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Previdenciario - Aula 01

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Turma isolada de conhecimentos específicos para técnico do seguro social 
Aula 01 
Prof. Paulo Roberto Fagundes 
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3.6. EQUIDADE NA FORMA DE PARTICIPAÇÃO NO CUSTEIO ...................................................................... 10 
3.7. DIVERSIDADE DA BASE DE FINANCIAMENTO ....................................................................................... 11 
3.8. CARÁTER DEMOCRÁTICO E DESCENTRALIZADO DA ADMINISTRAÇÃO, MEDIANTE GESTÃO 
QUADRIPARTITE, COM PARTICIPAÇÃO DOS TRABALHADORES, DOS EMPREGADORES, DOS 
APOSENTADOS E DO GOVERNO NOS ÓRGÃOS COLEGIADOS. .................................................................... 11 
4. ORIGEM E EVOLUÇÃO LEGISLATIVA NO BRASIL ................................................................ 12 
4.1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................... 12 
4.2. PRIMÓRDIOS .......................................................................................................................................... 12 
4.3. CONSTITUIÇÃO DE 1824 ........................................................................................................................ 12 
4.4. CRIAÇÃO DO MONGERAL (1835) ........................................................................................................... 13 
4.5. CONSTITUIÇÃO DE 1891 ........................................................................................................................ 14 
4.6. DECRETO LEGISLATIVO 3.724 (1919) ..................................................................................................... 14 
4.7. LEI ELÓI CHAVES (Decreto Legislativo 4.682, de 24-01-1923) .............................................................. 15 
4.8. CRIAÇÃO DE VÁRIAS CAIXAS DE APOSENTADORIAS E PENSÕES (1923 A 1933) ................................. 15 
4.9. INSTITUTO DE APOSENTADORIA E PENSÕES DOS MARÍTIMOS (1933) .......................................... 16 
4.10. CONSTITUIÇÃO DE 1934 ...................................................................................................................... 17 
4.11. CONSTITUIÇÃO DE 1937 ...................................................................................................................... 17 
4.12. CONSTITUIÇÃO DE 1946 ...................................................................................................................... 18 
4.13. LEI ORGÂNICA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL - LOPS (Lei 3.807/1960) ..................................................... 18 
4.14. CRIAÇÃO DO FUNRURAL (Lei 4.214/1963) .......................................................................................... 19 
4.15. CRIAÇÃO DO INSTITUTO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – INPS (Decreto-Lei 72/1966) ......... 19 
4.16. CONSTITUIÇÃO DE 1967 ...................................................................................................................... 19 
4.17. PRÓ-RURAL (Lei Complementar 11/1971) .......................................................................................... 20 
4.18. TRABALHADORES DOMÉSTICOS (Lei 5.859/1972) .............................................................................. 20 
4.19. CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL - CLPS (Decreto 77.077/1976) ......................... 20 
4.20. SISTEMA NACIONAL DE PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL – SINPAS (1977) ............................... 20 
4.21. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 ....................................................................................................... 21 
4.22. CRIAÇÃO DO INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (1990) ............................................ 21 
4.23. LEIS 8.212/91 E 8.213/91 ..................................................................................................................... 22 
4.24. EMENDA CONSTITUCIONAL N.º 20 (1998) .......................................................................................... 22 
4.25. DECRETO 3.048/99 – REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL ....................................................... 22 
5. LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA .................................................................................................. 22 
5.1. CONTEÚDO ............................................................................................................................................. 22 
5.2. FONTES ................................................................................................................................................... 23 
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6. AUTONOMIA ....................................................................................................................................... 23 
7. VIGÊNCIA E APLICAÇÃO DAS NORMAS PREVIDENCIÁRIAS ............................................ 24 
8. HIERARQUIA....................................................................................................................................... 24 
9. INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO .............................................................................................. 25 
9.1. INTERPRETAÇÃO .................................................................................................................................... 25 
9.2. INTEGRAÇÃO .......................................................................................................................................... 26 
9.3. IN DUBIO PRO MISERO .......................................................................................................................... 26 
10. QUESTÕES COMENTADAS .......................................................................................................... 27 
11. QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS .............................................................................................. 46 
12. GABARITO ......................................................................................................................................... 54 
 
 
1. CONCEITO DE SEGURIDADE SOCIAL (artigo 194 da CF) 
 
 O artigo 194, da Constituição Federal de 1988 define a seguridade social 
da seguinte forma: 
 
 Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado 
de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas 
a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência 
social. 
 
 Após uma lenta evolução do sentimento de responsabilidade social pelo 
infortúnio alheio, e em face das preocupantes convulsões que afetavam a 
sociedade, o Estado abandonou a postura de defensor apenas dos direitos 
individuais e mero espectador da atividade econômica e social, com o objetivo 
de restabelecer um equilíbrio mínimo nas relações sociais, através da instituição 
de políticas de inclusão social, as quais geraram obrigações jurídicas para o 
Estado no atendimento aos mais necessitados. 
 
 Surgiu o estado de bem-estar social ou welfare state, que propiciou uma 
integração mais efetiva entre o Estado e a sociedade, permitindo a criação da 
seguridade social como elemento de relevância nuclear para o desenvolvimento 
e a manutenção da dignidade da pessoa humana, sendo-lhe atribuída a tarefa 
de garantir a todos um mínimo de bem-estar nas situações geradoras de 
necessidade social. 
 
 No Brasil a evolução da proteção social, primeiramente passou pela 
simples caridade, após pelo mutualismo de caráter privado e facultativo, depois 
pelo seguro social. Atualmente, a Constituição Federal de cinco de outubro de 
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1988 disciplina o Sistema de Seguridade Social, no Título VIII, Capítulo II. 
 
Portanto, de acordo com o artigo 194, CF, a atuação da seguridade social 
está restrita as ações de saúde, previdência social e assistência social, e 
consiste em uma técnica de proteção social aos indivíduos contra contingências 
que os impeçam de prover as suas necessidades pessoais básicas e de suas 
famílias, assegurando de forma universal o bem-estar e a justiça social. 
 
 Cuidado com as pegadinhas! A seguridade social é o gênero do qual 
são espécies (partes, áreas ou subsistemas): a saúde, a previdência social 
e a assistência social. As questões sempre tentam confundir os candidatos 
trocando o gênero pelas espécies. 
 
 A previdência social não se confunde com a seguridade social, embora 
seja uma das suas áreas, por essa razão a sigla INSS (autarquia federal) não 
significa Instituto Nacional da Seguridade Social como muitos pensam, mas 
Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia gestora da Previdência Social 
(RGPS). 
 
 A moderna Seguridade Social está inserida no rol dos direitos sociais 
fundamentais da Constituição (2ª geração), mas não de forma exclusiva ou 
exaustiva, porque não abrange todos os direitos sociais previstos no artigo 6º 
da CF, como por exemplo, o direito à educação, à alimentação, ao trabalho, à 
moradia, ao lazer, à segurança, que não estão compreendidos entre os 
bens jurídicos tutelados pela Seguridade Social. 
 
 Fiquem atentos a outra pegadinha muito utilizada nos concursos, que 
consiste em inserir outros direitos sociais além da saúde, previdência e 
assistência, no contexto da seguridade social. Conforme analisamos no 
parágrafo anterior, embora a seguridade social faça parte dos direitos sociais da 
CF, ela não os esgota, existem outros previstos no artigo 6º, da CF. 
 
 Outro detalhe importante que deve ser observado nas provas dos 
concursos. A iniciativa das ações da seguridade social é do poder público e 
da sociedade de forma integrada, portanto, a iniciativa não é exclusiva 
dos poderes públicos. 
 
 De acordo com o parágrafo único do artigo 194 da CF, compete ao Poder 
Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social. Portanto, a 
organização é de competência privativa do poder público, entretanto as suas 
ações são de iniciativa do poder público e da sociedade de forma integrada. 
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3ª) também é bastante usual a organizadora modificar o significado textual dos 
princípios, trocando palavras ou expressões retiradas de outros princípios. Por 
exemplo: uniformidade da cobertura e do atendimento (inciso I), quando o 
correto seria universalidade da cobertura e do atendimento, tendo em vista 
que a uniformidade é um princípio expresso no inciso II que se refere às 
populações urbanas e rurais. 
 
 Passaremos agora a análise dos diversos princípios. 
 
3.1. SOLIDARIEDADE 
 
Embora não esteja expresso no artigo 194 da Constituição Federal, é um 
princípio de extrema relevância. Seu fundamento reside no fato de que todas as 
pessoas devem prestar assistência mútua para finalidade e bem comum. 
 
A solidariedade constitui importante princípio da previdência social, na 
medida em que representa um dos aspectos mais característicos do sistema de 
proteção coletiva. Como exemplo de sua aplicação, observa-se a possibilidade 
de uma pessoa, em seu primeiro dia de trabalho, aposentar-se por invalidez 
caso venha a ser vítima de um acidente de trabalho. Esta também é a 
justificativa para a contribuição do aposentado pelo RGPS que volta a exercer 
atividade remunerada. Na solidariedade a sociedade chama para si a 
responsabilidade de prover os meios necessários para uma efetiva proteção 
social. 
 
Este princípio veda o Regime de Capitalização na Previdência, no qual as 
contribuições são capitalizadas em contas individualizadas ou coletivas para a 
formação de uma reserva que na ocasião da aposentadoria será transformada 
em benefício, adotando o Regime de Repartição Simples que funciona em 
regime de caixa, fazendo com que suas contribuições sejam utilizadas para o 
pagamento de benefícios dos já aposentados. Portanto, pelo pacto 
intergerações a contribuição do segurado não tem caráter individual, 
destinando-se ao financiamento de todo o sistema protetivo. 
 
3.2. UNIVERSALIDADE DA COBERTURA E DO ATENDIMENTO 
 
Significa que todas as pessoas e em todas as situações necessárias 
devem estar amparadas pelo sistema. Consiste na entrega das ações, 
prestações e serviços de seguridade social a todos os que necessitem. 
 
A universalidade da cobertura (universalidade objetiva) tem como 
objetivo compreender todos os fatos e situações que geram as necessidades 
básicas das pessoas, tais como maternidade, velhice, doença, acidentes, 
invalidez, reclusão e morte, porque a proteção social deve alcançar todos os 
eventos cuja reparação seja premente. 
 
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 A universalidade do atendimento (universalidade subjetiva) consiste na 
abrangência de todas as pessoas indistintamente, ou seja, o amparo a todos, 
mesmo que não tenham capacidade econômica, a fim de manter a subsistência 
de quem dela necessite. 
 
 Algumas questões afirmam corretamente que a universalidade de 
atendimento da Seguridade Social na Saúde como “direito de todos 
gratuitamente” apresenta-se de forma distinta (mais ampla) da universalidade 
de atendimento prevista para a Previdência Social (somente aos segurados) ou 
para a Assistência Social (restrita aos necessitados). 
 
3.3. UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA DOS BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 
ÀS POPULAÇÕES URBANAS E RURAIS 
 
Traduz a isonomia entre trabalhadores rurais e urbanos nos aspectos 
qualitativo e valorativo das prestações. 
 
 Este princípio resulta do fato de que costumeiramente os trabalhadores 
rurais eram discriminados e prevê a concessão dos mesmos benefícios de 
igual valor econômico e de serviços da mesma qualidade às populações 
urbanas e rurais. Com esse princípio, a atual Constituição buscou unificar essas 
duas populações, corrigindo uma injustiça social histórica. 
 
 Embora determine um tratamento isonômico, esse princípio permite 
certas distinções desde que não sejam discriminatórias. Afinal isonomia 
também é tratar de forma desigual àqueles que não se encontrem em situação 
equivalente. Na aposentadoria por idade no regime geral de previdência social, 
por exemplo, aplica-se o redutor apenas para o trabalhador rural (60 anos de 
idade, se homem e 55 anos de idade, se mulher). 
 
3.4. SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE NA PRESTAÇÃO DOS 
BENEFÍCIOS E SERVIÇOS 
 
É princípio que se dirige precipuamente ao legislador, impondo-lhe que, 
na conformação legal dos planos de benefícios e serviços, priorize as maiores 
necessidades sociais. Permite a escolha pelo legislador das prestações mais 
necessárias e dos seus destinatários. No geral, de acordo com esse princípio, os 
riscos sociais que merecem proteção são selecionados e depois distribuídos 
conforme a necessidade de cada qual. 
 
A seletividade compreende uma graduação das ações de seguridade 
social, ou seja, elas devem ser priorizadas conforme a maior utilidade do 
benefício. Por este princípio, alguns benefícios são pagos somente aos mais 
carentes, como, por exemplo, o salário-família, que somente é previsto aos 
segurados que tenham renda mensal até certo limite. Pela mesmarazão, 
para um trabalhador que não possua dependentes, o benefício salário-família 
não será concedido, assim como para o trabalhador que se encontre incapaz 
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temporariamente para o trabalho, por motivo de doença, não será concedida a 
aposentadoria por invalidez, mas auxílio doença. 
 
Pelo princípio da distributividade, as ações devem ser planejadas a fim de 
alcançar o maior número de pessoas possíveis. Traduz o caráter solidário do 
sistema, buscando uma efetiva redistribuição de renda. Em decorrência do seu 
caráter social visa à distribuição da renda (benefícios assistenciais) 
prioritariamente as pessoas mais necessitadas e de regiões mais carentes, em 
detrimento daqueles que não precisam de uma proteção social mais efetiva, 
reduzindo a desigualdade social. 
 
3.5. IRREDUTIBILIDADE DO VALOR DOS BENEFÍCIOS 
 
De acordo com esse princípio, as prestações devem manter o seu valor 
original e não podem sofrer desvalorização (valor nominal – STF). 
 
 Relativamente à irredutibilidade, é importante lembrar que o STF 
reconheceu que esse princípio da seguridade social garante apenas o valor 
nominal ou original (redução objetiva) dos benefícios previdenciários. A corte 
constitucional entendeu que a garantia do valor real (perda de poder aquisitivo 
em decorrência da inflação) dos benefícios previdenciários está inserida em 
outro princípio, específico da previdência social, que assegura o 
reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o 
valor real, conforme critérios definidos em lei (artigo 201, § 4º, da CF). 
 
3.6. EQUIDADE NA FORMA DE PARTICIPAÇÃO NO CUSTEIO 
 
 Este princípio está diretamente relacionado ao da isonomia ou igualdade 
em matéria tributária. O Princípio da equidade na forma de participação no 
custeio representa a justiça no aspecto contributivo. Só deve contribuir 
efetivamente quem possui condições econômicas e na medida da sua 
capacidade contributiva. 
 
 Portanto, busca uma justa participação no custeio da Seguridade Social. 
Apenas aqueles que estiverem em iguais condições contributivas é que terão 
que contribuir da mesma forma, ou seja, as pessoas devem contribuir para com 
a Previdência de acordo com as suas possibilidades. 
 
 Uma das aplicações do princípio da equidade na forma de participação do 
custeio é a possibilidade de a base de cálculo das contribuições previdenciárias 
dos segurados empregados ser distinta da base de cálculo dos empregadores, o 
que não implica em transgressão ao princípio da equidade na forma de 
participação no custeio. Essa afirmativa já foi objeto de diversas questões 
de concursos de várias organizadoras diferentes. 
 
 Outros exemplos de aplicação desse princípio que sempre são 
cobrados nos concursos: o caso da progressividade das alíquotas das 
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contribuições dos empregados (8%, 9% ou 11%), o tratamento privilegiado 
dispensado às microempresas e às empresas de pequeno porte (SIMPLES), e a 
isenção para as entidades beneficentes de assistência social (sem fins 
lucrativos) que atenderem às exigências estabelecidas em lei. 
 
3.7. DIVERSIDADE DA BASE DE FINANCIAMENTO 
 
Aqui o legislador constituinte demonstrou a sua preocupação com a 
origem dos recursos necessários a manutenção do sistema securitário 
brasileiro, em decorrência da sua complexidade, determinando que o 
financiamento da seguridade deva buscar várias fontes de custeio, vedando a 
aquisição de recursos através de fonte única, sob pena de esgotá-la. 
 
 Um dos reflexos do princípio da diversidade da base de financiamento da 
seguridade social consiste na previsão constitucional segundo a qual a 
seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e 
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das contribuições 
sociais previstas ou instituídas nos termos da Constituição, sendo as principais 
receitas: 
 
� Os orçamentos públicos; 
 
� As contribuições dos empregadores e empresas, incidindo sobre: folha 
de salários, receita ou faturamento e lucro; 
 
� As contribuições dos trabalhadores e demais segurados da previdência 
social; 
 
� A receita proveniente de concursos de prognósticos (loteria); 
 
� A do importador ou equiparado. 
 
3.8. CARÁTER DEMOCRÁTICO E DESCENTRALIZADO DA 
ADMINISTRAÇÃO, MEDIANTE GESTÃO QUADRIPARTITE, COM 
PARTICIPAÇÃO DOS TRABALHADORES, DOS EMPREGADORES, DOS 
APOSENTADOS E DO GOVERNO NOS ÓRGÃOS COLEGIADOS. 
 
 Conforme estabelece esse princípio, a administração da seguridade social 
deve ter caráter democrático, buscando com isso a participação efetiva da 
sociedade no gerenciamento da Seguridade Social. 
 
 Além do poder público, cabe à sociedade civil participar da 
administração da Seguridade Social, através de representantes indicados 
pelos empregadores, pelos trabalhadores e pelos aposentados (caráter 
democrático e gestão quadripartite). 
 
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Exemplo da aplicação desse princípio é o Conselho Nacional da 
Previdência Social – CNPS, órgão colegiado responsável pelas diretrizes da 
previdência social, composto por 15 membros, sendo seis representantes do 
poder público e nove da sociedade civil, divididos entre três representantes 
dos trabalhadores na ativa, três representantes dos aposentados e 
pensionistas, e três representantes dos empregadores. 
 
Em resumo, de acordo com esse princípio, a gestão administrativa deve 
ser democrática, descentralizada, colegiada e quadripartite. 
 
4. ORIGEM E EVOLUÇÃO LEGISLATIVA NO BRASIL 
 
4.1. INTRODUÇÃO 
 
 A Previdência Social brasileira já passou por várias mudanças conceituais 
e estruturais, envolvendo o grau de cobertura, o elenco de benefícios oferecidos 
e a forma de financiamento do sistema. Uma análise de cada fase histórica da 
Previdência Social permite verificar os progressos alcançados ao longo de sua 
existência. Neste sentido, foram aqui reunidos os principais fatos que resumem 
a história da Previdência Social no Brasil. 
 
4.2. PRIMÓRDIOS 
 
 No Brasil a evolução da proteção social, primeiramente passou pela 
simples caridade, após pelo mutualismo de caráter privado e facultativo, depois 
pelo seguro social e, atualmente, o sistema de seguridade social, como 
consagrado na Constituição de 1988. 
 
 Da beneficência, inspirada pela caridade e pelo sentimento cristão, é 
exemplo a fundação das Santas Casas de Misericórdia no século XVI, pelo Padre 
José de Anchieta, a fundação da Santa Casa de Misericórdia de Santos, por Brás 
Cubas, em 1543, e da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro de 1584, 
cuja finalidade era a de prestar atendimento hospitalar aos pobres. 
 
 A transição da simples beneficência, por força de deveres meramente 
morais e religiosos, para a assistência pública no Brasil demorou 
aproximadamente quase três séculos, pois a primeira manifestação normativa 
sobre assistência social veio imprimida na Constituição de 1824. 
 
4.3. CONSTITUIÇÃO DE 1824 
 
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 A única disposição sobre seguridade social preconizava a instituição dos 
socorros públicos.A Constituição Imperial de 1824, como primeira manifestação 
legislativa brasileira sobre assistência social, rendeu homenagem à proteção 
social em apenas um dos seus artigos, especificamente no art. 179, inciso nº 
XXXI, com a seguinte redação: 
 
 Art. 179. A inviolabilidade dos Direitos Civis, e Políticos dos Cidadãos 
Brasileiros, que tem por base a liberdade, a segurança individual, e a 
propriedade, é garantida pela Constituição do Império, pela seguinte maneira: 
 (...) 
 XXXI. A Constituição também garante os socorros públicos. 
 
 Denota-se do corpo do dispositivo da Constituição Imperial de 1824, 
notadamente do caput do art. 179, a preocupação excessiva com as liberdades 
públicas, com a proteção aos indivíduos contra as eventuais investidas do 
Estado. A concepção estritamente liberal mostra-se evidente, inaugurando-se, 
em nível normativo constitucional, a assistência social pública, totalmente 
incipiente, já que nada de concreto assegurava-se aos cidadãos. 
 
 Portanto, a proteção social inserta no bojo da Constituição de 1824, não 
teve maiores consequências práticas, sendo apenas um reflexo do preceito 
semelhante contido na Declaração dos Direitos do Homem, de 1793, que 
qualificava estes "socorros públicos" como dívida sagrada. Entretanto, há que 
se reconhecer seu valor histórico, vez que se coloca a proteção social como um 
dos direitos humanos cuja garantia é a Lei Maior, embora sem o requisito da 
exigibilidade. 
 
4.4. CRIAÇÃO DO MONGERAL (1835) 
 
 As formas de montepios são as manifestações mais antigas de Previdência 
Social. O primeiro montepio surgiu em 22 de junho de 1835, o Montepio Geral 
dos Servidores do Estado (MONGERAL), funcionou através de mutualismo, ou 
seja, um grupo de pessoas se associou e contribuiu a fim de que fosse formado 
um fundo para a cobertura de determinados infortúnios, sendo a primeira 
entidade privada a funcionar no País. Tivemos o mutualismo como forma 
organizatória e como precedente precioso da Previdência Oficial. 
 
 Ainda no Império, pouco antes da promulgação da Constituição 
Republicana de 1891 surge a primeira lei de conteúdo previdenciário, qual seja, 
a Lei nº 3.397, de 24 de novembro de 1888, que prevê a criação de uma Caixa 
de Socorros para os trabalhadores das estradas de ferro de propriedade do 
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Estado, acompanhadas no ano seguinte (1889) de normas que criam seguros 
sociais obrigatórios para os empregados dos correios, das oficinas da Imprensa 
Régia e o montepio dos empregados do Ministério da Fazenda. 
 
4.5. CONSTITUIÇÃO DE 1891 
 
 Primeira Constituição a conter a expressão “aposentadoria”, porém 
somente os servidores públicos e sem contribuição destes. Inseriu apenas dois 
artigos nas suas disposições constitucionais acerca da proteção social, descritos 
nos artigos 5º e 75, a saber: 
 
 Art. 5º - Incumbe a cada Estado prover, a expensas próprias, as 
necessidades de seu Governo e administração; a União, porém, prestará 
socorros ao Estado que, em caso de calamidade pública, os solicitar. 
 (...) 
 Art. 75 - A aposentadoria só poderá ser dada aos funcionários públicos em 
caso de invalidez no serviço da Nação. 
 
 Constata-se que a Carta Magna Republicana inaugura em seu art. 75, a 
proteção social vinculada a uma categoria de trabalhadores, assegurando uma 
das principais prestações concedidas pela previdência social até hoje, que é a 
aposentadoria. Anote-se, ainda, que tal benefício era concedido aos 
funcionários públicos independentemente de contribuição, ou seja, a prestação 
era custeada integralmente pelo Estado. Portanto, ainda não se verifica regra 
de Previdência Social. 
 
 Foi, no entanto, no período de vigência da Constituição Republicana que 
se propalou toda a legislação previdenciária que veio a preparar a evolução dos 
regimes de previdência social existentes no Brasil. 
 
4.6. DECRETO LEGISLATIVO 3.724 (1919) 
 
 De início, legislava-se de forma esparsa sobre acidentes do trabalho, 
prevalecendo o favorecimento aos servidores públicos. A única exceção diz 
respeito aos ferroviários, pelo fato de exercerem atividade extremamente 
importante para a economia. 
 
 Posteriormente, iniciou-se a industrialização das grandes cidades e, por 
conseguinte, passaram a vigorar as escorchantes condições de trabalho, que 
resultaram em inúmeros acidentes do trabalho. Sobrevém, em razão disso, o 
Decreto Legislativo n° 3.724, de 15 de janeiro de 1919, tratando da proteção 
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aos acidentes do trabalho. 
 
 Embora não tenha sido considerada como o marco, foi a primeira lei no 
país a tratar de previdência social. A Lei nº 3.724, de 15.01.1919, instituiu a 
responsabilidade dos empregadores pelas consequências dos acidentes do 
trabalho, tornando compulsório o seguro contra estes acidentes em certas 
atividades. 
 
4.7. LEI ELÓI CHAVES (Decreto Legislativo 4.682, de 24-01-1923) 
 
 O Decreto n° 4.682, de 24 de janeiro de 1923, na verdade a conhecida 
Lei Elói Chaves (o autor do projeto respectivo), determinou a criação das Caixas 
de Aposentadorias e Pensões para os ferroviários prevendo os benefícios de 
aposentadoria por invalidez, a ordinária (tempo de serviço), pensão por morte e 
assistência médica. 
 
 A Lei Elói Chaves é considerada o marco inicial da Previdência 
Social no Brasil. A partir dela surgiram dezenas de caixas de aposentadorias e 
pensões, sempre por empresa. Assim os benefícios da Lei Elói Chaves foram 
estendidos aos empregados de outras empresas, chegando atingir o total de 
183 caixas de aposentadorias e pensões. 
 
 A despeito de ser considerado o ponto de partida, no Brasil, da 
Previdência Social propriamente dita, outras leis previdenciárias são anteriores 
a esta data (como nossa primeira lei acidentária que data de 1919). Apesar 
disso, a Lei Elói Chaves inaugurou o período de grande evolução da previdência 
social de nosso país, já que foi responsável pela instituição das Caixas de 
Aposentadorias e Pensões. 
 
4.8. CRIAÇÃO DE VÁRIAS CAIXAS DE APOSENTADORIAS E PENSÕES 
(1923 A 1933) 
 
 Após a criação da Lei Elói Chaves surgiram outras Caixas em empresas de 
diversos ramos da atividade econômica. A vinculação ao regime previdenciário 
das Caixas era determinada por empresa, ou seja, apenas essas empresas 
tinham acesso ao regime previdenciário reinante à época. 
 
 A proliferação do regime de Caixa por empresas criou pequenos regimes 
de Previdência que tinham por inconveniente o número mínimo de segurados 
indispensáveis ao funcionamento em bases securitárias. Sem contar o grande 
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número de trabalhadores que permaneciam à margem da proteção 
previdenciária, por não ocuparem postos de trabalhos em empresas protegidas. 
 
 Pouco a pouco, abandonou-se a criação das Caixas de Aposentadoria e 
Pensões, passando pelo momento da criação dos Institutos de Aposentadoria e 
Pensões, tendo como principal diferencial a criação de institutos especializados, 
em função da atividade profissional de seus segurados e não mais por 
determinadas empresas. 
 
4.9. INSTITUTO DE APOSENTADORIA E PENSÕES DOS MARÍTIMOS 
(1933) 
 
 Na década de 1930, passou a vigorar o regime dos Institutos, de 
contribuição tripartite (Estado, empregador e empregado) pelo qual o custeio 
vinculava-se, obrigatoriamente, as três fontes. Princípio, que, posteriormente 
foi erigidoem norma constitucional, em 1934. Os recursos do Estado advinham 
das taxas de importação. 
 
 O primeiro instituto de previdência de âmbito nacional, com base na 
atividade econômica, foi o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos, 
criado em 1933, pelo Decreto n° 22.872, de 29 de junho de 1933. 
 
 Assim, o diferencial existente entre as Caixas e os Institutos consistia 
principalmente no espectro de abrangência dos segurados protegidos, pois 
enquanto as Caixas restringiam-se aos trabalhadores de determinadas 
empresas os Institutos abarcavam categorias profissionais conexas, embora 
distintas, pela formação de grandes grupos de beneficiários. Outro ponto, dizia 
respeito ao aspecto espacial, já que os Institutos tinham abrangência nacional, 
o que não acontecia com as Caixas. 
 
 Acrescenta-se, ainda, como outro ponto relevante na criação dos 
Institutos de Aposentadoria e Pensões é a vinculação dessas entidades a órgãos 
do governo federal, submetidos ao controle financeiro, administrativo e diretivo 
do Estado, tais como: o Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Comerciários 
(IAPC), através do Decreto nº 24.273, de 22.05.1934; o Instituto de 
Aposentadorias e Pensões dos Bancários (IAPB), através do Decreto nº 24.615, 
de 09.07.1934; o Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários 
(IAPI), através da Lei nº 367, de 31.12.1936. 
 
 Entretanto, ainda careciam, tanto as Caixas como os Institutos, de 
normas uniformes, sendo corriqueiro encontrar disposições divergentes ou 
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conflitantes, coexistindo, assim, um emaranhado de leis em total desequilíbrio. 
Caminhou-se, então, para a uniformização das leis previdenciárias, vindo, antes 
disso a Constituição de 1934. 
 
4.10. CONSTITUIÇÃO DE 1934 
 
 Estabeleceu a forma tríplice de custeio: ente público, empregado e 
empregador, e pela primeira vez faz referência à expressão “previdência”, 
embora não a adjetivasse de “social”. A Constituição de 1934 teve como ponto 
marcante a consagração do modelo tripartite de financiamento do sistema de 
previdência social. Os recursos deveriam advir da União, dos empregados e dos 
empregadores. Sistema contributivo que se encontra inserto na vigente 
Constituição Federal (art. 195, caput). 
 
 No plano constitucional, deixava-se o estágio da assistência pública para 
adentrar na era do seguro social. Além de ter sido a primeira a utilizar o termo 
"Previdência", sem o adjetivo social, a Carta de 1934, referiu-se ao tema 
proteção social em outros dispositivos, dentre os quais, o que dava 
competência legislativa a União em matéria de proteção social, o que atribuiu 
responsabilidade aos Estados na execução dos serviços de saúde e assistências 
públicas, o que enumerava os riscos protegidos e, também, a instituição da 
contribuição tripartite. 
 
4.11. CONSTITUIÇÃO DE 1937 
 
 Não houve evolução quanto à Constituição anterior e a expressão “seguro 
social” surgiu em vez de previdência social e em nada versava sobre a forma 
tríplice de custeio. A Constituição outorgada de 1937, marcadamente 
autoritária, não se harmonizou com a avançada ordem instituída pela 
Constituição de 1934. 
 
 Apesar disso, a Ordem Suprema de 1937 não deixou de enumerar os 
riscos sociais cobertos pelo seguro social. Porém, não disciplinou a forma de 
custeio do sistema, muito menos se cogitou sobre a possibilidade de aporte de 
recursos advindos dos cofres da União. 
 
 Sob a égide da Constituição de 1937, foi editado o Decreto-lei n° 7.526, 
de 07 de maio de 1945, que determinou a criação de um só Instituto de 
Previdência, denominado de Instituto dos Seguros Sociais do Brasil – ISSB, que 
não chegou a se instalado em virtude de desinteresse político. 
 
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 Durante a sua vigência foram criados o IPASE (Instituto de Previdência e 
Assistência aos Servidores do Estado) e o IAPETC (Empregados e Transportes e 
Cargas), ambos em 1938. 
 
4.12. CONSTITUIÇÃO DE 1946 
 
 Seguindo movimento mundial influenciado pelo pós-guerra, foi 
promulgada a Constituição de 1946. Inicia-se uma sistematização da matéria 
previdenciária, a qual foi incluída no mesmo artigo que versava sobre Direito do 
Trabalho. Surgiu pela primeira vez a expressão “Previdência Social”, 
desaparecendo a expressão “seguro social”, é retomada a forma tríplice de 
custeio. 
 
 Nada de substancialmente novo foi incorporado ao texto constitucional, 
valendo lembrar apenas a imposição aos empregadores de manterem seguro de 
acidente de trabalho em prol de seus empregados. Por outro lado, no que toca 
a legislação infraconstitucional não se pode dizer o mesmo, já que houve 
significativos avanços sob a égide da Carta de 1946. 
 
 Ressalte-se, também, a incorporação da regra de contrapartida pela 
Emenda Constitucional n° 11, de 1965, pela qual se exige uma indissociável 
contrapartida entre as contribuições e as prestações, não se podendo, portanto, 
criar qualquer prestação sem a respectiva fonte de custeio e vice-versa. 
 
4.13. LEI ORGÂNICA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL - LOPS (Lei 3.807/1960) 
 
 Os diversos Institutos de Aposentadorias e Pensões foram originados de 
diplomas legais diferentes, consequentemente operavam de forma distinta, 
fazendo-se, cada vez mais, necessária a uniformização da legislação aplicável à 
previdência social, bem como a sua unificação administrativa, com a criação de 
um instituto único para todos. 
 
 Somente em 28.08.1960, com a Lei nº 3.807, chamada de Lei Orgânica 
da Previdência Social (LOPS), houve a uniformização da legislação 
previdenciária, incluindo benefícios como o auxílio-reclusão, o auxílio-funeral e 
o auxílio-natalidade e abrangendo um maior número de segurados, como os 
empregadores e os profissionais liberais. 
 
 A edição da LOPS veio a uniformizar todo o emaranhado de normas 
existentes sobre Previdência Social, uniformização legislativa essa que já se 
buscava de longa data. Portanto, a LOPS foi o maior passo dado ao rumo da 
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universalidade da Previdência Social, embora não se desconheça que alguns 
trabalhadores (domésticos e rurais) não foram contemplados pela nova norma. 
 
4.14. CRIAÇÃO DO FUNRURAL (Lei 4.214/1963) 
 
 O processo legislativo em matéria de Previdência Social nessa época 
crescia, pois tinha a LOPS como ponto de referência, sendo impulsionado cada 
vez mais pelos anseios e expectativas de toda a população. 
 
 Neste cenário, a fim de beneficiar os trabalhadores rurais foi criada em 
1963 o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL). Posteriormente, 
surgiria o FUNRURAL aperfeiçoado pela Lei Complementar n° 11, de 25 de maio 
de 1971. 
 
4.15. CRIAÇÃO DO INSTITUTO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – 
INPS (Decreto-Lei 72/1966) 
 
 Com a uniformização da legislação previdenciária através da Lei Orgânica 
da Previdência Social (LOPS), restava a unificação administrativa, No entanto, 
este fato só veio mais tarde, em 21.11.1966, por meio do Decreto nº 72 que 
fundiu os institutos de aposentadorias e pensões, originando o Instituto 
Nacional de Previdência Social. 
 
 O Decreto-Lei n° 72, de 21 de novembro de 1966, reuniu os seis 
Institutos de Aposentadorias e Pensões no Instituto Nacional de Previdência 
Social – INPS, instituindo a sua unificação administrativa. 
 
4.16. CONSTITUIÇÃO DE 1967 
 
 Não houve inovações em relação à de 1946. A Carta de 1967,com a 
Emenda n° 1, de 1969, pouco inovou, tendo como virtude trazer o sistema de 
seguro de acidente do trabalho para os auspícios do sistema previdenciário 
público, nos mesmos moldes de financiamento. 
 
 Em essência, a matéria previdenciária na Carta de 1967, com a Emenda 
n° 1, de 1969, não destoa das demais que lhe antecederam, tendo sido 
previstos os mesmos riscos sociais arrolados desde a Constituição de 1934. 
 
 É de se ressaltar a inclusão do salário-família no texto fundamental, que 
fora instituído em norma infraconstitucional e inserido como prestação 
previdenciária em 1973, além da criação do Ministério da Previdência e 
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Assistência Social em 1974 e também do seguro-desemprego, através do 
Decreto-Lei n° 2.283, de 27 de fevereiro de 1986. 
 
 As Emendas nº 7 e 8, de 1977 alteraram o quadro normativo 
constitucional, para o fim de autorizar a criação de contencioso administrativo 
destinado a resolver questões previdenciárias, e disciplinar a questão do custeio 
do sistema previdenciário, respectivamente. 
 
 A Emenda n° 18, de 1981, por sua vez, acrescentou preceito que 
constitucionalizava a aposentadoria especial do professor aos 30 anos, e da 
professora aos 25 de tempo de serviço. 
 
4.17. PRÓ-RURAL (Lei Complementar 11/1971) 
 
 A Lei Complementar n° 11, de 25 de maio de 1971, instituiu o Programa 
de Assistência ao Trabalhador Rural - PRÓ-RURAL, em substituição ao plano 
básico de Previdência Social Rural, porém os trabalhadores rurais em nada 
contribuíam. 
 
4.18. TRABALHADORES DOMÉSTICOS (Lei 5.859/1972) 
 
 A Lei n° 5.859, de 11 de dezembro de 1972, incluiu os empregados 
domésticos na Previdência Social urbana. 
 
4.19. CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL - CLPS 
(Decreto 77.077/1976) 
 
 Na década de 70, foram editados vários diplomas legais que trouxeram 
inovações importantes na legislação previdenciária tais como a criação do 
salário-família, os empregados domésticos se tornaram segurados obrigatórios 
e o salário-maternidade passou a constar no rol dos benefícios previdenciários. 
 
 Assim, com tantas normas legais em vigor tratando de previdência social, 
houve a necessidade de reuni-las, e isso ocorreu através do Decreto nº 77.077, 
de 24.01.1976, resultando na Consolidação das Leis da Previdência Social 
(CLPS). 
 
4.20. SISTEMA NACIONAL DE PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL – 
SINPAS (1977) 
 
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 Em 1° de setembro de 1977, criou-se o Sistema Nacional de Previdência e 
Assistência Social – SINPAS – com a finalidade de integrar todas as atribuições 
ligadas à previdência social rural e urbana, tanto a dos servidores públicos 
federais quanto os das empresas privas, composto de sete entidades: INPS, 
IAPAS, INAMPS, LBA, FUNABEM, DATAPREV e CEME. 
 
 O SINPAS, orientado, coordenado e controlado pelo Ministério da 
Previdência e Assistência Social, tornou-se responsável pela política 
previdenciária, de assistência médica, farmacêutica e social, com o objetivo de 
reestruturar a Previdência Social revendo as formas de concessão e 
manutenção de benefícios e serviços, reorganizando a gestão administrativa, 
financeira e patrimonial. 
 
4.21. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
 
 A Constituição de 1988 trouxe um capítulo específico sobre a seguridade 
social que passou a abranger a previdência social, a assistência social e a 
saúde. A nova Carta Magna de 1988 surge como ponto culminante da 
restauração do Estado democrático de direito, rompendo com o autoritarismo 
do regime militar. 
 
 O Capítulo II, Título VIII – Ordem Social trata da seguridade social. O 
artigo 194 define seguridade social como um conjunto integrado de ações de 
iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os 
direitos relativos à saúde, previdência e assistência social. Atualmente, o 
moderno sistema de seguridade social é composto pelo seguinte tripé: saúde, 
previdência e assistência social. 
 
4.22. CRIAÇÃO DO INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS 
(1990) 
 
 A Lei n° 8.029, de 12 de abril de 1990, extinguiu o Ministério da 
Previdência e Assistência Social e restabeleceu o Ministério do Trabalho e da 
Previdência Social. O Decreto n° 99.350, de 27 de junho de 1990, criou o 
Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, mediante a fusão do IAPAS com o 
INPS. 
 
 A maioria dos órgãos que faziam parte da estrutura do SINPAS foi 
paulatinamente sendo extintos: o INAMPS em 1993; a LBA e a FUNABEM em 
1995; e a CEME em 1997. A DATAPREV permanece atuando na prestação de 
serviços de processamento de dados aos órgãos do MPAS. 
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4.23. LEIS 8.212/91 E 8.213/91 
 
 A Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991, dispôs sobre a organização da 
Seguridade Social e instituiu seu novo Plano de Custeio. A Lei n° 8.213, de 24 
de julho de 1991, instituiu o Plano de Benefícios da Previdência Social. 
 
4.24. EMENDA CONSTITUCIONAL N.º 20 (1998) 
 
 Esta Emenda trouxe profundas mudanças para o sistema de Previdência 
Social. As mais importantes são as seguintes: 
 
� Benefício salário-família devido somente ao trabalhador de baixa renda; 
� Proibição de qualquer trabalho para os menores de 16 anos, salvo na 
condição de aprendiz, a partir de 14 anos; 
� Novas regras para concessão de benefícios previdenciários aos servidores 
públicos; 
� Criação de diretrizes para o regime de previdência privada, com caráter 
complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime 
geral de previdência social; 
� Organização da previdência social observando critérios que preservem o 
equilíbrio financeiro e atuarial. 
 
4.25. DECRETO 3.048/99 – REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
 
 O Decreto 3.048/99 aprovou o Regulamento da previdência Social, cuja 
finalidade é dar fiel execução as duas leis básicas de custeio e de benefícios da 
Previdência Social (lei 8.212/91 e lei 8.213/91). 
 
5. LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA 
 
5.1. CONTEÚDO 
 
 A seguridade social consiste em um sistema de proteção social à 
coletividade, visando assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à 
assistência social. Esta proteção social é exercida pelo Estado com o objetivo 
de promover o bem-estar de todos, inserindo-se dentre os direitos 
fundamentais de segunda geração, que são chamados de direitos sociais, 
juntamente com aqueles relacionados com o trabalho, a educação, a moradia e 
outros (art. 6º, CF). 
 
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 Nesse contexto, a legislação previdenciária compreende um conjunto de 
normas que disciplina a previdência social (custeio e benefícios). Entretanto, 
vale ressaltar que, alguns de seus dispositivos extrapolam o âmbito 
estritamente previdenciário e abarcam matérias referentes à seguridade social 
como um todo, abrangendo as áreas de saúde, previdência e assistência social. 
 
5.2. FONTES 
 
 A princípio, as fontes dividem-se em formais ou materiais. 
 
 MATERIAIS: são os fatos e valores que influenciam a norma jurídica, ou 
seja, aqueles que são levados em consideração para a produção do conteúdo 
normativo. Por isso é que essas fontes não são o Direito, mas fatores que 
determinam a sua existência. 
 
 FORMAIS: caracterizam-se pela exteriorizaçãodo direito, são as regras 
que regem um grupo social. Exemplos: constituição, leis, decretos, e outras. 
Podem ser subdivididas em: fontes principais (ou primárias ou imediatas) e 
fontes secundárias. 
 
 As fontes principais são aquelas que inovam ou modificam de maneira 
real o ordenamento jurídico, portanto são às que de per si têm força suficiente 
para gerar a regra jurídica, como por exemplo, a Constituição Federal, emenda 
constitucional, lei complementar, lei ordinária, lei delegada, decreto legislativo, 
resolução (art. 59, CF). 
 
 As fontes secundárias por sua vez não modificam de maneira prática o 
ordenamento jurídico, mas apenas garantem a regulamentação e a execução 
das fontes primárias. São às que não têm a força das primeiras porque não se 
submetem ao processo legislativo previsto na Constituição Federal, mas que, 
apesar de não inovarem, esclarecem os espíritos dos aplicadores da lei e 
servem de precioso substrato para a compreensão e aplicação global do Direito, 
como por exemplo, o decreto regulamentar, regulamento e instruções 
normativas. 
 
6. AUTONOMIA 
 
 O direito previdenciário é considerado um direito autônomo. Esta 
autonomia refere-se aos institutos e princípios peculiares, leis específicas e 
método e processo próprio. Além disso, a própria CF através dos artigos 6º e 7º 
separou a previdência do ramo do direito do trabalho dando àquela vida 
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autônoma não mais prevalecendo a antiga concepção de que a previdência 
pertencia em termos normativos ao direito do trabalho. 
 
 O legislador constituinte inclusive criou um capítulo próprio para a 
Seguridade Social (Capítulo II – Título VIII) no texto constitucional, dissipando 
qualquer dúvida sobre a sua autonomia. 
 
7. VIGÊNCIA E APLICAÇÃO DAS NORMAS PREVIDENCIÁRIAS 
 
 A princípio, as normas previdenciárias devem ser publicadas e seguem as 
mesmas regras impostas as demais pela Lei de Introdução às Normas do Direito 
Brasileiro – LINDB, tais como: 
 
� Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 
quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada (art. 1º); 
 
� Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a 
modifique ou revogue (art. 2º); 
 
� Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece (art. 
3º); 
 
 Apesar de seguir essas regras gerais, existem situações excepcionais. 
Uma dessas exceções está contida no art. 195, 6º, da atual Constituição, ao 
determinar que as contribuições sociais só poderão ser exigidas após decorridos 
noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou 
modificado. 
 
8. HIERARQUIA 
 
 As normas jurídicas previdenciárias estão sujeitas as mesmas regras de 
hierarquia aplicadas às demais normas. Pela ordem decrescente, em primeiro 
lugar inserem-se as normas constitucionais, abaixo dessas surgem às leis de 
maneira geral (complementares, ordinárias, delegadas) e as medidas 
provisórias, porque entre elas não há hierarquia, havendo distinção apenas 
quanto às matérias e ao quórum de aprovação, depois das leis estão 
posicionadas as normas regulamentares (Decretos) cujo conteúdo e o alcance 
restringem-se em função das leis nas quais tenham origem e demais atos 
normativos internos. Os casos de conflitos aparentes de normas resolvem-se 
através de determinados princípios, como por exemplo, lei especial prevalece 
sobre lei geral e o in dubio pro misero. 
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9. INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO 
 
 Existem diversos métodos universais, empregados nos diversos ramos do 
Direito para sua melhor compreensão e aplicação. Dividem-se sob duplo 
aspecto: integração e interpretação. 
 
 A exegese consiste em esforços intelectuais eminentemente jurídicos, 
pressupondo profundo domínio da matéria, bom senso e alguma sabedoria. 
 
9.1. INTERPRETAÇÃO 
 
 Através da interpretação busca-se o exato conteúdo e o alcance da 
norma, a fim de atingir esse objetivo vários métodos podem ser utilizados: 
 
Gramatical - por este processo o interessado deve ater-se à letra da lei para 
que possa alcançar o seu sentido. Ex.: quando o legislador preceitua que as 
empresas devem recolher as contribuições a seu cargo incidentes no dia vinte 
do mês seguinte ao da competência, não se pode entender até o 20º dia útil. 
 
Teleológico ou finalístico – esse método interpretativo busca a finalidade 
almejada pelo legislador ao elaborar a norma, desprezando o sentido 
estritamente literal do texto. 
 
Sistemático - o observador precisa avaliar toda a legislação em apreço e, na 
própria lei apreciada, seus inúmeros dispositivos, para atingir o resultado 
buscado. 
 
Autêntico - tem sido considerada aquela operada pela própria norma jurídica, 
vale dizer, pelo próprio legislador. 
 
Extensivo - existem institutos do Direito Previdenciário ensejando 
compreensão alargada da disciplina, enquanto, em outros, é afunilada, como 
por exemplo, em relação a matéria previdenciária penal que deve ser 
interpretada literal e gramaticalmente, valendo o adágio in dubio pro reo. A 
interpretação extensiva chega a resultados mais amplos quando comparados 
com o pretendido pelo legislador. 
 
Restritivo - a complexidade da Previdência Social obriga a utilização de regras 
interpretativas ímpares. A inteligência da parte penal do Direito Previdenciário, 
por exemplo, não pode ser a mesma utilizada em termos de filiação. As 
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exceções e as inúmeras frações da legislação previdenciária são apreciadas 
restritivamente, valendo mencionar: disposições penais, aposentadorias 
especiais, isenções, contagem recíproca do tempo de serviço e praticamente 
todo o custeio. 
 
Histórico – busca o entendimento na norma de acordo com o contexto 
histórico da época da sua elaboração. 
 
9.2. INTEGRAÇÃO 
 
 O artigo 4º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro 
estabelece que quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com 
a analogia, os costumes, os princípios gerais de direito e a equidade. 
 
Analogia - representa a similitude de cenários. Se os comandos jurídicos são 
afins, com a mesma estrutura, pressupostos, objetivos, e se um deles é 
reconhecidamente mal construído, pode ser utilizada uma regra semelhante de 
outra norma para o caso em concreto. 
 
Costumes - os costumes são práticas reiteradas, ao longo do tempo, acatadas 
pela própria administração, e que por essa razão acabam vinculando o Estado e 
o segurado com força de norma complementar. 
 
Princípios gerais de direito - conforme Venosa, "os princípios gerais de 
direito são regras oriundas da abstração lógica do que constitui o substrato 
comum do Direito". 
 
Equidade – é a aplicação da justiça ao caso concreto quando a lei for lacunosa. 
É a possibilidade de suprir a imperfeição da lei lacunosa, a fim de ajustá-la 
conforme a realidade. Por essa forma de integração foi estendido o direito à 
pensão por morte à companheira na época que essa regra ainda não estava 
prevista em lei. 
 
9.3. IN DUBIO PRO MISERO 
 
 Dúvida não se confunde com a ignorância do fato, ocorrendo dúvida 
realmente, e se ela refere-se à proteção, afirma-se como conclusão, deve 
ser resolvida a favor do beneficiário. Assim pender-se-á pela filiação, presença 
de incapacidade, realização da necessidade, direito à prestação. 
 
 
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10. QUESTÕES COMENTADAS 
 
01. (juiz federal TRF 5ª Região Cespe 2015) Consoante o caput do art. 
194 da CF, “A seguridade social compreende um conjunto integrado de 
ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a 
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência 
social.” No que se refere às distinções entre as três grandes funções de 
governo que compõem a seguridade social, é correto afirmar que 
A a função de assistência social destina-se aos segurados da previdência social 
mais carentes, ao passo que a previdência destina-se ao segurado que não tem 
plano próprio de previdência privada. 
B as ações do poder público no campo da saúde estão precipuamente voltadas 
para a prestação de serviços, enquanto aquelas no âmbito da previdência social 
referem-se à prestação de benefícios previdenciários. 
C a função saúde atende aos segurados que se encontram no gozo dos direitos 
que, nessa qualidade, lhe são inerentes, ao passo que a assistência social 
destina-se aos que perderam essa qualidade. 
D o benefício de prestação continuada, previsto na Lei Orgânica da Assistência 
Social, destina-se a ações direcionadas à saúde e à assistência social. 
E a função saúde não se destina aos segurados da previdência que possuam 
planos privados de saúde. 
 
Comentários 
 
 A alternativa “A” está incorreta. Na realidade são dois erros: a assistência 
social não está vinculada à previdência social (RGPS), e não há nenhum 
impedimento para o segurado da previdência social (RGPS) contratar plano de 
previdência privada. 
 
 A alternativa “B” está correta. As prestações da seguridade social 
dividem-se em benefícios e serviços. Benefícios são as prestações pecuniárias, 
como por exemplo, uma aposentadoria, e os serviços são prestações não 
pecuniárias, como por exemplo, o atendimento de um paciente em hospital 
público, através do serviço de saúde pública (SUS). 
 
 A alternativa “C” está incorreta. O atendimento da saúde é universal e 
igualitário. Não é necessário que a clientela protegida seja segurada do INSS, 
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além disso, quanto à assistência social, não há nenhuma exigência no sentido 
que o beneficiário já tenha sido segurado do INSS. 
 
 A alternativa “D” está incorreta. O Benefício de Prestação Continuada – 
BPC destina-se somente a ações direcionadas à assistência social. 
 
 A alternativa “E” está incorreta. Como já foi afirmado no comentário da 
alternativa “C”, a saúde pública é de acesso universal. Portanto, independe de 
qualquer vinculação com planos de previdência, sejam eles públicos ou 
privados. 
 
Gabarito: B 
 
 
02. (analista judiciário – oficial de justiça TRT 16ª Região FCC 2014) 
Patrícia é professora universitária em uma instituição privada no 
estado do Maranhão. Casada há cinco anos com Gustavo, após diversas 
tentativas, finalmente conseguiu engravidar. A proteção à maternidade 
da gestante Patrícia, observados critérios que preservem o equilíbrio 
financeiro e atuarial, será atendida, nos termos da lei, pela 
(A) assistência social, organizada sob a forma de regime geral, 
independentemente de filiação e de contribuição à seguridade social. 
(B) previdência social, organizada sob a forma de regime especial próprio de 
servidores públicos, de caráter contributivo e de filiação facultativa. 
(C) previdência social, organizada sob a forma de regime geral, 
independentemente de filiação e de contribuição à seguridade social. 
(D) previdência social, organizada sob a forma de regime geral, de caráter 
contributivo e de filiação obrigatória. 
(E) previdência social, organizada sob a forma de regime especial próprio de 
servidores públicos, independentemente de filiação e de contribuição à 
seguridade social. 
 
Comentários 
 
 De acordo com o art. 201, inciso II, da CF, a previdência social será 
organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de 
filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio 
financeiro e atuarial, e deverá atender, além de outras contingências, a 
proteção à maternidade, especialmente à gestante. 
 
Gabarito: D 
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hipossuficiente, enquanto que a previdência apenas a trabalhadores que 
contribuem para o sistema previdenciário. 
IV. O princípio da uniformidade e equivalência entre as prestações devidas às 
populações urbana e rural decorre do princípio da isonomia e, por isso mesmo, 
não impede a existência de regras diferenciadas de acesso a benefícios 
previdenciários pela população rural. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
(A) I. 
(B) III. 
(C) II e III. 
(D) IV. 
(E) I e III. 
 
Comentários 
 
 O item I está incorreto. Conforme o artigo 194, da CF, a Seguridade 
Social abrange somente os direitos sociais da saúde, previdência social e 
assistência social; 
 
 O item II está incorreto. Em regra, a Previdência Social não leva em conta 
apenas a necessidade social dos seus segurados. Para que tenham acesso aos 
benefícios previdenciários a legislação exige contribuições prévias (carência); 
 
 O item III está incorreto. Diversamente do que ocorre na assistência 
social, a saúde pública é de acesso absolutamente universal e igualitário não se 
restringindo apenas aos cidadãos hipossuficientes; 
 
 O item IV está correto. Apesar de o princípio determinar um tratamento 
isonômico, permite certas distinções desde que não sejam discriminatórias. 
Afinal isonomia também é tratar de forma desigual àqueles que não se 
encontrem em situação equivalente. Por exemplo, na aposentadoria por idade 
no regime geral de previdência social aplica-se o redutor apenas para o 
trabalhador rural (60 anos de idade, se homem e 55 anos de idade, se mulher). 
 
Gabarito: D 
 
 
05. (assessor jurídico TCE/PI FCC 2014) Conforme previsão contida na 
Constituição Federal, compete ao Poder Público organizar a Seguridade 
Social alicerçado no seguinte princípio ou objetivo: 
(A) irredutibilidade do valor dos serviços e do custeio. 
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Comentários 
 
 A seletividade e distributividade na prestação de benefícios e serviços é 
um princípio que se dirige precipuamente ao legislador, impondo-lhe que, na 
conformação legal dos planos de benefícios e serviços, priorize as maiores 
necessidades sociais. Permite a escolha pelo legislador das prestações mais 
necessárias e dos seus destinatários. No geral, de acordo com esse princípio, os 
riscos sociais que merecem proteção são selecionados e depois distribuídos 
conforme a necessidade de cada qual. 
 
 A seletividade compreende uma graduação das ações de seguridade 
social, ou seja, elas devem ser priorizadas conforme a maior utilidade do 
benefício. Por este princípio, alguns benefícios são pagos somente aos mais 
carentes, como, por exemplo, o salário-família, que somente é previsto aos 
segurados que tenham renda mensal até certo limite. Pela mesma razão, 
para um trabalhador que não possua dependentes, o benefício salário-família 
não será concedido, assim como para o trabalhador que se encontre incapaz 
temporariamente para o trabalho, por motivo de doença, não será concedida a 
aposentadoria por invalidez, mas auxílio-doença. 
 
 Peloprincípio da distributividade, as ações devem ser planejadas a fim 
de alcançar o maior número de pessoas possível. Traduz o caráter solidário 
do sistema, buscando uma efetiva redistribuição de renda. Em decorrência do 
seu caráter social visa à distribuição da renda (benefícios assistenciais) 
prioritariamente as pessoas mais necessitadas e de regiões mais carentes, em 
detrimento daqueles que não precisam de uma proteção social mais efetiva, 
reduzindo a desigualdade social. 
 
Gabarito: B 
 
 
07. (procurador judicial Prefeitura do Recife FCC 2014) A Previdência 
Social rege-se pelos seguintes princípios e objetivos: 
I. Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas 
e rurais. 
II. Caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a 
participação do governo e da comunidade, em especial de trabalhadores em 
atividade, empregadores e aposentados. 
III. Cálculo dos benefícios considerando-se os salários-de-contribuição 
corrigidos monetariamente. 
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IV. Irredutibilidade do valor dos benefícios de forma a preservar-lhes o poder 
real. 
Está correto o que consta APENAS em 
(A) III. 
(B) II e III. 
(C) I, II e III. 
(D) II e IV. 
(E) I e IV. 
 
Comentários 
 
 O item I está correto. Esse princípio surgiu a partir da atual Constituição 
estabelecendo tratamento igualitário entre os trabalhadores urbanos e rurais 
que, até então, estavam separados em regimes de previdência distintos; 
 
 O item II está correto. A gestão administrativa deve ser quadripartite nos 
órgãos colegiados, com a presença do poder público (governo) e da sociedade 
civil, representada pelos trabalhadores na ativa, pelos aposentados e também 
pelas empresas; 
 
 O item III está correto. Para o cálculo da média do valor dos benefícios 
(salário-de-benefício) devem ser utilizadas as contribuições dos segurados 
(salário-de-contribuição) devidamente corrigidas; 
 
 O item IV está incorreto. De acordo com a transcrição literal desse 
princípio contido no artigo 2º, inciso V, da Lei 8.213/91 (Benefícios), e no artigo 
4º, inciso V, do Decreto 3.048/99 (Regulamento), a irredutibilidade dos 
benefícios deve preservar-lhes o poder aquisitivo. Mesmo quando o legislador 
não usa essa expressão (poder aquisitivo), determina que haja a preservação 
do valor real dos benefícios, conforme o artigo 3º, parágrafo único, alínea “d”, 
da Lei 8.212/91 (Custeio), e o artigo 201, § 4º, da Constituição Federal. 
Portanto, por ser muito vaga e genérica, a expressão poder real não é 
utilizada pelo legislador em complemento ao princípio da irredutibilidade. 
 
Gabarito: C 
 
 
08. (juiz do trabalho substituto TRT 18ª Região FCC 2014) Sinfrônio, 
jovem com 13 anos de idade, em situação de hipossuficiência 
econômica, Georgino com 35 anos, empresário bem sucedido no ramo 
imobiliário. De acordo com os destinatários da proteção social dentro 
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do sistema público de seguridade social brasileiro, é correto afirmar 
que 
(A) Sinfrônio e Georgino podem participar como segurados do subsistema de 
previdência social. 
(B) Georgino e Sinfrônio estão atualmente alcançados pelo subsistema de 
assistência social. 
(C) Sinfrônio e Georgino podem participar do subsistema de saúde. 
(D) Georgino pode ser hoje destinatário dos programas de saúde e assistência 
social. 
(E) Georgino pode participar apenas do subsistema de saúde. 
 
Comentários 
 
 De acordo com o artigo 194, CF, a atuação da seguridade social está 
restrita às ações de saúde, previdência social e assistência social, e 
consiste em uma técnica de proteção social aos indivíduos contra contingências 
que os impeçam de prover as suas necessidades pessoais básicas e de suas 
famílias, assegurando de forma universal o bem-estar e a justiça social. 
 
 A seguridade social é o gênero do qual são espécies (partes, áreas ou 
subsistemas): a saúde, a previdência social e a assistência social. Um dos 
aspectos distintivos entre essas três áreas é a clientela protegida 
(beneficiários). 
 
 A saúde pública tem acesso universal, igualitário e gratuito, todas as 
pessoas estão amparadas, desde um rico empresário ao mais pobre dos 
cidadãos. 
 
 A previdência social tem caráter contributivo, em regra, seus beneficiários 
são apenas os trabalhadores que exercem atividade remunerada 
(segurados) e os dependentes. 
 
 A assistência social tem como beneficiários somente os necessitados, 
independentemente de contribuições, conforme dispuser a Lei Orgânica da 
Assistência Social – LOAS. 
 
 Portanto, um empresário bem sucedido pode participar das ações de 
saúde e previdência social, mas jamais terá acesso aos benefícios da 
assistência social. Por outro lado um hipossuficiente econômico tem direito a 
assistência social e a saúde, porém não pode participar da previdência social. 
 
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Gabarito: C 
 
 
09. (analista judiciário – área administrativa TRT 8ª Região Cespe 
2013) Acerca da evolução histórica do direito previdenciário brasileiro, 
assinale a opção correta. 
A Ocorreram inúmeras modificações na organização administrativa 
previdenciária brasileira ao longo de seu desenvolvimento, tais como a 
transformação do Fundo de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural em 
INPS e, em seguida, mediante a CF, a transformação deste em INSS. 
B O ordenamento jurídico brasileiro coexistiu com inúmeros regimes 
previdenciários específicos até a edição do Decreto-lei n.º 72/1966, mediante o 
qual foram unificados os institutos de aposentadorias e centralizada a 
organização previdenciária no INPS. 
C O Decreto Legislativo n.º 4.682/1923, também conhecido como Lei Eloy 
Chaves, é considerado um marco do direito previdenciário brasileiro, devido ao 
fato de, por meio dele, ter sido criado o Ministério da Previdência e Assistência 
Social. 
D Ao longo de décadas, o Estado brasileiro deixou de concedeu diversos direitos 
sociais a seus cidadãos, tendo sido instituídos benefícios previdenciários ao 
trabalhador apenas com a promulgação da CF. 
E A Constituição Federal de 1934 é considerada retrocedente quanto à proteção 
ao trabalhador, haja vista terem sido dela excluídos os benefícios de proteção à 
maternidade e os provenientes de acidente de trabalho. 
 
Comentários 
 
 A letra A está errada porque a previdência rural (FUNRURAL) e a 
previdência urbana (INPS) ficaram separadas até o advento da atual 
Constituição Federal de 1988; 
 
 A letra B está certa porque o Decreto-Lei n° 72, de 21 de novembro de 
1966, reuniu os seis Institutos de Aposentadorias e Pensões existentes até 
então no Instituto Nacional de Previdência Social – INPS, instituindo a sua 
unificação administrativa; 
 
 A letra C está errada porque a lei Eloy Chaves de 1923, embora seja 
considerada o marco da Previdência Social no Brasil, não criou o Ministério da 
previdência e Assistência Social e sim uma caixa de aposentadorias e pensões 
para os ferroviários. O Ministério da Previdência foi criado em 1974; 
 
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 A letra D está errada porque os benefícios previdenciários começaram a 
partir da lei Eloy Chaves de 1923 (Decreto Legislativo 4.682); 
 
 A letra E está erradaporque ao contrário do que afirma o seu enunciado, 
a CF de 1934 assegurou à gestante descanso, antes e depois do parto, sem 
prejuízo do salário e do emprego, e instituição de previdência, mediante 
contribuição da União, do empregador e do empregado, a favor da 
maternidade, e nos casos de acidente do trabalho. 
 
Gabarito: B 
 
 
10. (analista executivo/direito Governo do Estado do Espírito Santo 
Cespe 2013) Acerca do conceito, da origem e da evolução legislativa da 
seguridade social brasileira, assinale a opção correta. 
A - A previdência social, conforme a CF, deve cuidar de proteger a maternidade, 
mas não trata da questão da gravidez. 
B - Para garantir ao atendimento do objetivo de realização do bem-estar e da 
justiça social, o Estado brasileiro atribuiu à seguridade social brasileira caráter 
contributivo, sendo imprescindível a contribuição para se ter direito aos 
benefícios do sistema, tais como o de aposentadoria, saúde pública e 
assistência social. 
C - A Constituição de 1934 foi a primeira a dispor sobre aposentadoria, 
instituindo-a para os funcionários públicos em caso de invalidez no serviço. 
D - A Constituição de 1937 foi a primeira a prever a forma tripartite de custeio 
da previdência, realizada com contribuições do Estado, do empregado e do 
empregador. 
E - Apesar de não ser a primeira norma a tratar de seguridade social, a Lei Eloy 
Chaves (Decreto Legislativo nº 4.682/1923) é considerada pela doutrina 
majoritária o marco inicial da previdência social brasileira. 
 
Comentários 
 
 A letra A está errada porque a teor do art. 201, inciso II da CF, a 
previdência deve proteger a maternidade e especialmente à gestante; 
 
 A letra B está errada porque no tocante à saúde e à assistência social 
o sistema não é contributivo por parte da clientela protegida; 
 
 A letra C está errada porque esse fato ocorreu na Constituição de 1891; 
 
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 A letra D está errada porque tríplice forma de custe surgiu com a 
Constituição de 1934; 
 
 A letra E está certa porque a Lei Eloy Chaves é considerada o marco da 
Previdência Social no Brasil, mas antes dela já havia normas securitárias, como 
por exemplo, a Lei 3.724 de 1919 que estabeleceu a indenização e o seguro 
para acidentes do trabalho. 
 
Gabarito: E 
 
 
11. (defensor público do Estado do Amazonas FCC 2013) Conforme 
dispõe a Constituição da República Federativa do Brasil, compete ao 
Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com 
base no objetivo de: 
(A) universalidade da cobertura e singularidade no atendimento. 
(B) unidade na base do financiamento e custeio. 
(C) equidade na forma de participação no custeio. 
(D) centralização na administração, com direção única em todas as esferas de 
governo. 
(E) diversidade dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais, em 
razão das suas peculiaridades. 
 
Comentários 
 
 A letra “A” está errada porque tanto a cobertura como o atendimento 
é universal. Isto significa que deve haver cobertura em todas as situações de 
risco, com atendimento para toda a coletividade; 
 
 A letra “B” está errada porque a CF estabelece a diversidade na base do 
financiamento, o que impede que a Seguridade Social seja financiada por uma 
única fonte de custeio; 
 
 A letra “c” está certa porque a participação no custeio da Seguridade 
Social deve ser equânime, vale dizer, representa a justiça no aspecto 
contributivo. Só deve contribuir efetivamente quem possui condições 
econômicas e na medida da sua capacidade contributiva. Apenas aqueles que 
estiverem em iguais condições contributivas é que terão que contribuir da 
mesma forma. 
 
 A letra “D” está errada porque a gestão administrativa da Seguridade 
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Social deve ser democrática, descentralizada e quadripartite; 
 
 A letra “E” está errada porque a partir da vigência da atual carta 
constitucional aplica-se o princípio (objetivo) da uniformidade e equivalência 
dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais. 
 
Gabarito: C 
 
 
12. (procurador da Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba FCC 
2013) A Seguridade Social está inserida na Constituição da República 
Federativa do Brasil como objetivo da ordem social, cabendo ao Poder 
Público organizá-la com base em alguns objetivos ou princípios. Assim 
sendo, a escolha de um plano básico compatível com a força 
econômico-financeira do sistema e as reais necessidades dos 
protegidos, refere-se ao objetivo ou princípio da 
(A) universalidade da cobertura e atendimento. 
(B) uniformidade e equivalência dos benefícios às populações urbanas e rurais. 
(C) seletividade na prestação dos benefícios e serviços. 
(D) equidade na participação do custeio. 
(E) diversidade na base de financiamento. 
 
Comentários 
 
 A letra “A” está incorreta porque a universalidade refere-se ao alcance de 
todas as necessidades sociais (cobertura), em relação a todas as pessoas 
(atendimento); 
 
 A letra “B” está incorreta porque esse princípio tem por objetivo específico 
igualar os trabalhadores urbanos e rurais em relação aos aspectos qualitativos e 
quantitativos dos benefícios; 
 
 A letra “C” está correta. O princípio da seletividade e distributividade 
na prestação dos benefícios e serviços está direcionado precipuamente ao 
legislador, impondo-lhe que, na conformação legal dos planos de benefícios e 
serviços, priorize as maiores necessidades sociais. Portanto, permite a escolha 
pelo legislador das prestações mais necessárias e dos seus destinatários. 
De acordo com esse princípio, os riscos sociais que merecem proteção são 
selecionados e depois distribuídos conforme as reais necessidade de cada 
qual. 
 
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 A letra “D” está incorreta porque a equidade significa a observância da 
justiça contributiva, como por exemplo, através da aferição da capacidade 
econômica de cada um; 
 
 A letra “E” está incorreta porque a diversidade reflete a proibição dirigida 
ao legislador de estabelecer uma só fonte de financiamento para a seguridade 
social. 
 
Gabarito: C 
 
 
13. (juiz do trabalho TRT 1ª Região FCC 2013) É princípio constitucional 
expressamente imposto à seguridade social: 
(A) Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão 
quadripartite, com participação de trabalhadores, empregadores, aposentados e 
pensionistas nos órgãos públicos colegiados e autárquicos. 
(B) Participação do beneficiário na forma de custeio dos benefícios de prestação 
continuada. 
(C) Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços. 
(D) Uniformidade e equivalência na prestação de benefícios e serviços às 
populações urbanas, rurais e de fronteira, nesta incluídos os estrangeiros que 
tenham filhos no Brasil. 
(E) Irredutibilidade do valor dos benefícios contributivos. 
 
Comentários 
 
 A letra “A” está incorreta porque faltou a participação do governo (poder 
público) nos órgãos colegiados (art. 194, par. único, VII, CF); 
 
 A letra “B” está incorreta porque a seguridade social, consideradas as 
suas três áreas integrantes, nem sempre exige custeio diretamente dos 
beneficiários, condição específica da previdência social. O texto constitucional 
determina apenas a equidade no custeio (art. 194, par. único, V, CF); 
 
 A letra “C” está correta, conforme o art. 194, par. único, III, da CF;

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