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Análise crítica do filme Anne Frank, de 2009.

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UNIVERSIDADE FEDERL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DISCIPLINA: História Contemporânea II
DOCENTE: Leilane Assunção da Silva
DISCENTE: Thaís dos Santos Maranhão
Resenha crítica do filme “O Diário de Anne Frank” (2009), de Jon Jones.
	O filme em questão é uma produção BBC (British Broadcast Corporation) de 2009, dirigida por Jon Jones e foi transmitida pelo canal com uma divisão de cinco capítulos, a emissora pretendia trazer novamente à memória da televisão o relato de Anne Frank, que já foi representado em séries televisivas anteriormente em 1980 e em 2001. 
	Existem algumas características especiais que fizeram o diário de Anne Frank se tornar tão simbólico para a memória do holocausto judeu; primeiramente, por ser demasiado bem escrito levando em consideração a idade de sua autora, 12-14 anos, que desejava se tornar escritora e desenvolver outras habilidades com o término da Segunda Guerra, também por ser um registro das privações sociais e políticas sofridas por um grupo social escrito em primeira pessoa, o que confere mais credibilidade aos fatos descritos, e por ultimo, pelo intenso esforço de Otto Frank, pai de Anne, que numa tentativa de preservar a memória da sua família e ressignificar uma perda pessoal, virou um ativista dos direitos dos judeus na Europa através da publicação do diário e do empenho em mostrar esse relato para outras pessoas, assim, denunciando a barbárie cometida pelos nazistas contra pessoas inocentes. 
	É interessante notar que o filme começa representando a vida de Anne nos primeiros anos da Segunda Guerra, em 1942, quando os judeus já haviam sofrido privações em relação às suas finanças e propriedades e estavam começando os assassinatos em massa, nesses momentos introdutórios a protagonista é representada como uma menina normal, bem integrada na comunidade, com preocupações típicas da idade: namorado, escola, ansiedade em relação ao futuro, a questão religiosa aparentemente se dá mais como uma tradição familiar mantida, que não interfere nas suas escolhas cotidianas nem os impede se seres modernos - talvez o preconceito sofrido pelos judeus durante o decorrer da história tenha desenvolvido nesse povo uma capacidade maior de adaptação social e modernização, para que o julgamento religioso fosse amenizado, antes da Segunda Guerra, evidentemente. Bem, em 1942, a irmã mais velha de Anna, Margot, recebe uma convocação para se apresentar aos militares nazistas e ser enviada a um campo de trabalho forçado na Alemanha, sem terem condições de fugirem para o exterior, a família Frank decide escorde-se num anexo secreto que fica no porão do escritório de Otto. 
	No filme O Diario de Anne Frank muitas passagens do diário real são lidas e representadas, no entanto, não se trata apenas da perspectiva de Anna, pois vários conflitos sofridos pelas demais personagens são perceptíveis no filme, mesmo que incompreendidos pela menina, aí entra a licença poética do diretor Jon Jones, que levou em consideração o que provavelmente sentiram as demais pessoas no confinamento: a melancolia da mãe de Anna, o sofrimento silencioso e resignado de Margot, a esperança de Otto e, posteriormente, a dificuldade de adaptação nessa realidade dos confinados posteriores. O sentimento de esperança no futuro perpassa a mente de Anna durante todo o filme, esse sentimento é alimentado pelo pai, que incentiva as filhas a estudarem para não ficarem atrasadas em relação aos demais colegas quando regressarem à escola com o termino da guerra. As primeiras semanas representam apenas tédio para a menina, que não tem conhecimento da extensão real do problema no começo do filme, esse tédio deveria ser quebrado após a chegada da família Van Pels e do dentista Fritz Pfeffer que dividiram o esconderijo com os Frank, mas a situação apenas piorou, pois os conflitos psicológicos e de adaptação só agravaram os problemas dos que já estavam confinados. 
	A condição de fugitivos por tempo indeterminado fez os abrigados no Anexo se adaptarem às suas possibilidades de vida reais, portanto, após o primeiro ano, já estava estabelecida toda uma rotina e divisão de espaços no porão; mesmo quando surgiam os conflitos, a necessidade de fazer silêncio para não serem descobertos e a impossibilidade de largar o anexo, fez com que todos colaborassem para a manutenção da paz. E a vida continuou para Anna, que descobriu a primeira paixão com o filho dos Van Pels e aspirava ser escritora no futuro, esse desejo só é reforçado quando o Ministério da Educação inglês pede aos judeus para manterem seus diários da guerra, contrastando com a politica de eliminação cultural judia feita pelos nazistas. 
	Após dois anos escondidos no anexo, o Serviço de Segurança alemão encontra os oitos judeus escondidos e os prendem juntos com os funcionários do escritório que os auxiliaram no confinamento, porém como eles foram descobertos ao fica claro no filme. Com as prisões, as famílias são dividas, a única pessoa que foi mandada para o mesmo campo de concentração de Anna, em Bergen-Belsen, foi Margot e ambas morreram lá. O diário e a vida de Anna foram deixados no anexo.

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