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Trabalho Custos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
ANÁLISE DA GESTÃO DE CUSTOS EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE
Arthur Rezende Geneiro
Guilherme Costa Carrijo
Igor Medeiros Veloso
Luiz Claudio Ferreira Miranda
UBERLÂNDIA
2013
ARTHUR REZENDE GENEIRO
GUILHERME COSTA CARRIJO
IGOR MEDEIROS VELOSO
LUIZ CLAUDIO FERREIRA MIRANDA
ANÁLISE DA GESTÃO DE CUSTOS EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE
Trabalho apresentado à Prof.ª. Dr.ª. Edvalda Araújo Leal, da disciplina de Análise de Custos, da Faculdade de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Uberlândia.
UBERLÂNDIA
2013
Análise da Gestão de Custos em uma Pequena Empresa do Ramo Transportes
Introdução
	O objetivo deste trabalho é analisar a gestão de custos em uma empresa prestadora de serviços do ramo de transportes.
Inicialmente a ideia dos contadores era utilizar a Contabilidade de Custos como instrumento de mensuração dos estoques e do resultado. Posteriormente eles perceberam que ela poderia ser utilizada como instrumento para a administração do negócio. A partir daí, a contabilidade passou a ter funções gerenciais e auxiliar a tomada de decisão.
A análise dos custos passou a ser essencial para a manutenção das empresas nesse mercado moderno, onde a concorrência é muito alta. A partir destas análises é possível conhecer quais produtos geram maiores lucros, onde se deve trabalhar para diminuir os custos e auxiliam na formação de preços.
A análise de custos, preços e valores consiste em algumas das mais nobres e importantes tarefas da administração financeira (BRUNI; FAMÁ, 2008).
Para isso existem vários métodos de análise que podem ser utilizados para auxiliar no controle e tomada de decisão dentro das organizações como o Custeio por Absorção e o Custeio Variável e, por exemplo, sendo que o primeiro é o método exigido pela Legislação Fiscal e o segundo tem fundamental importância para o processo decisório da empresa.
Referencial Teórico
Devido a crescente concorrência, as empresas que desejam manterem-se competitivas nesse novo mercado foram obrigadas a analisarem constantemente seus processos, produtivos ou de serviços, e encontrar novas formas de entregar seus produtos em um tempo menor e com mais qualidade. Nesse processo de melhoria, é vital que essas empresas localizem e eliminem os desperdícios nas suas atividades, entendendo-se por desperdício todo insumo consumido de forma ineficiente e ineficaz, desde materiais e produtos defeituosos até atividades desnecessárias. Tendo em vista esse aprimoramento objetivado pelas empresas, a análise de seus custos se torna imprescindível para que isso aconteça, considerando que as informações levantadas nessa análise facilitam aos gestores a tomada de uma boa decisão. 
Para entender melhor como é feita a análise de custos é importante conhecer alguns conceitos básicos que são empregados, como: gasto, custo, despesa e perda. 
Gasto é o valor de todos os insumos adquiridos para as atividades da empresa, independentemente de terem sido utilizados ou não. 
Custo é o valor desses insumos que são utilizados para a fabricação dos produtos da empresa. 
Despesa é o valor dos insumos consumidos no funcionamento da empresa e que não estão relacionados à fabricação dos produtos.
Perda é o valor dos insumos consumidos de forma anormal, seu valor é separado dos custos, pois não é considerado no valor dos estoques.
Os dois métodos de custeio mais utilizados pelas empresas: o método de custeio por absorção e o de custeio variável. A principal diferença entre esses eles é a forma de alocação dos custos. No custeio por absorção, todos os custos são alocados aos produtos. No custeio variável apenas os custos variáveis (aqueles que crescem conforme o nível de atividade da empresa) são alocados aos produtos, e os custos fixos (aqueles que não alteram com alterações nas atividades da empresa) são contabilizados como custos do período.
A previsão ou planejamento do lucro na empresa é muito importante na tomada de decisões e para isso, há um conjunto de procedimentos chamado de análise de custo-volume-lucro que determina a influência no lucro provocada por mutações nos custos e nas quantidades vendidas. Um dos procedimentos presentes é a análise da margem de contribuição, total e unitária. A margem de contribuição total nada mais é do que o montante da receita menos o montante dos custos e despesas variáveis. Consequentemente, a margem de contribuição unitária é o preço de venda menos os custos e despesas variáveis unitários. 
No entanto, podem existir fatores que limitam a ação produtiva da empresa (falta de mão de obra, falta de matéria prima, etc.). Quando isso acontecer, o fator limitante deve ser calculado e a margem de contribuição deve ser dividida por esse valor encontrado. 
Há também o cálculo do ponto de equilíbrio. No ponto de equilíbrio contábil, são ponderados todos os custos e despesas contábeis relacionados com o funcionamento da empresa. No ponto de equilíbrio econômico, são ponderados também outros valores econômicos como o custo de oportunidade referente ao capital próprio e outros do gênero. No ponto de equilíbrio financeiro, são considerados apenas os custos desembolsados, que afetam a empresa financeiramente.
	Com o valor do ponto de equilíbrio é possível calcular o quanto a empresa vende, em determinado período, além do seu ponto de equilíbrio, ou seja, o quanto as vendas podem cair sem apresentar prejuízo, ou seja, a margem de segurança. 
Aspectos Metodológicos
A empresa analisada é uma transportadora de cargas que atua no mercado regional, que tem como nome fantasia “Transportes Terrestre”. Ela é uma empresa de pequeno porte localizada em Araguari – MG, que conta com cinco caminhões e oito empregados, trabalhando em horas alternadas, tributada através do regime do SIMPLES NACIONAL.
A “Transportes Terrestre” não possuía um sistema de custeio próprio implantado, tampouco o gestor possuía algum conhecimento teórico sobre isso, apenas uma razoável experiência prática pelo tempo em atividade da empresa. O nosso objetivo então foi realizar uma análise para conseguir encontrar qual método de classificação dos custos se aplicaria melhor às características da entidade. Considerando que a empresa possui somente uma atividade, não consideramos relevante apresentar os custos da empresa de acordo com o ABC (Custeio Baseado em Atividades), apresentamos então apenas os métodos de custeio por absorção e variável.
A pesquisa é descritiva com abordagem qualitativa e o procedimento adotado foi estudo de caso. Na pesquisa descritiva realiza-se o estudo, a análise, o registro e a interpretação dos fatos do mundo físico sem a interferência do pesquisador. Já o estudo de caso trata-se de uma abordagem metodológica de investigação quando procuramos compreender, explorar ou descrever acontecimentos, que estão simultaneamente envolvidos diversos fatores.
Para realizar a análise desejada, procuramos coletar a quantidade máxima de informações possíveis através de entrevistas, desde o dono (e gestor) até colaboradores da empresa, e de pesquisas documentais, incluindo todos os gastos e receitas da entidade. As informações contábeis da entidade presentes neste trabalho referem-se ao período de janeiro a março de 2013. Essas informações contábeis foram disponibilizadas pelo encarregado do departamento financeiro da entidade, através dos bancos de dados próprios e das informações da Receita Federal, não havendo grandes divergências entre as duas fontes de informações citadas.
Considerações Finais
	A empresa “Transportes Terrestre” não subdivide os tipos de serviços, pois segundo os gestores, a empresa baseia-se em índices criados a partir da divisão entre a soma dos custos do mês anterior e a quantidade de quilômetros rodados para a formação do preço. Além disso, eles levam em consideração a época do ano, o mercado e a capacidade ociosa da empresa. 
	Os sistemas de custeio são pouco utilizados, pois eles se preocupam
apenas em analisar se a empresa está sendo capaz de absorver os custos e despesas. Ao ser questionado sobre onde a empresa poderia reduzir os custos, o gestor disse que certamente se a frota fosse mais nova a entidade gastaria menos com manutenção e combustível.
	Não tivemos acesso a informações referentes à depreciação acumulada dos caminhões da atual frota, portanto não calculamos os valores referentes a cada um desses meses. Com base nos dados fornecidos pela empresa, o grupo montou uma tabela separando os custos fixos e variáveis dos três primeiros meses do ano de 2013 que será demonstrada a seguir.
Tabela 1: Separação dos Custos Fixos e Variáveis
	 
	Janeiro
	Fevereiro
	Março
	Receita
	 R$ 84.910,94 
	 R$ 105.652,64 
	 R$ 79.717,88 
	Custos Fixos
	 R$ 20.872,83 
	 R$ 16.903,44 
	 R$ 19.731,65 
	Energia
	 R$ 180,00 
	 R$ 164,34 
	 R$ 151,25 
	Água
	 R$ 60,00 
	 R$ 93,00 
	 R$ 67,50 
	Assistência Médica e Odontológica
	 R$ 400,20 
	 R$ 400,20 
	 R$ 400,20 
	Salário e Ordenados
	 R$ 12.500,00 
	 R$ 12.500,00 
	 R$ 12.500,00 
	Aluguel
	 R$ 2.329,00 
	 R$ 2.329,00 
	 R$ 2.329,00 
	Férias
	 R$ 2.850,00 
	
	 R$ 2.734,80 
	Rescisões/Indenizações
	 R$ 1726,73 
	 
	 
	Serviços de Terceiros
	 R$ 700,00 
	 R$ 1.290,00 
	 R$ 1.422,00 
	Telefone/Internet
	 R$ 126,90 
	 R$ 126,90 
	 R$ 126,90 
	Custos Variáveis
	 R$ 26.083,92 
	 R$ 32.252,13 
	 R$ 24.577,28 
	Combustível e Lubrificação
	 R$ 16.630,00 
	 R$ 21.694,62 
	 R$ 15.814,54 
	Impostos
	 R$ 6.181,52 
	 R$ 7.691,51 
	 R$ 5.803,46 
	Peças e Acessórios de Frota
	 R$ 3.272,40 
	 R$ 2.866,00 
	 R$ 2.959,28 
Após a separação dos custos, o grupo criou duas Demonstrações do Resultado do Exercício (DRE) com base nos dados obtidos nos três meses. A primeira foi elaborada pelo método do custeio por absorção e a segunda pelo método do custeio variável.
Tabela 2: DRE com base no método do Custeio por Absorção
	Custeio por Absorção
	Mês 
	Janeiro
	Fevereiro
	Março
	Trimestre
	 
	
	
	
	 
	Receita de Serviços
	 R$ 84.910,94 
	 R$ 105.652,64 
	 R$ 79.717,88 
	 R$ 270.281,46 
	(-) Impostos
	 R$ (6.181,52) 
	 R$ (7.691,51) 
	 R$ (5.803,46) 
	 R$ (19.676,49) 
	(=) Receita Liquida
	 R$ 78.729,42 
	 R$ 97.961,13 
	 R$ 73.914,42 
	 R$ 250.604,97 
	(-) Custo Variável
	 R$ (19.902,40) 
	 R$ (24.560,62) 
	 R$ (18.773,82) 
	 R$ (63.236,84) 
	(-) Custo Fixo
	 R$ (20.872,83) 
	 R$ (16.903,44) 
	 R$ (19.731,65) 
	 R$ (57.507,92) 
	(=) Lucro Bruto
	 R$ 37.954,19 
	 R$ 56.497,07 
	 R$ 35.408,95 
	 R$ 129.860,21 
	(-) Despesas
	
	
	
	
	(=) Resultado
	 
	 
	 
	 R$ 129.860,21 
Tabela 3: DRE com base no método do Custeio Variável
	Custeio Variável
	Mês 
	Janeiro
	Fevereiro
	Março
	Trimestre
	 
	
	
	
	 
	Receita de Serviços
	 R$ 84.910,94 
	 R$ 105.652,64 
	 R$ 79.717,88 
	 R$ 270.281,46 
	(-) Impostos
	 R$ (6.181,52) 
	 R$ (7.691,51) 
	 R$ (5.803,46) 
	 R$ (19.676,49) 
	(=) Receita Liquida
	 R$ 78.729,42 
	 R$ 97.961,13 
	 R$ 73.914,42 
	 R$ 250.604,97 
	(-) Custo Variável
	 R$ (19.902,40) 
	 R$ (24.560,62) 
	 R$(18.773,82) 
	 R$ (63.236,84)
	(-) Despesa Variável
	
	
	
	 
	(=) Margem de Contribuição
	 R$ 58.827,02 
	 R$ 73.400,51 
	 R$ 55.140,60 
	 R$ 187.368,13 
	(-) Custo Fixo
	 R$ (20.872,83)
	 R$ (16.903,44)
	 R$ (19.731,65) 
	 R$ (57.507,92) 
	(-) Despesa Fixa
	
	
	
	 
	(=) Resultado
	 
	 
	 
	 R$ 129.860,21 
	
Apesar do reconhecimento dos custos fixos ser diferente nos dois métodos, não é possível perceber o rateio entre serviços, pois a empresa não separa os tipos de serviços. Mesmo não tendo um sistema de custeio concreto, ela obteve lucro em todos os meses apurados, porém a falta do uso de sistemas de custeio faz com que ela tenha dificuldade em perceber gastos desnecessários e também dificuldades na hora de formar preços. 
Referências Bibliográficas
BORNIA, Antônio Cezar. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas modernas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
BRUNI, Adriano Leal; FAMÀ, Rubens. Gestão de Custos e Formação de Preços: com aplicações na calculadora HP 12C e Excel. 5. Ed. São Paulo. Atlas, 2008
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
SANTOS, Joel José. Contabilidade e análise de Custos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
LEONE, George S. G. Curso de contabilidade de custos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

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