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Gestão dos programas 
ocupacionais 
2a edição 
Eduardo Augusto Rocha de Oliveira Amaral 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
(Simone M. P. Vieira – CRB 8a/4771) 
Amaral, Eduardo Augusto Rocha de Oliveira 
 Gestão dos programas ocupacionais / Eduardo Augusto Rocha de 
Oliveira Amaral. – 2. ed. – São Paulo : Editora Senac São Paulo, 2022. 
(Série Universitária) 
	 Bibliografia. 
 e-ISBN 978-85-396-3346-3 (ePub/2022) 
 e-ISBN 978-85-396-3347-0 (PDF/2022) 
	 1. 	 Saúde	 e	 segurança	 ocupacional 2.	 Higiene	 ocupacional  
3.	 Programa	 de	 Gerenciamento	 de	 Riscos	 (PGR) 4.	 Programas	 
ocupacionais 	 : 	 Prevenção	 de	 Riscos 5.	 Riscos	 ambientais I.	 
Título. II.	 Série.	 
22-1524t CDD – 363.116 
 613.62 
 BISAC TEC017000 
	 HEA028000 
Índice para catálogo sistemático: 
1. Prevenção e controle de risco : Problemas sociais 363.116 
2. Saúde e segurança ocupacional : Higiene ocupacional 613.62 
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aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
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ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo. 
GESTÃO DOS PROGRAMAS 
OCUPACIONAIS 
Eduardo Augusto Rocha de Oliveira Amaral 
2a edição 
Administração Regional do Senac no Estado de São Paulo 
Presidente do Conselho Regional 
Abram Szajman 
Diretor do Departamento Regional 
Luiz Francisco de A. Salgado 
Superintendente Universitário e de Desenvolvimento 
Luiz Carlos Dourado 
Editora Senac São Paulo 
Conselho Editorial 
Luiz Francisco de A. Salgado 
Luiz Carlos Dourado 
Darcio Sayad Maia 
Lucila Mara Sbrana Sciotti 
Luís Américo Tousi Botelho 
Gerente/Publisher 
Luís Américo Tousi Botelho 
Coordenação Editorial/Prospecção 
Dolores Crisci Manzano 
Ricardo Diana 
Administrativo 
grupoedsadministrativo@sp.senac.br 
Comercial 
comercial@editorasenacsp.com.br 
Acompanhamento Pedagógico 
Otacilia da Paz Pereira 
Designer Educacional 
Josélia Santos Paixão 
Revisão Técnica 
Cassio Eduardo Garcia 
Preparação e Revisão de Texto 
Karen Daikuzono 
Projeto Gráfico 
Alexandre Lemes da Silva 
Emília Corrêa Abreu 
Capa 
Antonio Carlos De Angelis 
Editoração Eletrônica 
Alexandre Raphael de Albuquerque Brito 
Ilustrações 
Alexandre Raphael de Albuquerque Brito 
Imagens 
Adobe Stock Photos 
E-book 
Rodolfo Santana 
Proibida a reprodução sem autorização expressa. 
Todos os direitos desta edição reservados à 
Editora Senac São Paulo
Rua 24 de Maio, 208 – 3o andar 
Centro – CEP 01041-000 – São Paulo – SP 
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© Editora Senac São Paulo, 2022 
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Sumário 
Capítulo 1 
Introdução à segurança e saúde 
no trabalho, 7 
1 Breve histórico mundial, 8 
2 Breve histórico nacional, 15 
Considerações finais, 24 
Referências, 25 
Capítulo 2 
Acidentes do trabalho e doenças 
ocupacionais, 27 
1 Acidente do trabalho, 28 
2 Doença ocupacional, 32 
3 Consequências legais dos acidentes 
e doenças do trabalho, 35 
Considerações finais, 41 
Referências, 42 
Capítulo 3 
Gerenciamento de riscos 
ocupacionais, 45 
1 Contexto da evolução da Norma 
Regulamentadora n. 1, 46 
2 Gerenciamento de riscos 
ocupacionais – GRO, 47 
Considerações finais, 60 
Referências, 60 
Capítulo 4 
Programa de Gerenciamento de 
Riscos (PGR), 63 
1 Programa de Gerenciamento de 
Riscos – PGR, 63 
2 Preparação para emergências, 74 
3 Disposições gerais do GRO, 75 
Considerações finais, 77 
Referências, 77 
Capítulo 5 
Avaliação e controle das 
exposições ocupacionais a 
agentes físicos, químicos e 
biológicos e Programa de 
Controle Médico de Saúde 
Ocupacional – PCMSO, 79 
1 Avaliação e controle das exposições 
ocupacionais aos agentes físicos, 
químicos e biológicos, 80 
2 Programa de Controle Médico de 
Saúde Ocupacional – PCMSO, 85 
Considerações finais, 97 
Referências, 97 
Capítulo 6 
Outros programas de gestão 
ocupacional, 99 
1 Condições de segurança e saúde 
no trabalho na indústria da 
construção, 100 
2 Programa de Proteção 
Respiratória – PPR, 106 
3 Ergonomia, 112 
Considerações finais, 119 
Referências, 120 
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Capítulo 7 
Atividades e operações 
insalubres, 123 
1 Legislação relacionada, 124 
2 Definições, 126 
3 Agentes insalubres, 127 
4 Adicional de insalubridade, 137 
5 Elementos de gestão , 144 
Considerações finais, 145 
Referências, 145 
Capítulo 8 
Atividades e operações 
perigosas, 147 
1 Legislação relacionada, 148 
2 Definições, 150 
3 Atividades perigosas, 151 
4 Adicional de periculosidade, 159 
5 Elementos de gestão , 161 
Considerações finais, 162 
Referências, 163 
Sobre o autor, 165 
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Capítulo 1 
Introdução à 
segurança e saúde
no trabalho 
Os programas ocupacionais sobre os quais discorreremos ao lon-
go desta obra preveem ferramentas de gestão, incluindo normas, re-
gras e controles direcionados a proteger a integridade física e a saúde 
dos trabalhadores. 
Todavia, a constituição técnica, prática e finalmente legal desses 
programas foi resultado de centenas de anos de experiência, prática e 
submissão de trabalhadores a condições extremamente precárias de 
trabalho. 
Neste capítulo, apresentaremos brevemente a evolução da segu-
rança e saúde no trabalho ao longo do tempo, por meio de registros e 
8 Gestão dos programas ocupacionais M
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relatos históricos. Em seguida, conheceremos algumas das principais 
instituições nacionais e internacionais voltadas ao desenvolvimento e à 
proteção da segurança e saúde no trabalho. 
1 Breve histórico mundial 
Temos na atualidade um arcabouço enorme de normas e leis que 
tem o objetivo de proteger os trabalhadores e as relações de trabalho. 
Todavia, sabe-se que desde quese passou a organizar os meios de pro-
dução para se auferir lucro, as situações passaram a ser precárias para 
a saúde e segurança dos trabalhadores. 
De acordo com o que cita Wachowicz (2012, p. 22), “as primeiras 
indústrias eram grandes galpões, estábulos ou velhos armazéns fétidos 
e insalubres, com pouca iluminação e ventilação, muito lixo e sujeira de-
corrente do próprio processo fabril”. Ainda segundo a autora, nem mes-
mo local apropriado para a alimentação os trabalhadores possuíam, 
tudo visando economizar tempo e maximizar a produção. 
Nesse sentido, Georgius Agricola inaugurou em sua obra a aborda-
gem sobre a vinculação entre saúde e trabalho. Georgius (que era ale-
mão – seu nome de nascimento era Georg Bauer, mas latinizou seu 
nome ao escrever sua principal obra) foi um geólogo, alquimista e me-
talurgista, autoridade em minerais e nas doenças provocadas nos mine-
radores. Estudou medicina e a exerceu a partir de 1527, quando então 
passou a dedicar-se ao estudo de doenças relacionadas aos trabalhos 
em minas. Na obra De re mettalica, como consta, fundada em suas ob-
servações sobre minas e mineralogia, o autor realizou um estudo em 
que faz a correlação entre o processo de extração de minerais (ouro e 
prata) e as doenças e acidentes mais habituais entre os trabalhadores 
em minas. Em um trecho do livro, publicado em 1556, em latim, o au-
tor cita que, em certas minas, a água é muito gelada, prejudicando os 
membros inferiores dos trabalhadores, haja vista “o frio ser prejudicial 
9 Introdução à segurança e saúde no trabalho
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aos tendões” (AGRICOLA, 1950, p. 261, tradução nossa). Conclui, então, 
que tais trabalhadores deveriam utilizar longas botas de couro cru, a fim 
de protegê-los do frio (AGRICOLA, 1950). 
O autor comenta também sobre as minas em que há ausência de 
água, tornando-as totalmente secas. Nesse caso, Agricola destacava 
que a problemática era ainda maior, pois a poeira gerada pelo proces-
so de mineração penetrava na traqueia e nos pulmões, resultando uma 
doença que causava dificuldade na respiração no trabalhador. O autor 
cita muitas outras doenças perigosas a que estavam expostos tais tra-
balhadores, relacionando por vezes alternativas para a proteção dos in-
divíduos, como véus para os rostos para se evitar respirar a poeira ou a 
utilização de luvas de couro que iam até os cotovelos (AGRICOLA, 1950). 
Anos mais tarde, em 1567, o alquimista conhecido como Paracelso, 
pseudônimo de Felipe Teofrasto de Hohenheim, teve postumamente 
publicada (Paracelso faleceu em 1541) a obra Dos ofícios e doenças 
da montanha, em que o autor relaciona trabalho e doença, enumeran-
do os processos de trabalho e substâncias químicas utilizadas e as 
respectivas doenças decorrentes. Em destaque, trata da silicose, bem 
como de intoxicações sofridas por mineiros e fundidores que labora-
vam com mercúrio e chumbo. De acordo com o que cita o dr. Carlos Luiz 
Campana, “Paracelso é considerado um dos precursores da Medicina 
do Trabalho” (CAMPANA, 2016, p. 330). 
Em 1700, foi publicada a obra De morbis artificum diatriba (As doen-
ças dos trabalhadores), de Bernardino Ramazzini. Ramazzini escreveu 
diversas outras obras, mas, como evidencia o médico e professor baia-
no dr. Raimundo Estrêla (1911-2000), “incontestavelmente, o livro que 
o imortalizou foi o De morbis artificum diatriba, que lhe valeu o epíteto 
de ‘Pai da Medicina do Trabalho’”, como é mundialmente reverenciado 
(ESTRÊLA, 2016, p. 16). 
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Nessa obra, Ramazzini desenvolve o estudo de cinquenta profissões 
ou ocupações, pormenorizando as doenças, os sintomas e os sinais re-
lacionados a cada tipo de trabalho, e prescrevendo como remediá-las e 
preveni-las. Algumas das profissões estudadas foram: mineiros, massa-
gistas, químicos, oleiros, estanhadores, vidraceiros, pintores, ferreiros, 
gesseiros, farmacêuticos, queijeiros, coveiros, cervejeiros, padeiros, sa-
lineiros, joalheiros, agricultores, pescadores e pedreiros. 
Conforme analisa o dr. Carlos Luiz Campana, duas contribuições de 
Ramazzini continuam atuais. Ele formulou a frase lapidar: “é melhor pre-
venir que remediar”. Além disso, depois de passar um longo período com 
trabalhadores observando-os em seus locais de trabalho, elaborou a fun-
damental pergunta nas anamneses clínicas: “qual é a sua profissão?”, 
que atualmente podemos estendê-la para “quais foram as suas profis-
sões?” ou “quais foram as suas ocupações?” (CAMPANA, 2016, p. 331). 
PARA SABER MAIS 
A obra de Bernardino Ramazzini, De morbis artificum diatriba, em sua tra-
dução para o português, foi reeditada em 2016 pela Fundacentro. Essa 
versão pode ser adquirida gratuitamente no site da entidade. 
 
No século XVIII, com o aparecimento das primeiras máquinas e a 
Revolução Industrial, houve substancial avanço tecnológico, com o con-
sequente aumento de produtividade e oferta de quantidades cada vez 
maiores de produtos à sociedade. De lado oposto, surgiram “as conse-
quências negativas dessa evolução na indústria” (CHIRMICI; OLIVEIRA, 
2016, p. 3). 
Assim, como resultado do processo acelerado de produção em condi-
ções cada vez mais desumanas, há o aparecimento cada vez mais cons-
tante e numeroso de doenças ocupacionais e acidentes relacionados ao 
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trabalho, alcançando níveis alarmantes. Isso incluía homens, idosos, mu-
lheres e crianças sendo colocados em tarefas cujas condições laborais e 
de vida muitas vezes eram invariavelmente deploráveis. 
Não havia nenhum controle sobre a segurança no desempenho das 
atividades ou a carga horária de trabalho e descanso, que, extenuando 
o trabalhador, levavam ao alcoolismo, à prostituição e à criminalidade. 
A mortalidade em alguns segmentos industriais atingiu, nesse período, 
níveis assombrosos (CHIRMICI; OLIVEIRA, 2016). 
As péssimas condições de trabalho, associadas ao receio da subs-
tituição da mão de obra humana pelas máquinas, fizeram com que 
surgissem os primeiros movimentos de luta por parte dos operários. 
Por meio de movimentos associados a sindicatos, reivindicavam direi-
tos aos trabalhadores. 
Os movimentos sociais e trabalhistas passaram então a pressionar 
políticos e legisladores, o que iniciou a edição de leis e normas para a 
proteção dos trabalhadores. Todavia, a mudança de cenário se apresen-
tou deveras muito lenta: 
Com as primeiras ações de regulação jurídica dos direitos traba-
lhistas, surge o Direito do Trabalho, que se destina a proteger os 
trabalhadores do esgotamento, estabelecendo limites para as ho-
ras laborais e garantias mínimas contra demissões por meras ra-
zões econômicas ou decorrentes do arbítrio patronal. (CHIRMICI; 
OLIVEIRA, 2016, p. 3-4) 
Assim, o que se pretendia era impor que as organizações promo-
vessem a melhoria das condições de saúde e segurança no trabalho. 
Observou-se a partir daí a criação de sistemas de pensões, de reformae de seguro contra acidentes ou desemprego, bem como a edição de 
legislações de proteção mais rigorosas para mulheres e crianças. 
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Decorrente de uma das determinações do Tratado de Versalhes, 
em 1919, houve a fundação da Organização Internacional do Trabalho 
(OIT), o que possibilitaria nas próximas décadas o desenvolvimento de 
estudos, recomendações e acordos internacionais para a promoção da 
proteção e dignificação dos trabalhadores em centenas de países. 
Em 1946, em Londres, 65 representantes de 25 países se reuniram 
para discutir a padronização internacional. Era o início do surgimento 
da International Organization for Standardization (ISO, em português 
Organização Internacional de Padronização), instituição internacional 
que tem como objetivo o desenvolvimento de normas técnicas e padrões 
internacionais em diversas áreas. A organização passou a existir oficial-
mente em 1947, tendo em sua fundação 67 comitês técnicos (ISO, 1997). 
Hoje, a ISO possui representantes de 165 países, 797 comitês es-
pecíficos e quase 24 mil normas internacionais, entre elas a ISO 
45001:2018, padrão internacional que estabelece requisitos para um 
sistema de gestão em segurança e saúde no trabalho, modelo segui-
do contemporaneamente pelas recentes inovações nas normas regula-
mentadoras nacionais em segurança e saúde do trabalho. 
1.1 Organização Internacional do Trabalho 
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é uma das agências 
da Organização das Nações Unidas (ONU). Entre todas as agências da 
entidade, a OIT é a única que possui estrutura tripartite, composta de 
representantes de governos, de organizações de empregadores e de 
trabalhadores. 
Conforme já citado, a OIT foi criada em 1919, e tem como objetivo ga-
rantir que homens e mulheres tenham acesso a um trabalho decente e 
produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade. 
Em 1999, a OIT formalizou a definição ou o conceito do que vem a 
ser trabalho decente. Tal conceito é fundado no respeito aos direitos 
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do 	trabalhador, 	especialmente 	aqueles 	definidos 	na 	Declaração 	Relativa 	
aos Direitos e Princípios Fundamentais no Trabalho. Os quatro objetivos 
estratégicos da OIT são apresentados a seguir: 
• Liberdade sindical e reconhecimento efetivo do direito de nego-
ciação coletiva. 
• Eliminação de todas as formas de trabalho forçado. 
• Abolição efetiva do trabalho infantil. 
• Eliminação de todas as formas de discriminação em matéria de 
emprego	 e	 ocupação;	 promoção	 do	 emprego	 produtivo	 e	 de	 qua-
lidade;	 extensão	 da	 proteção	 social;	 e	 fortalecimento	 do	 diálogo	 
social. 
A OIT é a entidade incumbida no âmbito internacional de redigir, for-
mular e aplicar normas internacionais do trabalho, por meio de conven-
ções e recomendações, devidamente apresentadas e aprovadas em 
Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho. 
Uma	 vez	 que	 um	 país	 ratifique	 uma	 convenção	 dentro	 do	 devido	 pro-
cesso legal, ela passa a fazer parte de seu ordenamento jurídico. O Brasil 
é um dos países membros fundadores da OIT, participando das confe-
rências internacionais do trabalho desde sua primeira reunião. Desde a 
primeira Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho, 
realizada em 1919, foram elaboradas 189 convenções, das quais o Brasil 
ratificou	 97	 delas,	 nem	 todas	 em	 vigor	 atualmente	 (OIT,	 [s. d.]). 
1.2 Outras entidades no cenário mundial 
1.2.1 Occupational Safety and Health Administration – OSHA 
A	 Occupational 	 Safety 	 and	 Health 	 Administration	 (OSHA) 	 é	 uma	 
agência do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, entidade 
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similar à Fundacentro aqui no Brasil. Criada em 1970, tem como res-
ponsabilidade 	a 	supervisão 	da 	saúde 	e 	segurança 	do 	trabalho 	e 	define 	
como sua missão impedir acidentes e doenças do trabalho, por meio 
da emissão e aplicação de regras denominadas normas de segurança 
e saúde no trabalho. 
As 	normas 	elaboradas 	pela 	OSHA 	constituem 	mandamentos 	a 	se-
rem seguidos pelas organizações, protegendo os trabalhadores dos pe-
rigos inerentes aos locais de trabalho. A agência tem grande variedade 
de materiais educacionais e de instrumentos eletrônicos disponíveis 
em seu site. Estão incluídas nessas orientações páginas com assuntos 
relacionados à segurança e saúde, aos programas de consultoria para 
profissionais, 	 às 	 cópias 	 de 	 normas 	 e 	 diretivas 	 da 	 organização, 	 além 	
de vídeos e outras informações para empregadores e trabalhadores 
(CHIRMICI; 	OLIVEIRA, 	2016). 
Ainda 	em 	seu 	site, 	a 	entidade 	oferece 	softwares 	e 	ferramentas 	ele-
trônicas que fornecem informações sobre questões de segurança e 
saúde no trabalho. 
1.2.2 National Institute for Occupational Safety and Health – NIOSH 
O	 National	 Institute	 for	 Occupational	 Safety	 and	 Health	 (NIOSH)	 é 	uma 	
agência federal dos Estados Unidos que tem como atribuições o desen-
volvimento de pesquisas e recomendações para a prevenção de lesões 
e	 doenças	 relacionadas	 ao	 trabalho.	 Estruturalmente,	 o	 NIOSH	 faz 	parte 	
do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), que pertence ao 
Departamento	 de	 Saúde	 e	 Serviços	 Humanos	 dos	 Estados	 Unidos. 
No Brasil, esse instituto tem grande relevância, haja vista sua produ-
ção de conhecimento e publicação dos padrões e metodologias para 
avaliação, amostragem e análise de agentes e substâncias químicas. 
O	 NIOSH	 oferece	 parâmetros	 a	 serem	 seguidos	 nas	 avaliações	 ocu-
pacionais, como volume de ar a ser amostrado, tipo de amostradores, 
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tempo de amostragem, métodos laboratoriais para análise, entre outros 
(CHIRMICI; 	OLIVEIRA,	 2016). 
1.2.3 American Conference of Governmental Industrial Hygienists 
– ACGIH 
A	 American	 Conference 	 of 	 Governmental 	 Industrial	 Hygienists 	
(ACGIH) 	é 	uma	 associação 	americana 	de 	higienistas 	industriais 	e 	afins. 	
Tem como propósito a produção de conhecimento e informações para 
a proteção da saúde dos trabalhadores. Com mais de 80 anos de exis-
tência, 	a 	ACGIH 	é 	altamente 	conceituada 	no 	meio 	especializado 	de 	hi-
giene industrial, saúde e segurança ocupacional. A associação é aberta 
à 	adesão 	de 	profissionais 	higienistas 	de 	qualquer 	parte 	do 	mundo. 
Como apresentaremos em outro capítulo, as normas regulamenta-
doras em vigor no Brasil não preveem limites de tolerância para todos 
os agentes ocupacionais, de modo que a própria legislação nacional 
determina que, na ausência de limites estipulados pelas normas regula-
mentadoras, devem ser utilizados como parâmetros os limites estabe-
lecidos 	pela 	ACGIH. 
Em 	seu 	site, 	a 	ACGIH 	disponibiliza 	aproximadamente 	400títulos 	de 	
publicações sobre higiene industrial, saúde ambiental, segurança e saú-
de médico-toxicológica, materiais perigosos, resíduos, qualidade do ar 
interior, agentes físicos, ergonomia, entre outros. 
2 Breve histórico nacional 
São praticamente inexistentes no Brasil quaisquer registros de doen-
ças	 relacionadas	 ao	 trabalho	 antes	 do	 fim	 da	 escravidão.	 Os	 trabalhos	 
manuais e penosos eram restritos aos escravos. Desse modo, recebiam 
pouca ou nenhuma importância por parte dos senhorios. 
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Em	 estudo	 conduzido	 pelo	 dr.	 Oswaldo	 Cruz,	 realizado	 no	 início	 do	 
século XX, durante a construção da ferrovia Madeira-Mamoré entre 
1907 e 1912, foram registrados os primeiros casos de doenças infeccio-
sas	 relacionadas 	ao 	 trabalho, 	principalmente	 em	 ferrovias 	 (CHIRMICI; 	
OLIVEIRA, 2016). 
A partir de então, outros trabalhos demonstraram a relação dire-
ta entre as condições laborais precárias e a incidência de acidentes e 
doenças do trabalho. Tais registros, em geral, estão relacionados às in-
dústrias europeias transferidas para o Brasil. Assim, de modo similar 
ao que ocorrera na Europa um século antes, as pressões dos movimen-
tos sociais e trabalhistas, associadas às denúncias de trabalhadores, 
levaram à publicação de legislações voltadas à proteção do trabalhador 
(CHIRMICI; 	OLIVEIRA,	 2016). 
Elencamos a seguir os acontecimentos de maior relevância para o 
trabalho e o trabalhador, inclusive algumas legislações internacionais 
que influenciaram a legislação brasileira (FUNDACENTRO, 2004). 
• 1918: Decreto n. 3.550 cria o Departamento Nacional do Trabalho, 
regulamentando a organização do trabalho. 
• 1919: Decreto Legislativo n. 3.724 institui a reparação em caso de 
doença	 contraída 	pelo 	exercício 	do	 trabalho;	 é	 conhecido	 como	 a	 
primeira lei sobre acidentes de trabalho. 
• 1920: 	Reforma	 “Carlos	 Chagas”	 incorpora	 a 	higiene	 do	 trabalho	 ao	 
âmbito da saúde pública por meio do Departamento Nacional de 
Saúde Pública (DNSP), órgão vinculado ao Ministério da Justiça 
e 	Negócios 	Interiores. 	Higiene 	do 	trabalho,	 ou 	higiene	 ocupacio-
nal, é uma expressão relacionada à área de segurança e saúde 
no 	 trabalho,	 mais 	 especificamente 	 ao 	 combate	 das	 doenças	 
ocupacionais. 
• 1923: Decreto n. 16.027 cria o Conselho Nacional do Trabalho 
e	 a	 Inspetoria	 de	 Higiene	 Industrial	 e	 Profissional	 junto	 ao	 
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Departamento Nacional de Saúde, no Ministério da Justiça e 
Negócios Interiores. 
• 1930: Decreto n. 19.433 cria o Ministério do Trabalho, Indústria 
e Comércio, desenvolvendo dispositivos regulamentadores das 
condições de trabalho, da organização sindical e da previdência 
social. 
• 1934: Decreto Legislativo n. 	24.637 	cria 	a 	Inspetoria 	de 	Higiene 	e 	
Segurança do Trabalho, tornando-se conhecido como a segunda 
lei sobre acidentes de trabalho. 
• 1938: 	A 	Inspetoria 	de 	Higiene 	e 	Segurança 	do 	Trabalho 	se 	trans-
forma 	em 	Serviço 	de 	Higiene 	do 	Trabalho, 	passando, 	em 	1942, 	
a 	 denominar-se 	 Divisão 	 de 	 Higiene 	 e 	 Segurança 	 do 	 Trabalho. 	
Fundação da American Conference of Governmental Industrial 
Hygienists 	 (ACGIH), 	 denominada, 	 na 	 ocasião, 	 de 	 National 	
Conference 	of 	Governmental 	Industrial 	Hygienists 	(NCGIH). 
• 1943: Decreto-lei n. 5.452, de 1o de maio, entra em vigor a 
Consolidação 	das 	Leis 	do 	Trabalho 	(CLT), 	com 	capítulo 	específico 	
dedicado à higiene e segurança do trabalho. 
• 1944: Decreto n. 7.036 institui a Comissão Interna de Prevenção 
de Acidentes (Cipa). 
• 1953: 	Recomendação 	 n. 	 97 	 da	 OIT 	 sobre 	 “Proteção 	 da	 saúde	 
dos trabalhadores”. 
• 1953: Portaria n. 155 regulamenta as ações da Cipa. 
• 1956: Decreto Legislativo aprova a Convenção n. 81 – Fiscalização 
do trabalho, da OIT. 
• 1959: Conferência Internacional do Trabalho aprova a 
Recomendação n. 112, que trata dos serviços de medicina do 
trabalho. 
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• 1966: Lei n. 5.161 cria a Fundação Centro Nacional de Segurança, 
Higiene	 e	 Medicina	 do	 Trabalho	 (Fundacentro),	 posteriormente	 
denominada Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e 
Medicina do Trabalho. 
• 1978: Portaria n. 3.214 aprova as normas regulamentadoras 
(NRs) do Capítulo V, Título II, da CLT, referentes à segurança e me-
dicina 	do	 trabalho;	 após	 a	 aprovação	 provida	 pela	 referida	 porta-
ria, foi viabilizado legalmente e editadas 28 normas regulamenta-
doras, as quais sofreram várias alterações ao longo do tempo até 
os dias atuais. 
• 1988: Constituição da República Federativa do Brasil e criação 
das normas regulamentadoras rurais (NRR). 
• 1997: Trabalho portuário – Portaria SSST n. 53, de 17 de dezem-
bro de 1997, aprova a Norma Regulamentadora n. 29, realizan-
do a regulamentação da proteção obrigatória contra acidentes e 
doenças	 profissionais,	 entre	 outros	 assuntos,	 aos	 trabalhadores	 
portuários. 
• 2002: Trabalho aquaviário – Portaria SIT/DSST n. 34, de 4 de 
 dezembro de 2002, aprova a Norma Regulamentadora n. 30, rea-
lizando a regulamentação das condições de segurança e saúde 
dos trabalhadores aquaviários. 
• 2005: Trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração 
florestal e aquicultura – Portaria MTE n. 86, de 3 de março de 
2005, aprova a Norma Regulamentadora n. 31, realizando a regu-
lamentação das condições de segurança e saúde no trabalho nas 
atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração flores-
tal e aquicultura. 
• 2005: Trabalho em serviços de saúde – Portaria GM n. 485, de 
11 de novembro de 2005, aprova a Norma Regulamentadora n. 
32, rea lizando a regulamentação das condições de segurança e 
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saúde no trabalho dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem 
como daqueles que exercem atividades de promoção e assistên-
cia à saúde em geral. 
• 2006: 	Trabalhos	 em	 espaços	 confinados	 –	 Portaria	 MTE	 n.	 202,	 
de 22 de dezembro de 2006, aprova a Norma Regulamentadora 
n. 33, realizando a regulamentação das condições de segurança 
e saúde no trabalho dos trabalhadores que interagem direta ou 
indiretamente	 em	 espaços	 confinados. 
• 2011: Trabalho na indústria de construção, reparação e desmon-
te naval – Portaria SIT n. 200, de 20 de janeiro de 2011, aprova a 
Norma Regulamentadora n. 34, realizando a regulamentação das 
condições de segurança e saúde no trabalho dos trabalhadores 
da indústria de construção, reparação e desmonte naval. 
• 2012: Trabalho em altura – Portaria SIT n. 313, de 23 de março 
de 2012, aprova a Norma Regulamentadora n. 35, realizando a 
regulamentação das condições de segurança e saúde no trabalho 
dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente em traba-
lhos em altura. 
• 2013: Trabalho em empresas de abate e processamento de car-
nes e derivados – Norma Regulamentadora n. 36 é aprovada, rea-lizando a regulamentação das condições de segurança e saúde 
no trabalho nas atividades desenvolvidas na indústria de abate 
e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo 
humano. 
• 2017: Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é alterada, com 
reflexos em dispositivos legais relacionados à segurança e saúde 
no trabalho: 
◦ Teletrabalho: inova ao estabelecer regras para a prestação de 
serviços preponderantemente fora das dependências do em-
pregador, com a utilização de tecnologias de informação e de 
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comunicação que, por sua natureza, não se constituam como 
trabalho externo. 
◦ Empregada gestante ou lactante: possibilitou que a gestante 
ou lactante exercesse atividades em locais de trabalho carac-
terizados como insalubres em grau médio ou mínimo, exce-
to quando apresentasse atestado médico recomendando o 
afastamento. Todavia, o Supremo Tribunal Federal considerou 
que tal regramento afronta a Constituição Federal, em viola-
ção à proteção constitucional à maternidade, à proteção do 
 mercado de trabalho da mulher, proteção contra a exposição 
da gestante e lactante a atividades insalubres, bem como a 
efetiva proteção ao recém-nascido. Em suma, a gestante ou 
lactante obrigatoriamente deve ser alocada em ambiente sa-
lubre, independentemente de qualquer grau de insalubridade. 
◦ Insalubridade: possibilita que as convenções coletivas de 
trabalho e acordos coletivos de trabalho possam alterar o 
enquadramento do grau de insalubridade. Neste caso, só é 
possível alterar o enquadramento do grau de insalubridade 
para um nível maior do que aquele estabelecido em lei (Norma 
Regulamentadora n. 15 – Atividades e operações insalubres, 
do Ministério do Trabalho e Previdência). 
◦ Proibição da supressão de direitos: os novos dispositivos da 
Consolidação das Leis do Trabalho proíbem que sejam esta-
belecidas em convenções coletivas de trabalho e acordos co-
letivos de trabalho a restrição, a supressão ou a redução de 
direitos sobre normas de saúde, higiene e segurança do tra-
balho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do 
Ministério do Trabalho, adicional de remuneração para as ati-
vidades insalubres ou perigosas e seguro contra acidentes de 
trabalho, a cargo do empregador. 
• 2018: Norma Regulamentadora n. 37 – Segurança e saúde 
em plataformas de petróleo é editada e aprovada. Regula os 
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requisitos mínimos de segurança, saúde e condições de vivência 
no trabalho a bordo de plataformas de petróleo em operação. 
• 2018: Norma ISO 45001:2018 – Sistemas de gestão de seguran-
ça e saúde ocupacional – requisitos com orientação para uso. A 
norma foi elaborada com o objetivo de auxiliar as organizações 
para gerir seus riscos ocupacionais e reduzir lesões e doenças 
nos locais de trabalho. 
• 2019: Ministério do Trabalho como órgão autônomo é extin-
to, transferindo suas atribuições e competências ao Ministério 
da Economia. Tais competências e atividades foram conferi-
das à Secretaria Especial de Previdência e Trabalho (SEPRT) do 
Ministério da Economia. 
• 2019: Medida Provisória n. 905/2019 é editada, instituindo nova 
espécie de contrato de trabalho (Contrato de Trabalho Verde e 
Amarelo) 	 e 	 modificando 	 alterações 	 na 	 legislação 	 trabalhista 	 e 	
previdenciária com reflexos para a segurança e saúde no traba-
lho, entre elas: 
I. Autorização para o armazenamento, em meio eletrônico, 
óptico ou equivalente de quaisquer documentos relativos a 
normas regulamentadoras de saúde e segurança no trabalho. 
II. Revogação da necessidade de novos estabelecimentos se 
submeterem à prévia inspeção e aprovação de suas instala-
ções pela autoridade regional competente em matéria de se-
gurança e medicina do trabalho, bem como comunicação nos 
casos 	de 	modificações 	substanciais 	nas 	instalações. 
III. Condicionamento do pagamento do adicional de periculo-
sidade apenas nos casos em que o trabalhador permaneça 
exposto efetivamente por no mínimo 50% de sua jornada de 
trabalho. 
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IV. O acidente de trajeto, ou seja, aquele ocorrido no percurso da 
residência para o local de trabalho ou deste para aquela, deixa 
de ser equiparado a acidente do trabalho. 
V. Extinção	 da	 certificação 	compulsória	 e	 emissão	 do	 Certificado 	
de aprovação (CA) dos equipamentos de proteção individual 
por	 órgão	 ministerial	 do	 trabalho.	 Passa	 a	 ser	 exigido	 certifi-
cado de conformidade emitido no âmbito do Sistema Nacional 
de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro) 
ou de laudos de ensaio emitidos por laboratórios acreditados 
pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia 
(Inmetro). 
IMPORTANTE 
As alterações realizadas pela Medida Provisória n. 905/2019 perderam 
sua eficácia, retornando as referidas regras ao estado anterior, em razão 
da revogação da Medida Provisória n. 905/2019 pela Medida Provisória 
n. 955/2020. 
 
• 2019: Norma Regulamentadora n. 1 é revisada. Entre as altera-
ções, estão: inclusão de regras sobre a prestação de informação 
digital e digitalização de documentos; aproveitamento de treina-
mentos entre organizações; possibilidade de realização de trei-
namentos ministrados na modalidade de ensino a distância ou 
semipresencial e tratamento diferenciado ao microempreendedor 
individual (MEI), à microempresa (ME) e à empresa de pequeno 
porte (EPP). 
• 2019: Norma Regulamentadora n. 12 é revisada. Houve uma re-
estruturação com o objetivo de facilitar a compreensão do texto 
legal e sua aplicação, bem como a simplificação de regras para 
as micro e pequenas empresas. Ocorreu ainda adequação do 
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regramento a ser atendido para máquinas fabricadas, exporta-
das ou importadas e maquinário já instalado. 
• 2020: Norma Regulamentadora n. 1 é revisada novamente com 
importantes inovações. Entre as mais importantes estão a im-
plementação do gerenciamento de riscos ocupacionais (GRO), 
do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) e do Plano de 
Resposta a Emergências (PRE). 
• 2020: Normas Regulamentadoras n. 7, n. 9 e n. 18 são revisa-
das, de modo a harmonizá-las às novas disposições1 da Norma 
Regulamentadora n. 1, substancialmente com foco em gestão de 
riscos. 
• 2021: é recriado o Ministério do Trabalho como órgão autônomo 
sob a denominação Ministério do Trabalho e Previdência. 
2.1 Ministério do Trabalho e Previdência 
O Ministério do Trabalho e Previdência é um órgão da administração 
pública federal direta e tem como área de competência, entre outras, os 
seguintes assuntos: 
• Fiscalização do trabalho, inclusive do trabalho portuário, e aplica-
ção das sanções previstas em normas legaisou coletivas. 
• Formação	 e 	desenvolvimento 	profissional. 
• Segurança e saúde no trabalho. 
É do Ministério do Trabalho e Previdência e de seus órgãos especí-
ficos 	que 	emanam 	as 	políticas, 	as 	normas, 	as 	leis 	e 	as 	portarias 	que	 
1 Essas novas disposições serão detalhadas em outros capítulos. Importante ressaltar que, por meio da 
Portaria n. 8.873, de 23 de julho de 2021, a vigência das inovações das Normas Regulamentadoras n. 1, n. 7, 
n. 9, n. 18 e parte da n. 37 foi prorrogada para 3 de janeiro de 2022. 
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regulam as questões relativas à saúde e segurança do trabalhador, de 
abrangência nacional. 
2.2 Fundacentro 
A Fundacentro, conforme vimos anteriormente, foi criada em 1966 
em função da preocupação com os expressivos índices de acidentes e 
doenças do trabalho no Brasil. 
Estruturalmente, a Fundacentro é uma autarquia ligada ao Ministério 
do 	Trabalho 	e 	Previdência 	e 	tem 	a 	finalidade 	de 	desenvolver 	pesquisas 	
na área de saúde e segurança no trabalho. Sua atuação é pautada nos 
princípios do tripartismo, ou seja, empregadores, trabalhadores e gover-
no são representados. Possui um Conselho Curador, constituindo sua 
instância máxima. 
É de grande relevância ressaltar que a Fundacentro constantemen-
te elabora diversas publicações técnicas de excelência relacionadas à 
higiene, à segurança e à saúde ocupacional, das quais destacam-se as 
Normas 	de 	Higiene 	Ocupacional 	(NHO), 	que 	estabelecem 	parâmetros,	 
limites de tolerância e metodologias de avaliação para diversos riscos 
ocupacionais. 
Considerações finais 
Neste capítulo, vimos que é relativamente recente a evolução efetiva 
dos mecanismos de proteção à segurança e saúde dos trabalhadores. 
Apenas no último século é que as instituições voltadas à proteção dos 
trabalhadores foram legalmente constituídas. 
Ao realizarmos a gestão dos programas ocupacionais, nos depa-
raremos com diversas legislações, nacionais e internacionais, que, 
em geral, emanam de uma ou mais das instituições estudadas neste 
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capítulo, 	exigindo 	do 	profissional 	conhecimento	 e 	constante 	atualiza-
ção técnica e legal. 
Referências 
AGRICOLA, Georgius. De re metallica.	 Editado	 por	 Herbert	 Clark	 Hoover	 e	 Lou	 
Henry	 Hoover.	 Nova	 York:	 Dover	 Publications,	 1950. 
CAMPANA, Carlos Luiz. Ramazzini, o clínico. In: RAMAZZINI, Bernardino. As 
doenças dos trabalhadores. 4. ed. São Paulo: Fundacentro, 2016. 
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WACHOWICZ, 	 Marta 	 Cristina. 	 Segurança, saúde e ergonomia. Curitiba: 
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	CAPA_Gestao_Programas_Ocupacionais
	PRO_OCU_01_IND_2022

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