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ATPS materno infantil alimentação ate os dois anos

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CURSO DE NUTRIÇÃO- UNIDADE AGRÁRIAS.
NUTRIÇÃO MATERNO- INFANTIL
ATPS: ETAPA 2
CAMPO GRANDE – MS
2015.
HORISTEL JAIME -RA: 3625188596
JANAINA MACHADO – RA:4016792924
JOSIANE GOES – RA: 4101164174
KARINY CASTILHO – RA: 4016827791
KEROLAYNE ÁBREGO – RA:3624236725
MARIA DE FÁTIMA GONÇALVES – RA: 3094393661
SILVANA BATISTA – RA: 3516521293
ATPS: ETAPA 2
CAMPO GRANDE – MS
2015
INTRODUÇÃO 
Entre 1850 a 1970, o leite materno foi gradativamente sendo substituído por leites artificiais. Com o abandono da prática de amamentação vieram consequências desastrosas para a saúde infantil, com isso na década de 70, surgiu um movimento que tinha como objetivo a retomada da amamentação como forma preferencial de alimentação da criança pequena. Só que para isso, seria necessário conscientizar as pessoas sobre os benefícios da amamentação, provando que o leite de espécie diferente do materno poderia aumentar o risco de agravo á saúde das crianças. Com isso cientistas começaram a estudar aspectos do leite humano e a amamentação (GIUGLIANI E LAMOUNIER, 2004). 
Entre os inúmeros benefícios da lactação destaca-se principalmente a enorme fonte nutricional e de imunidade para o bebê, o qual desenvolve mais o intelecto, além de afeto pra ele e para mãe, a qual diminui risco contra o câncer, outra gravidez, hemorragia e perda peso. (TOMA e REA, 2008).
No Brasil a taxa de aleitamento materno é de 10 meses, e de amamentação exclusiva, de apenas 23 dias, bem diferente das recomendações internacional de amamentação exclusiva por 6 meses e complementada por 2 anos ou mais (GIUGLIANI E LAMOUNIER,2004).
Após os seis meses exclusivos com o leite materno o bebê começa a receber a alimentação complementar, composta inicialmente por frutas e papas que vão aumentando a consistência. (BRASIL,2015)
ALEITAMENTO MATERNO
Para a mulher vir a ter o hábito de amamentar o filho, não basta ela saber das vantagens do aleitamento materno, ela precisa em conjunto ter profissionais aptos a ajudá-la, se for necessário. Na maioria das vezes esses profissionais não estão habilitados suficientemente para ajudar adequadamente em situações que possam servir de obstáculo á amamentação bem sucedida (LAMOUNIER E GIUGLIANI,2004).
Para promover, proteger e apoiar a amamentação com eficácia, o profissional de saúde, tem que ter além de conhecimento em aleitamento materno e competências clínicas, precisa serem hábil em comunicar-se com a nutriz (LAMOUNIER E GIUGLIANI,2004).
 	Almeida e Gomes (1998) apontam como fator do declínio do aleitamento materno, que as estruturas familiares têm mudado muito nessa sociedade moderna, pois a jovem mãe não tem mais a ajuda de pessoas mais velhas, que as ajudavam, aconselhavam e até incentivavam ao aleitamento materno.
A importância em conhecer os benefícios do aleitamento para a saúde da mãe é o principal motivo para aprofundar cada vez mais estudos sobre esta prática, para podermos mostrar à população que o aleitamento não é só uma fonte de nutrição e bem estar para o bebê, mas sim, um importante “remédio” natural para a saúde da mãe, onde o prazer de amamentar une-se com a satisfação de uma vida saudável sem riscos no pós-parto e no puerpério (BURROUGHS, 1995).
 Com o aumento dos índices de aleitamento materno no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e através dos resultados de pesquisas, apontando excelentes resultados para saúde das crianças, começou a ficar evidente algumas condições de saúde nas mulheres que amamentavam, como benéficas, preventivas, e que não eram situações comuns naquelas que não realizavam esta prática (BURROUGHS, 1995). 
Trabalhos foram publicados mostrando que a amamentação está relacionada á amenorreia pós-parto e maior espaçamento intergestacional. Outro benefício para a mulher que amamenta é á volta ao peso pré-gestacional mais rápido. A ocitocina, liberada quando a mãe amamenta, contrai o útero, é por isto que as mulheres sentem dor em cólica. Ajuda a interromper a hemorragia pós-parto e é responsável pela descida do leite. Esse hormônio aumenta a temperatura das mamas aquecendo o bebê. Por outro lado a ocitocina reduz a ansiedade materna, aumenta sua tranquilidade, essa é uma das razões pelas quais o aleitamento deve ser iniciado imediatamente após o nascimento e mantido com frequência (REZENDE, 1984).
Não se sabe ao certo quando a prolactina inicia e quando termina sua ação, mas sabe-se que ela atua na formação do corpo lúteo; prepara a glândula mamária para a lactação; exerce ação inibidora sobre o Hormônio Luteinizante (LH) e o Hormônio Folículo-estimulante (FSH), impedindo que ocorra a ovulação durante a gravidez e a amamentação, e provoca a produção de leite, após a expulsão da placenta, quando cessa a ação do estrogênio e da progesterona. A progesterona prepara e estimula as mamas para a lactação e inibe a secreção de FSH e LH, impedindo que ocorram crescimento e amadurecimento de outro folículo, impedindo nova ovulação (GONZALEZ, 2001). 
 	Estudos comprovaram que o aleitamento materno pode ser responsável por até 2/3 da redução de câncer de mama. Quanto mais prolongada a amamentação, mais protetora ela será, a cada 12 meses de amamentação poderá diminuir cerca de 4,3% o risco de ter câncer de mama (GOMES, 2000).
 A explicação para o efeito protetor da mama contra o câncer está relacionado ao fato de que células com funções imunológicas, principalmente os macrófagos, presentes no leite jogariam um papel fundamental na destruição das células chamadas neoplásicas (MARTINS FILHO, 1987). 
Até as mulheres que foram amamentadas, quando criança, mesmo apenas por um curto tempo, tem um risco 25% mais baixo de desenvolver câncer de mama do que as mulheres que tomaram mamadeira (FREUDENHEIN, 1994).
 	O câncer ovariano é um dos mais graves, tendo um índice de sobrevivência muito baixo. Estudos comprovam que a gravidez e a amamentação estão diretamente relacionadas com os fatores de proteção ao câncer ovariano; tendo como hipótese de que o câncer ovariano aconteça devido a traumas ininterruptos de ovulações e proliferações celulares (cistos e células malignas), a amamentação por inibir a ovulação, previne o câncer ovariano (TOMA E REA, 2004). 
Apesar de serem poucos os estudos relacionados entre o câncer de ovário e a amamentação, estes comprovam que quanto maior for o tempo de lactação menor é a chance de se ter câncer no ovário (DELGADO E HALPERN, 2005). 
 	Durante a gestação, o corpo da mulher estoca aproximadamente 4,0Kg de gordura para as necessidades da lactação. A mãe que amamenta usará esse estoque de gordura gradualmente, durante os primeiros seis meses, retornando ao seu peso pré-gestacional, a que não amamenta, tende a reter parte do peso adquirido na gestação ,segundo Burroughs,1995.
	Para produção eficiente do leite materno e para manter a qualidade da saúde, a mulher nesse período deve ter um aporte calórico maior, adicionando cerca de 500 a 700 kcal de acordo com o ganho de peso na gravidez, incluindo todos os grupos alimentares e cuidando muito da hidratação, devida sede intensa nessa fase, (VITOLO, 2015) 
Sabe-se que se a amamentação for exclusiva e feita sob livre demanda do bebê, por no mínimo seis meses, maior será a retirada de calorias do corpo da mãe, contribuindo para uma perda de peso mais rápida (BRASIL, 1996). 
 	A amamentação diminui o risco de osteoporose na vida madura e a incidência nas que não amamentaram foi de 4 vezes mais (BLAAUW et al, 1994). 
Sabendo que durante o período de amamentação a mulher produz por dia cerca de um litro de leite e perde em média 200mg de cálcio, poderíamos supor que a perda desse mineral levaria a mulher a ter mais chances de ter osteoporose, mas essa perda é recuperada no período de desmame e no retorno do ciclo menstrual da mulher. O fato é que as mulheres que amamentaram por um tempo de oito meses ou mais apresentaram uma massa óssea com maior densidade mineral do que as que amamentaram parcialmente ou não amamentaram.
Também existem estudos comprovando que a amamentação reduz o risco de fratura no quadril e no braço por osteoporose (TOMA E REA, 2004).
O leite materno é universalmente aceito como o melhor alimento para os bebês tanto termo ou pré-termo, com maior potencial para a diminuição de mortalidade infantil, por oferecer vantagens imunológicas, nutricionais, endocrinológicas, emocionais e econômicas. Além disso, a amamentação natural promove o desenvolvimento crânio facial do neném, por consequência dos movimentos da musculatura oral, fechando um ciclo fisiológico de sucção, respiração e deglutição corretas, e aumento do desempenho neuro-comportamental, previnem alterações de hipo desenvolvimento, mal oclusões e problemas articulatórios, segundo Toma e Rea, 2008. O bebê ainda diminui o risco de icterícia, devido a ação laxativa do leite materno, hipertensão, obesidade, colesterol alto e também desenvolve o intelecto. (BRASIL,2015)
 O colostro acelera a maturação do epitélio intestinal e protege contra agentes patogênicos, pois as imunoglobulinas presentes nesse leite (IgM, IgG e IgA) junto com macrófagos, e os linfócitos ajudam na prevenção de infecções (DELGADO E HALPERN, 2005).
Têm se tornado mais evidentes nos últimos anos, que a amamentação traz efeitos protetores aos recém-nascidos, como evitar infecções do ouvido e pulmão. Vários tipos de oligossacarídeos e glicoconjugados presentes no leite materno, conhecidos como agentes pré-bióticos, que estimulam a colonização do intestino por microorganismos benéficos. Nesse contexto surge o papel da imunoglobulina A ( IgA) secretora de um anticorpo resultante da resposta da mãe que já teve a exposição prévia a esses agentes infecciosos. Além de impedir que esses agentes infecciosos se fixem nas células da criança amamentada, ela também limita os efeitos dos processos inflamatórios (TOMA E REA, 2008).
	Após os seis meses exclusivos de leite materno, alimentos devem ser introduzidos para atender as necessidades nutricionais do bebê, já que só o leite não supre. Assim, juntamente com o leite, papinhas e frutas são adicionadas na alimentação. Essas devem conter todos os grupos alimentares, para assim ser nutritivas, aumentando a consistência e introduzindo gradativamente alimentos mais complexos como carnes, peixes e ovos, devido ao seu alto potencial de sensibilidade,( VITOLO, 2015)
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A importância em conhecer os benefícios da amamentação para a saúde da mulher é muito gratificante, não somente como estudo profissional, mas também para a vida pessoal de qualquer mulher e, até mesmo, para os homens, que devem compreender e incentivar o aleitamento de seus filhos.
Toda mulher deve saber da importância que um gesto tão simples de amor e carinho, como é a amamentação, traz tantos benefícios para ela e para o bebê. Apesar das pesquisas científicas explorarem mais os benefícios para a saúde das crianças, este tema já foi suficiente para aumentar o interesse sobre o assunto e também o desejo de divulgar mais sobre os benefícios da amamentação para a saúde da mulher.
 O sucesso do aleitamento materno como benefício para a saúde da mulher está diretamente ligado ao treinamento da equipe de nutrição, enfermagem e profissionais da área de saúde que saibam orientar corretamente a mulher e familiares desde o princípio da gravidez, pois a mãe deve desejar amamentar o seu bebê e não ver a amamentação como uma obrigação. São passos simples de uma boa orientação que podem fazer com que surja uma grande mãe e uma mulher muito mais feliz e muito mais saudável.
 REFERÊNCIA
ALMEIDA, J.A.G.de; GOMES, R. Amamentação: um híbrido natureza-cultura. Rev.latino-am.enfermagem, Ribeirã Preto, v. 6, n. 3, p. 71-76, julho 1998.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v6n3/13893. Acesso em:20/10/2015.
BRASIL, Ministério da Saúde, Coordenação de Saúde da Mulher. Assistência ao planejamento familiar. 3 ed. Brasília, 1996. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/0102assistencia1.pdf. Acesso em: 17/10/2015.
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde da Criança: Nutrição Infantil: Aleitamento Materno e Alimentação Complementar. 2.ed. Brasília,DF: Editora do Ministério da Saúde, 2015. 184 p. Disponível em : http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_cab23.pdf. Acesso em: 16/10/2015
BRASIL,. Ministério Da Saúde. Boletim Nacional IHAC – INICIATIVA HOSPITAL AMIGO DA CRIANÇA. N. 18, jan-mar/1997.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/iniciativa_hospital_amigo_crianca_modulo3.pdf. Acesso em:20/10/2015.
CAMPESTRINI, S. Aleitamento materno e alojamento conjunto. Como fazer. 3 ed. São Paulo: IBRASA, 1992.
CARVALHO, M. R. de; TAMEZ, R. N. Amamentação: bases científicas para a prática profissional. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2002.
GOMES, A. L. R. R. Epidemiologia e lactação (lactação e risco para o câncer de mama). In: A mama no ciclo gravídico-puerperal. Rio de Janeiro: Atheneu, 2000.
KING, F. S. Como ajudar as mães a amamentar. Brasília – DF – Ministério da Saúde, 1998.
 LANA, A. P. B. O livro de Estímulo à Amamentação: Uma Visão Biológica, Fisiológica e Psicologia: comportamental da amamentação. São Paulo: Atheneu, 2001.
MARTINS FILHO, J. Como e porque amamentar. 2 ed. São Paulo : SARVIER, 1987.
ODDY, W. Aleitamento materno na primeira hora de vida protege contra mortalidade neonatal. Jornal de Pediatria. Rio de Janeiro. Vol 89. N.2. Março/Abril. 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S002175572013000200001 . Acesso em: 16/10/2015 
TOMA,T.S; REA,M.F. Benefícios da amamentação para a saúde da mulher e da criança: um ensaio sobre as evidências. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 24 Sup 2:S235-S246, 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v24s2/09.pdf. Acesso em: 17/10/2015.
VITOLO, Márcia Regina. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. 2.ed.Rio de Janeiro-RJ: Rubio,2015.
ANEXO
Aleitamento Materno na primeira hora de vida protege contra a mortalidade neonatal.
Em países pobres se concentram a maior taxa de mortalidade neonatal por falta do aleitamento materno, nesses países essa taxa chega a quatro milhões por ano. Quanto mais tempo para iniciar o aleitamento materno maiores serão as chances de mortalidade neonatal por infecções. A taxa de mortalidade reduz em 22% com o aleitamento materno na primeira hora. O aleitamento materno tem durante esse processo sensível um efeito protetor que é fornecido pelo colostro, que esta relacionado a vários mecanismos, que incluem a colonização intestinal por bactérias específicas encontradas no leite materno, também o leite possui fatores imunológicos bioativos fundamentais para o recém-nascido. Segundo o Hospital Amigo da Criança (IHAC) e a Organização Mundial de Saúde (OMS), recomenda-se colocar os bebês em contato com o corpo de suas mães logo após o nascimento, por no mínimo, uma hora, e ajudar as mães a reconhecerem que seus bebês já estão prontos para o aleitamento.
Segundo orientações da PNDS, foi utilizado um projeto de estudo ecológico, em 67 países, realizado pelo menos um levantamento nacional. O objetivo foi fazer a associações entre á proporções de recém-nascidos, amamentados na primeira hora de vida e as porcentagens de mortalidade neonatal (numero de óbitos de crianças com menos de 28 dias de vida por 1.000 nascidos vivos).Para se ter melhores resultados ,foram obtidas informações sobre percentual de nascidos nas unidades de saúde e com mulheres com ensino médio ou superior.
Em países com taxas de mortalidade neonatal acima de 29 por 1.000 nascidos vivos, a correlação com o leite materno na primeira hora de vida foi bem forte com relação ao percentual de nascidos nas unidades de saúde e ás pessoas com ensino médio ou superior. Os países com taxas de mortalidades neonatais mais elevadas, inclusos no tercil mais baixo de aleitamento materno a primeira hora de vida apresentaram a taxa elevada de óbitos neonatais
por 1.000 nascidos vivos, e os países inclusos no tercil mais elevado de aleitamento materno na primeira hora de vida apresentaram baixa taxa de óbitos.
O aleitamento materno poderá biologicamente afetar a mortalidade neonatal, com o intuito de que o leite materno muda de acordo a necessidade dos recém-nascidos proporcionando proteção imunológica passiva. Componentes que estão presentes no leite materno reduzem a resposta inflamatória a estímulos no intestino de recém-nascidos. Esses componentes tem inserção de fatores transformação do crescimento beta, interleucina-10, eritropoietina e lactoferrina, que atuam individualmente ou por meio da pleiotropia para conter a resposta inflamatória precoce. O leite materno de uma forma geral poderá fornecer proteção por meio de um grande numero de elementos, incluindo enzimas bioativas, hormônios, fatores de crescimento, citocinas e agentes imunológicos que aumentam e estimulam a defesa do recém-nascido.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o aleitamento materno na primeira hora de vida é um componente importante na promoção, proteção e suporte do aleitamento materno e deve ser implementado, como uma pratica hospitalar de rotina em todos os países, com o intuito de reduzir a mortalidade neonatal. O objetivo do milênio é reduzir a mortalidade infantil até 2020, para alcançarmos esse índice é essencial tratar da mortalidade neonatal.
Os achados nesse estudo ecológico mostraram que o aleitamento materno precoce no primeiro dia de vida e o contato pele a pele tem grande contribuição para diminuir os óbitos neonatais, sendo que na primeira hora de vida, o potencial será de mais eficácia. Essa prática deve ser aderida em todas as maternidades.
CURSO DE NUTRIÇÃO- UNIDADE AGRÁRIAS.
NUTRIÇÃO MATERNO- INFANTIL
ATPS: ETAPA 3
CAMPO GRANDE – MS
2015.
HORISTEL JAIME -RA: 3625188596
JANAINA MACHADO – RA:4016792924
JOSIANE GOES – RA: 4101164174
KARINY CASTILHO – RA: 4016827791
KEROLAYNE ÁBREGO – RA:3624236725
MARIA DE FÁTIMA GONÇALVES – RA: 3094393661
SILVANA BATISTA – RA: 3516521293
ATPS: ETAPA 3
CAMPO GRANDE – MS
2015
Introdução
É de extrema importância a formação dos hábitos alimentares no primeiro ano de vida. Podemos classificar esses hábitos em duas fazes, antes dos seis meses e depois dos seis meses. Nos primeiros seis meses de vida, devem-se oferecer exclusivamente ou retarde pelo maior tempo possível outros alimentos que não seja o leite materno (VITOLO, 2015).
A OMS recomenda que os alimentos oferecidos sejam complementares somente a partir dos seis meses de idade para crianças que recebem o aleitamento materno exclusivo. A iniciação de alimentá-la complementar deve se considerar a idade da criança, o seu desenvolvimento fisiológico e neuropsicomotor. Há crianças que apresentam desenvolvimento e maturação do sistema gastrintestinal que diferem de crianças da mesma idade. Com isso já é possível oferecer alimentação complementar (SILVA, et, al, 2006).
A partir dos seis meses de idade os alimentos devem ser oferecidos em pequenas quantidades, que serão aumentadas gradativamente de acordo com a aceitação da criança. A criança começa a desenvolver a capacidade de alto controle sobre o volume de alimentos que consome cada refeição, aprendendo a distinguir as sensações de fome, após o jejum, e de saciedade, após uma refeição. No inicio as crianças costumam rejeitar alimentos que são oferecidos. Essa atitude não significa rejeição permanente do alimento e sim desconhecimento do mesmo, é necessário oferecer no mínimo de oito a dez vezes o mesmo alimento para que seja aceito (SILVA, et, al, 2006).
Nos primeiros anos de vida, principalmente na transição do leite materno para o leite de vaca em bebes menores de seis meses, ocorre a alergia á proteína do leite, pela presença de algumas proteínas contidas no mesmo que são identificadas pelo nosso sistema imunológico como um agente agressor, desencadeando vários sintomas desagradáveis, como diarreia, gases, cólicas, distensão abdominal, lesões na pele, dificuldade de respirar, pequeno sangramento intestinal, entre outros(SILVA, et, al, 2006).
Alimentação no primeiro e segundo ano de vida
A partir dos seis meses de idade o leite materno não supre todas as necessidades nutricionais da criança, sendo oferecido de maneira lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até dois anos de idade ou mais (OMS). Dar alimentos complementares tais como (cereais, tubérculos, leguminosas, carnes, frutas e legumes) três vezes ao dia se a criança receber leite materno. Esses alimentos podem ser básicos e cozidos com exceção as frutas, nesse período não se deve oferecer saladas e legumes crus. A criança deve receber duas papas de frutas com lanche da manhã e da tarde, uma papa salgada composta por alimento fonte de carboidratos, um alimento fonte de proteínas e uma fonte de vitaminas e minerais. Somente aos 7 meses introduz-se a segunda papa salgada no jantar (VITOLO. 2015).
Por volta dos 4-6 meses o reflexo de extrusão tende a desaparecer, podendo então ser iniciada a alimentação semissolida, aos 7-9 meses, com o nascimento dos dentes, inicia-se a mastigação, que inicialmente apresenta-se pela lateralizaçao dos alimentos na cavidade bucal, podendo-se assim, aumentar a consistência dos alimentos oferecidos até chegar á alimentação da família, utilizando utensílios apropriados. (VITOLO,2015).
A complementação alimentar deverá ser oferecida de acordo com os horários da refeição da família, em intervalos regulares e sempre respeitar o apetite da criança. É importante observar se há sinais de fome antes de oferecer a alimentação complementar, não se estipula horários para oferecer a refeição, deve se observar os períodos em que a criança comeu ou bebeu algo (VITOLO. 2015)
É importante ter uma diversidade de alimentos e cores na dieta da criança, incluindo frutas, legumes e verduras, garantindo todas as necessidades nutricionais. Assim como ressaltar a orientação às mães a não oferecer alimentos ricos em açúcar, sal e gordura, segundo Vitolo,2015.
Devido à sensibilidade da saúde dos bebês são importantes os cuidados com a higiene no preparo do alimento e utensílios para auxiliar na nutrição da criança, orientando quanto à boa prática de higienização, principalmente das mamadeiras quando utilizadas, (VITOLO,2015)
ALERGIA À PROTEÍNA DO LEITE DE VACA
A alergia á proteína do leite, ocorre pela presença de algumas proteínas no mesmo que são identificadas pelo nosso sistema imunológico como um agente agressor, desencadeando vários sintomas desagradáveis. Ocorre mais agressivamente nos primeiros anos de vida, pela sensibilização precoce e principalmente na transição do leite materno para o leite de vaca em bebes menores de seis meses de vida. ( SILVA, et al, 2006).
Na superfície da mucosa do intestino delgado há células que produzem, estocam e libera uma enzima digestiva (fermento) chamada lactase, responsável pela digestão da lactose. Quando há falta dessa enzima ocorre intolerância a lactose, não tendo efeitos imunológicos, apenas digestórios. A lactasel absorvida passa a ser fermentada pela flora intestinal, produzindo gás e ácidos orgânicos, o que resulta na chamada diarreia osmótica, com grande perda intestinal dos líquidos orgânicos, segundo Silva, et al, 2006.
	A maioria dos pacientes apenas intolerantes à lactose, não tem evidências de desnutrição, nem mesmo maior perda de peso. Quando isso ocorre, pode haver a associação da intolerância com outras doenças gastro intestinal. (OLIVEIRA, 2013)
Os mecanismos relacionados à prevenção e desenvolvimento das doenças alérgicas são multifatoriais. São estratégias com algum impacto na prevenção de alergia alimentar o estimulo ao parto normal, contraindicar o tabagismo, estimular o aleitamento materno, orientar um do sexto mês a alimentação complementar variada, equilibrada e saudável.(OLIVEIRA,2013)
Assim, aos alérgicos à proteína do leite de vaca,
é necessário a total exclusão do leite e seus derivados da alimentação, devendo ser mantido o leite materno, uma vez que seus benefícios são insubstituíveis. A dieta deve ser suficiente para suprir a falta desses nutrientes. (SILVA, et al, 2006).
	ALIMENTAÇÃO DE 1 A 2 ANOS E ALERGIA A PROTEÍNA DO LEITE DE VACA (ALPV)
	
REFEIÇÃO
 
	1 ANO 
	2 ANOS 
	
ALPV
	Café da manhã 
	Leite Materno/Fórmula infantil
Banana maça
Biscoito salgado
	Leite Materno/Fórmula infantil 
Sala de fruta
Pão integral
	Leite Materno/ Hidrolisado/ a base de aminoácidos (NEOCATE)
Mingau de aveia com água
Banana
	
Lanche
	Suco de maça
	Mamão
	Pêra
	Almoço 
	Purê de abóbora
Frango desfiado
Mandioquinha
Brócolis no vapor
Pêra 
	
Arroz integral
Feijão 
Abóbora Cabotiã
Carne moída 
Couve refogada
Salada de alface com tomate
	
Arroz integral
Feijão
Peixe grelhado
Couve flor no vapor
Tomate picado com chicória
Morago
	Lanche 
	Leite materno/Fórmula infantil
Papinha de mamão 
	Suco de laranja
Bolo simples
	
Suco de abacaxi com espinafre
 Biscoito de polvilho
	Janta 
	Sopa de legumes (Cenoura, Batata doce, cebola,vagem) 
Carne picada
Pêssego
 
	Arroz integral
Feijão
Frango em tiras
Cenoura refogada
Sala de pepino com tomate 
 
	
Sopa de frango com mandioquinha, chuchu, lentilha e escarola.
Maça
	Ceia 
	Leite Materno / Fórmula infantil
	Leite Materno /Fórmula infantil
	Leite Materno/ Hidrolisado/ a base de aminoácidos (NEOCATE)
Suco de beterraba, cenoura e laranja
	Conclusão: 
- Lavar as frutas com água e hipoclorito, cortar na hora de preparação e coar antes de oferecer.
- A sopa deve conter poucos temperos.
- Os legumes e saladas devem ser adicionados quando as papas já forem bem aceitas.
-- Na ausência da ingestão de Leite Materno, usa-se outras fórmulas infantis bem como Leite de vaca diluído com aditivos. 
- As papas salgadas podem ser congeladas em pequenas porções por no máximo três meses no freezer. 
- Para os bebês alérgicos à proteína do leite de vaca deve excluir totalmente leite e seus derivados.
- Nas preparações o leite de vaca é substituído por leites vegetais ou sucos funcionais. 
CONCLUSÃO
	A alimentação das crianças até dois anos junto com o leite materno, devem ter composição suficiente para suprir suas necessidades nutricionais, tendo papel fundamental dos pais em proporcionar uma dieta colorida e variada, já que esta vai formar seus hábitos futuros.
	Aos alérgicos à proteína do leite de vaca, devido a uma sensibilização de seu sistema imune, o leite deve ser totalmente excluído, bem como seus derivados .
	Além da nutrição a higiene também deve ter atenção especial, uma vez que estudos apontam que muitas infecções se dão não pela imaturidade gástrica, mas sim pela má higienização, principalmente dos utensílios que auxiliam na nutrição, como mamadeiras.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OLIVEIRA, Vanísia Cordeiro Dias. Alergia à Proteína do Leite de Vaca e Intolerância à Lactose: Abordagem Nutricional e Percepções dos Profissionais da Área da Saúde. Juiz de Fora, 2013. Disponível em: http://www.ufjf.br/mestradoleite/files/2013/05/DISSERTA%C3%87%C3%83O-FINAL-PDF.pdf. Acesso em; 27/10/2015
SILVA,A.P.A; CORRADI,G.A; ZAMBERLAN,P. Manual de Dietas Hospitalares em Pediatria- Guia de Conduta Nutricional.1.ed. São Paulo,SP: Editora Atheneu,2006. 310p.
VITOLO, Márcia Regina. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. 2.ed.Rio de Janeiro-RJ: Rubio,2015
ANEXO
Disponível em: http://www.maispb.com.br/wp-content/uploads/2015/08/aleitamento.jpg 
Disponível em: http://www.infohoje.com.br/wp-content/uploads/2013/08/leite-para-bebe.jpg
Disponível em: https://catraquinha.catracalivre.com.br/wp-content/uploads/sites/10/2015/04/Aleitamento-com-o-copo.jpg 
Disponível em: http://saude.culturamix.com/blog/wp-content/gallery/tudo-sobre-alimentacao-infantil-que-os-pais-gostariam-de-saber-1/tudo-sobre-alimentacao-infantil-que-os-pais-gostariam-de-saber-2.jpg 
Disponível em: http://nutriskin.com.br/wp-content/uploads/2015/05/alimentacao-infantil-saudavel.jpg
Disponível em : http://www.menuvegano.com.br/download/plugin_ckeditor_upload.upload.8dd00d91ef147f93.637269616e63612d636f6d652d6d6f72616e676f732e6a7067.jpg 
Disponível : http://uipi.com.br/wp-content/uploads/2015/09/Como-identificar-os-erros-alimentares-mais-comuns-das-crian%C3%A7as.jpg 
Disponível em: http://mdemulher.abril.com.br/sites/mdemulher/files/styles/retangular_horizontal_6/public/core/crianca-comendo-fruta_0.jpg?itok=YvVRG-3V
Disponível em: http://www.ocurioso.biz/wp-content/uploads/2011/12/Alimenta%C3%A7%C3%A3o-do-beb%C3%AA-banana.jpg
Disponível em: http://www.gestacaobebe.com.br/wp-content/uploads/2014/01/bebe-comendo-sozinho.jpg

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