Buscar

A evolução do conceito ético-1

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

FACULDADE ESTÁCIO DE BELÉM – CURSO DE ENGENHARIA ELETRÍCA DISCIPLIMA: METODOLOGIA CIENTÍFICA 
PROFESSOR AUGUSTO MENEZES
EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE ÉTICA NOS NEGÓCIOS E NAS EMPRESAS
A ética profissional está voltada para as profissões, os profissionais, associações e entidades de classe do setor correspondente, a ética empresarial atinge as empresas e organizações em geral. A empresa necessita desenvolver-se de tal forma que a ética, a conduta ética de seus integrantes, bem como os valores e convicções primários da organização se tornem parte de sua cultura organizacional. Desta forma, vejamos a evolução do conceito de ética nas empresas e nos negócios. 
FATOS MARCANTES
DÉCADA DE 60 > - Debates ocorridos nos países, especialmente de origem alemã, envolvendo preocupação com a ética, com o intuito de elevar o trabalhador à condição de participante dos Conselhos de Administração das organizações.
DÉCADA DE 60/70 > Toma impulso o ensino da ética nas Faculdades de Administração e Negócios. Contribuição dos filósofos. Nova dimensão na realidade dos negócios: O aparecimento do que vem a ser ética empresarial.
DÉCADA DE 70 > Realiza-se a primeira pesquisa junto a empresários.
Expansão das multinacionais oriundas dos EUA e Europa. Conflito entre os padrões éticos de diversas culturas incentiva a criação de códigos de ética corporativos.
 DÉCADA DE 80 > Iniciam as ações isoladas de Professores Universitários nos EUA e Europa -- Faculdades de Administração e Programas de MBA.
 DÉCADA DE 80/90 > Formam-se redes acadêmicas de estudo (ISBEE e EBEN) nos EUA e Europa, universalizando o conceito sobre ética profissional no mundo dos negócios, isto é: Especialistas sistematizaram os enfoques perseguidos nos estudos de ética nos negócios nos cinco continentes.
No início da década de 90, redes acadêmicas foram formadas, tanto nos Estados Unidos como na Europa. Por sua vez, na Europa, originando outras revistas especializadas, a Business Ethics Quarterly (1991) e a Business Ethics: a European Review (1992). As reuniões anuais destas associações permitiram avançar no estudo da Ética, tanto conceitualmente quanto em sua aplicação às empresas. Daí emergiu a publicação de duas enciclopédias, uma nos Estados Unidos e outra na Alemanha: Encyclopedic Dictionary of Business Ethics e Lexikoin der Wirtschaftsethik.
Nesta mesma ocasião ampliou-se o escopo da Ética Empresarial, universalizando o conceito. Visando à formação de um fórum adequado para essa discussão foi criada a ISBEE - International Society for Business, Economics, and Ethics. O Prof. Georges Enderle, então na Universidade de St.Gallen, na Suíça, iniciou a elaboração da primeira pesquisa em âmbito global, apresentada no 1º Congresso Mundial da ISBEE, no Japão, em 1996. A rica contribuição de todos os continentes, regiões ou países, deu origem a publicações esclarecedoras, informativas e de profundidade científica.
Esta contribuição foi marcante para a existência de três modos inter-relacionados de abordagem da ética no âmbito das empresas:
 
FIM DO MILÊNIO > Surge as ONG’s (Organizações Não Governamentais) que desempenharam importante papel no desenvolvimento econômico, social e cultural de muitos países.
A abordagem Aristotélica (base filosófica da ética dos negócios) vem sendo recuperada. A empresa não é apenas aquela que apresenta lucro, mas a que também oferece um ambiente moralmente gratificante, em que as pessoas boas podem desenvolver seus conhecimentos especializados e também suas virtudes. 
ÉTICA EMPRESARIAL NA AMÉRICA LATINA > Esforços isolados estavam sendo empreendidos por pesquisadores e professores universitários, ao lado de subsidiárias de empresas multinacionais em toda a América Latina, quando o Brasil foi palco do I Congresso Latino Americano de Ética, Negócios e Economia, em julho de 1998. Nessa ocasião foi possível conhecer as iniciativas no campo da ética nos negócios, semelhanças e diferenças entre os vários países, especialmente da América do Sul.
Da troca de experiências acadêmicas e empresariais, da identificação criada entre os vários representantes de países latinos presente, da perspectiva de se dar continuidade aos contatos para aprofundamento de pesquisas e sedimentação dos conhecimentos específicos da região em matéria de ética empresarial e econômica, emerge a idéia de formação de uma rede. Foi, então, fundada a ALENE - Associação Latino-americana de Ética, Negócios e Economia.
ÉTICA EMPRESARIAL NO BRASIL > Em São Paulo, a ESAN - Escola Superior de Administração de Negócios, primeira faculdade de administração do país, fundada em 1941, privilegiou o ensino da ética nos cursos de graduação desde seu início.
Em 1992, o MEC - Ministério da Educação e Cultura sugeriu formalmente que todos os cursos de administração, em nível de graduação e pós-graduação, incluíssem em seu currículo a disciplina de ética. Nessa ocasião, o CRA - Conselho Regional de Administração e a Fundação FIDES reuniram em São Paulo mais de cem representantes de faculdades de administração, que se comprometeram a seguir a instrução do MEC.
Em 1992, a Fundação FIDES desenvolveu uma sólida pesquisa sobre a Ética nas Empresas Brasileiras.
Em 1992, a Fundação Getulio Vargas, em São Paulo, criou o CENE - Centro de Estudos de Ética nos Negócios. Depois de vários projetos de pesquisa desenvolvidos com empresas, os próprios estudantes da EAESP-FGV - Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas, solicitaram a ampliação do escopo do CENE, para abarcar organizações do governo e não governamentais. Assim, a partir de 1997, o CENE passou a ser denominado Centro de Estudos de Ética nas Organizações e introduziu novos projetos em suas atividades.
O CENE-EAESP-FGV foi um pólo de irradiação da ética empresarial, por suas intensas realizações no Brasil e no exterior: ensino, pesquisas, publicações e eventos. E atualmente, em São Paulo, há várias Faculdades de Administração de Empresas e de Economia que incluíram o ensino da ética em seus currículos, assim como, em todo Brasil.
NOTA TÉCNICA: Texto organizado pelo Professor Augusto Menezes – oriundo de publicação baseado no livro “Fundamentos de Ética Empresarial e Econômica” de Maria Cecília Coutinho de Arruda e outros. Editora Atlas. São Paulo. 2001.
SETE PRINCÍPIOS PARA A ÉTICA NOS NEGÓCIOS
1. INSPIRE CONFIANÇA: Os clientes querem fazer negócios com empresas nas quais podem confiar. Quando a confiança está na cultura de uma companhia, é uma garantia de seu caráter, habilidades, forças e honestidade.
2. MANTENHA UMA MENTE ABERTA: Para a melhoria contínua de uma companhia, seu líder deve estar aberto a novas idéias. Ele deve sempre pedir a opinião e as idéias de seus clientes e de sua equipe para que a organização continue crescendo.
3. CUMPRA COM SUAS OBRIGAÇÕES: Independente das circunstâncias faça tudo em seu alcance para ganhar a confiança de seus clientes, especialmente se houve algum problema em um projeto ou negociação anterior. Recupere-se de negócios perdidos honrando todos os seus compromissos e obrigações.
4. TENHA DOCUMENTOS CLAROS: Avalie novamente todo o material da empresa, incluindo publicidade, folhetos e outros documentos externos de negócios, garantindo que sejam claros precisos e profissionais. Mais importante ainda garanta que eles não levem a má interpretação.
5. ENVOLVA-SE COM SUA COMUNIDADE: Mantenha-se envolvido com assuntos e atividades relacionados a sua comunidade, mostrando que seu negócio contribui responsavelmente com a comunidade.
6. TENHA UM BOM CONTROLE CONTÁBIL: Tenha um controle prático da contabilidade e dos registros da empresa, não somente como um meio de conhecer melhor o progresso de sua companhia, mas também como recurso para prever e evitar atividades “questionáveis”.
7. SEJA RESPEITOSO: Trate os outros com todo o respeito que merecem. Independente das diferenças, posições, títulos, idade ou outros tipos de distinções, sempre tenha uma postura profissional respeitosa e cordial.
NOTA TÉCNICA: Texto organizado
pelo Professor Augusto Menezes.
AS DUAS MATRIZES ÉTICAS
A matriz ética proposta por Max Weber, que contempla dois direcionamentos: �A matriz proposta por Max Weber, pai da Teoria Burocrática (Sociólogo e economista alemão, fundador da sociologia moderna, estudou a organização sob a percepção de sua inserção no contexto social, desenvolve um modelo que passa a ser conhecido como burocracia que segue preceitos rígidos e disciplinadores como forma de promover o desempenho eficaz).
 
O MODELO BUROCRÁTICO DE MAX WEBER preocupava-se com a autoridade que dividia em 3 tipos básicos: Autoridade tradicional-costumes e práticas passadas; Autoridade carismática: devoção à santidade e Autoridade racional e legal: direito legal.
Baseada no modelo burocrático, Max Weber, contempla as duas matrizes da ética partindo dos seguinte princípios:
A ética da convicção e - A ética da responsabilidade.
 A ética da convicção, de caráter deontológico, apresenta a virtude como estando submetida ao respeito pelo imperativo categórico da lei moral. Regula-se por normas e valores já estabelecidos que pretende aplicar na prática, independentemente das circunstâncias ou das consequências daí resultantes. Trata-se, portanto, de uma ética do dever, atendendo que os seus princípios se traduzem em obrigações ou imperativos aos quais se deve obedecer. 
É uma ética do absoluto, sem dúvidas, formal, na qual os seus princípios se traduzem em imperativos incondicionais. O que define o bem ou o mal mais não é do que a tradução ou concordância de valores ou princípios em práticas adequadas. 
A ética da responsabilidade, de caráter teleológico, apresenta um pendor mais utilitarista atendendo que orienta a sua ação a partir da análise das consequências daí resultantes. 
Esta análise levará em conta o bem que pode ser feito a um número maior de pessoas, e, evitando o maior mal possível. Espera-se, portanto que uma ação se traduza na maior felicidade possível para o maior número de pessoas possível. 
A ética da responsabilidade pode apresentar também um vertente que difere do utilitarismo e que se prende com a finalidade, ou seja, a bondade dos fins apresenta-se como justificativa para que se tomem as medidas necessárias à sua realização. 
Trata-se, assim, de uma ética centrada na eficácia de resultados, na análise dos riscos, na eficiência dos meios e procura conciliar uma postura pragmática com o altruísmo. Ao contrário da ética da convicção não é uma ética de certezas, intemporal e formal, é uma ética contextualizada, situacional, que pondera várias possibilidades de acção, apoiada em certezas provisionais, sujeita ao dinamismo dos costumes e do conhecimento. 
NOTA TÉCNICA: Texto organizado pelo Professor Augusto Menezes. Baseado no documento acadêmico. JESUS, Maria Margarida Nascimento – Ética y Actividad Empresarial, Cultura y Valores Éticos en las Empresas Algarveñas. Tese de Doutoramento, Universidade de Huelva, 2001.
PROBLEMAS MORAIS E PROBLEMAS ÉTICOS
Ética é o conjunto de ações e atitudes, classificadas como boas ou ruins pela sociedade. São atitudes aprovadas ou reprovadas pela socialmente, uma vez que são reconhecidos como valores morais que conduzem a nossa sociedade. Os valores sociais são decisivos do que é certo ou errado, eles determinam as nossas atitudes e ações e dependem de uma permissão que vem de dentro de nós, pois nos foi ensinado desde quando éramos crianças, pelos nossos pais. 
Essas permissões ou não, resultam de valores morais que moram dentro da nossa mente e nos condenam com sentimentos contrários e desfavoráveis quando reconhecemos o que é certo ou errado. E que aprovam ou reprovam as nossas atitudes. 
O campo da ética: > Os problemas caracterizados como éticos se distinguem dos problemas cotidianos, ou seja, do dia-a-dia. Estes problemas estão envolvidos nas nossas condutas profissionais e está relacionada com os outros. Envolvem causa e benefício, prejuízo e malefício, e justifica o comportamento moral aos nossos interesses sociais. Sendo função da ética: explicar, esclarecer ou investigar a realidade dos fatos, de acordo com as normas e padrões sociais do comportamento humano. 
Definição da ética: Ética é a aplicação da teoria que se é aprendida como moral e cada comportamento individual de acordo com as normas e regras aprendidas socialmente. Assim sendo, não é considerada como uma ciência, pois ela é estudada e investigada, e não é o objeto do estudo, mas sim, o objetivo do estudo. Ética e a filosofia: A ética aplica a teoria á prática da moral e esta ao comportamento individual do homem, e a filosofia busca entender e compreender, o propósito pelo qual o conhecimento é concebido não se deixando corromper pelos sistemas aplicados a ele, através da problematização que justifica e analisa, sendo inexistente sem os homens. 
Ética e as outras ciências: A ética se relaciona com outras ciências através do comportamento humano e suas relações, que fazem parte de uma sociedade que é o moral. Também apresenta uma relação direta com as ciências que estudam e determinam as leis sociais. Sendo influenciadas e mantidas por meio das relações e atos econômicos, pelas relações de moral, social, comercial e do trabalho. 
O termo moral expressa tudo o que se submete a todo valor que deve prevalecer na conduta do ser humano. As tendências mais convenientes ao desenvolvimento da vida individual e social, cujas capacidades formam o sentido moral dos indivíduos. Anteriormente citado, vimos em detalhes como é estreita descrição da razão moral, conforme as razões universais, que excluiu todas as estruturas cognitivas imaginativas da moralidade, desfeitos por apresentar duas distinções básicas para definir o domínio da moralidade e da teoria moral, moralidade e prudência. 
Estas teorias da lei moral e da razão moral, diz respeito ao uso prático da razão para derivar a lei moral apropriada que distingue uma correta ação e uma situação particular. Razão prudente, do outro lado, envolve o uso prático da razão para determinar o meio mais eficiente para alcançar o final compreensivo do ser humano de felicidade ou bem estar. 
EXEMPLO: DINIZ, Débora e GUILHEM, Dirce; O que é bioética? São Paulo: Brasiliense 2002. O que é Bioética - (p. 15 à 34 e 63 à 66) A bioética nasceu através de diversas contribuições de diferentes acontecimentos históricos, tendo como marco fundamental, a publicação da obra Bioética: uma ponte para o futuro, publicada em 1971 – por Van Rensselaer Potter. Que oferecia uma análise sistemática dos princípios morais, aplicados nas áreas de atuação biomédicas, e sugere como base para seus atributos e efeitos no sentido marcadamente ecológico, como designação de uma "ciência da sobrevivência", sendo assim, a Bioética é a consideração do homem e das condições éticas para uma vida humana. A perspectiva originária da Bioética é fundamentalmente humanista. 
Bioética surgiu com o objetivo maior de diminuir a mortalidade e de aumentar a expectativa de vida. Buscando então todos os meios para alcançar o que consideram desejável para o paciente, de um ponto técnico, então foram criadas situações rigorosamente inéditas para pacientes, famílias e profissionais de saúde, as quais questionavam o suposto alcance humanitário de alguns novos processos terapêuticos de ações médicas. 
Foi neste ambiente marcado por grandes evoluções e sentimentos de contradição, que a Bioética surge, como novo domínio da reflexão e da prática, que toma como seu objeto específico às questões humanas na sua dimensão ética, que se formulam no âmbito da prática clínica ou da investigação científica, e como método próprio à aplicação de sistemas éticos já estabelecidos ou de teorias a estruturar.
Sendo assim, a bioética é uma adaptação aos novos tempos, com a consequente mudança de postura do médico, para dar uma melhor resposta aos desafios éticos surgidos com as mudanças sociais e a evolução do conhecimento e da tecnologia.
NOTA TÉCNICA: Texto organizado pelo Professor Augusto Menezes. Baseado VÁZQUES,
Adolfo Sánchez; Ética: 27ª.ed. Rio de Janeiro;Civilização brasileira 2005.
�PAGE �
�PAGE �11�

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais