Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 DISCIPLINA: Microbiologia Zootécnica TURMA: Zootecnia – 4º período 2º semestre de 2015 Aula 7 MICROBIOLOGIA DE FORRAGENS CONSERVADAS UNIPAM – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS DE MINAS Para que conservar forragem? 2 Pasto produz bem o ano todo? NÃO!! 3 E daí, o que fazer para alimentar os animais? INTRODUÇÃO • 80 a 85% da produção forrageira águas * O que fazer na estiagem? • Ensilagem (fermentação) • Vários microrganismos quais? • Microflora epífita maturidade, clima, corte e condicionamento • Aeróbios, anaeróbios e an. facultativos 5 IMPORTÂNCIA • Desejáveis e indesejáveis Silagem de boa qualidade • 10 requisitos básicos da ensilagem população microbiana 10 10 requisitos para produção e utilização de uma boa silagem • Escolha da espécie forrageira • estádio de maturação (ponto de colheita) • teor de MS • tamanho de corte • compactação • tempo de enchimento do silo • vedação • tipo de silo • fase de abertura do silo • método de retirada da silagem IMPORTÂNCIA • Fermentação (frutose e glicose) 2 mol ácido lático 1 mol ácido lático + 1 mol etanol + 1 CO2 • Produção de ácidos orgânicos (↓ pH) reduz/inibe microrganismos indesejáveis • Estabilidade 12 São quatro fases: Fase aeróbica; Fase anaeróbica; Fase de estabilidade; Fase de alimentação ou de instabilidade aeróbica. FASES DA FERMENTAÇÃO Fase aeróbica Primeira fase processo fermentativo; Presença O2 retido no material ensilado; Principal reação respiração; O2 + substratos CO2, H2O e calor Importante que ocorra em menor tempo; Boa compactação e vedação; Rapidez no fechamento do silo. Menor consumo de substratos silagem com maior energia forragem com menor temperatura FASES DA FERMENTAÇÃO Consequências de uma fase aeróbica prolongada: - excessiva perda de MS - excessiva produção de calor podendo comprometer a disponibilidade de proteínas e carboidratos em função da ocorrência da reação de Maillard Fase aeróbica 15 FASES DA FERMENTAÇÃO Enchimento, compactação e vedação devem ser feitos o mais rápido possível Fase anaeróbica Subdividida em duas fases: produção de ácido acético; produção de ácido lático. Principal produto ácido acético Enterobactérias e bactérias heterofermentativas • Fase de produção de ácido acético: Após o consumo de O2 crescimento M.O.s anaeróbicos Duração: 24 a 72 horas O pH cai para menos de 5 inibição dos M.O.s FASES DA FERMENTAÇÃO Fase anaeróbica Quando o pH atinge 3,8 a 4,0 término da fase • Fase de produção de ácido lático: Crescimento M.O.s produtores de ácido lático O pH diminui com maior rapidez Fase de estabilidade; A produção de ácido lático é paralisada Microrganismos permanecem quase inativos FASES DA FERMENTAÇÃO Bactérias Homofermentativa pH abaixo de 5,0 Glicose Ácido lático pH 3,8 a 4,2 Fase estável 3ª Fase Clostrídios e enterobactérias permanecem inativos ou na forma de esporos Enzimas e alguns mo. (L. bucheneri) podem permanecer ativos a um nível baixo Oude Elferink et al., (2002) Forragem permanece conservada Fase de instabilidade aeróbica Como reduzir esta deterioração? Retirar camada vertical mínima de 20 cm por dia Deixar a silagem o menor tempo possível exposta ao O2 Inicia-se com a abertura do silo Exposição ao O2 causando o desenvolvimento de leveduras Consumo de CHO’s e do ácido lático deterioração da silagem FASES DA FERMENTAÇÃO FASES DA FERMENTAÇÃO 20 Síntese das fases do processo fermentativo que ocorrem no silo e que resultam na produção de silagem. Fonte: Adaptação de Pitt e Shaver (1990). FASES DA FERMENTAÇÃO 22 pH Fermentação O2 ótimo limite Substrato Produto Resultado Homolática N 4,5-5,0 3,2-3,8 Açúcares Àc. lático Rápida ↓ pH Inibe ferm. 2as Heterolática N 5,5-6,0 3,8-4,4 Açúcares Ác. Org. Lático Acético Álcool CO2 Ac.Forte Ac.Fraca Evaporação Perda MS Acética S/N 7,0 4,3-4,6 Açúcares Acético Álcool CO2 Ac. Fraca Perda MS Butírica N 7,0-7,5 4,0-4,8 Açúcares Lático Proteínas Butírico NH3 + CO2 Aminas Ac. Fraca Perda MS PB ↓ consumo Fungos S 5,0-7,0 2,5-3,5 Açúcares MO NH3 + CO2 Perda MS ↓ consumo Leveduras S/N 4,0-6,0 1,3-2,5 Açúcares Lático Acético Álcool CO2 ↑ pH Perda MS 23 Jaster (1994) BAL nas plantas: menor que 10 UFC/g Muck (1988): 108 bact. láticas/g material ensilado 24 FATORES QUE AFETAM A POPULAÇÃO MICROBIANA • Quantidade de CHO’s: alta: favorece Lactobacillus --- baixa: favorece Clostridium • Teor de MS alto: favorece aparecimento de leveduras baixo: favorece clostrídeos → ácido butírico + aminas • Tempo de enchimento do silo • Compactação presença de O2 25 • Abertura: aumento de leveduras (por que?) • Alta temperatura, alta CT e má vedação → Clostridium • Alto pH: favorece Clostridium 26 FATORES QUE AFETAM A POPULAÇÃO MICROBIANA 27 FERMENTAÇÃO INDESEJÁVEL Fermentação Butírica - Se o pH não atinge rapidamente valores entre 3,8 a 4,2 inicia-se a fermentação secundária - Ocorre elevação da temperatura - envolve descarboxilação do ácido láctico (consumo de H+) criando condições favoráveis às bactérias do gênero Clostridium Ác.Lático e Açucares Residuais Ácido Butírico Clostridium 28 29 FERMENTAÇÃO INDESEJÁVEL Causas das fermentações indesejáveis - Planta com baixos teores de carboidratos solúveis - Alto teor de umidade na forragem (baixo teor de MS) - Alto poder tampão - Baixo grau de compactação Ex.: ensilagem de gramíneas tropicais com alta umidade capim-elefante, tanzânia, mombaça, tifton Como resolver? Usado aditivos sequestrantes de umidade 30 FERMENTAÇÃO INDESEJÁVEL 31 • Cana: excesso de açúcares solúveis quando madura ótimo substrato para desenvolvimento de microrganismos • Elevada e diversificada população epífita (bactérias, fungos e leveduras) Leveduras: responsáveis pela fermentação alcóolica (Candia, Saccharomyces, Torula e Picchia) microrganismos metabolizam rapidamente estes açúcares e são resistentes a elevadas temperaturas (50° a 55°C) Formação de álcool representa perdas de MS Sem poder de conservação O caso da silagem de cana-de-açúcar 32 Fermentação por Leveduras Sacarose (Sucrose) Frutose Glucose Frutose 6-P 2 Piruvatos 2 ADP 2 Pi 2 Acetaldeídos 2 Etanol 2 CO2 Glucose + 2 ADP + 2 Pi = 2 Etanol + 2 CO2 + 2 ATP + 2 H2O Piruvato Descarboxilase Álcool Desidrogenase 33 Ótima opção de volumo e daí, como resolver a fermentação alcoólica? Uso de aditivos – quais? • Microbiológicos e químicos - ureia: produz amônia que inibe leveduras - NaOH: uso restrito - Óxidode cálcio (cal), sal - Lactobacillus buchneri melhores resultados O caso da silagem de cana-de-açúcar 34 Sacarose Frutoses Glucose Glucose 6-P Xilulose 5P Lactato CO2 Pi Manitol 3 Frutoses + 2 ADPs + 2 Pi = Lactato + Acetato + 2 Manitol + CO2 + 2 ATP + 2 H2O Glucose + ADP + Pi = Lactato + Etanol + CO2 + 2 ATP + H2O Glucose + 2 Frutoses + 2 ADP + 2 Pi = Lactato + Acetato + 2 Manitol + CO2 + 2 ATP + H2O Piruvato Acetil-P Acetato Acetil-CoA Acetaldeido Etanol ATP ATP Fermentação Bactérias Heteroláticas 35 Sacarose Frutoses Glucose Glucose 6-P Xilulose 5P Lactato CO2 Pi Manitol Piruvato Acetil-P Acetato Acetil-CoA Acetaldeido Etanol ATP ATP Fermentação Bactérias Heteroláticas Álcool Desidrogenase L. buchneri X ITEM SILAGEM DE BOA QUALIDADE FERMENTAÇÃO RUMINAL pH 3,8 – 4,2 6 - 7 Espécies de Microrganismos Poucas Muitas Síntese Celular 5% 20 – 40% Celulose Pontenc. Digerível 0 90% Produto Final Ácido Lático Ácido Acético, Butírico Propiônico, pouco ác. lático CO2 CO2 e CH4 Características da fermentação que ocorre no silo e no rÚmen ≠ Considerações FINAIS • 10 requisitos básicos x Microbiologia (boa fermentação) Silagem de alta qualidade ↑ desempenho animal ↓ custos 39 MICROBIOLOGIA DA RAÇÃO • RAÇÃO: mistura de ingredientes carboidratos, lipídeos, minerais, vitaminas porém é seca! • Matéria prima (alimentos) dificilmente se contamina no campo (antes da colheita) • Em condições de maior umidade pode ocorrer o desenvolvimento de fungos entre 18 e 26 oC e umidade maior que 15%, associada com UR do ar acima de 90% Alternaria – Claviceps – Fusarium – Aspergillus – Penicillium produzem micotoxinas (aflatoxina) - intoxicações e infecções Quantidade máxima de aflatoxina nas rações 100 ppb (Brasil) --- 50 ppb (outros países) • IMPORTANTE A ANÁLISE DOS INGREDIENTES DA RAÇÃO!! 40 MICROBIOLOGIA DA RAÇÃO Principais fungos e toxinas • Aspergillus flavus --- aflatoxina • Fusarium spp. --- zearalenona • Penicillium spp. --- patulina, ocratoxina A e outras diversas • Aspergullus nidulans --- esterigmatocistina 41 Consequências da ingestão de aflatoxina por bovinos • Redução do consumo • Alterações hepáticas (aumento de volume e cor alaranjada) • Redução da produção de leite e GP (eliminação da toxina no leite) • Morte: 1,8 mg/kg de PV MICROBIOLOGIA DA RAÇÃO 42 Consequências da ingestão de ocratoxina por bovinos • Nefrotóxica: tóxica aos rins • Redução da produção de leite e resíduos da toxina eliminados no leite Consequências da ingestão de tricotecenos por bovinos • Tóxicas para as células da mucosa gástrica • Falta de epetite, incoordenação motora, redução na produção de leite Outros problemas em bovinos • Neurotoxicose 43 MICROBIOLOGIA DA RAÇÃO Outros problemas em bovinos • Abortos 44 MICROBIOLOGIA DA RAÇÃO MICROBIOLOGIA DA RAÇÃO 45 Consequências da ingestão de aflatoxina por suínos • Abaixo de 100 ppb: intoxicação ele e perda da conversão alimentar • Acima de 100 ppb: hemorragia generalizada e morte Consequências da ingestão de micotoxinas por peixes • Redução do crescimento e GP • Aumento da mortalidade • Lesões hepatocarcinogênicas • Redução da proteína na carne Consequências da ingestão de aflatoxina por coelhos • Muito sensíveis • Lesões hepáticas MICROBIOLOGIA DA RAÇÃO 46 Consequências da ingestão de aflatoxina por aves • Redução no consumo, GP e postura • Redução no peso dos testículos e testosterona • Perda de peso e morte Zearalenona (Toxina F2) • Produzida pelo Fusarium graminearum (fungo) • Presente no milho • Consequências da ingestão: abortos, absorção fetal, infertilidade... MICROBIOLOGIA DA RAÇÃO 47 Uso de Probióticos na alimentação de bovinos • resíduos de cervejaria e destilarias de álcool: leveduras constituídas por extrato fermentado de Aspergillus oryzae, por culturas de Saccharomyces cerevisiae, ou por ambos (Martin e Nisbet, 1992) • Maximização da fermentação ruminal Fatores estimulantes ao crescimento de bactérias celulolíticas Favorece crescimento de bact. que utilizam ác. lático (evita flutuações de pH) Leveduras eliminam o pouco O2 existente no rúmen • Melhor consumo e aproveitamento dos nutrientes Melhor desempenho MICROBIOLOGIA DA RAÇÃO 48 Efeitos da suplementação de leveduras em bovinos MICROBIOLOGIA DA RAÇÃO 49 Uso de Probióticos • Grupo de bactérias para recompor equilíbrio da população microbiana no intestino principalmente em animais doentes e/ou estressados • Leveduras e algas podem ser utilizadas como fonte de proteína leveduras: 45 a 55% de PB Controle de microrganismos na ração • Temperatura, peletização, umidade, adição de antibióticos Finalizando... Cuidado com a qualidade dos alimentos utilizados na nutrição dos animais! puros ou utilizados na formulação de concentrados Cuidados no armazenamento dos alimentos! livre de umidade 50
Compartilhar