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ANTROPOLOGIA - aula 2 - 2015

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Antropologia
Aula 2
1o semestre Nutrição UNITAU
Profa. Ângela Loures
angela.loures@unitau.br
Evolucionismo E Etnocentrismo 
Marcada pela discussão evolucionista, a Antropologia do Século XIX privilegiou o Darwinismo Social, que considerava a sociedade europeia da época como o apogeu de um processo evolutivo, em que as sociedades aborígenes eram tidas como exemplares "mais primitivos".
Esta visão usava o conceito de “civilização” para classificar, julgar e, posteriormente, justificar o domínio de outros povos. Esta maneira de ver o mundo, ignorando as diferenças em relação aos povos tidos como inferiores, recebe o nome de etnocentrismo. É a visão etnocêntrica do homem europeu, que se atribui o valor de “civilizado”, fazendo crer que os outros povos estavam “situados fora da história e da cultura”. 
PRINCIPAIS ESCOLAS E MÉTODOS
	A antropologia evolucionista é uma das correntes da antropologia dominante até o início do século XX.
	O pensamento teórico dessa antropologia que se qualifica de evolucionista: 
	Existe uma espécie humana idêntica, mas que se desenvolve (tanto em suas formas tecno-econômicas como nos seus aspectos sociais e culturais) em ritmos desiguais, de acordo com as populações, passando pelas mesmas etapas, para alcançar o nível final que é o da ”civilização”. 
	Analisando a Escola Evolucionista, é possível afirmar que usava métodos comparativos, onde o individuo era comparado e classificado, essas comparações variavam e poderiam ser de acordo com religião, parentesco etc. 
	
Edward Burnett Tylor (1832-1917)
Conceito de cultura marcado pelo evolucionismo : 
as culturas diferentes eram vistas como 
“primitivas” ou atrasadas.
“Cultura ou Civilização, tomada em seu amplo sentido etnográfico, é aquele todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei, costume e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem na condição de membro da sociedade. A situação da cultura entre as várias sociedades da humanidade, na medida em que possa ser investigada segundo princípios gerais, é um tema adequado para o estudo de leis do pensamento e da ação humana. De um lado, a uniformidade que tão amplamente permeia a civilização pode ser atribuída, em grande medida, à ação uniforme de causas uniformes; de outro, seus vários graus podem ser vistos como estágios de desenvolvimento ou evolução, cada um resultando da história prévia e pronto para desempenhar seu papel na modelagem da história do futuro”.
ETNOCENTRISMO
É uma visão de mundo preconceituosa, que faz com que usemos a nossa cultura como referencial para julgarmos (negativamente) a cultura do outro. O olhar etnocêntrico tende a colocar as culturas e diferenças culturais dentro da hierarquias: os mais atrasados, os “primitivos” e os civilizados. 
Essa visão legitima e perpetua o preconceito e a opressão e, geralmente, vítima grupos que já vivenciam historicamente a plena exclusão social ou ocupam status desprivilegiado em relação a outras grupos favorecidos. 
Esta visão usava o conceito de "civilização" para classificar, julgar e, posteriormente, justificar o domínio de outros povos.
ESCOLA FUNCIONALISTA
Esta escola surgiu como uma alternativa à teoria evolucionista. 
Estudava as funções das sociedades e as entendia como mecanismos de um sistema. Diferentemente da escola evolucionista, a escola funcionalista não acreditava que uma sociedade poderia ser mais avançada que outra, uma vez que cada sociedade tem a sua determinada função, e essas funções relacionam-se de maneira a formar um sistema. 
Partindo deste principio, é necessário que observemos e possamos entender cada função presente em um grupo social, para que assim seja possível entender o desenvolvimento dele.
Cada sociedade é entendida como diferente, mas nunca como inferior ou superior. 
Bronislaw Malinowski (1884 - 1942)
“Para ir a campo, o antropólogo deve conhecer
 profundamente a teoria. Deve operar com um conceito 
de cultura muito claro, instrumental e que não seja
 etnocêntrico. Para isso não servem as noções do senso 
comum nem conceitos vagos e imprecisos do tipo “são os hábitos e costumes de um povo”. Cultura é muito mais do que isso. É um código compartilhado por um grupo social. A cultura é aprendida dentro desse grupo, portanto, não é biológica. Qualquer ser humano pode aprender qualquer cultura desde que seja socializado dentro dela ao nascer. Isso não tem nada a ver com genética. Ao sermos introduzidos numa cultura (por nascimento ou adoção) aprendemos um código uma maneira de agir e pensar que permite a comunicação e a vida em sociedade.”. 
A antropologia como ciência e profissão surgiu no começo do século XX, tendo como precursores Franz Boas, nos Estados Unidos, e Bronislaw Malinowiski, na Inglaterra. 
Eles romperam com a antropologia de gabinete e desenvolveram os métodos científicos da disciplina, como o da observação participante. 
A antropologia provou que muitas leis nas ciências sociais eram em si mesmas etnocêntricas e eliminou vários preconceitos inerentes à visão européia do mundo. 
Esta talvez tenha sido a maior contribuição da antropologia às ciências sociais.
ESCOLA DIFUSIONISTA
Os principais pensadores: Father Wilhelm Schmidt, 
Friedrich Ratzel, Léo Frobénius e Fritz Graebner, 
G. Elliot Smith, William J. Perry e W. R. R. Rivers. 
Como outros viajantes, esses pensadores 
realizaram expedições afim de observar as 
sociedades e, nessas viagens, encontraram 
várias semelhanças entre as sociedades, 
objetos e costumes em lugares muito 
Afastados, acreditando que tanto os objetos 
como o comportamento das pessoas era difundido em conjunto e principalmente que as semelhanças eram passadas através da imitação e na capacidade das pessoas em absorver os traços culturais entre os povos, sendo através da negociação e conquista.
Método na Antropologia: ETNOGRAFIA 
As diferenças entre os homens são diferenças culturais. 
Para entendermos cada cultura, é necessário conhecê-lo a fundo. Por isso, o Antropólogo desenvolve um extenso e minucioso trabalho de campo que dá base à etnografia, que é a descrição detalhada da vida cotidiana de dada cultura ou grupo social baseada num conjunto de técnicas de pesquisa antropológica. 
Através da observação participante, o pesquisador conhece em profundidade culturas diferentes da sua e procura revelar, através da descrição dessas culturas, uma outra lógica cultural, um outro código que dá sentido às práticas observadas. 
A etnografia procura, portanto, descrever “os outros” mostrando o que são eles, o que pensam que estão fazendo em sua ações históricas e com que finalidade o fazem. Enfim, a etnografia nos permite entender o significado que cada prática cultural observada assume no contexto cultural em que ela ocorre.
ESCOLA CULTURALISTA
Franz Boas (1858 – 1942)
Uma nova forma de conceber a “cultura” abala a perspectiva etnocêntrica porque não usa a cultura do pesquisador para julgar a cultura do outro.
Culturas como elemento explicativo da diversidade humana, um conceito mais abrangente do que o conceito de sociedade. Boas usa o termo culturas devido a sua teoria do relativismo cultural, pois segundo ele cada povo possuiria uma singularidade cultural. 
Boas entendia a cultura como a lente pela qual cada um de nós enxerga a sociedade e pela qual estaríamos presos à ela através dos grilhões da tradição.
RELATIVISMO CULTURAL
A destruição do etnocentrismo e a aceitação da validade de outras culturas, de outros modos de vida e crenças, foram ensinamentos dos fundadores da antropologia. 
É uma forma de encarar as outras culturas ou as práticas culturais a partir do contexto onde elas acontecem, tentando entender a lógica do outro, do 
diferente. A diferença não é vista
 como “atraso”, procura-se 
evitar hierarquias e noções 
de “certo e errado”, o que 
há é diferença. O olhar 
relativista encara a
 diferença como riqueza.
ALTERIDADE 
É a qualidade ou estado do que é outro
ou do que é diferente. 
Um dos princípios fundamentais da alteridade é que o homem na sua vertente social tem uma relação de interação e dependência com o outro. Por esse motivo, o "eu" na sua forma individual só pode existir através de um contato com o "outro".
A Antropologia é conhecida como a ciência da alteridade, porque tem como objetivo o estudo do Homem na sua plenitude e dos fenômenos que o envolvem. Com um objeto de estudo tão vasto e complexo, é imperativo poder estudar as diferenças entre várias culturas e etnias. 
Como a alteridade é o estudo das diferenças e o estudo do outro, ela assume um papel essencial na antropologia. A alteridade implica que um indivíduo seja capaz de se colocar no lugar do outro, em uma relação baseada no diálogo e valorização das diferenças existentes.
A alteridade leva-nos a ver aquilo que nem teríamos conseguido imaginar, dada a nossa dificuldade em fixar nossa atenção no que nos é habitual, familiar, cotidiano, e que consideramos ‘evidente’. 
A descoberta da alteridade é a de uma relação que nos permite deixar de identificar nossa pequena província de humanidade com a humanidade, e correlativamente deixar de rejeitar o presumido “selvagem” fora de nós mesmos.
Aos poucos, notamos que o menor dos nossos comportamentos (gestos, mímicas, posturas, reações afetivas) não tem nada mesmo de natural’. 
As sociedades mais diferentes da nossa, que consideramos espontaneamente como diferenciadas, são na realidade tão diferentes entre si quanto o são da nossa.
ESCOLA ESTRUTURALISTA 
Nasce na década de 40. O seu grande teórico é
Claude Lévi-Strauss. Centraliza o debate na idéia 
de que existem regras estruturantes das culturas 
na mente humana, e assume que estas regras 
constroem pares de oposição para organizar 
o sentido.
A escola Estruturalista estuda aspectos subjetivos, que estavam ligados principalmente à linguagem e ao imaginário dos indivíduos, assim como de cada grupo social. 
Eles buscavam um novo método de analise sobre o ser humano, para que pudessem entender o desenvolvimento das estruturas para verificar se eram ou não um relacionamento de forças e fatores. Destacam a importância da estrutura econômica para a compreensão das superestruturas sociais, materiais e simbólicas.
	ANTROPOLOGIA INTERPRETATIVA
	Clifford Geertz {1926 – 2006)
	é considerado seu fundador. 
	Essa escola olha para a leitura e interpretação que os nativos de uma sociedade fazem de sua própria cultura e sociedade. 
	Entende a cultura como sendo uma hierarquização de significados, e busca uma descrição densa do que foi analisado e observado.
	Enfatiza a dependência do ser humano dos símbolos.
	“A cultura humana é um conjunto de textos (...) na qual o antropólogo deve saber ler por sobre os ombros daqueles a quem esta cultura pertence. “
ANTROPÓLOGOS BRASILEIROS
Darcy Ribeiro
https://www.youtube.com/watch?v=eqlcHGj4f7k
Florestan Fernandes
https://www.youtube.com/watch?v=iJxJd0jXuWw
Gilberto Freyre
https://www.youtube.com/watch?v=_scqR6kuyeU
Gilberto Velho 
https://www.youtube.com/watch?v=eXWPcgmgb9w
Roberto DaMatta
https://www.youtube.com/watch?v=eqsgtA0KhSQ
Luís da Câmara Cascudo
dentre outros...

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