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Contratos: Conceito e Classificação

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OAB 2010.3 2ª FASE – DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
Professor Cristiano Sobral 
 
OAB Segunda Fase 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva 
 
Dos contratos 
 
Conceito 
 
É o acordo de vontades, ou negócio jurídico, entre 
duas ou mais pessoas (físicas ou jurídicas) com finalidade 
de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos de 
natureza patrimonial. Todos os contratos são atos jurídicos 
bilaterais, pois resultam de uma conjugação de duas ou 
mais vontades. 
 
O contrato hoje pode ser conceituado como um 
instrumento de tutela à pessoa humana, um suporte para o 
livre desenvolvimento de sua existência, inserindo-se a 
pessoa em sociedade em uma diretriz de solidariedade (art. 
1º, III, CF), na qual o “estar para o outro” se converte em 
linha hermenêutica de todas as situações patrimoniais 
(Nelson Rosenvald, Função Social do Contrato, cit, p. 82). 
 
Requisitos de validade 
 
a) agente capaz; 
b) objeto lícito e possível e economicamente 
apreciável; 
c) forma prescrita ou não vedada em Lei; 
 
Classificação 
 
· Unilaterais: nascem obrigações 
apenas para uma das partes; uma única 
vontade. Ex.: testamento, mútuo. 
· Bilaterais: geram obrigações para 
ambas as partes; duas manifestações de 
vontade. Ex.: contrato de compra e 
venda. 
· Plurilaterais: várias manifestações de 
vontade. Ex.: contrato social de uma 
sociedade mercantil. 
· Onerosos: são aqueles em que uma 
das partes assume o ônus e a outra 
assume as vantagens, ou ambos assumem 
o ônus e as obrigações. O direito de uma 
parte é o dever da outra parte. Ex.: 
contrato de compra e venda; contrato de 
locação, etc. 
· Gratuitos: Quando existe somente 
uma prestação. Ex.: contrato de doação 
sem encargos; testamento, comodato; 
etc. 
· Execução instantânea: é quando o 
contrato é de execução imediata, 
esgotando-se num só instante, mediante 
uma única prestação, num único ato. Ex.: 
contrato de compra e venda à vista; 
· Trato sucessivo/cativos/execução 
continuada: quando um contrato vai ser 
executado em vários atos, no momento 
futuro, continuadamente. Ex.: contrato 
de locação, contrato de crediário, 
contrato de prestação de serviços; etc. 
· Diferido: quando um contrato vai ser 
executado em um único ato, no momento 
futuro. Ex.: contrato de compra e venda a 
prazo com um único pagamento. 
· Comutativos: as prestações de ambas 
as partes são certas, podendo seu 
montante ser avaliado já no ato da 
conclusão do contrato. Ex.: compra e 
venda. 
· Aleatórios: a prestação de uma ou de 
ambas as partes depende de um evento 
futuro e incerto. Ex.: compra de produção 
da próxima safra de laranja, com preço 
fixado. No momento da celebração do 
contrato o preço é fixado, mas se ignora a 
quantidade da produção, e mesmo se 
haverá produção. Há, pois, um risco: a 
álea. Esta álea pode se referir tanto à 
quantidade quanto à própria existência da 
coisa. 
· Principais: possuem vida autônoma. 
Ex.: compra e venda. 
· Acessórios: sua existência está 
subordinada a de outro contrato: Ex.: 
fiança. 
· Intuito personae: o consentimento é 
dado em razão da pessoa do outro 
contratante. 
· Impessoais: não importa a pessoa do 
outro contratante. 
· Nominados (típicos): estão tipificados 
em lei. 
· Inominados (atípicos): ainda não 
foram regulamentados. São os contratos 
criados pelas partes, dentro do princípio 
da liberdade contratual e que não 
correspondem a nenhum tipo previsto no 
Código Civil. Devem respeitar a função 
social. 
· Contratos paritários: quando as 
partes são colocadas em pé de igualdade 
discutindo amplamente e fixando todas as 
suas cláusulas. 
· Contratos de adesão: quando uma 
das partes se limita aceitar as cláusulas e 
OAB 2010.3 2ª FASE – DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
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condições previamente estipuladas pela 
outra. Aqui vale observarmos a regra 
disposta do CDC. 
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas 
tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou 
estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos 
ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou 
modificar substancialmente seu conteúdo. 
§ 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a 
natureza de adesão do contrato. 
§ 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula 
resolutória, desde que a alternativa, cabendo a escolha ao 
consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo 
anterior. 
§ 3
o
 Os contratos de adesão escritos serão redigidos em 
termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo 
tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo 
a facilitar sua compreensão pelo consumidor. (Redação 
dada pela nº 11.785, de 2008) 
§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do 
consumidor deverão ser redigidas com destaque, 
permitindo sua imediata e fácil compreensão. 
 
· Não solenes (não formais): a lei não 
exige uma forma preestabelecida para 
reger estes contratos. A regra é a 
utilização dos contratos não solenes ou 
não formais. 
· Solenes: a forma especial deve estar 
expressa em lei. Ex.: contrato de compra 
e venda de bem imóvel; pacto 
antenupcial; contrato de locação 
residencial; doação de imóvel etc. 
 
Princípios contratuais 
 
Princípio da autonomia da vontade 
 Segundo este princípio a pessoa poderá regular seus 
direitos, ou seja, seus interesses próprios. Através de sua 
liberdade de contratar a pessoa realiza suas contratações. 
Fato que deve ser mencionado é a questão da limitação 
dessa liberdade em razão da ordem pública. As pessoas 
possuem liberdade de contratar, só que a questão 
contratual fica limitada a função social. 
 
Princípio da obrigatoriedade da convenção (pacta sunt 
servanda). 
 Tal princípio decorre da liberdade de contratar, 
visando fazer com que aquilo que foi contratado se torne 
lei entre as partes. Assim podemos afirmar que as partes 
ficaram obrigadas ao conteúdo contratual, o que gera 
limitação. Entretanto, tal fundamentação está sendo 
mitigada pela doutrina mais moderna, bem como, pela 
jurisprudência. A visão atual é pela defesa da permanência 
do princípio, só que não mais como regra geral. Caso 
venhamos a estar diante de uma cláusula abusiva o 
contrato poderá ser revisado, pois a função social permite 
tal ocorrência. Veja o art. 51, § 2º do CC/02. 
 
Princípio da relatividade dos efeitos dos contratos 
 
 Tal princípio encontra limitações na legislação 
vigente. Hoje o contrato não gera efeitos somente para as 
partes, sendo possível afirmar que terceiros poderão sofrer 
seus efeitos. Estamos diante de uma via de mão dupla, 
terceiros não podem sofrer em razão do contrato realizado 
entre os parceiros contratuais e esses terceiros ou terceiro 
não podem criar problemas para esses parceiros 
contratuais. Exemplos modernos: art. 17 do CDC e art. 608 
do CC/02. 
 
Princípio da boa fé 
 
 
 
 
 
 
 
Consiste em um dever de probidade entre as 
partes, de transparência e lisura. Deve ser observado em 
todas as fases do contrato. A boa-fé objetiva não está 
ligada ao ânimo interior das pessoas envolvidas na relação; 
em verdade, constitui um conjunto de padrões éticos de 
comportamento, modelo ideal de conduta que se espera detodos os integrantes de determinada sociedade. 
 
Princípio da função social 
 Tal princípio está fundamentado no art. 421 CC/02, e 
vale informar que o mesmo não limitou a liberdade de 
contratar e sim legitimou a liberdade contratual. 
 
O conteúdo contratual será submetido a um 
controle de merecimento, averiguando se o mesmo se 
encontra de acordo com uma ordem social. 
 
 Maria Celina Bodin de Moraes relata muito bem o 
assunto afirmando que, “o negócio jurídico, no direito 
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contemporâneo, deve representar, além do interesse 
individual de cada uma das partes, um interesse prático que 
esteja em consonância com o interesse social e geral” 
(Maria Celina Bodin de Moraes. A causa dos Contratos. 
Revista Trimestral de Direito Civil. RJ. Padma, n. 21, jan/mar 
2005, p.100). 
 
 
Formação dos contratos 
 
1ª) Negociações preliminares: fase de debates. Não 
existe formalização de contrato. Em regra tal fase não 
vincula as partes a realização da contratação, mas defendo 
a vinculação ao deveres anexos a boa-fé objetiva. Por faltar 
regulamentação de tal fase no atual Código a doutrina 
explica que não haverá vinculação, porém 
excepcionalmente pode ser sustentada a responsabilidade 
civil extracontratual ou aquiliana, fundada no princípio de 
que os interessados na celebração de um contrato deverão 
comportar-se de boa-fé (Maria Helena Diniz, Curso..., p.46). 
 
2ª) Fase de proposta: aqui existe formalização, 
sendo chamada de fase de policitação. Tal fase vincula as 
partes. Pode se dar entre presentes (facilidade na 
comunicação) e pode ocorrer entre ausentes (dificuldade 
na comunicação). Atenção!!! Pode ser indagado no 
concurso o seguinte: QUAL É A TEORIA QUE SE APLICA NOS 
CONTRATOS ENTRE AUSENTES. VAMOS LÁ!!!!! Regra: 
TEORIA DA AGNIÇÃO NA SUBTEORIA DA EXPEDIÇÃO 
(expedição de resposta positiva). Exceção: TEORIA DA 
AGNIÇÃO NA SUBTEORIA DA RECEPÇÃO (casos previstos 
nos incisos do art. 434 do CC/02). 
 
 Deixará de ser obrigatória a proposta quando: 
a) se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi 
imediatamente aceita. Considera-se também presente 
a pessoa que contrata por telefone ou por meio de 
comunicação semelhante; 
b) se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver 
decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao 
conhecimento do proponente; 
c) se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a 
resposta dentro do prazo dado; 
d) se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao 
conhecimento da outra parte a retratação do 
proponente. 
 
A oferta ao público equivale a proposta quando 
encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o 
contrário resultar das circunstâncias ou dos usos. Pode 
revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, 
desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada. 
 
Ocorrendo, aceitação fora do prazo, com adições, 
restrições, ou modificações, importará nova proposta. 
 
3ª) Contrato preliminar: apesar de não ser de regra 
obrigatória tal fase vincula as partes. Deve conter todos os 
elementos do contrato definitivo, exceto quanto a forma. 
Pode assumir duas formas: (a) compromisso 
unilateral/contrato de opção (apenas uma das partes 
assume o compromisso, apesar de ambas assinarem o 
documento); (b) compromisso bilateral (ambas assinam, 
ambas assumem). O contrato preliminar em síntese 
apertada: contrato preliminar ou pacto de contrahendo 
nada mais é do que uma convenção provisória, contendo os 
requisitos do art. 104 do NCC, e os elementos essenciais ao 
contrato (res, pretiutn e consensum), tem por objeto 
concretizar um contrato futuro e definitivo, assegurando 
pelo começo de ajuste a possibilidade de ultimá-lo no 
tempo oportuno. Os requisitos para a sua eficácia são os 
mesmos exigidos ao contrato definitivo, excetuada a forma. 
Nesse sentido: Súmula 413 do STF: “O compromisso de 
compra e venda de imóveis, ainda que não loteados, dá 
direito à execução compulsória, quando reunidos os 
requisitos legais”. Ele se distingue da simples oferta ou 
proposta ou das negociações preliminares em preparo de 
contrato. 
 
A lei o admite como contrato inicial ou incompleto, 
a exigir a celebração do definitivo, desde que dele não 
conste cláusula de arrependimento e tenha sido levado ao 
registro competente (art. 463 do NCC), a tanto que tal 
exigibilidade permite o suprimento judicial da vontade da 
parte inadimplente, salvo se a isto se opuser a natureza da 
obrigação (Art. 464 do NCC). Aquele que efetua a quitação 
e depois invoca a cláusula de arrependimento estaria 
violando a legítima expectativa da outra parte, podendo se 
falar em venire contra factum proprium. 
 
A sentença judicial que supre a declaração de 
vontade do contratante inadimplente em tutela específica 
da obrigação substitui o contrato definitivo. Dispõe, a 
propósito, o art. 639 do CPC: “Se aquele que se 
comprometeu a concluir um contrato não cumprir a 
obrigação, a outra parte, sendo isso possível e não excluído 
pelo título, poderá obter uma sentença que produza o 
mesmo efeito do contrato a ser firmado”. Em regra, o da 
obrigação (v.g., promessa de casamento), o contrato é 
resolvido em perdas e danos, operando-se o disposto no 
art. 465 deste Código. 
 
Da Estipulação em favor de terceiro. 
 
 A estipulação em favor de terceiro (pactum in favo 
reiri tertii),consiste em um contrato através do qual 
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convenciona-se que a prestação deverá ser cumprida pelo 
promitente em favor de um terceiro alheio a relação 
contratual. Exemplo clássico da estipulação é o contrato de 
seguro de vida, onde o estipulante elege o beneficiário 
(terceiro). 
 
 São os personagens envolvidos: 
 
a) Estipulante: aquele que estipula em favor de 
terceiro 
b) Promitente: aquele que assume a obrigação de 
cumprir a prestação em favor de terceiro. 
c) Beneficiário: é o terceiro que, embora alheio à 
relação contratual, é o destinatário da prestação a 
ser cumprida pelo promitente. 
 
Tal contrato excepciona o princípio da relatividade 
contratual, pois o terceiro, ora beneficiário, terá vantagens, 
inclusive a de exigir do promitente o cumprimento da 
obrigação. 
Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode 
exigir o cumprimento da obrigação. 
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se 
estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, 
ficando, todavia, sujeito às condições e normas do 
contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos 
termos do art. 438. 
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o 
contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, 
não poderá o estipulante exonerar o devedor. 
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de 
substituir o terceiro designado no contrato, 
independentemente da sua anuência e da do outro 
contratante. 
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato 
entre vivos ou por disposição de última vontade. 
Da promessa de fato de terceiro 
 José Acir Lessa Giordani, nos ensina que a promessa 
de fato de terceiro não consiste necessariamente em um 
contrato, pois pode se tratar de um ato meramente 
unilateral. (José Acir Lessa Giordani, Contratos, p. 83). Não 
se trata de uma exceção ao princípio da relatividade dos 
contratos, pois quem se obriga é o promitente, e não o 
terceiro, que somente passa a se vincular perante o 
promissário quando expressa o seu consentimento. 
 
Vícios redibitórios (art. 441 ao Art. 446 CC/02) 
 
São vícios que geram a impropriedade do bem 
tornando o mesmo inadequado ao fim destinado ou lhe 
diminuindo o seu valor. Tal vício é o conhecido como vício 
oculto, assim pode ser afirmado que o Código Civil só deu 
proteção ao vício oculto.De forma diversa o Código de 
Defesa do Consumidor, além de defender o adquirente em 
face dos vícios ocultos, o protegeu também na ocorrência 
de vícios aparentes ou de fácil constatação. 
 
Diante da impropriedade que recai sobre o bem 
adquirido, a indagação que surge é a seguinte: o que o 
adquirente pode fazer? 
 
1º) Poderia o mesmo propor ação redibitória em 
face do alienante visando retornar ao seu estado primitivo. 
Tal ação só será cabível se o vício for substancial. 
2º) Caso o vício não seja substancial, pode o 
adquirente propor ação estimatória ou quanti minoris em 
face do alienante visando um abatimento no preço. 
 
Numa palavra: quando o vício não for expressivo, 
ou seja, de grande extensão, só será cabível a ação 
estimatória. 
 
Caio Mário diz que o fundamento dos vícios 
redibitórios é o “princípio da garantia, sem a intromissão de 
fatores exógenos, de ordem psicológica ou moral” (Caio 
Mário da Silva Pereira. Instituições..., p. 123). 
 
É importante mencionar que tal vício já deve ser 
existente ao tempo da tradição. O professor Gustavo 
Tepedino, afirma que não haverá responsabilização do 
alienante caso a perda tenha se dado por caso fortuito, 
ainda que a coisa apresentasse defeitos ocultos, uma vez 
que não existisse, no caso, relação, de causa e efeito entre 
o vício e o perecimento (Código Civil Interpretado conforme 
a Constituição da República, Ed. Renovar, 2006, Vol II, p. 
69). 
 
Poderá o adquirente demandar em face do 
alienante cumulando a ação com perdas e danos se provar 
que o mesmo vendeu o bem sabendo que ele apresentava 
vício. Caso não fique provado que o alienante conhecia o 
vício, só será devolvido o valor pago pelo bem, sem que 
haja a cumulação com perdas e danos. 
 
Os prazos para a propositura da ação estão 
mencionados no art. 445 do CC/02 e os mesmos possuem 
natureza decadencial. 
 
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Serão de 30 dias tratando-se de bens móveis e de 
1 ano se o bem for imóvel, contados da entrega efetiva. Se 
o adquirente já estava na posse do bem o prazo 
mencionado será contado reduzido a metade, ou seja, 15 
dias para bens móveis e 6 meses para bens imóveis, 
contados da alienação. Percebam que aqui observamos a 
modalidade de tradição ficta, traditio brevi manu, que 
significa que aquele que possui em nome de outrem passa 
a possuir em nome próprio. 
 
Questão complicada surge quando estamos diante 
do parágrafo único do art. 445, pois a lei menciona que 
quando o vício só puder ser conhecido mais tarde o prazo 
passa a ser de 180 dias tratando-se de bens móveis e de 1 
ano se for imóvel. 
 
Indaga-se: como fica o prazo para a propositura 
das ações edilícias (redibitória/ estimatória)? 
 
O enunciado 174 da III Jornada de Direito Civil nos 
responde. Vejamos: 
 
174 – Art. 445: Em se tratando de vício 
oculto, o adquirente tem os prazos do 
caput do art. 445 para obter redibição 
ou abatimento de preço, desde que os 
vícios se revelem nos prazos 
estabelecidos no parágrafo primeiro, 
fluindo, entretanto, a partir do 
conhecimento do defeito. 
 
 Por fim é importante mencionar que se for dado 
prazo de garantia contratual pelo alienante, não serão 
contados os prazos da lei, isso significa que os prazos 
decadenciais ficam suspensos. Realizando diálogo com o 
CDC e citando a jurisprudência do STJ, a questão fica dessa 
forma nos tribunais. 
 
Garantia= Garantia Contratual + Garantia Legal. 
 
INDENIZAÇÃO. CDC. GARANTIA CONTRATUAL. 
O recorrente adquiriu um automóvel utilitário (zero 
quilômetro), mas, quando da retirada, logo notou pontos 
de corrosão na carroceria. Reclamou 11 meses depois; 
contudo, apesar da realização de vários reparos pela 
concessionária, a corrosão alastrou-se por grande parte do 
veículo, o que levou ao ajuizamento da ação de indenização 
por danos morais e materiais em desfavor da 
concessionária e da montadora. No caso, está-se diante de 
vício de inadequação (art. 12 do CDC), pois as imperfeições 
apresentadas no produto impediram que o recorrente o 
utilizasse da forma esperada, porém sem colocar em risco 
sua segurança ou a de terceiros, daí que, tratando-se de 
bem durável e de vício de fácil percepção, impõe aplicar-se 
o prazo decadencial de 90 dias para deduzir a reclamação, 
contados, em regra, da entrega efetiva do bem (art. 26, § 
1º, do mesmo código). Sucede que existe a peculiaridade 
de que a montadora concedera ao veículo a garantia 
(contratual) de um ano, que é complementar à legal (art. 50 
da citada legislação). Diferentemente da garantia legal, a lei 
não fixou prazo de reclamação para a garantia contratual, 
todavia a interpretação teleológica e sistemática do CDC 
permite estender à garantia contratual os mesmos prazos 
de reclamação referentes à garantia legal, a impor que, no 
caso, após o término da garantia contratual, o consumidor 
tinha 90 dias (bem durável) para reclamar do vício de 
inadequação, o que não foi extrapolado. Dessarte, a Turma, 
ao renovar o julgamento, aderiu, por maioria, a esse 
entendimento. O voto vencido não conhecia do especial 
por falta de prequestionamento. Precedentes citados: REsp 
442.368-MT, DJ 14/2/2005; REsp 575.469-RJ, DJ 6/12/2004, 
e REsp 114.473-RJ, DJ 5/5/1997. REsp 967.623-RJ, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 16/4/2009. 
 
Evicção (art. 447 ao art. 457, CC/02) 
 
A evicção se dá pela perda da coisa, adquirida em 
contrato oneroso (cuidado muitos concursos mencionam, 
contratos gratuitos), por força de decisão judicial, ou 
apreensão administrativa,mesmo se aquisição for hasta 
pública. O entendimento anterior era a adoção da evicção 
somente nos casos de sentença judicial, mas hoje vigora o 
conceito acima. Segue fundamentação de acordo com 
julgado do STJ. 
 
CIVIL. EVICÇÃO. O direito de demandar 
pela evicção não supõe, 
necessariamente, a perda da coisa por 
sentença judicial. Hipótese em que, 
tratando-se de veículo roubado, o 
adquirente de boa-fé não estava 
obrigado a resistir à autoridade 
policial; diante da evidência do ato 
criminoso, tinha o dever legal de 
colaborar com as autoridades, 
devolvendo o produto do crime. 
Recurso especial não conhecido.(REsp 
69496/SP, Rel. Ministro Ari 
Pargendler, Terceira Turma, julgado 
em 09/12/1999, DJ 07/02/2000, p. 
149). 
 
Evicção ou evincere = privação total ou privação parcial. 
 
Partes na evicção: 
 
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a) evicto ou evencido – é a pessoa que perde a 
coisa;adquirente. 
b) alienante – é a pessoa que transferiu; 
c) evictor ou evencente – pessoa que ganha a coisa 
por decisão judicial. 
 
Uma indagação bastante interessante em 
concursos é a seguinte: Os bens arrematados em hasta 
pública estariam garantidos contra a evicção? 
 
 
Posição moderna: “o art. 447 do CC/02 consolida 
posição doutrinária no sentido de estender a evicção à 
pessoa que adquire por arrematação judicial em processo 
de execução” (Bezerra de Melo. Novo Código Civil anotado, 
vol. III, t. I, p. 60.). 
 
Podem as partes por cláusula expressa reforçar, 
diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção? 
 
Segundo a leitura do art. 448 do CC/02, tal 
possibilidade é perfeitamente cabível, porém entendo que 
somente nas hipóteses em que o contrato não seja de 
adesão, pois poderia ser alegada a regra do transcrito no 
art. 424 do CC/02. 
 
Qual será o valor a ser indenizado ao evicto? 
 
O art. 450 do CC/02, responde a indagação 
informando que será restituído o evicto do valor integral do 
preço ou das quantias que pagou e ainda aos frutos que 
tiver sido obrigado a restituir, a indenização pelas despesas 
dos contratos e pelos prejuízos sofridos, as custas judiciais 
e aos honorários do advogado por ele constituído. O 
problema se dá quando o § único do artigo menciona que o 
preçoserá o dá época em que a coisa se evenceu e 
proporcional ao desfalque sofrido no caso de evicção 
parcial. Como se fará o cálculo da indenização neste caso? 
O STJ firmou um precedente no REsp nº 248423. Vejamos: 
 
INDENIZAÇÃO. PERDAS E DANOS. 
EVICÇÃO. Perdida a propriedade do 
bem, o evicto há de ser indenizado 
com importância que lhe propicie 
adquirir outro equivalente. Não 
constitui reparação completa a simples 
devolução do que foi pago, ainda que 
com correção monetária. (REsp 
248423/MG, Rel. Ministro Eduardo 
Ribeiro, Terceira Turma, julgado em 
27/04/2000, DJ 19/06/2000, p. 146). 
 
 Uma regra que deve ser mencionada e de suma 
importância é a do art. 199 III do CC/02, que prevê que não 
corre prescrição, pendendo a ação de evicção, mas 
somente após o trânsito em julgado da sentença a ser 
proferida na ação em que se discute a evicção. 
 
 Questão tormentosa é a denunciação da lide na 
evicção. O art. 456 do CC/02 informa que para que o evicto 
exerça seu direito, deverá ele notificar do litígio o alienante 
imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe 
determinarem as leis do processo. Seria a denunciação da 
lide obrigatória, pela leitura do artigo sim, porém o STJ não 
utiliza tal fundamentação afirmando que a mesma será 
facultativa. 
 
Evicção. Indenização. Denunciação da 
lide (falta). 1. Por não se ter 
denunciado, quando reivindicada a 
coisa por terceiro, não impede se 
pleiteie "a devolução do preço de coisa 
vendida, se não provado que o 
alienante sabia do risco dessa evicção 
ou, em dele sabendo, que não o 
assumira". Em tal sentido, precedentes 
do STJ: REsp´s 9.552 e 22.148, DJ´s de 
03.8.92 e 05.4.93. 2. "A pretensão de 
simples reexame de prova não enseja 
recurso especial" (Súmula 7). 3. 
Recurso especial não conhecido. (REsp 
132258/RJ, Rel. Ministro Nilson Naves, 
Terceira Turma, julgado em 
06/12/1999, DJ 17/04/2000, p. 56). 
 
Seria admissível a denunciação por saltos, ou seja, 
pode ao adquirente denunciar a lide a quem lhe vendeu o 
bem ou a quem vendeu a quem lhe vendeu? Pergunta 
complicada, não é! 
 
1ª) 29 I CJF - Art. 456: a interpretação do art. 456 
do novo Código Civil permite ao evicto a denunciação direta 
de qualquer dos responsáveis pelo vício. 
 
 
 Contratos aleatórios 
 
Significa que o contrato é de risco, ou seja, de uma 
expectativa da ocorrência de evento incerto e casual. 
Carvalho dos Santos aduz que contrato aleatório é aquele 
que “nasce de esperanças e receios” (Carvalho dos Santos. 
Código Civil, p. 413). 
 
Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a 
coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um 
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dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber 
integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua 
parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do 
avençado venha a existir. Trata-se da venda empito 
spei/venda da esperança. O exemplo clássico: uma pessoa 
compra toda a colheita de uma fazenda em determinado 
período e a fazenda nada produz. 
 
Já se assumir o adquirente tomando a si o risco de 
virem a existir em qualquer quantidade, terá também 
direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte 
não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir 
em quantidade inferior à esperada. Aqui observamos a 
venda, empito rei speratae/venda da esperança em relação 
a quantidade. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação 
não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido. 
Exemplo clássico: safra futura. 
 
Estando de frente com coisas já existentes, mas 
expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá 
igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a 
coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do 
contrato. Exemplo: passo um navio por 500 mil sabendo 
que o mesmo vale uns 2 milhões de reais. Poderiam pensar 
que sou louco, ocorre que o navio está afundando, e o 
vendo pelo um valor inferior já sabendo que o comprador 
irá assumir um grande risco, pois a coisa está exposta a 
risco. 
 
Numa palavra: o dispositivo trata do risco sobre a 
existência da coisa, retratando a emptio spei (venda da 
esperança, a probabilidade de a coisa existir), caso em que 
o alienante terá direito a todo o preço da coisa que venha a 
não existir, como sucede no exemplo clássico da venda de 
colheita futura, independente de a safra existir ou não, 
assumindo o comprador o risco da completa frustração da 
safra (inexistência), salvo se o risco cumprir-se por dolo ou 
culpa do vendedor. 
 
 
Extinção do contrato 
 
a) distrato 
 
O distrato é negócio jurídico que objetiva a 
desconstituição do contrato, extinguindo os seus efeitos. E 
o desfazimento do acordo de vontades, da relação jurídica 
existente, através da manifestação recíproca dos 
contratantes (resilição bilateral), quando ainda não tenha 
sido executado o contrato. Os seus efeitos operam-se sem 
retroatividade (efeito ex nunc). A forma do distrato 
submete-se à mesma forma exigida por lei para o contrato 
para ter a sua validade. Não obrigatória a forma, o distrato 
é feito por qualquer modo, independente de forma diversa 
pela qual se realizou o contrato desfeito. 
 
A resilição unilateral é meio de extinção da relação 
contratual, admitida por ato de vontade de uma das partes, 
em face da natureza do negócio celebrado, terminando o 
vínculo existente por denúncia do contrato, mediante 
notificação. 
 
 b) cláusula resolutiva 
 
O contrato se resolve pela cláusula resolutiva 
expressa, diante de obrigação não adimplida de acordo 
com o modo determinado. A cláusula expressa promove a 
rescisão de pleno direito do contrato em face do 
inadimplemento. 
Quando não houver sido expressa a cláusula 
resolutiva, o contratante prejudicado deverá notificar a 
parte inadimplente acerca da sua decisão de resolver o 
contrato em face da inadimplência do outro. E ínsita a todo 
pacto bilateral a cláusula resolutória tácita. 
 
c) exceção de contrato não cumprido 
 
O princípio exceptio non adimpleti contractus, 
decorrente da dependência recíproca (prestações 
simultâneas) das relações obrigacionais assumidas pelas 
partes, é exercido pelo contratante cobrado, recusando-se 
à sua exigibilidade (satisfazer a sua obrigação) por via da 
exceção do contrato não cumprido; quando a ela instado, 
invoca o inadimplemento da obrigação do outro. O 
princípio tem incidência quando ocorre uma 
interdependência, pela simultaneidade temporal de 
cumprimento (termos comuns ao adimplemento) entre as 
obrigações das partes, ou seja, as obrigações devem ser 
recíprocas e contemporâneas. 
 
Caio Mário, afirma que “se ambas as prestações 
são sucessivas, é claro que não cabe a invocação da 
exceptio por parte do que deve em primeiro lugar, pois que 
a do outro ainda não é devida; mas, ao que tem de prestar 
em segundo tempo, cabe o poder de invocá-la, se o 
primeiro deixou de cumprir” (Caio Mário da Silva Pereira. 
Instituições, p. 160). Aqui podemos afirmar que haverá 
exceção de insegurança, regra prevista no art. 477 do 
CC/02. Vejamos o caso em que a mesma é aplicada 
segundo a lei. 
 
Art. 477. Se, depois de concluído o 
contrato, sobrevier a uma das partes 
contratantes diminuição em seu 
patrimônio capaz de comprometer ou 
tornar duvidosa a prestação pela qual 
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se obrigou, pode a outra recusar-se à 
prestação que lhe incumbe, até que 
aquela satisfaça a que lhe compete ou 
dê garantia bastante de satisfazê-la. 
 
Se o cumprimento for defeituoso, estaremos 
diante do descumprimento parcial da obrigação (exceptio 
non rite adimpleti contractus). 
 
Orlando Gomes diz que a diferença entre a 
exceptio non adimpleti contractus (descumprimento total)e 
a exceptio non rite adimpleti contractus diz respeito ao 
ônus da prova, pois “havendo inadimplemento total, 
incumbe a prova ao contraente que não cumpriu a 
obrigação. Havendo exceção incompleta, deve prová-la que 
invoca a exceção, pois se presume regular o pagamento 
aceito” (Orlando Gomes. Contratos, p. 92). 
 
OBS.: Quando houver sido pactuada a cláusula 
solve et repete, opera-se a renúncia ao emprego da 
exceptio non adimpleti contractus. 
 
 d) onerosidade excessiva 
 
Teoria da imprevisão: diz-se onerosidade excessiva 
o evento que embaraça e torna dificultoso o adimplemento 
da obrigação de uma das partes, proveniente ou não de 
imprevisibilidade da alteração circunstancial (evento 
extraordinário e imprevisível), impondo manifesta 
desproporcionalidade entre a prestação e a 
contraprestação, com dano significativo para uma parte e 
conseqüente vantagem excessiva (enriquecimento sem 
causa) para a outra, em detrimento daquela, a 
comprometer, destarte, a execução equitativa do contrato. 
 
Trata-se de manifestação clara do princípio do 
equilíbrio econômico. Atenção, pois é comum em provas 
objetivas o examinador utilizar onerosidade excessiva como 
sinônima da teoria da imprevisão. 
 
A teoria da imprevisão difere da teoria adotada 
pelo CDC (teoria da base objetiva do negócio jurídico), pois 
nesta última teoria é desnecessário investigar sobre a 
previsibilidade do fato econômico superveniente. Assim, o 
fato pode até ser previsível, porém não é esperado. 
 
Leonardo Medeiros Garcia citando Karl Larenz diz 
que “não interessa se o fato posterior era imprevisível, o 
que realmente interessa é se o fato superveniente alterou 
objetivamente as bases pelas quais as partes contrataram, 
alterando o ambiente econômico inicialmente presente. 
Isto é, para essa teoria, não interessa se o evento era 
previsível ou imprevisível, não se prendendo, então, a 
aspectos subjetivos” (Leonardo Medeiros Garcia. Direito do 
Consumidor, Código Comentado e Jurisprudência, cit., p. 
62).

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