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Seminário
Aula 7
A Constituição cidadã e os movimentos sociais
O que é uma Constituição Política e Jurídica?
O fundamento normativo de um país é sua Constituição. Por meio dela são reconhecidos os princípios e os objetivos que norteiam o projeto de construção nacional. Ela serve como parâmetro de validade para todo o ordenamento jurídico infraconstitucional. Assim, todas as leis inferiores à Constituição devem estar em consonância com a mesma, sob pena de serem consideradas inconstitucionais.
Segundo o professor José Afonso da Silva, a Constituição pode ser definida como sendo:
“um sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regula a forma do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e o exercício do poder, o estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua ação, os direitos fundamentais dos homens e as respectivas garantias.”
Trata-se do arcabouço político-jurídico e ideológico sob o qual se funda a “Relação Estado e a sociedade”. Ela é responsável pela organização e regulamentação dos elementos essenciais do Estado, bem como expressa as tensões presentes na estrutura. Toda Constituição nasce de seu contexto histórico-político, por isso ela não é neutra. Ao contrário, ela é o resultado do processo democrático ou autoritário vivido por uma nação.
Nesse sentido, o Brasil apresenta uma dinâmica bastante turbulenta e contraditória em seu processo constitucional. Partindo de um absolutismo monárquico no início do século XIX, o Brasil chega no final do século XX com uma Constituição chamada de Cidadã, pela sua ênfase nos direitos e deveres individuais e coletivos. Ilustram esse processo histórico-político brasileiro sete Constituições diferentes:
1824 1891 1934 1937 1946 1967 1998
Vamos compreender melhor a importância da dinâmica constitucional no desenvolvimento do Brasil.
Aspectos Teóricos Fundamentais – o Poder Constituinte
Inicialmente precisamos entender que o processo constitucional decorre da manifestação de um poder social denominado Poder Constituinte (PC). Este é o poder de elaborar ou reformular uma Constituição. No primeiro caso é chamado de Poder Constituinte Originário (PCO), porque cria a nova ordem constitucional. Trata-se de um poder incondicionado, pois não possui nenhuma limitação em seu exercício.
Já o segundo caso é chamado de Poder Constituinte Derivado (PCD), porque a sua possibilidade de alterar a Constituição encontra fundamento e limite na própria, por isso é condicionado por ela. Este último é subdividido em Poderes Reformador, Decorrente e Revisor.
Entenda o Poder Constituinte:
Poder Constituinte Derivado Reformador (PCDR): é o poder de alterar a Constituição dentro dos limites impostos pelo Poder Constituinte Originário (PCO). Ex.: emendas constitucionais (artigos 59, I e 60 da Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB) de 1988.
Poder Constituinte Derivado Decorrente (PCDD): é o poder conferido aos Estados-membros de se estruturarem conforme a Constituição Nacional. Ex.: a capacidade de auto-organização (art. 25, caput CRFB/88), autogoverno (art. 27,28 e 125 CRFB/88) e autoadministração (art. 18 e 25 a 28 CRFB/88) conferida pelo PCO aos estados.
Poder Constituinte Derivado Revisor: trata-se de um processo de revisão previsto pelo PCO, em que toda Constituição pode ser reformulada de uma só vez. Ex.: o artigo 3º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da CRFB/88 (ADCT) determinou uma única revisão constitucional.
Titularidade do Poder Constituinte
Diferentemente do modelo teocêntrico medieval, em que a origem do poder político era a vontade de Deus, o modelo moderno afirma que sua origem é a vontade do homem (antropocentrismo). Logo, a legitimidade de uma Constituição está na premissa de que o povo é o titular do Poder Constituinte.  
As Constituições podem ser classificadas de diversas formas.
A Dinâmica Constitucional Brasileira
A Constituição de 1824
A independência do Brasil em 1822 trouxe a necessidade de construção de uma ordem política e jurídica própria, capaz de organizar e regulamentar o Estado que nascia naquele momento. Uma Assembleia Constituinte fora reunida em 1823, porém o projeto inicial previa a limitação dos poderes do imperador. Diante disto, D. Pedro I dissolveu a Assembleia e em 1824 outorgou a primeira Constituição brasileira.  
Constituição de 1891
Com a proclamação da República em 1889, fez-se necessário uma reestruturação do Estado brasileiro. Em 1891 foi convocada uma Assembleia Constituinte que promulgou a nova Constituição.
Constituição de 1934 
Em 1930, um processo revolucionário liderado por Getúlio Vargas colocou fim à República Velha e sua política do Café com Leite.
Constituição de 1937
Eleito indiretamente pela Assembleia Constituinte em 1934, Getúlio Vargas teria seu mandato encerrado com as eleições em 1938. Contudo, em 10 de novembro de 1937, Getúlio deflagra o seu golpe de Estado.
Constituição de 1946
Em 1945, isolado no poder e pressionado pelas forças oposicionistas, Vargas é forçado a renunciar. Em 1946, foi promulgada a quinta Constituição brasileira, com princípios liberais controlados por valores tradicionais (modernização conservadora).
Constituição de 1967 e a Emenda de 1969
Após o golpe militar de 1964, uma Carta Constitucional foi outorgada em 1967. Ela foi formalmente aprovada pelo Congresso, mas este estava de fato mutilado pela Ditadura.
Constituição de 1988
Finalmente, depois de 20 anos de ditadura militar, uma Assembleia Constituinte promulga Constituição da República Federativa do Brasil em 1988. Chamada de Constituição Cidadã, por sua ênfase nos direitos e deveres individuais e coletivos, a Constituição de 1988 está em vigência até os dias de hoje.
A Inspiração Constitucional e os Movimentos Sociais
A eclosão de movimentos sociais na Europa a partir do século XVIII esteve relacionada à promoção de uma série de valores liberais, sociais e humanísticos em efervescência no período. Todos estes valores surgiram da transição do modelo teocêntrico medieval para o antropocêntrico moderno.
A constituição da sociedade moderna tem o povo como elemento central. Daí o desenvolvimento de princípios fundamentais como a democracia, a liberdade e a justiça social. Podemos afirmar que tais princípios inspiram e legitimam os movimentos sociais até os dias de hoje.
Os Princípios Constitucionais e os Movimentos Sociais Contemporâneos
Os Princípios Constitucionais e os movimentos sociais têm mantido uma relação cada vez mais estreita, uma vez que os primeiros contribuem para o fortalecimento dos segundos. Mas o que são os Princípios Constitucionais?
De que forma eles corroboram os movimentos sociais contemporâneos? Vamos compreender melhor esta relação?
Os Princípios Constitucionais podem ser compreendidos como fundamentos axiológicos e normativos que norteiam uma determinada ordem jurídica. Eles podem se encontrar expressamente previstos no texto constitucional (explícitos) ou não (implícitos).
É importante ressaltar que eles dialogam entre si em uma aplicação integrativa e não excludente. Por exemplo, o princípio da igualdade está intimamente relacionado com o princípio da dignidade da pessoa humana e este com tantos outros. Assim, ser igual significa ter condições igualmente dignas de existência.
É possível que um princípio relativize a aplicação do outro em uma dada situação. Isto porque, em regra, nenhuma norma constitucional é absoluta.
Nestes casos se utiliza a técnica da ponderação de interesses, em que critérios como proporcionalidade e razoabilidade são considerados.
Exemplo: o princípio da liberdade pode ser relativizado pelo princípio da segurança pública no caso da prática de crimes e necessidade de prisão. Da mesma forma, o princípio da propriedade privada pode ser relativizado pelo princípio da função social da propriedade no caso do usucapião ou da reforma agrária.
Por fim, podemos dizer que atualmente se reconhece uma crescente principiologização ou constitucionalização do Direito, em que princípios constitucionais servem como parâmetros de interpretação e validade de outras normas jurídicas. Neste sentido, como vimos, tais princípios aparecem como fonte legítima de diversos movimentos sociais contemporâneos.
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O Princípio da Isonomia Constitucional previsto expressamente no artigo 5º, caput, afirma que ¿Todos são iguais perante a lei (...)¿. O seu inciso I confirma que ¿homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações (...)¿. Trata-se de consagrar o direito à igualdade. Esta, por sua vez, pode ser considerada em duas dimensões: formal e substancial. Sobre este aspecto é correto afirmar que:
igualdade substancial é aquela em que se trata igualmente os iguais e desigualmente os desiguais a fim de se atingir a verdadeira igualdade.
Inicialmente, precisamos entender que o processo constitucional decorre da manifestação de um poder social denominado Poder Constituinte (PC). Este é o poder de elaborar ou reformular uma Constituição. No primeiro caso é chamado de Poder Constituinte Originário (PCO), porque cria a nova ordem constitucional. Trata-se de um poder incondicionado, pois não possui nenhuma limitação em seu exercício. Já o segundo caso é chamado de Poder Constituinte Derivado (PCD), porque a sua possibilidade de alterar a Constituição encontra fundamento e limite na própria, por isso é condicionado por ela. Este último é subdividido em Poderes Reformador, Decorrente e Revisor. Sendo certo que:
o Poder Constituinte Derivado Reformador (PCDR) é o poder de alterar a Constituição dentro dos limites impostos pela Poder Constituinte Originário (PCO).
(FUVEST) O sistema eleitoral adotado no Império brasileiro estabelecia o voto censitário. Essa afirmação significa que:
para ser eleitor era necessário possuir determinada renda anual.
A Constituição de 1988 se destaca como a mais ampla na promoção da cidadania, por isso ficou conhecida como a Constituição Cidadã. Ela espelha muito bem as tensões políticas do passado e do presente em uma ordem constitucional moderna e democrática, que instrumentaliza antigas e novas demandas sociais. Assim, aparecem como instrumentos constitucionais legítimos para as demandas dos movimentos sociais em especial:
a função social da propriedade, os projetos de lei por iniciativa popular e a seguridade social.
A independência do Brasil em 1822 trouxe a necessidade de construção de uma ordem política e jurídica própria, capaz de organizar e regulamentar o Estado que nascia naquele momento. Uma Assembleia Constituinte fora reunida em 1823, porém o projeto inicial previa a limitação dos poderes do imperador. Diante disto, D. Pedro I dissolveu a Assembleia e em 1824 outorgou a primeira Constituição brasileira. Esta Constituição consagrou:
o absolutismo monárquico, a religião católica como oficial e a subordinação da Igreja ao Estado, o voto censitário (pela renda) e não secreto (aberto).
Princípio do Meio Ambiente Ecologicamente Equilibrado: trata-se de um valor contemporâneo, que se integra ao princípio do desenvolvimento sustentável em contraposição a tese de máximo desenvolvimento econômico. A questão ambiental transcende a clássica dicotomia da luta de classes e encontra fundamento no interesse difuso e transgeracional. Neste sentido, os movimentos ambientais ilustram:
os novos movimentos sociais.

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