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SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO Histologia, Anatomia e Formação do Tecido Ósseo; Reparo Ósseo; Metabolismo Ósseo. Um osso (principalmente longo) típico consiste nas seguintes partes: 1. Diáfise: É a porção principal, cilíndrica e longa do osso. Ela é também denominada de corpo ou haste; 2. Epífises: Constitui as extremidades proximal e distal dos ossos; 3. Metáfises: São as regiões entre a diáfise e as epífises. Em um osso em crescimento, cada metáfise contém uma Placa Epifisária (crescimento), uma camada de cartilagem hialina que permite o crescimento em comprimento da diáfise do osso. -> Quando um osso interrompe o crescimento em comprimento por volta dos 14 a 24 anos, a cartilagem na placa epifisária é substituída por osso; a estrutura óssea resultante é conhecida como Linha Epifisária. 4. Cartilagem Articular: É uma fina camada de cartilagem hialina que cobre parte da epífise, onde o osso forma uma articulação (junta) com outro osso. A cartilagem articular reduz o atrito e absorve o choque nas articulações que se movem livremente. 5. Periósteo: É uma camada de Tecido Conjuntivo Resistente que possui seu suprimento sanguíneo e que circunda a superfície óssea em locais em que não esteja coberto por cartilagem articular. É composto por uma Camada Fibrosa Externa de Tecido Conjuntivo Denso Não Modelado e uma Camada Osteogênica Interna que consiste em Células Osteoprogenitoras. Algumas dessas células permitem o crescimento do osso em espessura, mas não em comprimento. O periósteo também protege o osso, auxilia no reparo de fraturas, ajuda na nutrição do tecido ósseo e serve como um ponto de fixação para ligamentos e tendões. -> O periósteo está ligado ao osso subjacente por Fibras Perfurantes ou Fibras de Sharpey, feixes espessos de colágeno que se estendem do periósteo para a matriz óssea extracelular. 6. Cavidade Medular: É Espaço Oco e Cilíndrico dentro da Diáfise, que contém medula óssea amarela gordurosa e numerosos vasos sanguíneos. Essa cavidade minimiza o peso do osso, reduzindo o material ósseo denso onde é menos necessário. 7. Endósteo: é uma Membrana Fina que reveste a Cavidade Medular e os espaços do Osso Esponjoso. Contém uma única camada de Células Osteoprogenitoras e uma pequena quantidade de tecido conjuntivo. ESTRUTURA ÓSSEA - Assim como outros tecidos conjuntivos, o tecido ósseo, contém uma abundante matriz extracelular que envolve as células; -> A matriz extracelular é composta aproximadamente de 15% de água, 30% de fibras colágenas e 55% de sais minerais cristalizados. - O sal mineral mais abundante é o Fosfato de Cálcio [Ca3(PO4)2]. Ele se combina com outro sal mineral, o Hidróxido de Cálcio [Ca(OH)2], para formar Cristais de Hidroxiapatita [Ca10(PO4)6(OH)2]; - À medida que os cristais se formam, eles se combinam ainda com outros sais minerais, como o Carbonato de Cálcio (CaCO3) e íons como o Magnésio, Fluoreto, Potássio e Sulfato; -> Quando esses sais minerais são na matriz extracelular, eles se cristalizam e o tecido endurece. Esse processo, denominado Calcificação, é iniciado pelas células formadoras de ossos chamadas osteoblastos. 4 tipos de células estão presentes no tecido ósseo: Células Osteoprogenitoras, Osteoblastos, Osteócitos e Osteoclastos: 1. Células Osteoprogenitoras: (genicas = produtoras). São Células-Tronco ósseas não especializadas derivadas do mesênquima, o tecido do qual quase todos os tecidos conjuntivos são formados. Se diferenciam e resultam em Osteoblastos. As Células Osteoprogenitoras são encontradas ao longo da camada osteogênica interna do periósteo, no Endósteo e nos canais dentro do osso que contêm vasos sanguíneos. 2. Osteoblastos: São células formadoras dos ossos. Essas células sintetizam e secretam fibras colágenas e outros componentes orgânicos necessários para formar a matriz extracelular do tecido ósseo, um processo denominado Deposição Óssea e eles iniciam a Calcificação. Como os osteoblastos são envoltos por matriz extracelular, eles ficam presos em suas secreções e se tornam Osteócitos. 3. Osteócitos (células ósseas maduras): São as principais células do tecido ósseo e mantêm seu metabolismo diário, como a troca de nutrientes e resíduos com o sangue. Assim como os osteoblastos, os osteócitos não sofrem divisão celular. 4. Osteoclastos: São enormes células derivadas da fusão de até 50 monócitos e estão concentrados no Endósteo. A membrana plasmática do osteoclasto é do tipo Borda em Escova. Essa célula libera poderosas Enzimas Lisossomais e Ácidos que digerem a proteína e os componentes minerais da matriz extracelular óssea subjacente. Essa ruptura da matriz extracelular óssea, denominada Reabsorção Óssea, faz parte do desenvolvimento normal, manutenção e reparo do osso. HISTOLOGIA DO TECIDO ÓSSEO O osso não é completamente sólido. Ele tem muitos espaços pequenos entre suas células e os componentes da matriz extracelular. Alguns desses espaços servem como canais para os vasos sanguíneos que fornecem nutrientes às células ósseas. Outros espaços funcionam como áreas de armazenamento para a medula óssea vermelha. As regiões de um osso podem ser categorizadas como Compactas ou Esponjosas (80% do esqueleto é constituído de osso compacto e 20% de osso esponjoso). Tecido Ósseo Compacto (denso): - Praticamente não contém espaços; - É o tipo mais forte de tecido ósseo; - É encontrado sob o periósteo de todos os ossos e compõe a maior parte das diáfises de ossos longos; - O tecido ósseo compacto fornece proteção e apoio e resiste às tensões produzidas pelo peso e movimento; - O tecido ósseo compacto é composto de unidades estruturais chamadas Ósteons ou Sistemas Haversianos; - Cada ósteon consiste em lamelas ósseas concêntricas dispostas ao redor de um Canal Osteônico/Haversiano/ Central; -> As Lamelas Ósseas Concêntricas são placas circulares de matriz extracelular mineralizada de diâmetro crescente, ao redor de uma pequena rede de vasos sanguíneos e nervos localizados no canal osteônico. - Entre as lamelas ósseas concêntricas estão pequenos espaços chamados Lacunas Ósseas, que contêm osteócitos; - Irradiando em todas as direções a partir das lacunas ósseas estão os pequenos Canalículos Ósseos (pequenos canais), que são preenchidos com líquido extracelular; - Dentro dos canalículos ósseos estão os Processos Digitiformes Finos dos Osteócitos; - Os osteócitos vizinhos comunicam-se através de Junções Comunicantes; - Os vasos sanguíneos e os nervos do periósteo penetram no osso compacto através de Canais Perfurantes Transversais (de Volkmann); - Dispostas ao redor de toda a circunferência externa e interna da diáfise de um osso longo encontram-se as lamelas ósseas denominadas Lamelas Ósseas Circunferenciais; -> As lamelas ósseas circunferenciais diretamente profundas no periósteo são chamadas Lamelas Ósseas Circunferenciais Externas. Elas estão conectadas ao periósteo por Fibras Perfurantes (de Sharpey). As lamelas ósseas circunferenciais que revestem a cavidade medular são denominadas Lamelas Ósseas Circunferenciais Internas. HISTOLOGIA DO TECIDO ÓSSEO Tecido Ósseo Esponjoso (Trabecular): - Ao contrário do tecido ósseo compacto, o Tecido Ósseo Esponjoso (Trabecular) NÃO contém Ósteons; - O tecido ósseo esponjoso está localizado no interior de um osso, protegido por uma cobertura de osso compacto; - Ele é constituído por Lamelas Ósseas que estão dispostas em um padrão irregular de colunas finas chamadas Trabéculas Ósseas; - Entre as trabéculas ósseas existem espaços visíveis a olho nu. Esses espaços macroscópicos são revestidos pelo endósteo e preenchidos com medula óssea vermelha nos ossos que produzem células sanguíneas e com medula óssea amarela (tecido adiposo) em outros ossos; - Cada trabécula óssea é constituída por lamelas ósseas, osteócitos que se encontram nas lacunas ósseas e canalículos ósseos que irradiam para fora das lacunas ósseas; - O tecido ósseo esponjoso compõe a maior parte do tecido ósseo no interior dos ossos curtos, chatos,sesamoides e de formato irregular; - Nos ossos longos, forma o núcleo das epífises abaixo da camada fina do osso compacto; OBS.: O osso esponjoso é sempre coberto por uma camada de osso compacto para proteção! O tecido ósseo esponjoso é diferente do tecido ósseo compacto em 2 aspectos: 1. O tecido ósseo esponjoso é leve, o que reduz o peso total de um osso. Essa redução no peso permite que o osso se mova mais rapidamente quando puxado por um músculo esquelético. 2. As trabéculas ósseas do tecido ósseo esponjoso sustentam e protegem a medula óssea vermelha. O osso esponjoso nos ossos do quadril, costelas, esterno, vértebras, crânio e as extremidades proximais do úmero e do fêmur representa o único local onde a medula óssea vermelha é armazenada e, portanto, o sítio onde a hematopoese ocorre em adultos. HISTOLOGIA DO TECIDO ÓSSEO Artérias: - Os Canais Perfurantes (canais de Volkmann) são pequenos canais que transportam pequenas artérias do periósteo para o osso; - Na diáfise de um osso longo, Artérias Periosteais entram na Diáfise através dos canais perfurantes e entram nos Canais Osteônicos dos Ósteons próximos da superfície; - A partir desses canais osteônicos, os Canais Transversos transportam vasos sanguíneos de um canal osteônico para o próximo; - Na Diáfise, uma grande Artéria Nutrícia entra no osso compacto através de um furo chamado Forame Nutrício; - Essa Artéria Nutrícia entra na Cavidade Medular e se divide em ramos proximais e distais que se dirigem para cada extremidade do osso; -> Esses ramos suprem tanto a parte interna do osso compacto da diáfise quanto o osso esponjoso, Medula Óssea Vermelha e a Amarela até as Linhas Epifisárias; - As extremidades dos ossos longos são supridas pelas Artérias Metafisária e Epifisárias; - Essas artérias também entram no osso através dos canais perfurantes; - As Artérias Metafisárias, juntamente com os Ramos da Artéria Nutrícia, suprem a Medula Óssea Vermelha e a Amarela e o tecido ósseo esponjoso das metáfises; - As Artérias Epifisárias entram nas epífises de um osso longo e suprem a Medula Óssea Vermelha e a Amarela e o osso esponjoso das epífises; Veias: - 1 ou 2 Veias Nutrícias acompanham a artéria nutrícia e saem pela diáfise; - Numerosas Veias Epifisárias e Veias Metafisárias acompanham suas respectivas artérias e saem pelas epífises e metáfises; - Muitas Veias Periosteais acompanham suas respectivas artérias e saem pelo periósteo. SUPRIMENTO SANGUÍNEO DOS OSSOS - O processo pelo qual o osso se forma é denominado Ossificação ou Osteogênese; A formação óssea ocorre em 4 principais situações: 1. Formação inicial de ossos em um embrião e no feto; 2. Crescimento dos ossos durante a primeira infância, a infância e a adolescência até atingir seu tamanho adulto; 3. Remodelamento ósseo (substituição de osso velho por tecido ósseo novo ao longo da vida); 4. Reparo de fraturas (ruptura nos ossos) ao longo da vida. Formação Óssea Inicial em um Embrião e no Feto: - O “esqueleto” embrionário, inicialmente composto de Mesênquima na forma geral dos ossos, é o local onde a formação da cartilagem e a ossificação ocorrem durante a 6ª semana de desenvolvimento embrionário; Existem 2 maneiras de os ossos se formarem: Ossificação Intramembranosa e Ossificação Endocondral. A) Ossificação Intramembranosa → O osso se forma diretamente dentro do mesênquima. B) Ossificação Endocondral → O osso se forma dentro da cartilagem hialina que se desenvolve a partir do mesênquima. FORMAÇÃO ÓSSEA A) Ossificação Intramembranosa: - É o mais simples dos dois métodos de formação óssea; - Os ossos chatos do crânio, a maioria dos ossos da face, mandíbula e a parte medial da clavícula são formados dessa forma; - As “regiões moles” (fontanelas ou fontículos) que ajudam o crânio do feto a passar pelo canal do parto endurecem posteriormente à medida que sofrem ossificação intramembranosa. A ossificação intramembranosa ocorre da seguinte forma: 1. Desenvolvimento do Centro de Ossificação: - No sítio onde o osso se desenvolverá, mensagens químicas específicas causam o agrupamento e diferenciação das células do mesênquima, primeiramente em Células Osteoprogenitoras e depois em Osteoblastos; -> O local desse agrupamento é denominado Centro de Ossificação. - Os Osteoblastos secretam a matriz extracelular orgânica dos ossos até que sejam envoltos por ela e posteriormente se tornarão Osteócitos. 2. Calcificação: - Em seguida, a secreção da matriz extracelular é interrompida e as células, agora chamadas Osteócitos, residem nas lacunas ósseas; - Os Osteócitos estendem seus processos citoplasmáticos para os Canalículos Ósseos que irradiam em todas as direções; - Dentro de alguns dias, o Cálcio e outros sais minerais são depositados e a matriz extracelular endurece ou Calcifica-se (Calcificação). 3. Formação de trabéculas ósseas: - À medida que a matriz extracelular óssea se forma, desenvolve-se em Trabéculas Ósseas que se fundem para formar o Osso Esponjoso; -> O tecido conjuntivo associado aos vasos sanguíneos nas trabéculas ósseas diferencia-se em medula óssea vermelha. 4. Desenvolvimento do Periósteo: - Em conjunto com a formação de trabéculas ósseas, o mesênquima condensa na periferia do osso e se desenvolve no periósteo; - Grande parte do osso recém-formado é remodelada (destruída e reformada) à medida que o osso é transformado em seu tamanho e forma na vida adulta. FORMAÇÃO ÓSSEA B) Ossificação Endocondral: - É a substituição de Cartilagem Hialina por osso; - Embora a maioria dos ossos do corpo seja formada dessa maneira, esse processo acontece mais em um osso longo. A ossificação endocondral ocorre da seguinte forma: 1. Desenvolvimento do Molde de Cartilagem: - No sítio de formação dos ossos, as mensagens químicas específicas fazem com que as células do mesênquima se aglomerem em uma forma do futuro osso e então se desenvolvem em Condroblastos; - Os condroblastos secretam Matriz Extracelular Cartilaginosa, produzindo um molde de Cartilagem (futura diáfise) consistindo em Cartilagem Hialina; - Uma cobertura denominada Pericôndrio desenvolve-se ao redor do molde de cartilagem. 2. Crescimento do Molde de Cartilagem: - Uma vez que os condroblastos se tornam profundamente incrustados na matriz extracelular da cartilagem, eles são denominados Condrócitos; - O molde de cartilagem cresce em comprimento por divisão celular contínua de condrócitos. Esse tipo de crescimento cartilaginoso, denominado Crescimento Intersticial (endógeno) (crescimento de dentro), resulta em um aumento no comprimento; - Novos condroblastos que se desenvolvem a partir do Pericôndrio resultam no crescimento da espessura do molde da cartilagem. Esse processo é chamado Crescimento Aposicional (exógeno), significando crescimento na superfície externa - À medida que o molde de cartilagem continua a crescer, os condrócitos sofrem hipertrofia e a matriz extracelular cartilaginosa começa a se calcificar; 3. Desenvolvimento do Centro Primário de Ossificação: - Uma artéria nutrícia penetra no pericôndrio e no molde de cartilagem em processo de calcificação através de um forame nutrício na região central do molde de cartilagem, estimulando a diferenciação das células osteoprogenitoras no pericôndrio em Osteoblastos; - Uma vez que o pericôndrio começa a formar ossos, é conhecido como o Periósteo; - Capilares Periosteais crescem em direção à cartilagem calcificada, induzindo o crescimento de um Centro Primário de Ossificação, região onde o tecido ósseo irá substituir a maior parte da cartilagem; - Os osteoblastos começam a depositar a matriz extracelular óssea sobre os remanescentes da cartilagem calcificada, formando trabéculas ósseas esponjosas; - A ossificação primária se espalha a partir dessa localização central em direção às duas extremidades do molde de cartilagem. 4. Desenvolvimento da Cavidade Medular: - Centro primário de ossificação cresce em direção às extremidades do osso → osteoclastos rompem algumas trabéculasósseas esponjosas → isso forma a cavidade medular na diáfise → dessa forma, a maior parte da parede da diáfise é substituída por osso compacto. 5. Desenvolvimento dos Centros Secundários de Ossificação: - Quando os ramos da artéria epifisária entram nas epífises, os centros secundários de ossificação se desenvolvem, geralmente durante o nascimento ou depois; - Nos centros secundários de ossificação, o osso esponjoso permanece no interior das epífises (não são formadas cavidades medulares aqui); - Ao contrário da ossificação primária, a ossificação secundária prossegue para fora do centro da epífise em direção à superfície externa do osso. 6. Formação da Cartilagem Articular e da Placa Epifisária (crescimento): - A cartilagem hialina que cobre as epífises se torna a Cartilagem Articular; - Antes da idade adulta, a cartilagem hialina permanece entre a diáfise e a epífise como a Placa Epifisária, a região responsável pelo crescimento longitudinal dos ossos longos. FORMAÇÃO ÓSSEA B) Ossificação Endocondral: FORMAÇÃO ÓSSEA Crescimento Ósseo durante a Primeira Infância, Infância e Adolescência: A) Crescimento em Comprimento: - O crescimento em comprimento dos ossos longos envolve 2 eventos principais: Crescimento Intersticial da Cartilagem no Lado Epifisário da Placa Epifisária e Substituição da Cartilagem no Lado Diafisário da Placa Epifisária por Osso através da Ossificação Endocondral. - A atividade da placa epifisária é a única maneira que a diáfise pode aumentar em comprimento. À medida que um osso cresce, os condrócitos proliferam no lado epifisário da placa. A Placa Epifisária ou a Cartilagem Epifisária é uma camada de cartilagem hialina na metáfise de um osso em crescimento que consiste em 4 zonas: 1. Zona de Cartilagem em Repouso: - Camada que está mais próxima da epífise e consiste em pequenos condrócitos dispersos; - O termo “repouso” é utilizado, porque as células não atuam no crescimento ósseo em comprimento. 2. Zona de Cartilagem em Proliferação: - Os condrócitos sofrem crescimento intersticial à medida que se dividem e secretam matriz extracelular. 3. Zona de cartilagem Hipertrófica: - Essa camada consiste em grandes condrócitos em maturação dispostos em colunas. 4. Zona de Cartilagem Calcificada: - A zona final da placa epifisária, constituída principalmente de condrócitos que estão mortos, porque a matriz extracelular em torno deles está calcificada; - Os osteoclastos dissolvem a cartilagem calcificada, enquanto os osteoblastos e os capilares provenientes da diáfise invadem a área; - Os osteoblastos depositam matriz extracelular óssea, substituindo a cartilagem calcificada pelo processo de ossificação endocondral; - Como resultado, a zona de cartilagem calcificada torna-se a “nova diáfise” que está firmemente cimentada ao resto da diáfise do osso. 5. Zona de Ossificação: - Última zona da placa epifisiária, onde ocorre a substituição final de cartilagem por tecido ósseo; - Os osteoblastos depositam matriz óssea sobre os restos de cartilagem calcificada; - A matriz óssea recém-formada é posteriormente mineralizada, tornando-se Osso Maduro; - Essa zona contribui para o crescimento do osso até se formar a Linha Epifisiária. Quando a adolescência chega ao fim (por volta dos 18 anos em mulheres e 21 anos em homens), as placas epifisárias fecham, ou seja, as células da cartilagem epifisária param de se dividir e o osso substitui toda a cartilagem remanescente. A placa epifisária desaparece, deixando uma estrutura óssea chamada Linha Epifisária. Com o aparecimento da Linha Epifisária, o crescimento ósseo em comprimento é interrompido completamente. FORMAÇÃO ÓSSEA Crescimento Ósseo durante a Primeira Infância, Infância e Adolescência: A) Crescimento em Comprimento: FORMAÇÃO ÓSSEA Crescimento Ósseo durante a Primeira Infância, Infância e Adolescência: A) Crescimento em Espessura: - Na superfície óssea, Células Osteoprogenitoras da camada osteogênica do periósteo se diferenciam em osteoblastos, que secretam as fibras colágenas e outras moléculas orgânicas que formam a matriz extracelular óssea; - Os osteoblastos tornam-se rodeados por matriz extracelular e desenvolvem-se em Osteócitos; - Esse processo forma Cristas Ósseas, que se alargam; - Osteoblastos formados a partir das células progenitoras no endósteo depositam matriz extracelular óssea, formando Lamelas Ósseas Concêntricas; - Com a criação dessas Lamelas Ósseas Concêntricas, Ósteons são criados. À medida que um ósteon está se formando, os osteoblastos sob o periósteo depositam novas lamelas ósseas circunferenciais, aumentando ainda mais a espessura do osso. FORMAÇÃO ÓSSEA Remodelamento Ósseo: - Como a pele, o osso se forma antes do nascimento, mas se renova continuamente depois; - O remodelamento ósseo é a substituição contínua de tecido ósseo velho por tecido ósseo novo; - Envolve a Reabsorção Óssea, a remoção de minerais e fibras de colágeno dos ossos por Osteoclastos e a Deposição Óssea, a adição de minerais e fibras colágenas aos ossos por Osteoblastos; -> A reabsorção óssea resulta na destruição da matriz extracelular óssea, enquanto a deposição óssea resulta na formação de matriz extracelular óssea. - Mesmo depois que os ossos alcançam suas formas e tamanhos adultos, o osso velho é continuamente destruído e o osso novo é formado em seu lugar; -> O remodelamento também remove o osso lesionado, substituindo-o por um novo tecido ósseo. - O remodelamento pode ser desencadeado por fatores, tais como exercícios, sedentarismo e alterações na dieta; - Os novos ossos são mais resistentes à fratura do que os ossos velhos; - Durante o processo de reabsorção óssea, um osteoclasto se fixa firmemente à superfície óssea no endósteo ou periósteo e forma uma vedação à prova de vazamentos nas margens de sua borda em escova; - Em seguida, libera as enzimas lisossomais que digerem proteínas e vários ácidos no local selado; -> As enzimas digerem as fibras colágenas e outras substâncias orgânicas, enquanto os ácidos dissolvem os minerais ósseos. - As proteínas ósseas degradadas e os minerais da matriz extracelular, principalmente cálcio e fósforo, entram em um osteoclasto por endocitose, atravessam a célula em vesículas e sofrem exocitose no lado oposto à borda em escova; - Uma vez que uma pequena área de osso tenha sido reabsorvida, os osteoclastos partem e os osteoblastos se movem para reconstruir o osso naquela área. FORMAÇÃO ÓSSEA Fatores que Afetam o Crescimento Ósseo e o Remodelamento Ósseo: Eles incluem a ingestão adequada de minerais e vitaminas, bem como níveis suficientes de vários hormônios. 1. Minerais → Grandes quantidades de cálcio e fósforo são necessárias durante o crescimento dos ossos, assim como pequenas quantidades de magnésio, fluoreto e manganês. Esses minerais também são necessários durante o remodelamento ósseo. 2. Vitaminas → A Vitamina A estimula a atividade dos osteoblastos. A Vitamina C é necessária para a síntese de colágeno, a principal proteína óssea. A Vitamina D ajuda a construir os ossos, aumentando a absorção de cálcio dos alimentos no canal digestório PARA o Sangue. As vitaminas K e B12 também são necessárias para a síntese de proteínas ósseas. 3. Hormônios → Durante a infância, os hormônios mais importantes para o crescimento ósseo são os fatores de crescimento semelhantes à insulina (IGFs), que são produzidos pelo fígado e tecido ósseo. Os IGFs estimulam os osteoblastos, promovem divisão celular na placa epifisária e no periósteo, bem como aumentam a síntese das proteínas necessárias para a formação de novos ossos. Os IGFs são produzidos em resposta à secreção do hormônio do crescimento (GH). Além disso, o hormônio insulina do pâncreas promove o crescimento ósseo com o aumento da síntese de proteínas ósseas. - Na puberdade, a secreção de hormônios conhecidos como hormônios sexuais tem um efeito acentuado no crescimento ósseo. Os hormônios sexuais incluem os estrógenos (produzidos pelos ovários) eos andrógenos como a testosterona (produzida pelos testículos); - Esses hormônios são responsáveis pelo aumento da atividade dos osteoblastos, síntese da matriz extracelular óssea e o “estirão de crescimento” repentino que ocorre durante a adolescência; OBS.: Os estrógenos também promovem alterações no esqueleto que são característicos das mulheres, como o alargamento da pelve. - Os hormônios sexuais, principalmente os estrógenos em ambos os sexos, interrompem o crescimento nas placas epifisárias, causando a interrupção do alongamento dos ossos. O crescimento longitudinal dos ossos normalmente termina mais cedo nas mulheres do que nos homens, devido aos seus níveis mais elevados de estrógenos. FORMAÇÃO ÓSSEA Fratura e Reparo Ósseo: - Uma fratura é qualquer ruptura de um ; - Uma Fratura por Estresse é uma série de fissuras microscópicas no osso que se forma sem qualquer evidência de lesão a outros tecidos; Ex.: Corrida, Salto e Dança Aeróbica. -> Osteoporose também pode levar a fraturas por estresse. Reparo da Fratura Óssea: O reparo de uma Fratura Óssea envolve as seguintes fases: 1. Fase Reativa: - Fase inflamatória inicial; - Os vasos sanguíneos se encontram rompidos; - Conforme o sangue extravasa das extremidades rompidas dos vasos, uma massa de sangue (geralmente coagulada) se forma ao redor do local da fratura; - Essa massa de sangue, denominada Hematoma da Fratura, geralmente se forma 6 a 8 h após a lesão; - Como a circulação do sangue é interrompida no local onde se forma o hematoma da fratura, células ósseas próximas morrem; - O inchaço e a inflamação ocorrem em resposta às células ósseas mortas; - Fagócitos (neutrófilos e macrófagos) e osteoclastos começam a remover o tecido morto ou danificado dentro e ao redor do hematoma da fratura. Esse estágio pode durar várias semanas. 2.1. Fase Reparativa (Formação do Calo de Cartilagem Fibrosa): - Ocorre a formação de um calo de cartilagem fibrosa e de um calo ósseo que preenche a lacuna entre as extremidades rompidas; - As células do periósteo desenvolvem-se em condroblastos e começam a produção de cartilagem fibrosa nessa região; - Esses eventos levam ao desenvolvimento de um Calo de Cartilagem Fibrosa (mole), uma massa de tecido de reparo constituída por fibras colágenas e cartilagem que une as extremidades quebradas do osso. A formação do calo de cartilagem fibrosa leva cerca de 3 semanas. 2.2. Fase Reparativa (Formação do Calo Ósseo): - Com o tempo, a cartilagem fibrosa é convertida em osso esponjoso e o calo é então denominado Calo Ósseo (rígido). O calo ósseo dura cerca de 3 a 4 meses. 3. Fase de Remodelamento Ósseo: - A fase final de reparo da fratura é o remodelamento ósseo do calo; - As porções mortas dos fragmentos originais do osso quebrado são gradualmente reabsorvidas pelos osteoclastos; - O osso compacto substitui o osso esponjoso ao redor da periferia da fratura; - Pode ser que fique uma Linha de Fratura depois do remodelamento, mas em alguns casos essa linha não fica evidente; - Uma área espessada na superfície do osso permanece como evidência de uma fratura curada. FORMAÇÃO ÓSSEA FRATURA ÓSSEA Função dos Ossos na Homeostasia do Cálcio: - O osso é o principal reservatório de cálcio do corpo, armazenando 99% do cálcio total existente; - Uma maneira de manter o nível de cálcio no sangue é controlar as taxas de reabsorção de cálcio do osso para o sangue e de deposição de cálcio do sangue para os ossos; -> As células nervosas, assim como as células musculares dependem de um nível estável de íons cálcio (Ca2+) no líquido extracelular para funcionar corretamente. A coagulação sanguínea também requer Ca2+. Além disso, muitas enzimas precisam de Ca2+ como cofator (substância adicional necessária para uma reação enzimática ocorrer). - Por esse motivo, o nível de Ca2+ no plasma sanguíneo é estritamente regulado entre 9 e 11 mg/100 mℓ; -> Mesmo pequenas alterações na concentração de Ca2+ fora dessa faixa podem ser fatais – o coração pode parar (parada cardíaca) se a concentração for muito elevada ou a respiração pode ser interrompida (parada respiratória) se o nível cair. - O papel dos ossos é liberar Ca2+ para o plasma sanguíneo (utilizando osteoclastos) quando o nível diminui e absorver Ca2+ (usando osteoblastos) quando o nível se eleva; - Essa troca de Ca2+ é regulada por hormônios, dos quais o mais importante é o hormônio da paratireoide ou Paratormônio (PTH) secretado pelas Glândulas Paratireoides; -> Esse hormônio aumenta o nível de Ca2+ no sangue. - A secreção de PTH opera por meio de um sistema de Retroalimentação Negativa (Feedback Negativo); -> Se algum estímulo diminuir o nível de Ca2+ no sangue, as células da glândula paratireoide (receptores) detectam essa mudança e aumentam a produção de uma molécula conhecida como monofosfato de adenosina cíclico (AMP cíclico). O gene que codifica o PTH dentro do núcleo de uma célula da glândula paratireoide (o centro de controle) detecta o aumento intracelular do AMP cíclico → síntese de PTH acelera e mais PTH é liberado no sangue. - A presença de níveis mais elevados de PTH aumenta o número e a atividade dos osteoclastos, que intensificam o ritmo de reabsorção óssea e, como resultado, o nível de Ca2+ aumenta no sangue; - O PTH também atua nos rins para diminuir a perda de Ca2+ na urina, de modo que mais é retido no sangue; - o PTH estimula a formação de Calcitriol (a forma ativa da vitamina D), um hormônio que promove a absorção de cálcio dos alimentos no trato gastrintestinal para o sangue. METABOLISMO ÓSSEO Função dos Ossos na Homeostasia do Cálcio: - Outro hormônio atua diminuindo o nível de Ca2+ no sangue; - Quando o Ca2+ sanguíneo sobe acima do normal, as Células Parafoliculares na Glândula Tireoide secretam Calcitonina; - A Calcitonina inibe a atividade dos osteoclastos, acelera a captação de Ca2+ do sangue pelos ossos e acelera a deposição de Ca2+ nos ossos; - O resultado final é que a Calcitonina promove a formação óssea e diminui o nível de Ca2+ no sangue; A calcitonina é um medicamento eficaz para o tratamento da osteoporose, pois retarda a reabsorção óssea. METABOLISMO ÓSSEO Osteoporose: - Condição que causa a porosidade dos ossos; - Milhões de pessoas têm baixa massa óssea (Osteopenia), o que as coloca em risco de Osteoporose; - O problema básico é que a reabsorção óssea (ruptura) supera a deposição óssea (formação); - Em grande parte, isso se deve à depleção de cálcio do corpo – mais cálcio é perdido na urina, fezes e suor do que é absorvido da dieta; - A massa óssea torna-se tão esgotada que os ossos fraturam, muitas vezes espontaneamente, em condições de tensões mecânicas da vida cotidiana; Ex.: Uma fratura de quadril pode resultar de simplesmente sentar-se muito rapidamente. - Além de fraturas, a osteoporose causa encolhimento das vértebras, perda de altura, costas arqueadas e dor óssea. Mulheres mais velhas sofrem de osteoporose mais frequentemente do que os homens por duas razões: 1. Os ossos das mulheres são menos maciços do que os ossos dos homens. 2. A produção de estrógenos em mulheres diminui drasticamente na menopausa, enquanto a produção da testosterona nos homens mais velhos diminui gradualmente. -> Os estrógenos e a testosterona estimulam a atividade osteoblástica e a síntese de matriz óssea. - Estilo de vida sedentário, tabagismo, uma dieta deficiente em cálcio e vitamina D, mais do que dois copos de bebida alcoólica por dia, o uso de medicamentos, histórico familiar da doença, ancestralidade europeia ou asiática e corpo magro ou pequeno são fatores de risco para a Osteoporose; - Uma dieta rica em cálcio é importante para reduzir o risco de fraturas. A vitamina D é necessária para o corpo utilizar cálcio; - Em termos de exercício, o desempenho regular de exercícios com sustentação de peso demonstra a manutenção e produção da massa óssea. Ex.: Subir escadas, jogar tênis, dançar, exercícios com sustentação. - Exercícios de resistência, como levantamentode peso, também aumentam a força óssea e massa muscular. DISTÚRBIOS DO OSSO Osteoporose: DISTÚRBIOS DO OSSO Raquitismo e Osteomalacia: - Raquitismo e Osteomalacia (malacia = amolecimento) são duas formas da mesma doença que resultam de calcificação inadequada da matriz extracelular óssea, geralmente causada por uma deficiência de vitamina D; - Raquitismo é uma doença de crianças em que os ossos em crescimento se tornam “moles” ou elásticos e são facilmente deformados; - A Osteomalacia é o equivalente adulto do Raquitismo, às vezes denominada raquitismo do adulto; -> O novo osso formado durante o remodelamento não consegue calcificar e a pessoa desenvolve vários graus de dor e sensibilidade nos ossos, principalmente no quadril e nas pernas. - A prevenção e o tratamento do raquitismo e da osteomalacia consistem na administração de quantidades adequadas de vitamina D e exposição a quantidades moderadas de luz solar. DISTÚRBIOS DO OSSO REFERÊNCIAS Tortora, G. J., & Derrickson, B. H. Princípios de Anatomia e Fisiologia (15a ed.) (Capítulo 06, Páginas 177-198) (63) 98489-0705@pedronbizinoto