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Helmintos Intestinais e suas Características

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HELMINTOS INTESTINAIS
Os nematódios intestinais de importância para o homem são:
Ascaris lumbricoides (lombrigas)
Trichinella spiralis (triquinose)
Trichuris trichiura (tricocéfalos)
Enterobius vermicularis (oxiúros)
Strongyloides stercoralis (diarréia da Cochinchina)
Ancylostoma duodenale and Necator americanus (verme do amarelão) 
Dracunculus medinensis (serpente de fogo dos Israelitas). 
E. vermicularis e T. trichiura são parasitas exclusivamente intestinais. Outros helmintos listados acima têm fase intestinal e nos tecidos.
Ciclo de vida do Áscaris 
Vermes adultos vivem no lúmen do intestino delgado.  Uma fêmea produz aproximadamente 200.000 ovos por dia, que são eliminados pelas fezes .  Ovos não fertilizados não ingeridos mas não são infectivos.  Ovos férteis se embrionam e se tornam infectivos após 18 dias a algumas semanas , dependendo das condições ambientais (ótimas: humidade, calor, solo sombrio).  Após infectivos os ovos são deglutidos , as larvas eclodem  ,  invadem a mucosa intestinal, e são levados via circulação portal, e depois pela circulação sistêmica para os pulmões .   As larvas maturam posteriormente nos pulmões (10 a 14 dias), penetram nas paredes alveolares, ascendem pela árvore bronquial para a garganta, e são deglutidos .    Ao atingirem o intestino delgado, elas se desenvolvem em vermes adultos  .   Cerca de  2 a 3 meses se passam entre a ingestão dos ovos infectivos e a ovoposição pela fêmea adulta. Vermes adultos podem viver de 1 a 2 anos.
CDC
Ascaris lumbricoides (Grandes lombrigas intestinais)
Epidemiologia
A morbidez annual global devida a infecções por áscaris é estimada em  1 bilhão, com uma mortalidade de 20.000. Ascaridíase pode ocorrer em todas as idades, mas é mais comum no grupo de idade de 5 a 9 anos. A incidência é maior em populações rurais pobres.
Morfologia
O verme-fêmea mede em média 30 cm x 5 mm. O macho é menor.
Ciclo de vida (figura 1) 
A infecção ocorre pela ingestão de alimentos contaminados com ovos infectivos que eclodem na parte superior do intestino delgado. A larva (250 x 15 micrometros) penetram na parede intestinal e entram nas vênulas ou vasos linfáticos. As larvas passam pelo fígado, coração e pulmão até chegarem aos alvéolos em 1 a 7 dias, em cujo período elas crescem até 1.5 cm. Elas migram até os brônquios, ascendem a traquéia até a glote, e descem pelo esôfago para o intestino delgado onde elas maturam em 2 ou 3 meses. Uma fêmea pode viver no intestino por 12 a 18 meses e tem a capacidade de produzir 25 milhões de ovos com uma média diária de 200.000 ovos (figura 2). Os ovos são excretados nas fezes, e sob condições favoráveis (21 a 30 graus C, humidade, ambiente ventilado) larvas infectivas são formadas dentro do ovo. Os ovos são resistentes a desinfetantes químicos e sobrevivem por meses em esgôtos, mas são mortos pelo aquecimento (40 graus C por 15 horas). A infecção é de homem para homem. Pode ocorrer autoinfecção.
Sintomas
Os sintomas estão relacionados à presença do verme. Dez a vinte vermes pode passar desapercebidos, exceto em um exame rotineiro de fezes. A queixa mais comum é leve dor abdominal. Em casos mais severos, o paciente pode apresentar apatia, perda de pêso, anorexia, abdomen distendido, fezes amolecidas intermitentes e vômitos ocasionais. Durante o estágio pulmonar, pode haver um breve período de tosse, dificuldades respiratórias, dispnéia e desconforto sub-external. A maior parte dos sintomas se deve à presença física do verme.
Diagnose
O diagnóstico é baseado na identificação dos ovos (40 a 70 micrômetros por 35 a 50 micrômetros - figura 2) nas fezes.
Tratamento e Prevenção
Mebendazol, 200 mg, para adultos e 100 mg para crianças, durante 3 dias é suficiente. Boa higiene é a melhor medida preventiva.
Trichuris trichiura (tricocéfalos) 
Epidemiologia
Trichiuríase é uma doença tropical de crianças (5 a 15 anos) na Asia rural (65% dos 500 - 700 milhões de casos). Entretanto, é encontrada nas duas Americas, principalmente na América do Sul e está concentrada em famílias e grupos com hábitos sanitários deficientes.
Morfologia
O organismo feminino tem 50 mm de comprimento com um diâmetro anterior menor (100 micrometros de diâmetro) e uma parte posterior mais espessa (500 micrômetros de diâmetro). O macho é menor e tem uma extremidade posterior enrolada. Os ovos de Trichuris têm forma oval como bola de futebol americano e tem um plugue em ambas as extremidades.
Ciclo de vida
A infecção ocorre pela ingestão de ovos embrionados do solo. A larva escapa da casca  na parte superior do intestino delgado e penetra no vilus onde permanece por 3 a 10 dias. Ao atingir a adolescência, as larvas passam para o cecum e penetram na mucosa. Elas atingem a idade de ovoposição em 30 a 90 dias de infecção, produzem 3.000 a 10.000 ovos por dia e vivem 5 a 6 anos. Os ovos eliminados pelas fezes se embrionam em solo húmido em 2 a 3 semanas (Figura 5 e 6). Os ovos são menos resistentes à dessecação, calor e ao frio do que os ovos de áscaris. O embrião morre sob dessecação a 37 graus C em 15 minutos. Temperaturas de 52 graus C e -9 graus C são letais.
Sintomas
Os sintomas são grandemente determinados pela presença do verme: menos de 10 vermes são assintomáticos. Infecções maiores (ex. Tricuiuríase massiva infantil) são caracterizadas por diarréia mucosa e sanguinolenta profusa e crônica com dores abdominais e prolapso de reto edematoso. A infecção pode resultar em desnutrição, perda de peso e anemia e às vezes a morte.
Diagnóstico
Diagnose é baseada nos sintomas e na presença de ovos nas fezes (50 a 55 x 20 a 25 micrômetros).
Tratamento e Controle
Mebendazol, 200 mg, para adultos e 100 mg para crianças, durante 3 dias é suficiente. Infecções associadas devem ser tratadas adequadamente. Melhoria dos hábitos de higiene e condições sanitárias são em geral eficientes no controle.
Os ovos não embrionados são eliminados nas fezes (1).  No solo, os ovos se desenvolvem em um estágio de 2 células (2), um estágio avançado de clivagem (3), e depois eles se embrionam (4); os ovos se tornam infectivos em 15 a 30 dias. Após a ingestão (mãos ou alimentos contaminados pelo solo), os ovos eclodem no intestino delgado, e liberam larvas (5) que maturam e se estabelecem como adultos no cólon (6).  Os vermes adultos (com aproximadamente 4 cm de comprimento) vivem no cecum e cólon ascendente. Os vermes adultos são fixados naquele local, com as porções anteriores ancoradas na mucosa.  As fêmeas começam a postura 60 a 70 dias após a infecção. Vermes-fêmeas no cecum põem entre 3.000 e 20.000 ovos por dia. O período de vida dos adultos é de 1 
Enterobius vermicularis (oxiúros) 
Epidemiologia
Enterobiose é de longe a infecção helmíntica mais comum nos Estados Unidos (18 milhões de casos a qualquer tempo). A infecção no mundo inteiro é de cerca de 210 milhões. É uma doença urbana de crianças em ambientes superpopulados (escolas, creches, etc.) Adultos podem se contaminar pelas crianças. A incidência em brancos é muito maior do que em negros.
Morfologia
O verme-fêmea mede 8 mm x 0.5mm; o macho é menor. Os ovos (60 micrômetros x 27 micrômetros) são ovóides mas assimetricamente achatados em um lado.
Ciclo de Vida
A infecção ocorre quando ovos embrionados são ingeridos a partir do meio ambiente, com alimentos ou contato com as mãoes. A larva embrionária eclode no duodeno e atinge a adolescência no jejuno e ílio superior. Os vermes adultos descem para o baixo íleo, cecum e cólon e vivem lá por 7 a 8 semanas. As fêmeas grávidas, contendo mais de 10.000 ovos migram à noite, para a região perianal e depositam ovos aí. Os ovos maturam em um ambiente oxigenado e úmido e são infecciosos 3 a 4 horas mais tarde. Infecção homem-para-homem e autoinfecção são comuns (Figura 7 e 8). O homem é o único hospedeiro.
Sintomas
Enterobiose é relativamente inócua e raramente produz lesões sérias. O sintoma mais comum é irritação perianal, perineal e vaginal provocada pela migração da fêmea.
O prorido leva a insônia e nervosismo. Em alguns casos sintomas gastrointestinais podem se desenvolver (dor, náusea, vômitos, etc.). O stress psicológico de dona-de-casa consciente, complexo de culta, e desejo de esconder a infecção de seus amigos e de sua sogra (em certas culturas) é talvez o trauma mais importante deste parasita pruriginoso persistente.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito pela pesquisa de vermes adultos ou ovos na área perianal, particularmente à noite. Uma fita adesiva tipo scotch-test ou uma palheta para coleta de oxiúros aão usados para obter ovos.
Tratamento e Controle
Duas doses (10 mg/kg; maximo de 1g cada) de pamoato de pirantel com intervalo de duas semanas promove um alto índice de cura. Mebendazol é uma alternativa. A família inteira deve ser tratada, para evitar reinfecção. Roupas íntimas e de cama devem ser esterilizadas entre as duas doses de tratamento. Limpeza pessoal é a forma de prevenção mais eficiente.
 
Ciclo de vida do  Enterobius vermicularis 
Ovos são depositados nas pregas perianais (1).  Auto-infecção ocorre pela transferência de ovos infectivos para a bôca com mãos que coçaram a área perianal (2).  Contaminação pessoa-a-pessoa pode ocorrer através da manipulação de vestuário contaminado ou roupa de cama.  Oxiuríase (ou enterobiose) pode também ser adquirida através de superfícies no ambiente que estejam contaminadas com ovos de oxiúros (ex. curtinas, carpetes). Um pequeno número de ovos pode flutuar no ar e ser inalado. Estes serão deglutidos e seguem o mesmo desenvolvimento dos ovos ingeridos. Após a ingestão de ovos infectivos, a larva eclode no intestino delgado (3) e os adultos se estabelecem no cólon (4).  O intervalo de tempo entre a ingestão de ovos infectivos e a ovoposição pelas fêmeas adultas é de cêrca de um mês.  A duração da vida de adultos é de cêrca de dois meses.  Fêmeas grávidas migram noturnamente fora do ânus e depositam ovos ao rastejarem pela pele da área perianal (5).  A larva contida dentro dos ovos se desenvolve (os ovos se tornam infectivos) em 4 a 6 horas em condições optimas (1).  Retroinfecção, ou a migração de larvas recém eclodidas na pele anal de volta para o reto pode ocorrer, mas a frequência em que isso ocorre é desconhecida. CDC
Strongyloides stercoralis (Nematelminto) 
Epidemiologia
Infecção por nematelmintos, também conhecida como diarréia da Cochinchina, estimada em 50 a 100 milhões de casos no mundo inteiro, é uma infecção de áreas tropicais e subtropicais com condições sanitárias deficientes. Nos Estados Unidos, é prevalente no Sul e entre os Portoriquenhos. 
Morfologia
O tamanho e forma do nematelminto varia dependendo de se o parasita é de vida livre. A fêmea do parasita é maior (2.2 mm x 45 micrômetros) do que o verme de forma livre (1 mm x 60 micrômetros) (figura 10). Os ovos, quando posto medem 55 micrômetros por 30 micrômetros.
Ciclo de vida (figura 9)
A larva infectiva de S. stercoralis penetra a pela do homem, entra na circulação venosa e passa pelo lado direito do coração para os pulmões, onde penetra nos alvéolos. Daí, os parasitas adolescentes ascendem para a glote, são degludidas, e atingem a parte superior do intestino delgado, onde se desenvolvem em adultos. Fêmeas poedeiras se desenvolvem em 28 dias após a infecção. Os ovos na mucosa intestinal, eclodem e se desenvolvem em larvas rabditiformes no homem. Essas larvas podem penetrar através da mucosa e voltam ao ciclo para a circulação sanguínea, pulmões, glote e duodeno e jejuno; assim elas continuam o ciclo de autoinfecção. Alternativamente, elas são eliminadas pelas fezes, se desenvolvem em formas filariformes infectivas e entram em outro hospedeiro para completar o ciclo direto. Se não encontrar um hospedeiro adequado, as larvas maturam em vermes de vida livre e põem ovos no solo. Os ovos eclodem no solo e produzem larvas rabditiformes que se desenvolvem em larvas filariformes infectivas e entram em um novo hospedeiro (ciclo indireto), ou maturam em formas adultas do verme para repetir o ciclo de vida livre.
Sintomas
Infecções amenas são assintomáticas. A penetração pela pele provoca prurido e bolhas vermelhas. Durante a migração, os organismo provocam pneumonia bronquial verminosa e, no duodeno, elas provocam dor epigástrica mediana com sensação de queimor e estômago delicado, acompanhados de náusea e vômito. Pode ocorrer alternância de diarréia e constipação. Infecções intensas e crônicas levam a anemia, perda de peso e disenteria sanguinolenta crônica. Infecção bacteriana secundária da mucosa lesada pode produzir complicações sérias.
Diagnose
A presença de larvas rabditiformes livres (figura 10) nas fezes é uma forma diagnóstica. Cultura de fezes de 24 horas produz larvas filariformes.
Tratamento e controle
Ivermectin ou tiabendazol pode ser usado eficientemente. Infecções diretas e indiretas são controladas pela melhoria nas condições de higiene e a autoinfecção é controlada pela quimioterapia.
O ciclo de vida do Strongyloides é complexo entre os helmintos com sua alternância de gerações entre ciclos de vida livre e parasíticas, e seu potencial para autoinfecção e multiplicação dentro do hospedeiro. Dois tipos de ciclos existem:
Ciclo de vida livre: A larva rabditiforme eliminada pelas fezes (1) (ver “Ciclo parasítico” abaixo) podem realizar duas mudas e se tornarem larvas filariformes infectivas (desenvolvimento direto) (6) ou realizar quatro mudas e se tornarem machos e fêmeas adultos de vida livre (2) que se cruzam e produzem ovos (3) dos quais eclodem larvas rabditiformes (4).  Estas últimas por sua vez podem se desenvolver (5) em uma nova geração de adultos de vida livre (conforme representado em (2), ou em larvas infectivas filariformes (6).  As larvas filariformes penetram na pele do hospedeiro humano para iniciar o ciclo parasítico (ver abaixo) (6).
Ciclo parasítico: Larvas filariformes em solo contaminado penetram na pele humana (6), e são transportadas para os pulmões onde elas penetram nos espaços alveolares; elas são levadas pela árvore bronquial para a faringe, são deglutidas e daí atingem o intestino delgado (7).  No intestino delgado elas realizam duas mudas e se tornam vermes-fêmeas adultas (8).  As fêmeas vivem ancoradas no epitélio do intestino delgado e produzem ovos por partenogênese (9), que resultam em larvas rabditiformes.  A larva rabdiforme pode ser eliminada pelas fezes (1) (ver "Ciclo de vida livre" acima), ou pode causar autoinfecção (10).  Na autoinfecção, as larvas rabditiformes se tornam larvas infectivas filariformes, que podem penetrar na mucosa intestinal (autoinfecção interna) ou a pele da área perianal (autoinfecção externa); em qualquer caso, as larvas filariformes sequem a rota previamente descrita, sendo sucessivamente levada para os pulmões, para a árvore bronquial, para a faringe e para o intestino delgado onde elas maturam para a forma adulta; ou elas se disseminam amplamente no corpo. Até o presente, a ocorrência de autoinfecção em humanos com infecções helmínticas é reconhecida somente em infecções por Strongyloides stercoralis e Capillaria philippinensis.  No caso de  Strongyloides, a autoinfecção pode explicar a possibilidade de infecções persistentes por muitos anos em pessoas que não estiveram em área endêmica e de hiperinfecções em indivíduos imunodeprimidos CDC DPDx Parasite Image Library
Necator americanus e Ancylostoma duodenalis  (Hookworms=vermes com gancho) 
Epidemiologia
Esses “hookworms” (aqui referidos como vermes Necator/Ancilóstomos) parasitam mais de 900 milhões de pessoas no mundo inteiro e causam perda diária de sangue de 7 milhões de litros. A ancilostomíase é a infecção mais comum e perde apenas para ascaridíase entre as infecções por vermes parasitários. N. americanus (do novo mundo) é mais comum nas Americas, central e sudeste da África, Ásia meridional, Indonesia, Austrália e Ilhas do Pacífico. A. duodenale (do novo mundo) é a espécie dominante na região Mediterrânea e norte da Asia.
Morfologia
Fêmeas adultas de Necator/Ancylostoma
medem cerca de 11 mm x 50 micrômetros. Machos são menores. A extremidade anterior de N. americanus é dotada de um par de placas cortantes curvadas, enquanto que o A. duodenale é equipado com um ou mais pares de dentes. Os vermes dos hookworms medem 60 micrômetros x 35 micrômetros.
Ciclo de vida (figura 11 e 12)
O ciclo de vida dos Necator/Ancylostomas é idêntico ao do das larvas migrans, exceto pelo fato de os primeiros não serem capazes de uma vida-livre ou ciclo de autoinfecção. Além disso, A. duodenale pode infectar também pela rota oral.
Sintomas
Os sintomas da infecção por Necator/Ancylostomas dependem do local onde o verme está presente (Tabela 2) e do desconfôrto causado pela presença dos vermes. Infecção amena pode passar desapercebida.
 
	Tabela 2. Aspectos clínicos da doença provocada pelos hookworm
	Site
	Sintomas
	Patogenia
	Dérmica
	Eritema local, máculas, pápulas (urticária)
	Invasão cutânea e migração subcutânea da larva
	Pulmonar
	Bronquite, pneumonite e, às vezes, eosinofilia
	Migração das larvas através dos pulmões, brônquios e traquéia
	Gastro- intestinal
	Anorexia, dor epigástrica e hemorragia intestinal
	Ligação dos vermes adultos e lesão na mucosa intestinal superior
	Hematológica
	Deficiência de ferro, anemia, hipoproteinemia, edema, falha cardíaca
	Perda sanguínea intestinal
Diagnose
A diagnose é feita pela identificação dos ovos de Necator/Ancylostoma em fezes frescas ou preservadas. Espécies de Necator/Ancylostoma não podem ser distinguíveis pela morfologia dos ovos.
Tratamento e controle
Mebendazol, 200 mg, para adultos e 100 mg para crianças, por 3 dias é eficiente. Higiene é o principal método de controle: Saneamento é o principal método de controle: Tratamento sanitário do material fecal e evitar o contato com material fecal infectado.
Ciclo de vida dos Necator/Ancilóstomos.
Os ovos são eliminados pelas fezes (1), e em condições favoráveis (humidade, calor, sombra), as larvas eclodem em 1 a 2 dias. A larva rabdiforme liberada cresce nas fezes e/ou no solo (2), e após 5 a 10 dias (e duas mudas) elas se tornam larvas filariformes (terceiro estágio) que são infectivas (3).  Essas larvas infectivas podem sobreviver 3 a 4 semanas em condições ambientais favoráveis.  Com o contato com o hospedeiro humano, as larvas penetram na pele e são levadas pelas veias para o coração e daí para os pulmões. Elas penetram nos alvéolos pulmonares, ascendem a árvore bronquial para a faringe, e são deglutidas (4).  As larvas atingem o intestino delgado, onde residem e maturam em adultos. Vermes adultos vivem no lúmen do intestino delgado, onde se ligam à parede intestinal com perda sanguínea do hospedeiro resultante (5).  A maioria dos vermes adultos são eliminados em 1 a 2 anos, mas os records de longevidade chegam a vários anos.
Algumas larvas de A. duodenale, após penetração pela pele do hospedeiro, podem se tornar dormentes (no intestino ou músculo). Além disso, a infecção pelo A. duodenale pode provavelmente ocorrer também pela rota oral e transmamária. N. americanus, entretanto, requer uma fase de migração transpulmonar. CDC DPDx Parasite Image Library
Toxocara canis e T. catti (larva migrans visceral) 
Estes são vermes de cães e gatos mas eles podem infectar humanos e causar danos em órgãos viscerais. Os ovos das fezes de animais infectados são deglutidos pelo homem e eclodem no intestino. As larvas penetram na mucosa, entram na circulação e são levados ao fígado, pulmões, olhos e outros órgãos onde provocam necrose inflamatória. Os sintomas são devidos à reação inflamatória no local da infecção. A consequência mais séria da infecção é a perda da visão se o verme se localiza no ôlho. O tratamento inclui Mebendazol para eliminar o verme e prednisona para os sintomas inflamatórios. Evitar cães e gatos infectados é a melhor prevenção (figura 14 e 15).
Ciclo de Vida de Toxocara
Toxocara canis faz seu ciclo de vida em cães, com humanos adquirindo a infecção como hospedeiros acidentais. Após a ingestão pelos cães, os ovos infectivos produzem larvas que penetram nas paredes do intestino e migram para vários tecidos, onde encistam se o cão tiver mais de 5 semanas de idade. Em cães mais jovens as larvas migram através dos pulmões, árvore bronquial e esôfago; vermes adultos desenvolvem e fazem a postura no intestino delgado. Em cães mais velhos, os estágios encistados são reativados durante a gravidez, e infectam pelas rotas transplacentária e transmamária os filhotes, em cujo intestino delgado vermes adultos se estabelecem. Assim, ovos infectivos são excretados pelas cadelas e filhotes infectados. Humanos são hospedeiros paratênicos que se tornam infectados ao ingerirem ovos infectivos em solo contaminado. Após a ingestão, os ovos produzem larvas que penetram na parede intestinal e são levados pela circulação a uma variedade de tecidos (fígado, coração, pulmões, cérebro, músculo, olhos). Enquanto as larvas não realizam nenhum desenvolvimento nesses locais, elas podem causar reações locais severas que são a base da toxocaríase. CDC
Ancylostoma braziliensis (larva migrans cutânea, bicho geográfico) 
O bicho geográfico é predominante em muitos países tropicais e subtropicais e nos Estados Unidos, especialmente nos estados do Golfo e do Atlântico sul. O organismo é primariamente um verme canino e de gatos mas as larvas filariformes em fezes animais podem infectar o homem e causar erupções na pele. Uma vez que as larvas têm a tendência de se mover, a erupção migra na pele ao redor do local da infecção. Os sintomas duram o período da persistência larval que varia de 2 a 10 semanas. Uma infecção amena pode ser tratada pelo congelamento da área envolvida. Infecções maiores são tratadas com mebendazol. A infecção pode ser evitada pelo afastamento de água e solo contaminado com fezes infectadas (figura 16 e 17).
Ovos são eliminados pelas fezes ,  e em condições favoráveis (humidade, calor, sombra), as larvas eclodem em 1 a 2 dias. As larvas rabditiformes liberadas crescem nas fezes e/ou no solo , e após 5 a 10 dias (e duas mudas) elas se tornam filariformes (terceiro estágio) larvas que são infectivas .  Essas larvas infectivas podem sobreviver por 3 a 4 semanas em condições ambientais favoráveis.  Ao contato com o hospedeiro humano, as larvas penetram na pele e são levadas pelas veias ao coração e depois para os pulmões. Elas penetram nos alvéolos pulmonares, ascendem pela árvore bronquial para a faringe, e são deglutidos .  As larvas atingem o intestino delgado, onde elas residem e maturam em adultos. Vermes adultos vivem no lúmen do intestino delgado, onde elas se ligam à parede intestinal com resultante perda de sangue do hospedeiro .  
A maioria dos vermes adultos são eliminados em 1 a 2 anos, mas os records de longevidade podem atingir alguns anos.
HELMINTOS DO SANGUE E DOS TECIDOS
Os principais parasitas do sangue e dos tecidos do homem são as microfilárias. Estas incluem Wuchereria bancrofti e W. (Brugia) Malayi, Onchocerca volvulus, e Loa loa (verme do ôlho).
 
Wuchereria bancrofti e W. (Brugia) malayi (elefantíase) 
Epidemiologia
W. bancrofti (figura 18) é estritamente um patógeno humano e é distribuido em áreas tropicais no mundo inteiro, enquanto que B. malayi (figura 19) infectas vários animais selvagens e domésticos e á restrito ao Sudeste da Asia. Mosquitos são vetores para ambos os parasitas.
Morfologia
Esses dois organismos são muito similares em morfologia e nas doenças que eles provocam (figura 18 e 19). Fêmeas adultas de W. bancrofti encontradas em linfonodos e canais linfáticos medem 10 cm x 250 micrômetros, enquanto que machos têm apenas a metade do tamanho. Microfilárias encontradas no sangue medem apenas 260 micrômetros x 10 micrômetros. Adultos de B. malayi têm apenas a metade do tamanho da W. bancrofti mas suas microfilárias são apenas discretamente menores do que W. bancrofti.
Ciclo de vida
As larvas filariformes entram no corpo humano durante a picada do mosquito e migram para
vários tecidos. Neste local elas levam até um ano para maturar e produzirem microfilárias que migram para os canais linfáticos (figura 19) e, à noite,entram na circulação sanguínea. Os mosquitos são infectados durante um repasto sanguíneo. A microfilária cresce 4 a 5 vezes no mosquito em 10 a 14 dias e se tornam infectivas para o homem.
Sintomas
Os sintomas incluem linfadenite e febre alta recorrente a cada 8 a 10 semanas, que dura 3 a 7 dias. Há infadenite progressiva devido a uma resposta inflamatória ao parasita alojado nos canais linfáticos e tecidos. À medida que o verme morre, a reação continua e produz um granuloma fibro-proliferativo que obstrui os canais linfáticos e provoca linfedema e elefentíase (figura 20). A pele distendida é susceptível a lesões traumáticas e infecções. A microfilária provoca eosinofilia e alguma esplenomegalia. Nem todas as infecções levam à elefantíase. A prognose, na ausência de elefantíase, é boa.
Diagnose
Diagnose é baseada na história de picada de mosquitos em áreas endêmicas, achados clínicos e presença da microfilária em amostra de sangue coletada à noite.
Tratamento e controle
A dietilcarbamazina mata os vermes adultos ou esterilizam as fêmeas. É dada 2 mg/kg oralmente por 14 dias. Esteróides ajudam a aliviar os sintomas inflamatórios. Climas mais frios reduzem a reação inflamatória.
 
Diferentes espécies dos seguintes gêneros de mosquitos são vetores da filaríase por W. bancrofti dependendo da distribuição geográfica. Entre eles estão: Culex (C. annulirostris, C. bitaeniorhynchus, C. quinquefasciatus, e C. pipiens); Anopheles (A. arabinensis, A. bancroftii, A. farauti, A. funestus, A. gambiae, A. koliensis, A. melas, A. merus, A. punctulatus e A. wellcomei); Aedes (A. aegypti, A. aquasalis, A. bellator, A. cooki, A. darlingi, A. kochi, A. polynesiensis, A. pseudoscutellaris, A. rotumae, A. scapularis, and A. vigilax); Mansonia (M. pseudotitillans, M. uniformis); Coquillettidia (C. juxtamansonia).  Durante um repasto sanguíneo, um mosquito infectado introduz larvas de filária em terceiro-estágio na pele do hospedeiro humano, onde elas penetram pela lesão da mordida .  Elas se desenvolvem em adultos que residem comumente nos vasos linfáticos .  Os vermes-fêmeas medem 80 a 100 mm de comprimento e 0.24 a 0.30 mm de diâmetro, enquanto os machos medem cerca de 40 mm por 1 mm.  Adultos produzem microfilárias medindo 244 a 296 μm por 7.5 a 10 μm, que são cobertas e têm periodicidade noturna, exceto as microfilárias do Pacífico Sul, que não têm periodicidade marcante. As microfilárias migram para os vasos linfáticos e sanguíneos movendo-se ativamente através da linfa e sangue .  Um mosquito ingere a microfilária durante um repasto sanguíneo .  Após a ingestão, as microfilárias perde suas bainhas e algumas delas encontram seus caminhos através das paredes do proventrículo e porção cardíaca do intestino médio do mosquito e atingem os músculos torácicos .   Aí as microfilárias se desenvolvem no primeiro estágio larval e subsequentemente em larvas infectivas de terceiro estágio  .   O terceiro estágio infectivo larval migra através do hemocele do mosquito para a probóscide do mosquito  e pode infectar outro humano quando o mosquito faz repasto sanguíneo .
	Sumário
	Organismo
	Transmissão
	Sintomas
	Diagnóstico
	Tratamento
	Ascaris lumbricoides 
	Oro-fecal
	Dor abdominal, perda de peso, abdomen distendido
	Fezes: ovo corticóide de forma oval (40-70x35-50 μm)
	Mebendazol
	Trichinella spiralis
	Carne de porco mal cozida
	Depende a localização do verme e da sua carga aflitiva: gastroenterite; edema, dor muscular, espasmo; eosinofilia, taquicardia, febre, dor de cabeça e calafrios, vertigem, delírium, coma, etc.
	História clínica, eosinofilia, biópsia muscular, sorologia
	Corticosteróide e Mebendazol
	Trichuris trichiura 
	Oro-fecal
	Dor abdominal, diarréia sanguinolenta, prolapso de reto
	Dor abdominal, diarréia sanguinolenta, prolapso de reto
	Mebendazol
	Enterobius vermicularis 
	Oro-fecal
	Prurido perianal, raramente dor abdominal, nausea com vômito
	Fezes: ovos embrionados (60x27 μm), achatados em um dos lados
	Pamoato de pirantel ou Mebendazol
	Strongyloides stercoralis 
	Solo-pele, autoinfecção
	Prurido no local da infecção, erupção devido à migração larval, pneumonia verminosa, dor epigástrica mediana, náusea, vômito, disenteria sanguinolenta, perda de peso e anemia
	Fezes: larvas rabditiformes (250x 20-25μm)
	Ivermectin ou Tiabendazol
	Necator americanes; Ancylostoma duodenale
	Oro-fecal (ovo); penetração pela pele (larvas)
	Eritema maculopapular (coceira inflamatória), broncopneumonia, dor epigástrica, hemorragia GI, anemia, edema
	Fezes: ovos de forma oval segmentados (60 x 30 20-25μm)
	Mebendazol
	Dracunculus medinensis
	Oral: copépodas na água
	Bolhas na pele, irritação, inflamação
	Exame físico
	Mebendazol
	Wuchereria bancrofti; W. brugia malayi
(elefantíase)
	Picada de mosquito
	Febre recorrente, linfadenite, esplenomegalia, linfedema, elefantíase
	História clínica, exame físico, microfilária no sangue (amostra noturna)
	Mebendazol; Dietilcarbamazina
	Onchocerca volvulus
	Picada pela mosca-negra
	Lesões nodulares e eritematosas dérmicas, eosinofilia, urticaria, cegueira
	História clínica, exame físico, microfilária em aspirado nodular
	Mebendazol; Dietilcarbamazina
	Loa loa
	Môsca do veado
	Como na oncocercose
	Como na oncocercose
	Dietilcarb-amazina

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