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ICP - Globalizacao

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UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Curso de graduação em Relações Internacionais
Disciplina: Introdução à Sociologia.
Professora: Joana Domingues Vargas
Aluno: Juliano Leodonio Xavier Lima
TEXTO: ‘Globalização e o mundo em mudança’ in: Sociologia. GIDDENS, A.
Neste texto GIDDENS aborda o desenvolvimento das sociedades e analisa o fenômeno da globalização como sempre presente nas relações humanas. Ressalta para o grande desenvolvimento demográfico surgido pelas espécie humana principalmente após o estabelecimento das sociedades modernas. Com uma previsão de 10 bilhões de pessoas em 2025. O ser humano experimentou uma explosão demográfica em um curto espaço de tempo. Entre os fatores apontados por muitos cientistas sociais está nos estreitamentos das sociedades através da globalização nos últimos 60 anos.
A abordagem de sociedade requer algumas características apontadas por GIDDENS como uma definição que ao longo do tempo sofreu própria ressignificação e mudanças em sua estrutura. E alerta para o desaparecimento das sociedades ditas como pré-modernas com o avanço da sociedade moderna, emergida principalmente com a revolução industrial do século XVIII. Entre as sociedades pré-modernas, o autor destaca: 1) Sociedades Caçadoras e coletoras; 2) Sociedades agrárias; 3) Sociedades pastorais; 4) Sociedades ou civilizações tradicionais. Uma excelente caracterização é feita pelo autor através da tabela 4.2 localizada na pagina 112 da versão inglesa, que é reproduzido ao lado com suas características e também o tempo de sua existência, destacando que as sociedades caçadores e coletoras assim como as sociedades tradicionais desapareceram enquanto as outras sofrem influencia ou encontram-se descaracterizadas das sociedades originais.
GIDDENS, se refere as sociedade moderna como a sociedade que se transformo através da industrialização, tendo como consequência eventos que vão muito além da Revolução Industrial ocorrida na Europa. Um aspecto central dessas sociedades está na grande predominância da vida urbana, onde estão a maior parte dos empregos, e também a observação de uma vida mais impessoal e anônima. Há também a característica do maior desenvolvimento dos sistemas políticos que através do desenvolvimento de dois fortes aspectos (comunicações e transportes) favoreceram uma sociedade mais integrada. A tecnologia desenvolvida no período não se direcionou apenas para o desenvolvimento econômico, mas também para fins militares, alterando a ‘arte da guerra’; o que fez que o processo de globalização caracterizasse, muitas das vezes, com violência e conquista.
O desenvolvimento, não foi um fenômeno global o que originou nações mais desenvolvidas e nações menos desenvolvidas, GIDDENS, salienta que o maior desenvolvimento ocorreu em áreas pouco habitadas por sociedades caçadores e coletoras, que ocupavam predominantemente o norte geográfico do planeta, originando atualmente a divisão de norte e sul, o norte mais desenvolvido e o sul menos desenvolvido ou em desenvolvimento, embora muitos países do sul apresentem uma forte industrialização essa divisão se torna cada vem menos exata. Os países do sul, apresentam em comum o fato de terem sido colônias de sociedades desenvolvidas, e também do fato de que a agricultura permaneça sendo a principal atividade econômica, principalmente para atendimento de um mercado global em vez de um consumo local; apresentam também a maior parte da população pobre do globo, embora exista importantes diferenças entre os países da região. Muitos países do Sul, vem apresentando forte industrialização, como os casos do Brasil, México, Índia, Cingapura, Coreia do Sul, são chamados de NICs – Newly Industrialized Countries -, ‘Países recentemente industrializados’. Durante a Guerra Fria, havia a nomeção de Países de Primeiro, Segundo e Terceiro Mundos. Os países de primeiro mundo são caracterizados pelos países capitalistas fortemente desenvolvidos, tais como Estados Unidos, França, Reino Unido; os do segundo mundo foram caracterizados como sociedades socialistas que apresentavam desenvolvimento social e industrial próximo aos de primeiro mundo, tais como União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, Alemanha Oriental, Tchecoeslováquia e Polônia; já os do terceiro mundo caracterizados como nações capitalistas com pouco desenvolvimento. A tabela 4.4 da pagina 121, fornece uma noção, e será reproduzida a seguir:
GIDDENS, aborda que muitos sociólogos procuram desenvolver teorias que possam explicar a natureza das mudanças sociais e seguem apontando os seguintes fatores: 1) culturais; 2) ambiente físico e 3) organização política. Como fatores culturais, salienta as influencias da religião, dos sistemas de comunicação e a liderança. As influencias do ambiente físico, estão ligadas ao desenvolvimento da organização social do homem. E por fim, a organização política é caracterizada como um fator que muito influencia as mudanças socais, pois são capazes de mobilizar a comunidade e também o poderio militar de forma indireta.
Outro ponto abordado esta nas influencias que podem moldar os processos de mudança social, são apontados: 1) influencias culturais: como o desenvolvimento das ciências e da secularização do pensamento, as livres ideias favorecem as revoluções; 2) influências econômicas: caracterizada pelo impacto do capitalismo, com a expansão da produção e a acumulação de riquezas ; 3) influências políticas: a disputa para ampliar o poder seja entre as nações ou entre os próprios cidadãos na busca pela hegemonia.
Segundo o autor, globalização ‘Refere-se ao fato de estarmos vivendo cada vez mais em um mesmo mundo, de modo que os indivíduos, grupos e nações se tornan cada vez mais interdependentes’. Além do fenômeno econômico, a globalização também apresenta fatores políticos e culturais. Cabe destaque a forte influencia das tecnologias das comunicações e da informação, no processo de globalização, pois aumentaram a velocidade e o alcance das interações entre as pessoas ao redor do mundo. Principalmente nos países desenvolvidos ou com alto grau de desenvolvimento, a presença dos meios de comunicação nos lares conecta as pessoas ao redor do mundo, facilitando assim a compressão do tempo e do espaço. A globalização favoreceu também o fluxo internacional, despertando duas perspectivas de global, a primeira a noção de membros de uma comunidade maior – a comunidade global- que cada vez mais se identifica fora das fronteiras nacionais; e também a ideia da busca de informações fora dos Estados, formulando seus próprios conceitos e valores, o que fazem que as identidades culturais em varias partes do mundo sofram fortes renovações. O mais preponderante dos fatores da globalização seja o econômico, que através da integração econômica, promove as corporações transnacionais, como centro desse processo globalizador pela via econômica. GIDDENS defende que a globalização favoreceu as mudanças políticas, citando o exemplo do comunismo em 1989 (queda do muro de Berlim e reunificação da Alemanha), que produziu diversas revoluções democráticas no leste da Europa com o desmantelamento da URSS (1991) e que o processo de globalização tem ganhado força nos últimos anos por outros atores internacionais, como as organizações internacionais, organizações não-governamentais e também pelas empresas transnacionais.
Entre os pensadores, GIDDENS apresenta os conteúdos dos seguintes grupos: 1) céticos, 2) hiperglobalizadores e 3) transformacionistas. As principais ideias estão reunidas na tabela 4.6 da pagina 137.
A respeito do impacto da globalização o autor afirma que ‘as sociedades (...) estabeleceram uma interconexão entre si e hoje estão mais proximas do que nunca’. Outro impacto relevante também está na comunicação, ele destaca que existam no mundo ao redor de 5 mil línguas, uma percentagem de cerca de 10% utilizam 98% delas, passando a haver um predomínio de ao menos uma dezena: chinês, inglês, francês, alemão, hindu, japonês, malaio, português, russo, espanhol e suaile, e encontra-se
uma língua franca: o inglês. Através da globalização, todas as culturas existentes já tiveram contato umas com as outras, o que dificilmente haverá comunidades isoladas ou culturalmente discretas, e muitas dentro de um espaço de tempo de dois séculos terão sido ‘tocadas’ e trasnformadas pela cultura global, mesmo que essas sociedades persistam para a preservação de seus modos de viver.
Dois pontos finais abordados pelo autor, estão: a internet como provedora da cultura global e o despontar do individualismo.
A respeito da internet como promovedora de uma cultura global, GIDDENS, salienta que para muitos o rápido desenvolvimento e acesso a internet irá acelerar a difusão de uma cultura global, parecida com as culturas da Europa e da América do Norte, inspiradas como a igualdade entre homens e mulheres, a livre expressão, a participação democrática nos governos e a busca do prazer por meio do consumo. Ele destaca a visão de que dificilmente a internet varrerá as culturas tradicionais, substituindo por valores culturalmente mais novos e radicais a essas culturas, mas há compatibilidade com valores locais.
Como impacto da globalização, GIDDENS relaciona a ascensão do individualismo, pois tem mudado fundamentalmente a natureza da experiência cotidiana humana. Observa-se uma transformação nas instituições fundamentais da sociedade (família, governo, emprego, etc) o que vem forçando uma redefinição de vários aspectos íntimos e pessoas da vida humana, tais como a família, sexualidade, relações com o trabalho e interrelacoes intrapessoais, além do modo como o individuo pensa sobre si mesmo. Há também a possibilidade de cada individuo de definição de sua própria vida, o que outrora contava com a forte influência da tradição e do costume. A mudança da identidade individual do passado relacionada a sua comunidade transformou-se para visões e valores de foro intimo, o individuo reafirma e recria sua própria identidade, já que constantemente responde e se adapta ao ambiente inconstante que o rodeia, em um processo continuo de evolução.
Por fim, o autor, discorre da necessidade da governança global, defendo que muitos dos problemas surgidos durante os processos de globalização, não conseguem ser solucionados dentro das fronteiras dos Estados, numa busca pela promoção de uma ordem mundial cosmopolita, ‘na qual regras e padrões transparentes para o comportamento internacional, como a defesa dos direitos humanos, sejam estabelecidos e observados’.
BIBLIOGRAFIA
GIDDENS, A. ‘Globalization and the changing World. Sociology. 6th edition. Cambridge, UK: Polity Press, 2009. pp.106-151
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