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Propedêutica e Processo 
de cuidar da Saúde da 
Mulher 
NAYARA MARTINS
Assistência de 
enfermagem no pré-natal 
de baixo risco e no parto
Diagnóstico da gravidez
Anamnese e exame físico 
Sinais e sintomas: atraso menstrual ou amenorreia, náuseas, aumento do volume abdominal, 
cólicas sem sangramento, sangramentos de coloração amarronzadas ou rosadas.
Solicitação do beta-HCG – positivo: inicio do pré-natal
Fatores de risco reprodutivo
Avaliar a probabilidade de existir um fator de risco que pode desencadear um dano
Uma situação ou de fatores de risco não implica necessariamente a referência da gestante para o acompanhamento 
de pré-natal de alto risco, no entanto, o médico deverá avaliar a situação. 
Segundo a OMS, existem quatro principais fatores de riscos que podem acometer as gestantes: 
•características individuais e condições sociodemográficas desfavoráveis
•história reprodutiva anterior
• intercorrências clínicas crônicas 
•doença obstétrica na gravidez atual.
Os casos não previstos para tratamento na Unidade Básica de Saúde deverão ser encaminhados pelo médico ou 
enfermeiro à atenção especializada que, após avaliação, deverá devolver a gestante à Atenção Básica com as 
recomendações para o seguimento da gravidez ou deverá manter o acompanhamento pré-natal nos serviços de 
referência para gestação de alto risco
Manter o acompanhamento da gestante, observando a realização das orientações prescritas pelo serviço de referência 
Características individuais e 
condições sociodemográficas 
desfavoráveis:
História reprodutiva 
anterior:
Intercorrências clínicas 
crônicas
Doença obstétrica na 
gravidez atual: 
• Idade menor que 15 e maior que 
35 anos.
• Ocupação que exija esforço físico 
excessivo, carga horária extensa, 
rotatividade de horário, exposição 
a agentes físicos, químicos e 
biológicos, e a estresse. 
• Situação familiar insegura e não 
aceitação da gravidez, 
principalmente em se tratando de 
adolescente. 
• Situação conjugal insegura. 
• Baixa escolaridade (menor do que 
cinco anos de estudo regular). 
• Condições ambientais 
desfavoráveis.
• Altura menor que 1,45 m
• Peso menor que 45 kg ou maior 
que 75 kg. 
• Dependência de drogas lícitas ou 
ilícitas
• Morte perinatal explicada 
ou inexplicada.
• Recém-nascido com 
restrição de crescimento, 
pré-termo ou malformado. 
• Abortamento habitual. 
• Esterilidade/infertilidade
• Intervalo interpartal
menor do que dois anos 
ou maior do que cinco 
anos. 
• Nuliparidade e 
multiparidade. 
• Síndromes hemorrágicas. 
• Pré-eclâmpsia/eclâmpsia. 
• Cirurgia uterina anterior. 
• Macrossomia fetal.
• Cardiopatias. 
• Pneumopatias. 
• Nefropatias. 
• Endocrinopatias 
(especialmente diabetes 
melito). 
• Hemopatias. 
• Hipertensão arterial 
moderada ou grave e/ou 
fazendo uso de 
anti-hipertensivo. 
• Epilepsia.
• Infecção urinária.
• Portadoras de doenças 
infecciosas (hepatites, 
toxoplasmose, HIV, sífilis e 
outras DSTs). 
• Doenças autoimunes (lúpus 
eritematoso sistêmico, outras 
colagenoses). 
• Ginecopatias (malformação 
uterina, miomatose, tumores 
anexiais, entre outras).
• Desvio quanto ao 
crescimento uterino, 
número de fetos e volume 
de líquido amniótico. 
• Trabalho de parto 
prematuro ou gravidez 
prolongada. 
• Ganho ponderal 
inadequado. 
• Pré-eclâmpsia/eclâmpsia. 
• Amniorrexe prematura.
• Hemorragias da gestação.
• Isoimunização. 
• Óbito fetal.
PRIMEIRA CONSULTA DE PRÉ-NATAL
Primeira consulta é realizada pelo enfermeiro e ocorre o cadastramento da gestante no 
SisPreNatal.
O cartão da gestante será preenchido, serão anotados o número do SisPreNatal, os dados da 
Unidade Básica de Saúde e do hospital de referência e o dados da gestante. É importante 
relembrar que os dados anotados no cartão da gestante também devem ser anotados em seu 
prontuário.
O Ministério da Saúde (BRASIL, 2013b) recomenda que a primeira consulta ocorra no primeiro 
trimestre.
Na primeira consulta o enfermeiro deve realizar a anamnese, o exame físico geral e o específico, 
solicitar os exames complementares, realizar a avaliação nutricional e prescrever ferro e ácido 
fólico, orientar a imunização e avaliar o risco gestacional, conforme recomendado pelo 
Ministério de Saúde 
Anamnese
• Identificação: 
◦ nome; 
◦ número do SisPreNatal; 
◦ idade; 
◦ cor; 
◦ naturalidade; 
◦ procedência; 
◦ endereço atual;
◦ unidade de referência.
• Dados socioeconômicos. 
• Grau de instrução. 
• Profissão/ocupação. 
• Estado civil/união.
• Renda familiar. 
• Pessoas da família com renda. 
• Condições de moradia (tipo, 
número de cômodos). 
• Condições de saneamento 
(água, esgoto, coleta de lixo). 
• Distância da residência até a 
unidade de saúde
• Antecedentes familiares: 
◦ — hipertensão arterial; 
◦ — diabetes melito; 
◦ — doenças congênitas;
◦ — gemelaridade; 
◦ — câncer de mama e/ou do colo 
uterino; 
◦ — hanseníase; 
◦ — tuberculose e outros contatos 
domiciliares (anotar a doença e o 
grau de parentesco); 
◦ — doença de Chagas; 
◦ — parceiro sexual portador de 
infecção pelo HIV.
Anamnese
• Antecedentes pessoais: 
◦ hipertensão arterial crônica; 
◦ cardiopatias, inclusive doença de Chagas; 
◦ diabetes melito; — doenças renais crônicas; 
◦ anemias e deficiências de nutrientes específicos; 
◦ desvios nutricionais (baixo peso, desnutrição, 
sobrepeso, obesidade);
◦ epilepsia; 
◦ doenças da tireoide e outras endocrinopatias; 
◦ malária; 
◦ viroses (rubéola, hepatite); 
◦ alergias; 
◦ hanseníase, tuberculose ou outras doenças 
infecciosas; 
◦ portadora de infecção pelo HIV (se usa retrovirais 
e quais); 
◦ infecção do trato urinário; 
◦ doenças neurológicas e psiquiátricas; 
◦ cirurgia (tipo e data); 
◦ transfusões de sangue.
Anamnese 
Antecedentes ginecológicos: 
◦ ciclos menstruais (duração, intervalo e 
regularidade); 
◦ uso de métodos anticoncepcionais 
prévios (quais, por quanto tempo e 
motivo do abandono); 
◦ infertilidade e esterilidade (tratamento); 
◦ DSTs (tratamentos realizados, inclusive 
pelo parceiro); 
◦ doença inflamatória pélvica; 
◦ cirurgias ginecológicas (idade e motivo); 
◦ mamas (alteração e tratamento); 
◦ última colpocitologia oncótica 
(Papanicolau ou preventivo, data e 
resultado).
Sexualidade: 
◦ início da atividade sexual (idade da 
primeira relação);
◦ dispareunia (dor ou desconforto durante 
o ato sexual); 
◦ prática sexual nessa gestação ou em 
gestações anteriores; 
◦ número de parceiros da gestante e de 
seu parceiro, em época recente ou 
pregressa; 
◦ uso de preservativos masculino ou 
feminino (verificar se o uso é correto e 
habitual).
Anamnese 
Antecedentes obstétricos: 
◦ número de gestações (incluindo abortamentos, 
gravidez ectópica, mola hidatiforme); 
◦ número de partos (domiciliares, hospitalares, 
vaginais espontâneos, fórceps, cesáreas); 
◦ número de abortamentos (espontâneos, 
provocados, causados por DSTs, complicados por 
infecções, curetagem pós-abortamento); 
◦ número de filhos vivos; 
◦ idade na primeira gestação;
◦ intervalo entre as gestações (em meses); 
◦ isoimunização Rh; 
◦ número de recém-nascidos: pré-termo (antes da 
37ª semana de gestação), pós-termo (igual ou 
mais de 42 semanas de gestação); 
◦ mortes neonatais precoces: até sete dias de vida 
(número e motivo dos óbitos); 
◦ mortes neonatais tardias: entre sete e 28 dias de 
vida (número e motivo dos óbitos); 
◦ natimortos (morte fetal intrauterina e idade 
gestacional em que ocorreu); 
◦ recém-nascidos com icterícia, transfusão, 
hipoglicemia; 
◦ intercorrências ou complicações em gestações 
anteriores (especificar); 
◦ complicações nos puerpérios (descrever); 
◦ história de aleitamentos anteriores (duração e 
motivo do desmame).
Anamnese
Gestação atual: 
◦ data do primeiro dia/mês/ano da última 
menstruação (anotar certeza ou dúvida); 
◦ cálculo e anotação da idade gestacional; 
◦ cálculo e anotação da data provável do parto; 
◦ peso prévio e altura; 
◦ sinais e sintomas na gestação emcurso; 
◦ hábitos alimentares; 
◦ medicamentos usados na gestação; 
◦ internação durante essa gestação; 
◦ hábitos: fumo (número de cigarros/dia), álcool e 
drogas ilícitas; 
◦ ocupação habitual (esforço físico intenso, 
exposição a agentes químicos e físicos 
potencialmente nocivos, estresse); 
◦ aceitação ou não da gravidez pela mulher, pelo 
parceiro e pela família, principalmente se for 
adolescente; 
◦ identificar gestantes com fraca rede de suporte 
social.
Exame Físico 
Exame físico geral
◦ determinação do peso e da altura; 
◦ medida da pressão arterial; 
◦ inspeção da pele e das mucosas; 
◦ palpação da tireoide e de todo o 
pescoço, região cervical e axilar 
(pesquisa de nódulos ou outras 
anormalidades); 
◦ ausculta cardiopulmonar; 
◦ exame do abdômen;
◦ exame dos membros inferiores;
◦ pesquisa de edema (face, tronco, 
membros).
No exame físico específico ou 
gineco-obstétrico: 
◦ exame clínico das mamas; 
◦ palpação obstétrica e, principalmente no 
terceiro trimestre, identificação da 
situação e apresentação fetal; 
◦ medida da altura uterina; 
◦ ausculta dos batimentos cardíacos fetais 
(com sonar, entre 9 e 12 semanas e com 
estetoscópio de Pinard, após 24 
semanas); 
◦ inspeção dos genitais externos; 
◦ exame especular e toque vaginal de 
acordo com a necessidade, orientados 
pela história e queixas da paciente, e 
quando for realizada coleta de material 
para exame colpocitológico. 
Exames complementares 
Na primeira consulta, solicitar: 
◦ dosagem de hemoglobina e hematócrito (Hb/Ht); 
◦ grupo sanguíneo e fator Rh; 
◦ sorologia para sífilis (VDRL): repetir próximo da 30ª 
semana;
◦ Glicemia em jejum: repetir próximo à 30ª semana; 
◦ exame sumário de urina (Tipo I): repetir próximo da 30ª 
semana; 
◦ sorologia anti-HIV, com consentimento da mulher após 
o “aconselhamento pré-teste”. Repetir próximo da 30ª 
semana, sempre que possível; 
◦ sorologia para hepatite B (HBsAg), de preferência 
próximo da 30ª semana de gestação, quando houver 
disponibilidade para realização; 
◦ sorologia para toxoplasmose, quando houver 
disponibilidade
Outros exames podem ser acrescidos a essa rotina 
mínima: 
◦ protoparasitológico: solicitado na primeira consulta;
◦ colpocitologia oncótica: muitas mulheres frequentam os 
serviços de saúde apenas para o pré-natal. Assim, é 
imprescindível que, nessa oportunidade, seja realizado 
esse exame, que pode ser feito em qualquer trimestre, 
embora sem a coleta endocervical, seguindo as 
recomendações vigentes; 
◦ bacterioscopia da secreção vaginal: em torno da 30ª 
semana de gestação, particularmente nas mulheres com 
antecedente de prematuridade; 
◦ sorologia para rubéola: quando houver sintomas 
sugestivos; 
◦ urocultura para o diagnóstico de bacteriúria 
assintomática; 
◦ eletroforese de hemoglobina: quando houver suspeita 
clínica de anemia falciforme; 
◦ ultrassonografia obstétrica: quando houver 
disponibilidade.
Avaliação nutricional da gestante 
investigar os hábitos nutricionais da gestante e verificar peso, altura e calcular o índice de massa 
corpórea (IMC). 
Deve-se recomendar uma alimentação saudável, considerando que a gestante deve fazer, pelo 
menos, seis refeições diárias, ou seja, café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da 
tarde, jantar e ceia. 
Durante as refeições, deve dar preferência a alimentos considerados saudáveis como frutas, 
verduras e legumes. Ingerir pelo menos 2 l de água por dia, evitar o excesso de sal e alimentos 
fritos ou gordurosos nas refeições. 
Em caso de queixas da gestante relacionadas aos hábitos alimentares, deve-se orientar quais 
alimentos ela deve ingerir a fim de minimizar essas queixas que podem ser, por exemplo, azia, 
enjoos e mal-estar.
Prescrição de ferro e acido fólico 
A prescrição do ácido fólico é realizada pelo médico ou pode ser realizada pelo enfermeiro, caso 
tenha-se um protocolo institucional orientando para este aspecto.
Ácido fólico 5 mg, por via oral, 1 comprimido por dia, assim que diagnosticada a gravidez
◦ Caso a gestante esteja tentando engravidar e tenha história de malformação do tubo neural em outras 
gestações ou esteja utilizando anticoncepcional combinado hormonal oral ou algum anticonvulsivante, 
o ácido fólico deve ser prescrito três meses antes da gestação.
A dose oral de ferro para gestantes com hemoglobina (Hb) normal é de 30 mg/dia
Pós-parto, recomenda-se prescrever 65 mg/dia de ferro para a puérpera
◦ O ferro é recomendado logo que se descobre a gestação até o terceiro mês após o parto. A prescrição 
do ferro por via oral diariamente tem a finalidade de reduzir o risco de baixo peso no nascimento, a 
anemia materna e a deficiência de ferro
Imunização 
A prevenção do tétano neonatal se dá por meio da atenção pré-natal de qualidade, com 
vacinação das gestantes e atendimento higiênico ao parto.
O uso de material estéril para o corte, para o clampeamento do cordão umbilical e para o 
curativo do coto umbilical, utilizando solução de álcool 70%, é fundamental. 
A vacina contra a hepatite B (vacina recombinante)
Vacina contra o tétano e a difteria (dT)
Vacina contra o tétano, difteria e coqueluche (dTpa)
Caso a gestante não complete seu esquema vacinal durante a gravidez, ele deverá ser concluído 
no puerpério ou em qualquer outra oportunidade.
	Slide 1: Propedêutica e Processo de cuidar da Saúde da Mulher 
	Slide 2: Assistência de enfermagem no pré-natal de baixo risco e no parto
	Slide 3: Diagnóstico da gravidez
	Slide 4
	Slide 5: Fatores de risco reprodutivo
	Slide 6
	Slide 7
	Slide 8: PRIMEIRA CONSULTA DE PRÉ-NATAL
	Slide 9: Anamnese
	Slide 10: Anamnese
	Slide 11: Anamnese 
	Slide 12: Anamnese 
	Slide 13: Anamnese
	Slide 14: Exame Físico 
	Slide 15: Exames complementares 
	Slide 16: Avaliação nutricional da gestante 
	Slide 17
	Slide 18: Prescrição de ferro e acido fólico 
	Slide 19: Imunização 
	Slide 20

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