 UM ESTUDO SOBRE AS ATIVIDADES INFANTIS DESENVOLVIDAS PELOS ALUNOS NA CIDADE DE REGGIO EMILIA NA ITALIA
Na cidade italiana de Reggio Emilia há trabalhos infantis em todo canto. Numa passagem subterrânea, próxima à estação de trem, uma exposição de fotografias e desenhos forra as paredes. No comércio e nos restaurantes, as mostras são frequentes. É comum ainda ver crianças pelas praças fazendo desenhos de observação e trabalhos de campo. Os pais, por sua vez, participam de atividades variadas, como cuidar da horta na escola, e podem acompanhar os registros das professoras, que ficam na porta de cada sala. 
As propostas incluem pesquisa, produções artísticas e de textos, observação, discussão, entrevistas, explorações de números e o que mais for necessário para as crianças experimentarem e, com isso, avançarem. A rotina é semelhante à de nossas escolas, mas alguns pontos chamam atenção, como o fato de os pais entrarem na sala e brincarem com os filhos em vez de deixá-los na porta e a ausência de um tempo predeterminado para o encerramento de um projeto: o importante são as explorações. (NICOLIETO; SANTOMAURO, 2013)
Nos corredores, são afixados os trabalhos das crianças e por todos os ambientes fica evidente o cuidado com a estética. Os materiais que alimentam as explorações - objetos reaproveitados e rejeitos de indústrias parceiras - são cuidadosamente selecionados. "Pedaços de madeira, folhas, pedras e galhos, por exemplo, são dispostos com organização no ateliê e se tornam. (NICOLIETO; SANTOMAURO, 2013) 
Ele trabalha com o educador responsável pela sala para aprofundar a investigação dos projetos e sugerir técnicas e materiais para a exploração da turma", explica Ana Teresa Gavião, que fez parte do doutorado na cidade. As produções das crianças, assim como suas falas, alimentam a reflexão, e a máquina fotográfica, o caderno e a filmadora estão sempre à mão para registrar o processo de aprendizagem. Parte dessa documentação é apresentada aos pais em reuniões ou outros eventos. Também alimenta a reflexão docente. A documentação educativa é considerada um patrimônio da escola, por estruturar as teorias educativas e didáticas e permitir a discussão permanente da prática. (NICOLIETO; SANTOMAURO, 2013)
Um projeto nunca é igual ao outro e não pode ser replicado. Mas por reunir boas experiências, Reggio Emilia é uma referência em Educação Infantil no mundo todo. O desafio, portanto, é compreender a concepção reggiana, pensar em como adaptá-la à nossa realidade e colocar em prática o que ela tem de melhor. Selecionamos trabalhos de escolas que souberam, ao olhar e ouvir suas crianças, respeitar o momento de cada uma e suas dúvidas, fazer projetos de excelência. As fotografias que ilustram estas páginas e os relatos a seguir, produzidas pelas próprias professoras, serviram para que refletissem sobre a prática e mostram do que os pequenos são capazes. (NICOLIETO; SANTOMAURO, 2013)
Surgiu a ideia de construir uma praça. Busquei, então, conteúdos que nos ajudassem a resolver as situações que apareciam no percurso." A meninada fez um reconhecimento do local para planejar o que seria feito e que materiais usar. Houve um consenso sobre o uso de pneus descartados e sobras de construção civil. (NICOLIETO; SANTOMAURO, 2013)
A próxima etapa foi dedicada à pesquisa de referências. Os pequenos estudaram a biografia do catalão Antoni Gaudí (1852-1926) por meio de textos, vídeos e sites previamente selecionados. Também analisaram as técnicas do arquiteto, optando por usar mosaicos na construção. Em seguida, planejaram e organizaram os espaços, além de construírem uma maquete. As decisões sobre o trabalho eram sempre tomadas em grupo. Todos podiam expressar seus desejos e ideias.
 A etapa seguinte envolveu a pesquisa sobre os animais observados. Todos ficaram encantados com o brilho das conchas que observaram no espaço. A professora aproveitou para problematizar noções de quantidade. Houve contagens e comparações entre números. (NICOLIETO; SANTOMAURO, 2013)
A garotada registrava tudo o que via por meio de desenhos com a exploração de técnicas e materiais variados. A cada nova visita à lagoa, as crianças faziam uma lista do que haviam encontrado, como animais e plantas. Elas escreviam de acordo com suas possibilidades, para discussão posterior. 
O grupo também produziu textos individuais e coletivos, tendo a professora como escriba. "Em um deles, pedi que todos imaginassem a história do lugar. O resultado foi uma história, que começava com o 'era uma vez' dos contos de fadas, estrutura conhecida da turma", diz Geiza. (NICOLIETO; SANTOMAURO, 2013)
Num outro passeio, os pequenos observaram a mariscagem - fonte de renda para as famílias da região. As atividades envolveram, ainda, a exploração de movimentos corporais e a fantasia. A garotada reproduziu o movimento dos caranguejos e andou num círculo, feito com uma corda, que simulava o contorno da lagoa. Também entoou cantigas e participou de brincadeiras tradicionais. No fim do trabalho, os pequenos tinham experimentado aprendizagens significativas em diversas áreas do conhecimento. (NICOLIETO; SANTOMAURO, 2013)
As crianças, ao observar a natureza eram capazes de compreender os seus aspectos, exemplo: O Sol não tem laranja, ele é amarelo. O fogo é laranja. Ele é “uma bola de luz”, dizia Samuel, 5 anos. "Quando o Sol está aqui, na China é Lua. Quando a Lua está aqui, na China é Sol", comentava Isabella, da mesma idade. Ideias como essas mobilizavam a turma da pré-escola do Jardim dos Pequeñitos, em Santo André, região metropolitana de São Paulo.
Na brincadeira com luzes e lanternas, novas hipóteses surgiram. "Parece o mundo, que fica claro e escuro", disse Maria Izabel. A turma também observou o pôr do sol da janela em dois dias. No primeiro, viu um lindo entardecer, com nuances de rosa, laranja e vermelho. No dia seguinte, estava nublado. A maioria achou que o astro "Tinha ido para outro país". Depois, foi a vez de trabalhar com outros materiais, como blocos de montar. (NICOLIETO; SANTOMAURO, 2013)
Em seguida, a classe redigiu dois textos, tendo a professora como escriba: um era sobre o astro, o outro sobre o dia e a noite. O objetivo era organizar as hipóteses surgidas ao longo do percurso. Uma pesquisa em textos informativos e a reescrita dos textos fechou o trabalho. A essa altura, os pequenos já eram especialistas no tema. (NICOLIETO; SANTOMAURO, 2013)
Por outro lado, num âmbito mais restrito, interessam-me propostas concretas, formuladas por alguns autores coletivos ou
sistemas de ensino, em que as finalidades do processo educativo, a concepção do sujeito da educação, a orientação epistemológica do processo curricular, a filiação teórica de seus pressupostos sobre o ensino e a aprendizagem? As ênfases que são impressas ao processo educacional? Se delineiam de modo singular, passando a ser vistas como modelos para práticas educativas que se disseminam pelo mundo afora.
Como a abordagem da Reggio Emília propõe um formato peculiar para a Educação Infantil, que abrange tanto considerações sobre as finalidades da educação das crianças desde a mais tenra idade, em espaços sociais específicos criados para isso, quanto perspectivas mais instrumentais, associadas às práticas diárias levadas a efeito, parece-me que há aqui um campo fértil para examinar os enlaces entre os propósitos mais amplos da experiência e essas modalidades de práticas. 
O que pretendo, a partir da teorização que inspira este trabalho, é olhar tal abordagem numa perspectiva analítica, descrevendo-a e anatomizando seus discursos. Mas isso se faz aqui com interesse em mostrar como podemos utilizar as ferramentas foucaultianas para determinar um espaço analítico – no qual os domínios da ética e da política se cruzem permanentemente – para entendermos como operam as modernas práticas de subjetivação nessas experiências com crianças de tenra idade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que a prática de ensino apresentada em Reggio Emilia poderá ser exercita e adaptada à nossa realidade e colocar em prática o que ela tem de melhor. Eles selecionam trabalhos de escolas que souberam, ao olhar e ouvir suas crianças, respeitar o momento de cada uma e suas dúvidas, fazer projetos de excelência. 
Nota-se que as fotografias que ilustram estas páginas e os relatos da seguir professoras, serviram para que refletissem sobre a prática e mostram do que os pequenos são capazes. Percebe-se a importância de se trabalhar a pesquisa, produções artísticas e de textos, observação, discussão, entrevistas, explorações de números e o que mais for necessário para as crianças experimentarem e, com isso, avançarem. 
REFERENCIAS
SANTOMAURO, Beatriz; NICOLIELO, Bruna. Elas são capazes de tudo isso. Revista Nova Escola, São Paulo, n. 267, p. 30-37, Novembro de 2013.

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