Buscar

Direito Constitucional - III

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 91 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 91 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 91 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 1
Aula 03
1 Direitos e deveres fundamentais: garantias constitucionais 
individuais. Garantias dos direitos coletivos, sociais e políticos 
 
I. DIFERENÇA ENTRE DIREITOS, GARANTIAS E REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS ----- 3 
II. ESFERA JUDICIAL E ADMINISTRATIVA ------------------------------------------------------------------------- 5 
III. HABEAS CORPUS (HC) ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 6 
IV. HABEAS DATA (HD) ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 16 
V. MANDADO DE SEGURANÇA (MS) ----------------------------------------------------------------------------------- 20 
VI. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO (MSC)------------------------------------------------------------- 32 
VII. MANDADO DE INJUNÇÃO (MI) -------------------------------------------------------------------------------------- 36 
VIII. AÇÃO POPULAR (AP) ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 47 
EXERCÍCIOS ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 54 
IX. QUESTÕES DA AULA --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 77 
X. GABARITO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 90 
XI. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ---------------------------------------------------------------------------------------- 91 
 
Olá futuros Técnicos do Seguro Social!
Prontos para o SEU salário de R$ 4.400,87?
Estão estudando como eu ensinei na aula inaugural? E os resultados? Tenho 
certeza de que estão melhorando! E também estou certo de que eles serão 
cada vez melhores!
Na aula de hoje, estudaremos a seguinte parte do seu edital:1 Direitos e 
deveres fundamentais: garantias constitucionais individuais. Garantias dos 
direitos coletivos, sociais e políticos.
Como sempre, faremos muitos exercícios para que você treine muito e tenha 
uma visão de todos os ângulos da matéria: serão 37 questões comentadas!
Começaremos com a parte teórica e os exercícios virão na medida em que a 
matéria for explicada. Ao responder as questões, leia todos os comentários, 
pois foram feitas várias observações além da mera resolução da questão.
Na aula de hoje, teremos APENAS 51 páginas de conteúdo (teoria). O 
restante das páginas é dividido entre exercícios comentados, MUITOS 
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 2
esquemas e uma lista com as questões da aula. Dessa forma, apesar de o 
número de páginas ser elevado, a leitura do material é bastante rápida e 
agradável!
Você notará que alguns esquemas e respostas foram exaustivamente 
repetidos nos comentários das questões. Isso não é por acaso! Sugiro 
que você os revise várias vezes, para internalizar o conhecimento.
Caso tenham alguma dúvida, mandem-na para o fórum.
Vamos então à nossa aula!
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 3
I. DIFERENÇA ENTRE DIREITOS, GARANTIAS E 
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
Caro aluno, nós já estudamos vários direitos até aqui: os direitos individuais e
coletivos, os sociais, os políticos, os de nacionalidade etc. Pois bem, os 
direitos são justamente esses bens e vantagens prescritos na Constituição.
Mas o que acontece se alguém tem o direito, mas por algum motivo não 
consegue exercê-lo? Para isso servem as garantias: elas são os instrumentos 
que asseguram o exercício dos direitos. 
OBSERVAÇÃO: Muitas vezes, as bancas, os autores e os professores utilizam 
essas expressões (direitos e garantias) como sinônimas. Até porque essa linha, 
às vezes, é bem tênue.Assim, muito dificilmente, as bancas vão considerar 
incorreta uma questão somente por conta dessa divergência (chamar direito de 
garantia e vice-versa).
Já os remédios são espécies de garantias e podem ser divididos em 
remédios administrativos e remédios judiciais.
Os remédios administrativossão instrumentos assegurados à pessoa para 
que ela consiga exercer seus direitos sem precisar recorrer ao Poder Judiciário.
Assim, o dono do direito consegue exercê-lo utilizando-se simplesmenteda via 
administrativa.Dois remédios administrativos previstos na Constituição são: o
direito de petição e o direito de certidão. Somente para relembrar:
Art. 5º, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente 
do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de 
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa 
de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
Já os remédios judiciais são os instrumentos que possibilitam que alguém 
exerça seu direito, mas deve-se recorrer ao Poder Judiciário. Assim, eles são 
ações específicas para que alguém alcance ou exerça algum direito que possui 
e que está sendo violado. Os remédios judiciais previstos na CF são os 
seguintes: 
x Habeas Corpus (HC), 
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 4
x Habeas Data (HD), 
x Mandado de Segurança (MS), 
x Mandado de Segurança Coletivo (MSC), 
x Ação Popular (AP) e o 
x Mandado de Injunção (MI).
Vamos estudar agora cada um deles. Mas somente para que fique mais claro, 
quando falamos de esfera judicial e esfera administrativa, é bastante 
interessante que você entenda perfeitamente o que isso significa:
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 5
II. ESFERA JUDICIAL E ADMINISTRATIVA
Quando falamos em esfera administrativa, estamos falando em 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, ou seja, os órgãos públicos em geral, como a 
Receita Federal, INSS, CGU, DETRAN, Ministérios etc.
Já quando falamos em esfera judicial, estamos nos referindo especificamente 
ao Poder Judiciário exercendo sua função típica. Duas considerações:
1- Um Tribunal, se estiver exercendo a atividade típica do Poder Judiciário, 
ou seja, provendo a prestação jurisdicional, será considerado esfera 
judicial. No entanto, se o mesmo Tribunal estiver exercendo atividade 
tipicamente administrativa (ex. realizando uma licitação), será 
considerado esfera administrativa.
2- Para facilitar a divisão dos trabalhos, o Poder Judiciário (enquanto função 
típica) é dividido em duas grandes áreas: civil e penal. Tanto a esfera 
civil quanto a penal são parte do Poder Judiciário (na esfera judicial).
Guarde essas informações, pois serão importantes para daqui a pouco.
Esquematizando:
x Diferenças entre Direitos, Garantias e Remédios Constitucionais
o Direitos: bens e vantagens prescritos na CF
o Garantias: Instrumentos que asseguram o exercício dos direitos.
o Remédios: Espécie de garantia
• Remédios • Administrativos - Direito de certidão
- Direito de petição
• Judiciais - Habeas Corpus (HC)
- Habeas Data (HD) 
- Mandado de Segurança (MS)
- Mandado de Segurança Coletivo (MSC)
- Ação Popular (AP)
- Mandado de Injunção (MI)
o Esfera - Judicial - Civil
- Penal
- Administrativa
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 7
Na ação do habeas corpus, como o direito protegido é um direito altamente 
sensível, existem exceções a algumas regras adotadas pelo Poder Judiciário. 
Observe:
a) Uma regra em direito é que “o Poder Judiciário não pode dar o que a 
pessoa não pede” (vinculação ao pedido).Observe o art. 2º do Código 
de Processo Civil:“Nenhum juiz prestaráa tutela jurisdicional senão 
quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais.” 
Assim, se alguém tem direito a 10, mas, ao entrar no judiciário, só pede 
2, essa pessoa só poderá ganhar 2 (aquilo que pediu). No entanto, no 
habeas corpus, o juiz pode agir de ofício (por conta própria) 
econceder o HCmesmo sem ninguém ter pedido.
b) Outra regra em direito é que as partes devem ser sempre representadas 
por advogado, pois este é o único que tem a capacidade postulatória
(capacidade de agir em juízo). No entanto, para amplificar a proteção à 
liberdade,no HC, não se precisa de advogado.
c) Mais uma importante regra em direito é que devem ser cumpridas várias 
formalidades processuais e instrumentais. Como exemplo, observe o art. 
282 do Código de Processo Civil (não precisa saber esse artigo para a 
sua prova de Direito Constitucional, ok? É só para exemplificar):
Art. 282. A petição inicial indicará:
I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida;
II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor 
e do réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido, com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos 
alegados;
VII - o requerimento para a citação do réu.
No habeas corpus, não existe qualquer formalidade processual ou 
instrumental. Pode-se entrar com a petição inicial escrita em um “papel 
de pão”, que ela deverá ser analisada pelo Poder Judiciário. No entanto, 
o pedido deve ser escrito em língua portuguesa.
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 8
2. PACIENTE
O paciente é a pessoa em favor de quem se entra com o habeas corpus. Como 
paciente, só se admite que sejam pessoas físicas(pessoas de carne e osso).
Assim, não cabe o HC para proteger pessoa jurídica, pois o direito de 
liberdade não se aplica a elas.
x Exemplificando: pessoa jurídica “Coca-Cola”.
o Quem tem direito à liberdade é o “diretor” da empresa (pessoa 
física) e não a “Coca-Cola” (pessoa jurídica).
o Quem pode ir e vir é um “funcionário” da fábrica (pessoa física) e
não a “Coca-Cola” (pessoa jurídica).
Entenderam porque o direito de liberdade/ir e vir não se aplica às pessoas 
jurídicas?
Cabe ressaltar que as pessoas jurídicas podem cometer crimes (ambientais, 
por exemplo), mas não podem ser apenadas com o cerceio da liberdade 
(HC 92.921/BA).
3. IMPETRADO
O impetrado é o legitimado passivo da ação, ou seja, contra quem se entra 
com a ação. O legitimado passivo pode ser autoridade pública que cometa 
ilegalidade ou abuso de poder ou o particular que cometa ilegalidade.
Assim, observe que o HC pode ser impetrado contra PARTICULAR para 
cessar uma coação ilegal! 
Exemplo 1: retenção ilegal de paciente em hospital particular em que se 
encontra internado até que seja paga a conta. Cabe o HC, pois a retenção 
é ilegal e lesa o direito de ir e vir.
Exemplo 2: retenção, pelo empregador, de trabalhador em imóvel rural 
para pagamento de eventuais dívidas. Também cabe o HC, pois a 
retenção é ilegal e lesa o direito de ir e vir.
Não confundir o HC impetrado contra particular com Mandado de 
Segurança contra particular no exercício de função pública(a ser 
estudado mais à frente).
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 10
4. OUTRAS CARACTERÍSTICAS DO HABEAS CORPUS
O habeas corpus pode ser usado para proteger a liberdade de alguém antes ou 
depois desse direito ser indevidamente violado. Assim, se alguém já teve sua 
liberdade indevidamente restrita, o HC se chama repressivo ou liberatório. 
Por outro lado, quando alguém está prestes a ter sua liberdade indevidamente 
violada, o HC será chamado de preventivo ou salvo conduto.Além disso, é
cabível desistência do HC.
Para garantir uma maior proteção a esse direito sensível, o HC é sempre 
gratuito e é cabível contra ato omissivo ou comissivo. Um ato omissivo é 
uma omissão, um nãofazer, um ato negativo. Já o ato comissivo é um agir, um 
fazer, um ato positivo.
x Exemplo de ato comissivo: uma ordem de prisão ilegal expedida por um 
juiz;x Exemplo de ato omissivo: um juiz que deveria mandar soltar alguém e 
não ofaz, mantendo alguém preso ilegalmente.
Outra informação importante é que o habeas corpus é cabível contra 
ofensa direta ou indiretaao direito de liberdade (lembre-se: a ideia é que 
esse direito seja protegido da forma mais ampla possível).
x Ofensa direta: quando um ato atenta diretamente contra a liberdade de 
alguém. Ex: uma ordem de prisão irregular.
x Ofensa indireta: quando um ato não restringe diretamente a liberdade, 
mas pode levar, futuramente, à violação indevida. Ex: um inquérito 
policial ou uma ação penal que possuem algum vício. Eles não atingem 
diretamente a liberdade, mas se forem levadas adiante com o vício 
podem, futuramente, atingi-la de forma indevida.
Dessa forma, cabe HCpara trancar ação penal ou inquérito policial; não se 
depor em CPI;impugnar quebra de sigilo telefônico e de dados ou quebra de 
sigilo bancário, desde que se esteja em âmbito criminal e se possa
reflexamente culminar na restrição da liberdade. Por outro lado, se a quebra 
do sigilo bancário estiver em âmbito administrativo, não cabe HC uma 
vez que esse procedimento não poderá atingir a liberdade de alguém.
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 12
como se o juiz falasse assim: “vá exercendo o direito enquanto eu julgo 
melhor a ação”.
Importante ressaltar que a concessão da liminar não significa que a 
pessoa já ganhou a ação. O julgamento pode ser contrário ou a favor de 
quem ganhou a liminar.
Importante ressaltar também que, para que seja concedida a cautelar, em 
qualquer ação do judiciário, são necessários dois requisitos:
x Periculum in mora ou perigo na demora: para que seja concedida a 
liminar, é fundamental que haja o perigo na demora, em outras palavras, 
se o judiciário não decidir agora, não adianta mais (o direito terá 
perecido).
x Fumus boni juris ou fumaça do bom direito: para que seja concedida 
a cautelar, é necessário também que a pessoa “pareça estar certa”. 
Assim, não é necessário que a causa seja julgada nos mínimos detalhes, 
mas é preciso que, o ganhador da liminar aparentemente tenha razão.
Explicado o que é uma cautelar, você deve saber que é possível a concessão 
de liminar na ação do habeas corpus, desde que estejam presentes os 
dois requisitos: periculum in mora e o fumus boni juris.
6. HIPÓTESES ONDE NÃO CABE HABEAS CORPUS
Muitas questões de prova podem ser resolvidas com duas simples regrinhas e
que já não são mais novidade para nós:
1- Somente cabe HC para proteger o direito de liberdade e, se não 
há violação ao direito de liberdade, não caberá o habeas corpus.
2- Somente cabe HC se a restrição de liberdade for irregular. Se a 
prisão ou o procedimento forem legais, obviamente não caberá HC.
Assim, com essas duas regrinhas, você será capaz de resolver praticamente 
todas as questões de prova sobre o cabimento ou não de habeas corpus. O
esquema abaixo traz as questões mais comuns de prova:
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 16
IV.HABEAS DATA (HD)
Meus futuros Técnicos do Seguro Social, a Constituição dispõe em seu art. 5º,
LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa 
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de 
entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por 
processo sigiloso, judicial ou administrativo.
O Habeas data foi adotado pela Constituição de 1988, principalmente,para 
solucionar um problema bastante comum na época da ditadura militar: as 
pessoas não tinham acesso às informações que os bancos de dados públicos 
possuíam sobre elas e, quando tinham o acesso, muitas vezes não conseguiam 
retificar a informação, caso ela estivesse errada. O HD é um remédio 
eminentemente democrático e veio para que o indivíduo pudesse ter 
conhecimento e/ou consertar as informações que o poder público possui sobre 
ele.
Combinando a letra da Constituição com a lei sobre o habeas data (lei 
nº 9.507/97), o HD se presta para:
1- ACESSAR informações relativas à pessoa do impetrante constante de 
banco de dados públicoou de caráter público.
Assim, a primeira função do habeas data é que o indivíduo tenha acesso 
às informações que um banco de dados possui sobre ele. O referido 
banco de dados pode ser público, ou seja, do governo, ou ter caráter 
público. Assim, cabe habeas data para que se tenha acesso a um banco 
de dados particular, mas que possui caráter público (Ex: SPC/SERASA).
Por outro lado, se o banco de dados for privado e não possuir caráter 
público, não caberá HD para que se tenha acesso a ele.
2- RETIFICAR dados quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, 
judicial ou administrativo.
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 17
Caso a pessoa tenha acesso ao banco de dados, mas não consiga corrigir 
as informações que porventura estejam equivocadas, também caberá o 
habeas data.
3- COMPLEMENTAR anotação nos assentamentos do interessado, de 
contestação ou explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável e
que esteja sob pendência judicial ou amigável (art. 7º, III da Lei no 
9.507/97).
1. INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O HABEAS DATA
Assim como o habeas corpus, o habeas data também é gratuito. Além disso, 
o HD terá sempre natureza individual e civil(enquanto o HC é penal), ou 
seja, não cabe HD coletivo.
Devemos ter em mente que o habeas data ainda é diferente dos direitos de 
certidão e de petição. Dessa feita, ele não serve para se obter uma 
declaração ou mesmo para pedir algum direito, como é o direito de certidão e
petição. O HD se presta para acessar, retificar ou complementar
informações relativas à pessoa do impetrante, que estejam em um banco de 
dados públicos ou de caráter público.
Precisa-se de advogado para se entrar com a referida ação eo Estado pode 
negar as informações por razões de segurança da sociedade e do Estado. Além 
disso, o HDnão pode ser usado com o simples intuito de se ter acesso a autos 
de processos administrativos e o impetrante não precisa demonstrar interesse 
nenhum ou para que as informações servirão.
2. LEGITIMIDADE ATIVA
Pode entrar com o habeas data qualquer pessoa física ou jurídica, 
nacional ou estrangeira que pretenda acessar, retificar ou complementar 
informações relativas à sua pessoa constantes de banco de dados público ou 
de caráter público.
Em regra, esta ação é personalíssima, ou seja, somente pode entrar com o 
HD no Poder Judiciário o titular do direito (o dono do direito). No entanto, 
excepcionalmente, o cônjuge e os herdeiros do falecido podem impetrá-lo 
quando se pretende acessar, retificar ou complementar informações relativas a 
pessoas já falecidas.
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 18
Ao contrário do Habeas Corpus, para se impetrar um Habeas Data, é
necessário um advogado.
3. LEGITIMIDADE PASSIVA
O legitimado passivo do habeas data (contra quem se entra com a ação) é a 
pessoa jurídica de direito público ou privado que controla o banco de dados.
4. NECESSIDADE DE RECUSA NA VIA ADMINISTRATIVA
O princípio do livre acesso ao Judiciário garante que, em regra, não é 
necessário que se entre na via administrativa para que se possa entrar no 
Poder Judiciário. Dessa forma, a regra é que, independentemente do pedido 
administrativo, pode-se entrar direto no Judiciário para a defesa de direitos.
No entanto, o habeas data é uma exceção a essa regra: é necessário que, 
antes de se entrar com HD, haja a recusa na via administrativa. Isso 
ocorre porque não existe a menor lógica em se provocar o Poder Judiciário 
antes mesmo de se ter a negativa na via administrativa (antes de haver a 
violação ao direito).
Esquematizando:
HABEAS DATA (HD)
x Art. 50 LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, 
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter 
público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial 
ou administrativo.
x HD serve para:
I – ACESSAR informações relativas à pessoa do impetrante constante de banco de dados público
ou de caráter público
o O banco de dados tem que ter CARÁTER PÚBLICO (SPC/SERASA)– se for para 
uso próprio da empresa e não transmitida para terceiros NÃO CABE HD
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 20
V. MANDADO DE SEGURANÇA (MS)
Meu caro aluno e futuro Técnico do Seguro Social, a Constituição dispõe em 
seu art. 5º,LXIX:“conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito 
líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando 
o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;”
Para melhor entendermos o MS, devemos seguir quatro passos:
PASSO 1: O mandado de segurança se presta aproteger o direito líquido e 
certo (é aquele direito demonstrado de plano, de pronto).
Além disso, como regra no direito, dentro do processo pode-se produzir 
provas, tais como realização de perícias, audiências, ouvir testemunhas, 
acareações e etc. O nome que se dá a essa produção de provas no decorrer do 
processo é dilação probatória.
No entanto, no mandado de segurança o rito é um pouco diferente: não 
existe a dilação probatória. Isso quer dizer que, via de regra, não se produz 
provas no processo do mandado de segurança e, por isso, as provas devem 
ser levadas aos autos no momento da impetração do MS (as provas devem ser 
préconstituídas).
Outraobservação importante é que o direito tem que ser líquido e certo em 
relação à matéria de fato. Já a matéria de direito, por mais complexa que 
seja, pode ser analisada em mandado de segurança. Assim, a expressão 
"direito líquido e certo" pressupõe a incidência da regra jurídica sobre fatos 
incontroversos e a complexidade da questão jurídica envolvida não pode 
constituir empecilho à admissão do MS.
Exemplo: imagine só que um juiz receba uma causa bastante complicada, que 
envolve a aplicação de várias leis, várias normas e vários princípios. Ou seja, a
causa é juridicamente muito complexa. Nesse caso, caso o direito seja líquido 
e certo, o juiz deve sim julgar o Mandado de Segurança e não pode alegar que 
a complexidade jurídica impede o julgamento do MS.
PASSO 2: o direito (que é líquido e certo) não pode ser amparado por 
habeas corpus ou habeas data. Dessa forma, caso se queira entrar com 
uma ação para proteger o direito de liberdade de alguém, não caberá o MS, 
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 21
pois o remédio correto é o habeas corpus. Igualmente, caso se deseje ter 
acesso, retificar ou complementar informações relativas à pessoa do 
impetrante em bancos de dados públicos ou de caráter público também não 
caberá o mandado de segurança, pois o remédio correto é o habeas data.
Assim, diz-se que o mandado de segurança é residual ou subsidiário.
PASSO 3: O coatordeve ser autoridade pública ou particular no 
exercício de atribuições do poder público. Dessa feita, não cabe MS contra 
atosde particulares (salvo se estiverem exercendo atividadepública).
PASSO 4: o poder público ou o particular no exercício de atividade pública 
devem ter cometido ilegalidade ou abuso de poder. Obviamente, se os atos 
dos referidos agentes estiverem de acordo com o ordenamento jurídico, não 
caberá o mandado de segurança.
Cabe ainda o MS contra ato comissivo (uma ação / um ato positivo) ou 
omissivo(uma não ação / um ato negativo) e contra atos vinculados ou 
discricionários.
1. INFORMAÇÕES GERAIS
Assim como o habeas corpus, cabe mandado de segurança contra LESÃO a um 
direito liquido e certo ou contra uma AMEAÇA de lesão. Assim, o MS poderá ser 
repressivo ou preventivo.
A natureza do mandado de segurança será sempre civil, independente de 
qual seja o ato impugnado (civil, penal ou administrativo). Assim, caso seja 
impugnado um ato administrativo, a natureza do MS será civil. Caso seja 
contestado um ato judicial civil, a natureza do MS também será civil e caso 
seja impugnado um ato judicial penal, a natureza do MS também será civil
(siga a regra).
Além dissoésempre necessário oadvogado, o mandado de segurança 
admite desistência,não é gratuito, e a parte vencida não é condenada a 
pagar honorários advocatícios (STF súmula 512).
O MS possui ainda um prazo decadencial de 120 dias da ciência da lesão 
ou ameaça para que seja impetrado. Decorrido este tempo, a ação não mais 
poderá ser proposta, devendo o autor buscar seu direito por outros meios.
Esquematizando:
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 22
MANDADO DE SEGURANÇA (MS)
x LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não 
amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade 
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de 
atribuições do Poder Público;
x MS serve para:
1. Proteger direito líquido e certo (demonstrado de plano)ƒ Não precisa dilação probatóriaƒ As provas devem ser pré-constituídas – levadas aos autos no momento da 
impetraçãoƒ O direito tem que ser líquido e certo sobre matéria de FATOx A matéria de direito, por mais complexa que seja, pode ser analisada 
em MS
2. O direito (líquido e certo)não pode ser amparado por HC ou HD ƒ MS é residual – subsidiário
3. Quando o responsável (coator) for - Autoridade pública
- Particular no exercício de atribuições do poder 
públicoƒ Não cabe MS contra particularsalvo se 
estiver exercendo atividadepública
4. E que cometa ilegalidade ou abuso de poderƒ Cabe MS contra ato - Comissivo ou omissivo
- Vinculado ou discricionário¾ Informações Gerais
x MS pode ser - Repressivo
- Preventivox Natureza - Civil qualquer que seja o ato impugnado (civil, penal, adm...)
- Residual / Subsidiário – o que não for de HC ou de HD.x Não é gratuitox Precisa de advogadox Cabe desistênciax A parte vencida não é condenada a pagar honorários advocatícios (STF súmula 512)
x Prazo - 120d da ciênciada lesão ou ameaça
- Decadencial
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 23
2. LEGITIMADO ATIVO
O legitimado ativo (quem pode entrar com a ação) do mandado de segurança 
é o detentor do direito líquido e certo. De tal modo, estão englobados os 
seguintes: pessoas físicas e jurídicas, órgãos públicos despersonalizados com 
capacidade processual (como as Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal e chefias do Executivo), universalidades de bens e direitos que não 
possuem personalidade, mas possuem capacidade processual (espólio, massa 
falida, condomínio), agentes políticos, Ministério Público e órgãos públicos de 
grau superior na defesa de suas atribuições.
3. LEGITIMADO PASSIVO
O legitimado passivo do mandado de segurança (contra quem se entra com o 
MS) é a autoridade coatora, ou seja, quem praticou o ato ilegal. Melhor 
falando, não é o executor do ato em sentido estrito, mas sim quem detém o 
poder para corrigi-lo.
Caso tenha havido delegação para a execução de algum ato, o sujeito 
passivo será sempre a autoridade DELEGADA e nunca o delegante (quem 
delegou). De igual modo, o foro também será o da autoridade delegada.
Por exemplo: caso o Presidente da República tenha delegado algum ato para 
um Ministro de Estado e este o execute cometendo ilegalidade ou abuso de 
poder, será cabível mandado de segurança contra o Ministro de Estado e não 
contra o Presidente da República, bem como o foro de julgamento será o do 
Ministro de Estado e não o do Presidente da República.
4. OBJETO DO MANDADO DE SEGURANÇA
Agora que já estudamos o que é, para que serve, como funciona e quais são os 
legitimados do mandado de segurança, vamos estudar o seu objeto, ou seja, 
contra o que cabe e contra o que não cabe o mandado de segurança.
x Decisão judicial
Antes de adentrarmos nesse assunto, devemos saber quais são os 
efeitos dos recursos nas decisões judiciais. O recurso de uma decisão 
judicial tem efeito suspensivo quando a sua interposição implicar a 
suspensão ou paralisação da execução da sentença, até que o recurso 
interposto seja julgado.
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 25
Por exemplo: "matar alguém é crime". Estamos aqui olhando 
diretamente para o texto da lei. Ninguém matou ninguém ainda. Não é 
preciso que alguém mate outra pessoa para que o ato seja considerado 
crime, ou seja: NÃO É PRECISO CASO CONCRETO. No entanto, quando 
alguém matar alguém (quando o sair do mundo das ideias e for para o 
mundo real), isso será considerado um crime e o caso concreto vai se 
encaixar no texto da lei.
Já a lei de efeitos concretos é uma lei que possui destinatário certo e
determinado. Ela é considerada por muitos autores um ato 
administrativo. Veja alguns exemplos de leis de efeitos concretos:
- Ex: lei 12.391 art. 10 - Inscrevam-se no Livro dos Heróis da 
Pátria, depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade, em 
Brasília, os nomes dos heróis da "Revolta dos Búzios" João de 
Deus do Nascimento, Lucas Dantas de Amorim Torres, Manuel 
Faustino Santos Lira e Luís Gonzaga das Virgens e Veiga.
- Ex: leis de tombamento; lei que institui uma autarquia ou
autoriza a criação de empresa pública, sociedade de economia 
mista ou fundação pública.
Como vimos, o mandado de segurança serve para proteger um direito 
subjetivo. Se analisamos uma lei em tese, não existe um caso concreto 
não havendo, portanto, um direito subjetivo a ser protegido. É por isso 
que não cabe MS contra lei em tese e cabe MS contra lei de 
efeitos concretos.
x Pagamento a servidor: Cabe mandado de segurança, mas somente 
para as parcelas após a sua impetração. Dessa forma, as parcelas 
anteriores devem ser pedidas pela ação própria (ação de cobrança), uma 
vez que o mandado de segurança não substitui a ação de 
cobrança.
x Atos interna corporis:Para efeitos de prova, considere os atos interna 
corporis como sendo os atos internos das Casas Legislativas, como os 
Regimentos Internos da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou 
do Congresso Nacional.
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 26
Assim, não cabe MS contra atos interna corporis, sob pena de 
violação à separação dos poderes. Essa é uma exceção ao princípio da 
inafastabilidade da jurisdição. 
Mas atenção:se o ato ferir, ao mesmo tempo, a Constituição Federal,
caberá intervenção do Judiciário.
x Atos de gestão comercial praticados pelos administradores de 
Empresas públicas, Sociedades de Economia Mista e 
Concessionárias de serviços públicos: Não cabe MS uma vez que 
esses atos, apesar de terem sido praticados por agentes públicos, são 
atos de caráter eminentemente privado.
x Ato disciplinar: não cabe MS,salvose feito por autoridade 
incompetente ou com vício no processo.
Esquematizando:
- Detentor do direito líquido e certo
- Pessoas físicas e jurídicas
- Órgãospúblicos despersonalizados com capacidade processual
(Mesas CD e SF, chefias do Executivo)x Legitimado ativo - Universalidades de bens e direitos (espólio, massa falida, 
do MS condomínio)
• Não possuem personalidade, mas possuem capacidade processual
- Agentes políticos
- MP
- Órgãos públicos de grau superior na defesa de suas atribuições
x Legitimidade passiva: autoridade coatora (quem praticou o ato)
o Não é o executor (strictu sensu) e sim quem tem o poder para corrigir o ato
o O sujeito passivo será sempre a autoridade DELEGADA e nunca o deleganteƒ Súmula 510 STF ƒ O foro será o da autoridade DELEGADA
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 29
5. MINISTÉRIO PÚBLICO E O MANDADO DE SEGURANÇA 
Nas ações do mandado de segurança, o Ministério Público deve sempre ser 
intimado. Além disso, ele deve agir como ofiscal da lei (e não defendendo a 
autoridade coatora), participando efetivamente e manifestando sua opinião nos 
autos.
6. LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA 
Assim como no habeas corpus, é cabível a liminar em mandado de 
segurança, desde que haja os requisitos: fumus boni juris e o periculum in 
mora.
Além disso, o juiz pode deferir caução, fiança ou depósito para a concessão da 
liminar. Essa exigência serve para ressarcir o poder público se o MS for julgado 
improcedente e houver danos ao patrimônio público.
7. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO OBRIGATÓRIO PARA SENTENÇAS 
CONCESSIVAS DE SEGURANÇA
Meus caros Técnicos do Seguro Social, em regra, as ações são julgadas em 
primeira instância pelo Poder Judiciário nos juízos singulares. Isso significa 
que, normalmente, quando se entra com uma ação no Judiciário, essa ação 
será julgada por um juiz monocrático (que julga sozinho). 
Depois de ser julgada pelo juiz singular, caso alguma das partes recorra, a 
ação será julgada em segunda instânciapelo Tribunal, que é um órgão 
composto por mais de um julgador (órgão colegiado). Dessa forma, garante-
se que a sentença proferida pelo juiz singular esteja correta, livre de vícios,
pois a causa estará sendo reanalisada por um grupo de pessoas (e é mais fácil 
que uma pessoa sozinha erre do que um grupo de pessoas o faça).
Aessa possibilidade de se ter a sentença revista por um Tribunal colegiado para 
garantir que a mesma esteja livre de vícios, dá-se o nome de DUPLO GRAU 
DE JURISDIÇÃO.
Pois bem. Acompanhe agora o raciocínio: 
1) O mandado de segurança é impetrado sempre contra a 
autoridade pública (ou contra o particular no exercício de 
atribuições do poder público).
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 30
2) Quando o autor ganha a ação (consequentemente, o Estado perde), a 
sentença é chamada de concessiva de segurança.
3) Quando o autor perde a ação (consequentemente o Estado ganha), a 
sentença é chamada de denegatória de segurança.
Como o MS é impetrado contra autoridade pública, a Constituição prevê um 
mecanismo de proteção ao Estado. Esse mecanismo tem como objetivo
garantir que as sentenças proferidas contra o Estado estejam livres de 
vícios/erros.Assim, caso a sentença do MS sejaconcessiva de 
segurança(onde o autor ganha e o Estado perde), haverá o duplo grau de 
jurisdição obrigatório, ou seja, obrigatoriamente, a sentença proferida pelo
juiz singular deve ser reanalisada por um Tribunal (colegiado). Isso ocorrerá
ainda que o órgão público vencido não apele ou perca o prazo do recurso.
Perceberam? Com esse mecanismo, garante-se que todas as decisões em MS 
onde o Estado perde devem ser reanalisadas pelo Tribunal de segunda 
instância para garantir que essas sentenças estejam livres de vícios.
No entanto, existe uma exceção: caso a sentença tenha sido proferida por 
TRIBUNAL em sua competência ORIGINÁRIA, o duplo grau de jurisdição não 
será obrigatório. Você consegue imaginar por quê?
Ora, se a sentença foi proferida por um Tribunal, isso significa que ela já foi 
proferida por um órgão colegiado, onde existe mais de uma pessoa julgando e 
isso já dá a segurança que o Estado precisa: que a sentença esteja correta. O 
duplo grau de jurisdição obrigatório não serve para que o Estado fique 
“enrolando” o cidadão que ganhou a ação,mas sim para garantir a correção 
das sentenças onde o Estado perdeu.
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 32
VI.MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO (MSC)
O mandado de segurança coletivo está previsto na Constituição no art. 
5º, LXX: “o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos 
interesses de seus membros ou associados;”
O mandado de segurança coletivo funciona como o mandado de segurança
“normal” e as únicas diferenças são o objeto e a legitimação ativa.
1. OBJETO DO MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO 
O art. 21 da Lei 12.016/2009 estabelece que o mandado de segurança coletivo 
tem como objeto os interesses coletivos, assim entendidos, os 
transindividuais (que ultrapassam a pessoa do indivíduo), de natureza 
indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si 
ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica. Além desses, 
também podem ser objeto do MSC os interesses individuais homogêneos,
assim entendidos, os decorrentes de origem comum e da atividade ou situação 
específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do 
impetrante.
2. LEGITIMAÇÃO ATIVA DO MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO 
Podem propor o mandado de segurança coletivo:
1- Partido político com representação no Congresso Nacional.
Para o cumprimento desse requisito, basta que o Partido Político possua 
um parlamentar em qualquer das Casas do Congresso Nacional: 
Câmara dos Deputados ou Senado Federal.
Assim, este legitimado ativo pode propor o mandado de segurança 
coletivo na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus 
integrantes ou à finalidade partidária.
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 33
Para provas de concursos, mais uma informação importante: é vedado 
mandado de segurança de partido político com vistas a impugnar 
(contestar) direito individual disponível. Ex: imposto (RE 196.184).
2- Organização sindical, entidade de classe ou associaçãolegalmente 
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano.
Esses três legitimados podem propor o mandado de segurança coletivo 
em defesa de seus membros ou associados e deve sempre haver 
pertinência temática entre o objeto do MSC e os objetivos institucionais.
Além disso, a ASSOCIAÇÃO (e somente esta), para que possa impetrar 
o mandado de segurança coletivo, deve estar legalmente constituída
e em funcionamento há pelo menos um ano.Consequentemente, o
sindicato e a entidade de classe não precisam estar em funcionamento 
há pelo menos um ano (RE 198.919).
Outra observação pertinente é que estes legitimados podem atuar na 
defesa de PARTE dos membros ou associados (STF Súmula 630). Assim, 
caso haja um interesse que seja apenas de parte dos associados 
(somente dosTécnicos do Seguro Socialaposentados, por exemplo),
esses três legitimados podem propor o mandado de segurança coletivo, 
sem problemas.
Outra observação:como dito, as associações legalmente constituídas há 
pelo menos 1 ano e em defesa de seus membros e associados podem 
impetrar o mandado de segurança coletivo. Nesse caso (e somente 
nesse), a associação será substituta processual,não precisando de 
autorizaçãodos associados, bastando uma autorização genérica no 
estatuto.
Esquematizando:
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 36
VII. MANDADO DE INJUNÇÃO (MI)
1. CONCEITO
O mandado de injunção está expressamente previsto pela Constituição Federal 
no art. 5º, LXXI“conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de 
norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades 
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à 
cidadania”.
Injunção significa imposição, exigência ou ordem. Assim, o mandado de 
injunção serve para suprir/remediar/preencher a falta de norma 
regulamentadora (infraconstitucional) que torne inviável o exercício dos 
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, soberania e cidadania (NaSoCi).
Lembre-se de que as normas constitucionais, apesar de terem a mesma 
hierarquia, possuem efeitos diferentes.Assim, de acordo com os seus efeitos, 
as normas da Constituição podem ser classificadas em normas de eficácia 
plena, contida e limitada. Vamos revisar: as normas de eficácia plena são 
as que produzem todos os efeitos assim que a Constituição é promulgada. As 
normas de eficácia contida são as que produzem todos os seus efeitos assim a 
Constituição entra em vigor, mas podem ter seus efeitos restringidos por lei 
posterior. Por último, estão as normas de eficácia limitada, que não produzem 
efeitos completos com a simples promulgação da Constituição, e necessitam de 
norma infraconstitucional para que isso ocorra.
Pois bem, no caso das normas constitucionais de eficácia limitada, caso não 
seja editada essa norma infraconstitucional que a regulamente, a norma da 
Constituição não produzirá seus efeitos completos e as pessoas, apesar de 
terem o direito previsto pela Constituição, não conseguirão exercê-lo porque 
não existe a norma infraconstitucional (que está abaixo da Constituição) que 
deveria regulamentá-la.
Entendeu? As pessoas têm o direito previsto na Constituição, mas não 
conseguem exercê-lo porque não existe a norma infraconstitucional para 
regulamentar esse direito. Nesse caso, será cabível o mandado de injunção. 
Exemplo: está previsto no art. 5º da Constituição: “VII - é assegurada, nos 
termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e 
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 37
militares de internação coletiva”.As pessoas, apesar de terem o direito de 
assistência religiosa, não conseguem exercê-lo enquanto a lei não for 
elaborada. Assim, caso a lei não tivesse sido editada pelo Poder Legislativo, 
caberia o mandado de injunção para que o interessado pudesse exercer o 
direito.
Uma observação bastante importante é quecabe o mandado de injunção 
para que seja elaborada qualquer norma regulamentadora e não 
apenas a lei em sentido estrito. Assim, será cabível o mandado de injunção 
para que sejam elaboradas leis, portarias, resoluções etc, não importando 
quem deve elaborá-las.
Esquematizando:
MANDADO DE INJUNÇÃO (MI)
x LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne 
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, à soberania e à cidadania;
x MI serve para:
x Suprir / remediar / preencher a falta denorma regulamentadora (infraconstitucional) que
torne inviável o exercício - Dos direitose liberdades constitucionais
- Das prerrogativas inerentes à - Nacionalidade
- Soberania
- Cidadania
o Exs: art. 50, VI, VII e VIII, caso não houvesse a lei regulamentadora
o Serve para elaborar qualquer norma (lei, portaria, resolução etc)
o Não importa quem deve elaborar a norma
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 38
2. CABIMENTO DO MANDADO DE INJUNÇÃO 
Somente é cabível o mandado de injunção para que sejam exercidos direitos 
constitucionais. Assim, se um direito está previsto na lei e necessitar ser 
regulamentado, não será cabível o mandado de injunção.
Outra observação importante é que somente é cabível o MI na falta de 
normas de eficácia limitada e que sejam OBRIGATÓRIAS, não sendo 
cabível essa ação quando a legislação for facultativa ou quando o direito for 
autoaplicável (que já pode ser exercido de pronto).
Além disso, somente é cabível o MI para direitos razoavelmente delineados,
somente quando há o dever de legislarenão se legisla em prazo 
razoável. Uma observação sobre esse último requisito: elaborar uma lei é 
bastante complicado. Deve-se realizar um estudo detalhado dos impactos da 
lei, seu alcance, seus efeitos etc. Além disso, o procedimento para essa
elaboração é bastante trabalhoso. Assim, somente será cabível o mandado de 
injunção quando o Legislativo deixar esgotar o “prazo razoável” e não elaborar
a norma (não há uma definição exata de qual é esse prazo razoável).
Esquematizando:
o Cabe Mandado - Direitos CONSTITUCIONAIS (NÃO CABE para direitos previstos de 
Injunção para apenas por lei) 
- Direitos razoavelmente delineados 
- Para a edição de qualquer norma regulamentadora(portaria, 
decretos etc) e não apenas lei formal 
- Quando há o dever de legislar (Ex. art 50,XIII) 
- Quando não se legisla em prazo razoável 
- Para normas de eficácia LIMITADA - Programáticas 
e que sejam obrigatórias - Organizativas 
3. LEGITIMIDADE ATIVA
Pode entrar com o mandado de injunção qualquer pessoa que tenha seus 
direitos tolhidos pela falta de norma regulamentadora. Assim, qualquer um 
que tenha um direito constitucional e que não esteja conseguindo 
exercê-lo pela ausência de norma regulamentadora pode entrar com o 
MI.
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 39
Um ponto bastante polêmico na doutrina é sobre a possibilidade de pessoas 
estatais impetrarem o mandado de injunção. Exemplo: caso um município 
tenha um direito previsto na Constituição, mas não consiga exercê-lo porque a 
União não editou alguma regulamentação, esse município poderá entrar com 
mandado de injunção para exercer seu direito?
Apesar de posicionamentos doutrinários divergentes, para a prova, leve a 
informação de que pessoas estatais podem impetrar o mandado de 
injunção (MI 725 e inf. 466/STF).
4. LEGITIMIDADE PASSIVA
O legitimado passivo do mandado de injunção (contra quem se entra com a 
ação) será sempre o Estado, pois somente ele pode elaborar leis e atos
regulamentares. Assim, não cabe MI contra particulares, uma vez que eles 
não elaboram leis.
Se o mandado de injunção for contra a falta de lei de iniciativa privativa, 
este deverá ser impetrado contra quem detém a iniciativa e não contra 
quem deveria elaborá-la. Acompanhe o raciocínio:
1. O processo legislativo é o procedimento de fabricação de uma lei. É 
o passoapasso que deve ser seguido para que uma lei seja 
corretamente elaborada.
2. Esse processo de formação/produção de uma lei se inicia com uma 
fase chamada de fase de iniciativa.
3. Normalmente, mais de uma pessoa pode propor leis sobre o mesmo 
tema. Assim, existem várias pessoas que podem iniciar o processo 
legislativo de uma determinada lei.
4. No entanto, existem algumas leis onde somente uma pessoa pode 
iniciar seu procedimento de fabricação. Dessa forma, só existe um
legitimado para iniciar aquela lei. Quando isso ocorre,ela é chamada 
de lei de iniciativa privativa ou reservada.
Exemplo: somente o Presidente da República pode iniciar o 
procedimento de formação de uma lei que disponha sobre criação e 
extinção de Ministérios e órgãos da administração pública. Assim, 
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncosowww.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 40
mesmo que o Congresso Nacional queira editar uma lei sobre esse 
tema, ele só pode fazê-lo caso o Presidente da República inicie a lei.
Pronto! Chegamos onde eu queria: imagine agora que alguém tenha um direito 
previsto na Constituição, mas não consiga exercer esse direito por falta de 
norma regulamentadora infraconstitucional. Em regra, caberá o MI contra 
quem deveria editar essa norma (Congresso Nacional, por exemplo). No 
entanto, se a norma for de iniciativa privativa, o MI deve ser impetrado 
contra quem detém a iniciativa privativa. Ex: o mandado de injunção será 
impetrado contra o Presidente da República e não contra o Congresso 
Nacional.Isso ocorre porque não foi o Congresso Nacional que ficou inerte e 
sim o Presidente da República, que deveria ter iniciado a elaboração da norma 
e não o fez.
5. OBSERVAÇÕES GERAIS
O mandado de injunção não é gratuito e, para impetrá-lo, é necessário 
advogado. Além disso, o MI é auto-aplicável, sendo adotado, no que 
couber, o procedimento/rito do mandado de segurança.
Esquematizando:
x Legitimidade Ativa - Qualquer pessoa que tenha seus direitos tolhidos pela falta de norma 
regulamentadora
- Pessoas estatais (MI 725 + informativo 466/STF) – há divergências. 
Ex: Mun pode entrar com MI contra a União
x Legitimidade Passiva - Sempre o ESTADO
- Nunca o particular (pois não elabora leis)
- Só o ente estatal é responsável por elaborar as leis
- Se for contra falta de Lei de iniciativa privativa – MI contra quem detém a 
iniciativa (Ex: iniciativa privativa do PR – MI contra o PR(art. 61 §10)x OBS - Não é gratuito
- Precisa de advogado
- O MI é auto-aplicável, sendo adotado, no que couber, o rito do MS
LEI Nº 8.038 Art. 24 Parágrafo único - No mandado de injunção e no habeas data, serão observadas, 
no que couber, as normas do mandado de segurança, enquanto não editada legislação específica.
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 41
6. EFEITOS DO MANDADO DE INJUNÇÃO
Os efeitos do mandado de injunção ainda são bastante discutidos pela doutrina 
e pela jurisprudência, além disso, o STF mudou recentemente de posição 
acerca de seus efeitos.
Vamos estudar as possíveis teorias sobre os efeitos do mandado de injunção:
x Efeito não concretista:o Judiciário apenas declara a mora
(impontualidade no cumprimento de uma obrigação) do poder omisso.
Se for adotada essa teoria, o autor “ganha, mas não leva”, uma vez que 
o Poder Judiciário se limita a declarar que o legislador está em mora e 
não proporciona ao dono do direito os meios para o seu exercício. 
Esse ERA o posicionamento adotado pelo STF até 2007. Dessa 
data em diante, o Supremo adotou a teoria concretista, estudada 
adiante.
x Efeito concretista:o Poder Judiciário, além de declarar a mora do poder 
omisso, torna o direito exercitável, ou seja, concretiza o direito.No 
entanto, existem diferentes maneiras de se concretizar o direito
subjetivo: pode-se concretizá-lo somente para as partes do processo 
(inter partes) ou para todos, independente de terem ou não participado 
do processo (erga omnes). Baseada nessas diferenças, a teoria dos 
efeitos concretistas ainda se divide em duas:
o Efeito concretista coletivo/geral: a decisão proferida vale erga 
omnes (para todos) até que legislação futura regule a matéria. 
Nesse caso, estende-se para todos os efeitos da decisão que, em 
regra, valem somente entre as partes.
o Efeito concretista individual:a decisão proferida vale inter 
partes,ou seja, somente entre as partes do processo. Por sua vez, 
a teoria concretista individual pode ser dividida ainda em direta e 
intermediária.
ƒ Direta:o Judiciário provê o direito imediatamente.
ƒ Intermediária:o Judiciário dá um prazo para o legislador 
agir. Caso este permaneça inerte, aí sim o direito é 
concretizado pelo Poder Judiciário.
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 43
7. MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO
Assim como o mandado de segurança, também é cabível o Mandado de 
Injunção Coletivo, sendo que seus legitimados são os mesmos do Mandado de 
Segurança Coletivo.
8. COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DO MANDADO DE INJUNÇÃO
Em regra, a competência de julgamento do mandado de injunção se dá em 
função da autoridade coatora. Assim como no mandado de segurança, por 
se tratar de simples “decoreba”, passarei apenas o esquema para vocês, sem 
maiores comentários.
Importante:as competências para julgamento de MI não são muito cobradas 
em prova, sendo mais importantes, as competências para julgamento do
Habeas Corpus e do Mandado de Segurança. Essas sim caem com maior 
frequência.
Esquematizando:
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 44
x MI coletivo: Cabe
o Legitimidade ativa: Os mesmos do - Partido político com representação no CN
MS coletivo - Organização sindical
- Entidade de classe
- Associação - Legalmente constituída 
- Em funcionamento há pelo menos 
1 ano
- Em defesa de seus membros ou 
associados
x Competência do MI: em função da autoridade coatora
- Originária - quandoa elaboração - Presidente da República 
da norma - Congresso Nacional 
regulamentadora for - Câmara dos Deputados 
o STF (102, I, q) atribuição do - Senado Federal 
- Mesas CD/SF/CN
- TCU 
- Tribunais Superiores
- STF
- Em recurso ordinário - o MI decidido em única instância pelos Tribunais 
Superiores, se denegatória a decisão
o STJ (105, I, h) - quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, 
entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, salvo competência do STF, 
justiça Militar, Eleitoral, Trabalho e Federal.
o TSE (121, §40, V)
o Estadual (125, §10) – As Constituições Estaduais organizarão
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 45
9. DIFERENÇAS DO MANDADO DE INJUNÇÃO PARA A AÇÃO DIRETA DE 
INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO.
Meu caro Técnico do Seguro Social, quando o poder público deve editar uma lei 
ou ato normativo e não o faz, ocorre um prejuízo tremendo para toda a 
população (ou, pelo menos, para um número bastante significativo de 
pessoas). Assim, com afinalidade de combater as omissões normativas, a
Constituição trouxe duas ações:o mandado de injunção e a ação direta de 
inconstitucionalidade por omissão (ADO). Apesar de ambas combaterem a 
inércia do legislador, são ações bastante diferentes.
Enquanto o mandado de injunção pode ser proposto por qualquer pessoa 
que tenha seus direitos tolhidos por falta de norma regulamentadora, a ADO
somente pode ser proposta pelos legitimados da ação direta de 
inconstitucionalidade, quais sejam: o Presidente da República;a Mesa do 
Senado Federal; a Mesa da Câmara dos Deputados;a Mesa de Assembléia 
Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;o Governador de 
Estado ou do Distrito Federal; o Procurador-Geral da República;o Conselho 
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; partido político com representação 
no Congresso Nacional; confederação sindical ou entidade de classe de âmbito 
nacional.
Uma outra diferença importante entre essas duas ações é que o mandado de 
injunção se destina à solução de um caso concreto e possui interesse jurídico 
específico, enquanto a ADO faz controle de constitucionalidade pela via 
abstrata e não tem caso concreto ou interesse jurídico específico. Além disso, 
cabe liminar na ADO enquanto não cabe a cautelar no MI.
Outra grande diferença entre as ações é em relação à competência para 
julgamento. A ADO somente é julgada pelo STF (ou pelo TJ Estadual, caso o 
parâmetro seja a Constituição Estadual), enquanto o mandado de injunçãopode ser julgado por uma série de órgãos do judiciário, conforme visto 
anteriormente.
Esquematizando:
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 46
Mandado de Injunção Adin por Omissão
Legitimado: qualquer pessoa que tenha seus direitos
tolhidos por falta de norma regulamentadora
Legitimado: os mesmos da Adin
Solução para caso concreto / ControleCONCRETO Via abstrata / ControleABSTRATO
Tem caso concreto e interesse jurídico específico
Não tem caso concreto ou interesse jurídico 
específico
Não cabe liminar Cabe liminar
Efeitos: Dá o direito constitucional, ainda não 
regulamentado, no caso concreto 
Efeitos: Declara a mora do órgão competente e 
exige a elaboração da norma regulamentadora 
da Constituição
Competência: STF (CF, art.102, I, “q” e II, “a”), 
STJ (CF, art.105, I, “h”), TSE (CF, 121, § 4º, V) e 
TJ( art.125, § 1º)
Competência: STF
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 47
VIII. AÇÃO POPULAR (AP)
1. CONCEITO
A ação popular está prevista na Constituição no art. 5º, LXXIII “qualquer 
cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo 
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando 
o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da 
sucumbência”.
Dessa forma, a ação popular tem como objetivo a proteção ao patrimônio 
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, 
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
A AP é usada para anular ato ou contrato administrativo lesivo àqueles 
bens protegidos. Uma observação importante é que o ato ou contrato não 
precisa ser ilegal, bastando ser lesivo. Assim, um ato perfeitamente dentro 
dos limites da lei, mas que seja lesivo ao patrimônio público, pode ser 
contestado por meio da ação popular.
Ademais, a ação popular não pode atacar decisão judicial. Para tal, 
devem ser usadas as vias próprias, tais como os recursos, ação rescisória, 
revisão criminal etc.
Esta ação é um meio para que o povo exerça seu poder, fiscalizando os atos 
públicos. Por isso, diz-se que ela é um meio de se exercer a soberania 
popular. Além disso,possui natureza civil e pode ser usada para impugnar 
(contestar) um ato que já violou o patrimônio público ou que ainda não o 
violou, mas está prestes a fazê-lo. No primeiro caso, a ação popular será 
chamada de repressiva e, no segundo, será chamada de preventiva.
CarosTécnicos do Seguro Social, percebam que mover uma ação no Poder 
Judiciário é uma coisa bastante trabalhosa e dispendiosa. Existem vários 
custos, como: custas judiciais, advogado, perícias, gastos para se produzir as 
provas, sem contar os custos emocionais. Além disso, em regra, quem perde 
deve pagar o ônus da sucumbência, ou seja, o custo por ter perdido a ação. 
Dessa forma, quem perde a ação, geralmente paga caro por isso.
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 48
Pergunta: qual é o incentivo para que alguém entre com uma ação popular 
para proteger o patrimônio “dos outros” (público)? E ainda mais se tiver que 
pagar caso perca a ação?!?! Se fosse assim, ninguém entraria com uma ação 
popular! 
Dessa forma, para incentivar que o cidadão realmente exerça seu poder de 
fiscalização dos atos do Estado, a Constituição “deu uma colher de chá” e
estabeleceu que o cidadão, caso entre com a ação popular e perca, não 
pagará as custas e nem o ônus da sucumbência, salvo comprovada má-
fé.
Esquematizando:
AÇÃO POPULAR
x LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo 
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao 
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, 
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
x Objeto
o Anular ato/contrato/outros (ADMINISTRATIVO) lesivo ao patrimônio público ou entidade de 
que o Estado participe, à moralidade, ao meio ambiente...ƒ O ato não precisa ser ilegal, basta ser lesivo
o Não pode atacar decisão judicial – devem ser atacadas por via própria (recursos, ação 
rescisória...)x Considerações Gerais
o É meio de exercer a soberania popular
o Ação Popular pode ser - Preventiva 
- Repressiva
o Natureza: Civil
o Custas: Para o autor - Isento de custas judiciais e ônus da sucumbência 
- Salvo má-fé comprovada
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 49
2. LEGITIMIDADE ATIVA
Quem possui a legitimidade ativa (capacidade de entrar com a ação) para 
propor ação popular é o cidadão, definido pela Constituição como o possuidor 
de capacidade eleitoral ativa.
Assim, não podem propor a ação popular o apátrida, estrangeiro, conscrito ou
Pessoa Jurídica, pois esses não possuem direitos políticos, não possuindo, 
portanto, a capacidade eleitoral ativa (capacidade de votar).
Nem mesmo o Ministério Público pode propor uma ação popular, sendo 
exclusiva do cidadão. Vale observar que a pessoa do promotor de justiça, 
enquanto cidadão, pode propô-la,mas, nesse caso, ele estará atuando como 
um cidadão comum e não enquanto membro do Ministério Público.
Por último, e tendo em vista que a AP visa proteger o patrimônio público, caso 
o autor da ação desista, o Ministério Público pode assumi-la se entender que 
os pressupostos da ação permanecem. Assim,o MP não pode entrar com a 
ação popular,mas pode assumi-la, caso o autor desista.
3. LEGITIMIDADE PASSIVA
O legitimado passivo da ação popular poderá ser o agente que praticou o ato, 
a entidade lesada ou os beneficiários dos atos ou contratos lesivos, enfim, 
todos aqueles que foram responsáveis pelo dano ou que obtiveram 
algum benefício com a lesão ao patrimônio público. Assim, perceba que 
cabe AP contra particular.
Aqui temos um fato curioso: não necessariamente o autor do ato lesivo causou 
o dano de maneira intencional. É perfeitamente possível que um ato 
administrativo seja praticado sem que a Administração perceba que está 
lesando o patrimônio público, o meio ambiente etc. Por exemplo: a 
Administração pública autoriza a construção de uma área residencial em um 
local onde haja nascentes de rios, mas este fato não era conhecido pela 
mesma.
Em casos como este, quando a Administração percebe que o ato realmente era 
lesivo, a pessoa jurídica de direito público pode, ao invés de contestar o 
autor, atuar ao lado deste, para proteger o interesse público.
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 51
Continuando: na ação popular, ocorre o oposto do mandado de 
segurança:quando o Estado ganha, ocorrerá o reexame necessário. Vou 
repetir: haverá o reexame necessário quando a ação popular for 
julgada improcedente.
Mas Roberto, não faz sentido! Se o Estado ganha a ação, por que deve haver o 
reexame necessário?
Resposta: para garantir que o ato realmente não era lesivo ao 
patrimônio público! Estão vendo? A lógica é sempre a mesma: proteção 
do patrimônio público, mas na ação popular ele será mais protegido se a 
ação for reapreciada: para garantir que o ato realmente não era lesivo.
5. JULGAMENTO DA AÇÃO POPULAR
Em regra, quando o Poder Judiciário prolata (expede) uma sentença, a mesma 
questão não pode ser novamente apreciada em juízo. Isso ocorre para garantir 
a segurança jurídica. Assim, evitam-se conflitos eternos no Judiciário em ações 
que não acabam nunca.
A ação popular também segue essa regra: a princípio, se a improcedência ou 
procedência da AP foram amplamente fundamentadas,faz-se coisa 
julgada erga omnes(para todos) e não se pode entrar com nova ação para 
contestar o mesmo ato.
No entanto, na ação popular,foi previsto um mecanismo que foge um pouco a
essa regra, sempre com o mesmo objetivo: proteção do patrimônio 
público:
Imagine que um ato realmente seja lesivo, mas o cidadão autor da ação não 
conseguiu juntar provas suficientes para demonstrar isso e ele acaba perdendo 
a ação. Caso o autor (ou outra pessoa) consiga, futuramente, reunir mais 
provas, ele pode entrar novamente com uma ação popular contra o mesmo 
ato. Assim,se a improcedência se der por FALTA DE PROVAS: a sentença 
da AP não faz coisa julgada material e pode-se entrar com nova ação 
CONTRA O MESMO ATO (desde que se tenha mais provas).
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 52
6. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE EM AÇÃO POPULAR
Existe um tipo de controle de constitucionalidade chamado de controle 
difuso. Este tipo de controle pode ser realizado por qualquer juiz ou Tribunal e 
em qualquer ação que corra no Poder Judiciário.
Assim, em regra, o controle difuso possui efeitos somente entre as partes do 
processo (efeitos inter partes), não atingindo pessoas que não sejam parte da 
relação processual.
Continuando: a ação popular pode ter efeitos contra todos (erga omnes),
assim, muito se discutiu se é possível ou não o controle de constitucionalidade 
em sede de ação popular.
Alguns argumentavam que não seria possível o controle de constitucionalidade 
nessa ação porque ela tem efeitos erga omnes, assim, os efeitos do controle 
seriam experimentados por pessoas estranhas à relação processual.
No entanto, o STF decidiu que é possível o controle de constitucionalidade 
em sede de ação popular, desde que seja o CONTROLE 
DIFUSO/INCIDENTAL/CONCRETO,não sendo possível o controle 
ABSTRATO de constitucionalidade em sede de ação popular (a AP não 
pode ser usada como sucedâneo/substituto da Adin).
Obs: a expressão “em sede” significa “no curso de”, “durante o procedimento”. 
Assim, “em sede de ação popular” é o mesmo que “no curso de uma ação 
popular”.
7. COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DE AÇÃO POPULAR
Normalmente, o foro competente para julgar a AP é definido de acordo com a 
origem do ato ou omissão impugnados. Exemplo: se o ato impugnado for 
da União, o foro competente será o juiz federal de primeira instância.
Ademais, em regra, as ações populares são julgadas pelo juiz de primeira 
instância e o foro especial por prerrogativa de função não alcança as ações 
populares. Assim, por exemplo,uma ação popular contra o Presidente da 
República não será julgada pelo STF.
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 54
EXERCÍCIOS
1. (FCC - 2012 - TCE-AM - Analista de Controle Externo) Ato de autoridade que 
viole a liberdade de locomoção pode ser impugnado judicialmente pela via do 
mandado de segurança.
Pessoal, pensou em direito de locomoção, não tenham dúvidas: estamos 
diante de um caso de habeas corpus!
Gabarito: Errado.
2. (FCC - 2012 - INSS - Técnico do Seguro Social) A garantia individual adequada 
para alguém que sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação 
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder, é:
a) o mandado de segurança.
b) o habeas data.
c) a ação civil pública.
d) o habeas corpus.
e) o mandado de injunção.
Item A – ERRADO. O mandado de segurança serve para proteger direito 
líquido e certo não amparado por Habeas Corpus ou Habeas Data.
Item B – ERRADO. O Habeas Data serve para acessar, retificar ou 
complementar informações em banco de dados público ou de caráter público.
Item C – ERRADO. A ação civil pública é promovida pelo Ministério Público e 
se presta a proteger o patrimônio público e social, o meio ambiente e outros 
interesses difusos e coletivos.
Item D – CERTO. O remédio usado para proteger lesão ou ameaça ao direito 
de locomoção/liberdade/ir e vir é o Habeas Corpus.
Item E – Errado. O Mandado de Injunção será concedido sempre que a falta 
de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e 
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania.
Gabarito: D.
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 55
3. (FCC - 2012 - TCE-AM - Analista de Controle Externo) O habeas data pode ser 
impetrado para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa 
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público.
É isso mesmo! As informações requeridas devem ser relacionadas ao próprio 
impetrante e o banco que contém essas informações deve ser de caráter 
público.
Gabarito: Certo.
4. (FCC - 2012 - TRE-CE - Técnico Judiciário) Américo tentou obter conhecimento 
das informações armazenadas a seu respeito no banco de dados da Câmara 
dos Deputados, o que lhe foi negado. No caso, segundo a Constituição Federal, 
para conhecer das informações, Américo deverá
a) impetrar habeas-data.
b) impetrar mandado de segurança.
c) propor ação popular.
d) propor ação originária no Supremo Tribunal Federal.
e) propor ação ordinária no Supremo Tribunal Federal.
Para acessar, retificar ou complementar informações sobre a pessoa do 
impetrante em bancos de dados públicos, como o da Câmara dos Deputados, 
o remédio correto será o habeas data. 
Lembre-se de que o mandado de segurança serve para proteger direito 
líquido e certo não amparado por habeas corpus ou habeas data. Já a ação 
popular será proposta para anular ato lesivo ao patrimônio público ou de 
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio 
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
Gabarito: A. 
5. (FCC - 2012 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Juiz do Trabalho) Uma entidade não 
governamental que atua na defesa dos direitos necessários ao exercício da 
cidadania impetrou habeas data contra diversos Deputados Federais, perante o 
Supremo Tribunal Federal, objetivando que se determinasse a cada um dos 
impetrados a divulgação de lista contendo o nome e o cargo ou função pública 
exercidos por quaisquer parentes seus até o terceiro grau. A Impetrante 
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 56
sustentou que os Impetrados estariam sendo omissos ao não exigirem uns dos 
outros a divulgação desses dados. Nesse caso, o habeas data 
a) é o instrumento adequado para a tutela pretendida, assim como o STF é o Tribunal 
competente para conhecer do pedido. 
b) é o instrumento adequado para a tutela pretendida, embora o STF não tenha 
competência para conhecer do pedido.
c) não é o instrumento adequado para a tutela pretendida, sendo essa hipótese de 
cabimento de mandado de injunção, para o qual a entidade em questão estaria 
legitimada, diante da existência de pertinência temática com seu objetivo 
institucional.
d) não é o instrumento adequado para a tutela pretendida, uma vez que, tanto os 
dados a que permite acesso ou retificação, como o manejo do instrumento são 
personalíssimos, não se prestando à obtenção de informações relativas a terceiros. 
e) não é o instrumento adequado para a tutela pretendida, estando, contudo, 
legitimada a entidade para a propositura de ação popular, em defesa da moralidade 
administrativa. 
A informação que a entidade queria obter era a respeito de si mesma ou 
sobre servidores da administração pública? Isso diferencia o remédio 
constitucional a ser usado. Se fossem informações a respeito da própria ONG, 
o remédio seria o habeas data (pessoas jurídicas também possuem esse 
direito). Entretanto, a ONG solicita informações a respeito de terceiros, 
situaçãoonde não cabe o HD.
Gabarito: D.
6. (FCC - 2012 - TRF - 2ª REGIÃO - Técnico Judiciário) São gratuitas as ações de 
habeas corpus e habeas data. 
O HC e o HD são gratuitos. No entanto, o Habeas Corpus não precisa de 
advogado enquanto o Habeas Data precisa. Fique esperto!
Gabarito: Certo.
7. (FCC - 2012 - TRF - 5ª REGIÃO - Analista Judiciário) Um cidadão requer vista 
de processo administrativo relativo a um contrato de aquisição de materiais de 
escritório por uma autarquia federal, a fim de obter informações e documentos
para instruir representação perante os órgãos de controle externo a que se 
sujeita a entidade. O dirigente da entidade recusa o pedido de vista. Nesta 
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 57
hipótese, a fim de ver sua pretensão reconhecida, o cidadão está legitimado 
para a propositura de 
a) habeas data, de competência do juiz federal. 
b) mandado de segurança, de competência do juiz federal. 
c) mandado de segurança, de competência originária do Tribunal Regional Federal.
d) habeas data, de competência originária do Tribunal Regional Federal. 
e) mandado de segurança, de competência originária do Superior Tribunal de Justiça. 
É muito comum a confusão de alguns direitos de petição e certidão com o 
direito de obtenção de informações pessoais. Para a obtenção de informações 
pessoais, a via a ser utilizada é o habeas data. Caso diverso é a obtenção de 
informações de caráter público, garantida a qualquer pessoa, como 
instrumento da transparência da administração pública. Isso é um direito 
líquido e certo. Como a autarquia em questão é federal, a situação deve ser 
levada a um Juiz Federal, via mandado de segurança.
Gabarito: B.
8. (FCC - 2012 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Juiz do Trabalho) Tendo sido noticiado 
pela imprensa que haviam sido formuladas denúncias contra si perante a 
Corregedoria-Geral da União, as quais afirma serem inverídicas, um indivíduo 
formula pedido junto ao órgão para obter, por meio de certidão, a identificação 
dos autores das referidas denúncias, a fim de que a certidão em questão possa 
ser utilizada, na defesa de direitos, como meio de prova em processo judicial. 
O pedido para obtenção da certidão é indeferido. Em tal situação, a fim de ver 
sua pretensão acolhida perante o órgão correicional, poderá o indivíduo valer-
se judicialmente da impetração de 
a) mandado de injunção. 
b) ação popular. 
c) habeas corpus. 
d) habeas data. 
e) mandado de segurança. 
O remédio constitucional que tutela o direito de certidão é o mandado de 
segurança, pois a negativa do órgão em questão é uma ilegalidade ou abuso 
de poder não amparada por habeas corpus ou habeas data.
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 58
Gabarito: E.
9. (FCC - 2012 - TRT - 6ª Região (PE) - Técnico Judiciário) A prática de ato por 
autoridade pública que ofenda direito líquido e certo, não amparado por 
habeas corpus ou habeas-data, dá ensejo à utilização de medida judicial 
prevista no capítulo de direitos e garantias individuais da Constituição Federal, 
qual seja 
a) ação popular.
b) ação civil pública.
c) mandado de injunção.
d) medida cautelar.
e) mandado de segurança.
A questão praticamente trouxe a definição constitucional do mandado de 
segurança! Vejamos o art. 5º, LXIX: “conceder-se-á mandado de segurança 
para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou 
"habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for 
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições 
do Poder Público”.
Gabarito: E.
10.(FCC - 2012 - TRF - 2ª REGIÃO - Analista Judiciário) Considere: 
I. O Partido Político A, regularmente constituído, não possui representação no 
Congresso Nacional. 
II. O Sindicato B, legalmente constituído, está em funcionamento há dois anos. 
III. A Associação C, legalmente constituída, está em funcionamento há um ano e 
quinze dias. 
IV. A Associação D, legalmente constituída, está em funcionamento há dez meses. 
De acordo com a Constituição Federal brasileira, possuem legitimidade para impetrar 
mandado de segurança coletivo APENAS os entes indicados em
a) II e III.
b) I, II e III.
c) II, III e IV.
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 59
d) III e IV.
e) I e II.
Vamos analisar a situação de cada entidade trazida pela questão:
Item I – ERRADO. Para ser legitimado ativo em mandado de segurança 
coletivo, o partido deve ser representado no Congresso Nacional. Para isso 
acontecer, basta haver um Deputado Federal ou Senador do partido no 
exercício de seu mandato.
Item II – CERTO. O sindicato, tendo sido constituído legalmente, é legitimado 
ativo em MSC desde o momento da sua constituição. Nem precisava da 
informação de quanto tempo de funcionamento ele possui.
Item III – CERTO. Em situação diversa do item acima se encontram as 
associações, que, segundo o art. 5º, LXX, “b”, precisam estar em 
funcionamento há mais de um ano para poder impetrar MSC em nome dos 
seus associados.
Item IV – ERRADO. Conforme trouxe acima, a associação tem menos de um 
ano de funcionamento. Ainda faltam dois meses para a aquisição de 
legitimação para propor o MSC.
Gabarito: A.
11.(FCC - 2012 - TRE-PR - Analista Judiciário) Considere os seguintes dispositivos 
da Lei Federal no 12.016, de 7 de agosto de 2009, que disciplina o mandado 
de segurança individual e coletivo:
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com 
representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos 
a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de 
classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 
(um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus 
membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas 
finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 
(cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.
Considerada a disciplina constitucional da matéria, tem-se que o disposto no artigo:
a) 21 é incompatível com a Constituição da República, ao exigir que o mandado de 
segurança coletivo tenha por objeto a defesa de direito líquido e certo, o que somente 
se aplica ao mandado de segurança individual.
INSS 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 60
b) 21 é incompatível com a Constituição da República, pois promove uma restrição no 
rol de legitimados para a propositura do mandado de segurança coletivo, ao exigir das 
associações tempo mínimo de constituição e funcionamento, além de pertinência 
temática.
c) 23 é incompatível com a Constituição da República, na medida em que impede a 
impetração de mandado de segurança em caráter preventivo, assim como é 
inconstitucional a exigência do artigo 21 de o partido político ter representação no 
Congresso Nacional para estar legitimado à propositura de mandado de segurança 
coletivo.
d) 23 é incompatível com a garantia constitucional do mandado de segurança, que 
não pode se sujeitar a prazo decadencial.
e) 21 é compatível com a Constituição da República, no que se refere à exigência de 
tempo mínimo de constituição e funcionamento de associações para a propositura de 
mandado de segurança coletivo, assim como é constitucional a fixação de prazo de 
decadência para impetração de mandado de segurança, pelo artigo 23.
Item A – ERRADO. O Mandado de Segurança Coletivo serve para proteger o 
direito

Outros materiais