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* * Direito do Trabalho I – Aula III Sujeitos do contrato de trabalho: Empregado Professor: Hector Luiz * * Conceito de empregado É pessoa física que presta serviço a outrem, serviços estes caracterizados pela pessoa física, pessoalidade, habitualidade, onerosidade e subordinação. Deve ser extraído da interpretação conjugada entre os artigos 2º e 3º da CLT. FALTANDO QUALQUER REQUISITO NÃO SE CONFIGURARÁ A RELAÇÃO DE EMPREGO * * Isonomia de emprego Art. 3º, § Ú da CLT Art. 7º, XXXII, CF Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual. XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; * * Empregado em domicílio Refere-se ao local da prestação do serviço. Para a configuração do vínculo de emprego, não importa o local onde serão prestados os serviços. Nova redação do Art. 6º da CLT: Art. 6o Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego. Parágrafo único. Os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio. * * Exemplo: Costureira presta serviço em seu domicílio a diversas empresas de confecção, comparecendo uma vez por semana à sede de cada empresa, tendo seu trabalho controlado em razão das cotas de produção e qualidade das peças. ATENÇÃO: EXISTE VÍNCULO DE EMPREGO COM AS EMPRESAS, POIS NÃO INTERESSA PARA A CARACTERIZAÇÃO DO VÍNCULO O REQUISITO DA EXCLUSIVIDADE, SALVO CLÁUSULA CONTRATUAL PREVENDO. * * Empregados de confiança Esquema: Art. 499, 468 §Ú, 469 §1º e 224 §2º CLT Art. 499, 468 §Ú, 469 §1º e 62, II CLT Súmula 269, TST Diretor de S.A “Gerentão” Gerente GRUPO 1 -Poder de gestão, mando, fiscalização, admissão, demissão, etc. -Seus atos podem provocar prejuízos, mas jamais põe em risco a atividade fim do empregador. GRUPO 2 Mesmas atribuições do grupo 1, mas com poderes mais amplos, sem fiscalização, confunde-se com o empregador. Põe em risco a existência da empresa. GRUPO 3 Empregados eleitos ao cargo de diretor de S.A Inexiste subordinação. O contrato de trabalho fica suspenso conforme a Súmula 269, TST Observar súmula 372, I, TST * * Empregado doméstico Legislação especial: Lei. 5.859/1972. Conceito no artigo 1º da lei: Devido a necessidade de natureza contínua, DIARISTA, é aquela que de acordo com o TST, labora 2x por semana na residência, não possuindo vínculo de empregado doméstico. Art.1º “aquele que presta serviço de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família no âmbito residencial destas” * * Características A) natureza contínua: exige-se aqui a continuidade dos serviços, mais de 3 dias/semanais e mais de 4h diárias. B)serviços sem finalidade lucrativa: sem fim comercial ou industrial, para uso da família. C)prestar serviços a pessoa ou à família: somente pessoa física podem empregar doméstico, pessoa jurídica jamais! D) no âmbito residencial: lugar que a família está. * * EC 72 de 2013 Referida emenda alterou o § Ú do art. 7 da CF, ampliando os direitos dos domésticos. Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 72, de 2013) * * Direitos imediatamente aplicáveis IV – salário mínimo; VI – irredutibilidade do salário; VII – garantia do salário; VIII – décimo terceiro salário X – proteção do salário XIII – duração do trabalho não superior a 8 horas diárias e 44 semanais XV – RSR XVI – remuneração do serviço extraordinário superior XVII- gozo de férias remuneradas XVIII – licença a gestante – 120 dias XXI – aviso prévio XXVI – redução dos riscos inerentes ao trabalho XXIV – aposentadoria XXVI – reconhecimento de acordos e convenções coletivas XXX – proibição de diferença de salário, sexo, idade, cor XXXI – proibição de diferença se portador de deficiência XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso, insalubre a menor de 18 etc; * * Direitos que dependem de regulamentação I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa II – seguro desemprego* III – FGTS* IX – remuneração do trabalho noturno, superior à do diurno XII – salário família XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 anos de idade em creches e pré-escolas. XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho * * Peculiaridades dos domésticos 1. FGTS e seguro-desemprego: Art. 3º - A da Lei dispunha que o FGTS era facultativo para o empregador doméstico. Art. 6º A da Lei dizia: O seguro-desemprego, por sua vez, somente era devido nos casos em que o empregador não houvesse optado pela inclusão do empregado no regime do FGTS. Ambos os direitos, depois da emenda 72 , foram estendidos aos domésticos, dependem apenas de regulamentação. * * 2. Descontos no salário – Art. 2º da 5.859/72 3. Férias - Art. 3º da lei garante férias de 30 dias e o terço constitucional conforme os empregados celetistas. Art. 2º “É vedado ao empregador doméstico efetuar descontos no salário do empregado por fornecimento de alimentação, vestuário , higiene e moradia.” §1º pode ser descontado despesa com moradia, se for local diverso da residência em que ocorre a prestação do serviço, mas deve ser pactuado, autorizado pelo empregado. §2º as despesas referidas no caput não tem natureza salarial, nem incorporam a remuneração para quaisquer efeito. Diferente do art. 82 da CLT * * 4. Justa causa: Aplicação do art. 482 da CLT, exceto as alíneas “c” e “g” e §Ú. Não se aplicam por incompatibilidade, empregador doméstico não constitui empresa. 5.Estabilidade da gestante: Já era aplicado a doméstica por força do art. 4º - A da Lei – da confirmação da gravidez, até 5 meses após o parto. * * Empregado rural (rurícola) Dispositivos Legais: Lei. nº 5.889/73; Decreto Lei nº 73.626/1974 A CF de 1988 equiparou, em relação aos direitos trabalhistas, o empregado urbano e o rural – art. 7º, caput. * * Conceito Conceito: Art. 2º da lei: “empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviço de natureza não eventual a empregador rural, sob dependência deste e mediante salário.” EMPREGADOR RURAL = EXERCE ATIVIDADE AGROECONÔMICA. Propriedade rural é aquela localizada fora do perímetro urbano. E prédio rústico está localizado no perímetro urbano, mas exerce atividade agroeconômica. * * Trabalhadores rurais A lei 5.889/73 aplica-se a todos os trabalhadores rurais, inclusive àqueles que não tem relação de emprego, como os: boias frias, os meeiros, arrendatários e Parceiros Safrista - Art. 14 e 19 da lei. ART. 17 DA LEI * * Boias frias É aquele que aparece no meio rural nas épocas de safra; É o trabalhador eventual que aceita qualquer serviço, a qualquer momento, em qualquer lugar, não tendo o vínculo com o empregador rural. Tema divergente! * * Meeiros A meação agrária é estabelecida por meio de contrato de parceria, onde o proprietário tem direito a 50% do que o seu parceiro produzir. Art. 195, §8º , CF § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. * * Arrendatários O arrendamento rural ocorre quando uma determinada pessoa obriga-se, por meio de contrato, a ceder para outra o uso e gozo de propriedade rural por tempo determinado, mediante pagamento de aluguel mensal e exercer atividade de exploração agrícola e pecuária. Arts. 3º, 16, e 33 do Decreto lei. 59.566/66. * * Parceria rural O contrato pelo qual o indivíduo cede a outro determinado imóvel rural, com o objetivo de nele desenvolver atividade de exploração agropecuária, mediante participação nos lucros. Obs: Valor a ser estipulado entre as partes contratantes. * * Safrista Considera-se safrista o empregado rural contratado para trabalhar durante a safra a duração do seu contrato a termo ( prazo determinado) dependerá das variações estacionais da atividade agrária (art. 14 da lei). Entende-se como safra o período compreendido entre o preparo do solo para o cultivo e a colheita (art. 19) * * Distinções entre o rural e o urbano A) Intervalos: INTERJORNADA -Conforme a lei no art. 5º o intervalo do rurícola é igual ao do urbano, de no mínimo 11 horas consecutivas de descanso entre uma jornada e outra. INTRA JORNADA De acordo com o mesmo art. 5º, o intervalo dentro da jornada superior a 6 horas, será obrigatório de 1 hora para repouso e alimentação, obsevados os usos e costumes da região.* * com base no art. 71 da CLT entendemos como limite máximo de 2horas. * * b) Trabalho Noturno Art. 7º - Para os efeitos desta Lei, considera-se trabalho noturno o executado entre as vinte e uma horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte, na lavoura, e entre as vinte horas de um dia e as quatro horas do dia seguinte, na atividade pecuária. Parágrafo único. Todo trabalho noturno será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento) sobre a remuneração normal. * * c) Fornecimento de utilidades Art. 9º Salvo as hipóteses de autorização legal ou decisão judiciária, só poderão ser descontadas do empregado rural as seguintes parcelas, calculadas sobre o salário mínimo: a) até o limite de 20% (vinte por cento) pela ocupação da morada; b)até o limite de 25% (vinte por cento) pelo fornecimento de alimentação sadia e farta, atendidos os preços vigentes na região; c) adiantamentos em dinheiro. * * d) Aviso Prévio Nos termos do Art.15 da lei ele difere do urbano, porque aqui, durante o prazo do aviso-prévio, se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, o empregado terá direito a um dia por semana, sem prejuízo do salário, para procurar outro emprego. * * Idêntico ao urbano FGTS e PIS; Salário-Família; Adicional de Insalubridade e periculosidade; Prescrição ( de 5 anos, limitada a 2 anos após a extinção do contrato de trabalho) * * Aprendiz Aprendiz é empregado; porém por disposição legal, seu contrato de trabalho tem natureza especial. (presta serviço + aprendizado) Fundamento legal: Art. 428 a 433 da CLT Art. 428. Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 (quatorze) e menor de 24 (vinte e quatro) anos inscrito em programa de aprendizagem formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação. * * Especificidades do contrato O contrato exige forma solene, deve ser necessariamente escrito. Contrato por prazo determinado, duração máxima de 2 anos. Portadores de necessidades especiais não tem limite de duração. Art. 428, §3º, CLT Idade é limitada, mínimo 14 e máximo 24. Portadores de necessidades especiais não tem limite máximo de idade. * * Cota para contratação Jornada de trabalho; Art. 432, CLT Art. 429. Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes equivalente a cinco por cento, no mínimo, e quinze por cento, no máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional. Art. 432. A duração do trabalho do aprendiz não excederá de seis horas diárias, sendo vedadas a prorrogação e a compensação de jornada. § 1o O limite previsto neste artigo poderá ser de até oito horas diárias para os aprendizes que já tiverem completado o ensino fundamental, se nelas forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica. * * Extinção do contrato de aprendizagem Art. 433. O contrato de aprendizagem extinguir-se-á no seu termo ou quando o aprendiz completar 24 (vinte e quatro) anos, ressalvada a hipótese prevista no § 5o do art. 428 desta Consolidação, ou ainda antecipadamente nas seguintes hipóteses: I – desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz; II – falta disciplinar grave III – ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo IV – a pedido do aprendiz.
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