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UFRJ IS Manifesto Marx Engels

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UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro
Curso de Relações Internacionais
Disciplina: Introdução a Sociologia
Professora: Joana Vargas
Aluno: Juliano Leodonio Xavier Lima
Marx e Engels por ocasião do manifesto, reconhecem que se trata de um documento histórico que guarda validade somente nas suas grandes linhas
1- Uma dessas linhas é a visão histórica de mudança social e do papel de luta de classes na história. Caracterize a sociedade capitalista tal como está aparece na visão dos autores.
No Manifesto Comunista, Marx e Engels, afirmam que o desenvolvimento da história da sociedade é marcada por uma luta de classes através do tempo, sendo que na sociedade a qual eles descrevem, pós-revolução industrial, a sociedade burguesa com o passar do tempo dividiu cada vez mais essa sociedade em apenas duas classes o opostas: a burguesia e o proletariado. Eles ressaltam que embora a burguesia tenha surgido dentro das cidades (burgos) na Idade Média e sempre esteve ligada a movimentos revolucionários, sendo ela mesma um produto de um longo desenvolvimento político e de revoluções nos modos de produção e de troca.
Ao ser reconhecida dentro da esfera de poder e detendo esse, desenvolveu-se de forma nunca antes a sociedade a qual pertence, transformando a sociedade que conquistou em sua própria imagem e semelhança de modo a acabar com as ilusões e aptidões dos homens e colocando em seu lugar o único objetivo da busca pelo lucro. 
No manifesto comunista, os autores afirmam que somente com a revolução dos instrumentos de produção houve o desenvolvimento da burguesia, e que para isso foi-se necessário balançar as relações de produção e com isso todas as relações sociais existentes e desenvolvidas ao longo da história. Por outro lado, as antigas sociedades, conservavam sem alteração seus antigos modos de produção para evitar maiores abalos.
O anseio de desenvolvimento burguês, necessita que cada vez mais abrangência e aberturas de mercados, mesmo que para isso seja necessário a criação de novas necessidades em diversos países que outrora podiam ser satisfeitos com sua sociedade local. De tal modo que a burguesia espalha-se por todos os cantos da Terra, levando consigo seus produtos mais baratos, através dos modernos meios de transporte e comunicação muitos dos quais criados pelos próprios burgueses. Em seus pouco tempo de ascensão, segundo os autores, a burguesia criou mais forças produtivas do que todas as sociedades anteriores juntas. A burguesia surgiu de dentro da sociedade feudal, que tinha em sua estrutura entraves que impossibilitavam o desenvolvimento da produção, por esse motivo caiu frente o desenvolvimento da sociedade burguesa que necessitava de livre concorrência embasada em uma organização social e política própria.
Esta sociedade, segundo Marx e Engels, desenvolveu-se de tal forma que encontra-se descontrolada, susceptível a diversas crises, destacando como principal motivo de crise a de superprodução que só podem ser resolvidas ou pela destruição das forças produtivas ou pela aquisição de novos mercados e exploração mais intensa dos antigos.
Ainda dentro dessa sociedade conturbada, surge uma nova classe, que empunhará as armas contra seus criadores burgueses, o proletariado. Esses modernos empregados (proletários) são obrigados a vender-se de modo como mercadorias todos os dias que com o uso das maquinas o trabalho se torna mais entediante e fácil para o operário tornando-se apenas mais uma peça dentro da máquina, e mais lucrativo e rápido para o burguês que paga menos quanto mais fácil é o trabalho desempenhado pelo operário.
Deixa-se de lado o artesão com sua oficina em casa e surge o trabalhador que ingressa nas fileiras da indústria para garantir sua subsistência e de sua família. E após trabalhar e receber em dinheiro o proletário é logo cercado pelos outros membros da burguesia como o agiota, o comerciante, o locador, etc..
Os autores do Manifesto ainda salientam que o proletário luta contra a burguesia iniciando essa batalha no momento do seu nascimento, porém ressaltam que ocorre em fases distintas, a saber:  no começo por operários isolados, depois de uma mesma fábrica, depois de um mesmo ramo, de uma mesma localidade contra o burguês local.
Apesar de estarem destinados ao mesmo destino os proletariados e unem de forma desorganizada, o que pode levar a burguesia a se aproveitar desse fato usando-os para fins próprios, nessa fase os proletários lutam contra os inimigos da burguesia, sendo qualquer vitória alcançada nesse momento uma vitória burguesa.
Somente, com a organização cada vez maior do proletário, eles se unem para fazer reivindicações, começa-se a formar uniões contra os burgueses e os choques tornam-se cada vez mais iminentes, às vezes acorrem alguns triunfos, mas o verdadeiro êxito é a união cada vez maior do proletariado, que com o tempo organiza-se em classe, em partido político. Nesse momento uma ínfima parte da burguesia passa para o lado do proletariado por saber que a vitória é iminente.
Ambos afirmam ser a casse dos proletariados como a única que é verdadeiramente revolucionaria, pois diferentes das outras classes que combatem a burguesia, não pode apoderar-se das forças produtivas sem acabar com os modos de apropriação, devendo destruir todas as garantias de propriedade privada, segundo a qual gera todo o âmbito de desumanização do proletariado.
2 - Explique como se dá o processo de desumanização do trabalho tal como exposto pelos autores e descida como você vê esse processo na atualidade.
Segundo os autores, o modo de economia burguês tem no trabalhador a fonte de riquezas da sociedade, assim o trabalhador da forma de estruturação do trabalho segundo a ideologia burguesa é visto como forma de fortalecer a economia burguesa desumaniza o trabalhador que normalmente trabalha em condições desumanas, quanto às necessidades humanas, estas vão além de simples necessidades corporais, pois estes precisam de cultura, lazer etc, para que possam desenvolver melhor suas potencialidades enquanto ser humano, fato este que nas relações de trabalho os trabalhadores vão se alienando e perdendo essas potencialidades.
Em o Manifesto, o proletariado que vende seu trabalho para a burguesia, deixa de lado as oficinas medievais e se vende como forma de subsistência. Destruindo as atividades das oficinas o trabalho humano é visto como algo abstrato, como uma coisa, Marx analisa o trabalho como sendo uma mercadoria que é vendida como qualquer outra, pois o trabalhador assalariado no sistema capitalista não tem outra opção a não ser trabalhar para receber um salário que nem sempre é justo. Assim, segundo Marx na realidade existe uma relação entre indivíduos e mais ainda que é uma relação desigual, onde a liberdade reina somente para um desses indivíduos, representada pela burguesia, como fica evidente o proletariado é forçado a vender sua forma de trabalho.
Mesmo sendo um produtor de mercadorias e diversos objetos que são utilizados na sociedade, grande parte dos objetos produzidos pelo proletariado se torna algo estranho para sua vida, pois estes objetos não lhe pertencem, nem como propriedade e nem como mercadoria, pois seu dinheiro não é suficiente para esse fim.
Na atualidade vemos, uma busca das empresas por humanizar sua força laboral, em propostas de sustentabilidade e criação de rankings de melhores empresas para se trabalhar, muitos países inclusive veem na redução da jornada de trabalho como um ganho tanto para o trabalhador quanto para a burguesia. Certas empresas, buscam melhorar as condições de ambiente na forma de produção de conteúdo criativo dinamizando as relações de trabalho. Outro fator que tem diminuído os problemas observados por Marx e Engels em ‘O Manifesto Comunista’ está no fato da adoção por países de legislação que visem (a certo modo) o bem-estar do trabalhador assalariado. Ainda assim, a crítica feita pelos autores, ainda encontra-se bem viva num esforço pela busca de melhores condições de trabalho e na forma de observar os meios de produção
e distribuição da riqueza e no que tange a humanização do trabalho de forma igual e que não produza danos ao trabalhador.
3 - Outro tema atual é a globalização, discorra sobre como os autores tratam da globalização no texto e o que permanece atual nesta exposição."
Segundo os autores, a burguesia conquista a terra inteira, pressionada pela necessidade de mercados sempre mais extensos para seus produtos. Buscando novos negócios em toda a parte, instalando-se em toda a parte, criando relações em toda a parte.
A burguesia conquista os quatro lados do mundo, vão além fronteiras, pela exploração do mercado mundial, a burguesia levou todos os países à produção e o consumo, as indústrias para Marx que agora são novas indústrias, não adquirem para fazer suas matérias-primas de localidades, mas matérias-primas de outros países e seus produtos acabam sendo levadas para todos os lugares do mundo, antigas necessidades dão lugar a novas necessidades que acabam fazendo parte do consumo e da necessidade de cada indivíduo, nação ou país. Daria para dizer o princípio da globalização, o que Marx chamou de “intercâmbio generalizado”, que gerou uma dependência de nação para nação, para ele isso tanto no que diz respeito às produções materiais e intelectuais, as produções nacionais tornam-se mundiais, a burguesia é responsável por essa “globalização”, pelo civilizacionismo, a burguesia usa dos baixos preços de suas mercadorias para que mesmo “[…] os bárbaros xenófobos mais renitentes a capitularem”.
A burguesia opera de forma que todas as nações, todos os indivíduos adotem o modo de produção burguês, dessa forma, “[…] plasma um mundo a sua própria imagem”. A burguesia subjugou populações a outras, criou “cidades tentaculares”, que tiram pessoas dos campos que aumentam as populações das cidades, povos bárbaros ou semi-barbáros estão subjugados a povos mais civilizados, dessa maneira, “A burguesia controla cada vez mais a dispersão dos meios de produção, […]”. Portanto, a burguesia centralizou a propriedade em poucas mãos, com isso, acabou sendo ou melhor dizendo ocorrendo à centralização política, Marx considera que a burguesia conseguiu adquiri uma imponência tal que nem todas as gerações anteriores juntas conseguem o que ela fez em apenas um século,
‘O domínio das forças naturais, o maquinismo, as aplicações da química à indústria e à agricultura, a navegação a vapor, as ferrovias, o telegrafo, o desbravamento de continentes inteiros, a canalização de rios, o aparecimento súbito de populações – em que século anterior se poderia prever que tais forças produtivas cochilavam no seio do trabalho social?’
Ainda hoje, a necessidade de novos mercados e a diminuição de fronteiras de mercado, seu maior apetite por um mundo cada vez mais amplo que maximizem os lucros da sociedade burguesa força a interligação do mundo e de sociedades para a criação de uma sociedade cada vez mais globalizada sem fronteiras para o comércio, sendo movido e financiado pelos fundos capitalistas de forte indicação burguesa.

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