Buscar

Aula 1 - Origem e Princípios

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Direito do Trabalho I – Aula I
Origem e Princípios
Professor: Hector Luiz
Origem 
O direito do trabalho nasce como reação ao cenário que se apresentou com a REVOLUÇÃO INDUSTRIAL:
- Inglaterra – 1775 até 1820;
- exploração desumana do trabalho;
- classe trabalhadora se mobiliza no séc. XIX pedindo proteção e direitos trabalhistas.
Evolução histórica
O trabalho na escala evolutiva:
- trabalho em proveito próprio: alimentação, defesa, abrigo etc.
Trabalho subordinado em favor de terceiro: escravidão.
A partir da revolução industrial surgem as primeiras legislações e constituições destinadas a proteger o trabalhador.
Marcos internacionais
1802 – pela 1ª vez, na Inglaterra, é fixado o prazo máximo de 12 horas de jornada.
1919 – Constituição Alemã de Weimar traz direitos trabalhistas. - Na mesma data cria-se a OIT.
1948 – Declaração Universal dos Direitos dos Homens. Oriundo da Revolução Francesa.
OIT
Organização internacional do trabalho;
Sede na Genebra, Suíça.
Instituída através do Tratado de Versailles;
Organismo neutro, supraestatal , que institui regra de obediência mundial de proteção ao trabalho;
Baseia-se em argumentos, humanitários, políticos e econômicos.
Proteção nacional do trabalho
No Brasil a proteção ao direito do trabalho começa na Constituição do Império – (art. 179, XXV) devido as influências da Revolução Francesa.
Adiante, inúmeras leis dispostas a abolir a escravidão.
Em 1930 – Getúlio Vargas, então presidente, cria o Ministério do Trabalho, indústria e comércio.
Em 1943 – a CLT é compilada – Lei. nº 5.452/43.
CLT e CRFB/1988
Entre 1949 e 1964 tem-se ampliação do mercado industrial interno e crescente mão de obra assalariada.
A CLT trouxe os direitos mínimos e fundamentais para a sobrevivência mínima dos trabalhadores.
A CF/88 trouxe o artigo 6º e 7º destinados a proteção do trabalhador.
Conceito de direito do trabalho
“É um sistema jurídico permeado por institutos, valores, regras e princípios dirigidos aos trabalhadores subordinados, aos empregadores, empresas tomadoras de serviço, para tutela do contrato mínimo de trabalho e de suas obrigações decorrentes, sempre norteados por princípios constitucionais, principalmente da dignidade da pessoa humana”. Vólia Bomfim Cassar.
“Nosso” conceito:
É o ramo da ciência jurídica que estuda as relações entre os empregados e empregadores, protegendo o economicamente mais fraco da relação jurídica.
Natureza Jurídica
A natureza jurídica do direito do trabalho é complexa – 5 acepções.
1. direito público: possui normas imperativas, o Estado determina regras mínimas – art. 9º, CLT.
2. direito privado: contrato entre particulares feito entre sujeitos privados. (majoritária)
3. direito social: tem finalidade social, por amparar os hipossuficientes, caráter protetivo.
4. direito misto: enquadra o direito do trabalho como público e privado ao mesmo tempo, por conter ambas as normas.
5. direito unitário: fusão de direito público e privado. – inspiração em correntes alemãs.
Relações do Direito do Trabalho com outros Ramos do Direito 
O Direito é único e não comporta fragmentações, seus ramos apesar de autônomos são interdependentes e coexistem em harmonia. Vejam os exemplos:
a) direito constitucional – vide art. 7º da CF.
b) direito civil – origem do contrato de trabalho.
c) direito internacional – OIT
d) direito previdenciário e tributário – FGTS, pis/pasep.
e) direito penal – penas para delitos no trabalho.
f) direito empresarial – mudança da estrutura empresarial.
g) direito administrativo – normas de medicina e segurança do trabalho.
Princípios do Direito do Trabalho
Princípios são mandamentos a serem seguidos para que algo seja realizado dentro das possibilidades jurídicas existentes. Tem função informativa, interpretativa e normativa.
O papel primordial dos princípios é, sem dúvida, o de orientação do operador da ciência respectiva no emprego de seus institutos e instrumentos. Nesse sentido, os princípios específicos do direito do trabalho são:
Princípios constitucionais
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana: o homem não pode ser usado como meio para atingir determinado objetivo, veda-se a coisificação do trabalhador. ele ainda veda todo tipo de discriminação pessoal.
Valores sociais do trabalho;
Da liberdade profissional;
Função social da propriedade;
Busca do pleno emprego;
Princípios gerais do direito
Princípio da boa – fé: tanto empregado quanto empregador devem agir pela lealdade e boa-fé. Art. 422 do CC.
Princípio da razoabilidade: é o princípio segundo o qual se espera que o indivíduo aja orientado pelo bom-senso, sempre que a lei não tenha previsto nada. Aplicando-se as ideias de adequação e necessidade.
Princípios do direito do trabalho
1. Princípio da proteção: consiste na utilização da norma e da condição mais favorável ao trabalhador. princípio que tenta corrigir as desigualdades entre empregado e empregador. Seus subprincípios são:
Princípio da norma mais favorável;
Princípio da condição mais benéfica;
c) Princípio in dubio pro operario.
2. Princípio da primazia da realidade: Para o direito do trabalho, os fatos são sempre mais importantes que os ajustes formais, ou seja, a verdade real prevalece sobre a verdade formal. Concede, portanto, valor maior aos fatos do que aos documentos.
3. princípio da continuidade: Refere-se aos contratos de trabalho que foram celebrados por prazo indeterminado. Art. 7º, I, CF – prevê a proteção do trabalhador contra a despedida arbitrária.
Súmula 212 do TST - Ônus da Prova - Término do Contrato de Trabalho - Princípio da Continuidade - O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço (...) é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. 
4. Princípio da inalterabilidade contratual: são vedadas alterações no contrato de trabalho que tragam prejuízos ao empregado. Alterações favoráveis podem.
Artigos 444 e 468 da CLT.
5. Princípio da intangibilidade salarial: não se admite o impedimento ou restrição à livre disposição do salário pelo empregado. Tal princípio baseia-se na natureza alimentar do salário.
Art. 7º, da CF: - São direitos dos trabalhadores (...) além de outros: VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
6. Princípio da Irrenunciabilidade: Os direitos trabalhistas não são renunciáveis, ou seja, o trabalhador não pode renunciar, por exemplo, ao recebimento do salário em razão de a empresa para a qual trabalha passar por dificuldades financeiras. 
O art. 9º da CLT estabelece que “serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos trabalhistas”. 
Fontes do direito do trabalho
A expressão fonte designa a origem do direito e, afinal das normas jurídicas. 
Dentre as classificações comuns das fontes de direito, nos interessa a classificação tradicional em fontes formais e materiais. 
FORMAL
MATERIAL
FORMAL AUTÔNOMA
FORMAL HETERÔNOMA
Fontes materiais
São aquelas ligadas ao conteúdo e ao fato social que dá origem ao direito positivo. É o momento pré-jurídico, o contexto social que dá origem às normas.
Exemplo: as reivindicações dos trabalhadores por melhores condições de trabalho.
Greve!!
Fontes formais
São as formulações jurídicas criadas para regulamentação do fato social. Sucedem as fontes materiais. Estas fontes são caracterizadas pela abstração, impessoalidade e imperatividade (norma cogente).
As fontes formais autônoma: formada pela participação direta dos destinatários das normas. São elas: Convenção Coletiva (SxS) e Acordo Coletivo (SxE), Regulamento de empresa e usos/ costumes.
Fontes formais heterônomas
Estas, normalmente, emanam da atuação estatal, ou seja, são formadas pela intervenção de um agente externo – O Estado que pode impor ou interferir na criação da norma.
Constituição – ( regras, valores e princípios);
 Leis – leis ordinárias, medidas
provisórias;
Decretos – expedidos pelo executivo;
Tratados e convenções internacionais – desde que ratificados no Brasil.
Sentença normativa – Art. 114, §2º da CF;
Laudo arbitral – Art. 114, §1º da CF;
Métodos de interpretação ou integração da lei – não são fontes
São eles:
Analogia;
Jurisprudência;
Equidade;
Princípios gerais do direito;
Direito comparado;
Doutrina;
Caso concreto
O Sindicato dos Empregados de Bares e Restaurantes de Minas Gerais celebrou convenção coletiva de trabalho com o Sindicato Patronal de Bares e Restaurantes de Minas Gerais. A referida norma coletiva estabeleceu que, para os integrantes da categoria profissional representada pelo sindicato profissional, a hora noturna, assim considerada aquela compreendida entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do outro dia, teria adicional de 50% (cinquenta por cento) sobre a hora diurna. Finalmente, as partes estabeleceram um prazo de vigência de 1(um) ano para a vigência da convenção coletiva. Analisando o caso concreto apresentado, esclareça se esta norma coletiva poderia ser caracterizada como fonte material do direito do trabalho? Justifique. 
Questão objetiva
Determinado princípio geral do direito do trabalho prioriza a verdade real diante da verdade formal. Assim, dentro os documentos que disponham sobre a relação de emprego e o modo efetivo como, concretamente, os fatos ocorreram, deve-se reconhecer estes em detrimento daqueles. Trata-se do princípio:
a) da irrenunciabilidade;
b) da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas;
c) da primazia da realidade;
d) da prevalência do legislado sobre o negociado;
e) da condição mais benéfica;

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais

Perguntas Recentes