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Consolidação de Demonstrações Contábeis

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23/06/2013
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CONTABILIDADE AVANÇADA
Consolidação das Demonstrações Contábeis
CPC 36 (R3)
Parte I
Professora: Diane Reina
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CONCEITOS
Controlada: Considera-se controlada a sociedade na 
qual a controladora, diretamente ou através de outras 
controladas, é titular de direitos de sócio que lhe 
assegurem, de modo permanente, preponderância 
nas deliberações sociais e o poder de eleger a 
maioria dos administradores (Lei 6.404, art. 243,§
2º). 
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CONCEITOS
Controlador: Art. 116. Entende-se por acionista controlador a
pessoa, natural ou jurídica, ou o grupo de pessoas
vinculadas por acordo de voto, ou sob controle comum, que:
a) é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo
permanente, a maioria dos votos nas deliberações da
assembleia-geral e o poder de eleger a maioria dos
administradores da companhia; e
b) usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades
sociais e orientar o funcionamento dos órgãos da companhia.
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1 – Consolidação de Balanços
Um dos principais objetivos da Contabilidade é o de
oferecer informações a respeito da vida das empresas.
A melhoria da qualidade dessas informações tem sido
objeto de muitos estudos e pesquisas dos órgãos
nacionais e internacionais, assim como de professores,
estudantes e profissionais da área contábil.
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1 – Consolidação de Balanços
Determinados conglomerados empresariais tiveram
espantoso crescimento nas últimas décadas.
Em nível nacional e internacional, é possível a
constatação da existência de grupos econômicos
constituídos por dezenas de empresas, que exploram
inúmeros setores industriais, financeiros e prestações
de serviços, em vários países.
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1 – Consolidação de Balanços
� a forma de avaliar os investimentos permanentes em
outras sociedades tem merecido, ao longo dos anos,
bastante atenção, pois as empresas, além de suas
próprias atividades, também participam de outras
empresas.
� Regra geral, essa participação tem como objetivo a
diversificação de riscos e a otimização de seu resultado
global.
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1 – Consolidação de Balanços
A consolidação de balanços tem por objetivo apresentar
demonstrações financeiras de duas ou mais sociedades
como se fossem uma única entidade.
Demonstrações consolidadas são as demonstrações 
contábeis de um conjunto de
entidades (grupo econômico), apresentadas como se 
fossem as de uma única entidade
econômica.
Grupo econômico é a controladora e todas as suas 
controladas.
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1 – Consolidação de Balanços
As sociedades consolidadas continuam existindo
juridicamente.
Considera-se que a dimensão econômica da entidade 
é mais importante, em termos informacionais, do que a 
caracterização legal das empresas constituídas.
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1 – Consolidação de Balanços
Exemplo:
A empresa Alfa participa do capital social das Empresas Beta e
Ceres, com as quais também mantém operações comerciais.
Isoladamente são três empresas distintas com personalidade
jurídica e contábil próprias. Entretanto, formam o grupo ABC e,
para que se tenha idéia da situação econômica, patrimonial e
financeira do grupo ABC, é necessário somas as demonstrações
contábeis de cada uma das empresas e eliminar os resultados
(receitas e despesas) de operações e saldos patrimoniais (A, P, e
PL) entre empresas.
A entidade ABC existe apenas para fins de consolidação. Não há
personalidade jurídica ou registro contábeis, apenas papéis de
trabalho de consolidação.
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1 – Consolidação de Balanços
O balanço patrimonial consolidado evidencia os saldos dos
ativos e passivos com terceiros, e sua demonstração de
resultado indica as receitas e despesas com terceiros, e a
Participações minoritárias no patrimônio líquido das
controladas-consolidadas devem ser mostradas no balanço
patrimonial consolidado no passivo.
QUAIS DEMONSTRATIVOS CONSOLIDAR ?
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1 – Consolidação de Balanços
As demonstrações financeiras consolidadas compreendem:
i) Balanço Patrimonial:
ii) Demonstração do Resultado do Exercício;
iii) Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido;
iv) Demonstração dos Fluxos de Caixa;
v) Demonstração do Valor Adicionado; e
vi) Notas Explicativas.
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1 – Consolidação de Balanços
Utilidade das demonstrações contábeis consolidadas 
para finalidade societária e fiscal
Não há influência fiscal ou societária porque os tributos
e o I. R. são calculados individualmente.
Mesmo que uma empresa tenha prejuízo, não poderá
compensá-lo com o lucro de outra e os dividendos são
calculados sobre o lucro de cada empresa e não sobre o
consolidado.
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O investidor, independentemente da natureza de seu
envolvimento com a entidade (investida), deve
determinar se é controlador avaliando se controla a
investida.
1 – Consolidação de Balanços – Evidências de 
Controle
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Assim, o investidor controla a investida se, e somente se, o
investidor possuir todos os atributos seguintes:
(a) poder sobre a investida (vide itens 10 a 14);
(b) exposição a, ou direitos sobre, retornos variáveis
decorrentes de seu envolvimento com a investida (vide itens
15 e 16); e
(c) a capacidade de utilizar seu poder sobre a investida para
afetar o valor de seus retornos (vide itens 17 e 18).
1 – Consolidação de Balanços – Evidências de 
Controle
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1 – Consolidação de Balanços – Evidências de 
Controle
Portanto, existe controle quando a investidora (controladora) possuir 
direta ou indiretamente mais da metade do poder de voto de outra 
sociedade (controlada). Do mesmo modo, esse controle também fica 
evidenciado quando tem-se poder:
I. sobre mais da metade dos direitos de voto por meio de acordo 
de acionistas;
II. para governar as políticas financeiras e operacionais da 
entidade conforme estatuto ou acordo de acionistas; 
III. para indicar ou destituir a maioria dos membros do conselho da 
administração, da diretoria ou alta administração; ou ainda
IV. para mobilizar a maioria dos votos nas reuniões da diretoria ou 
administração. 
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PROCEDIMENTOS DE CONSOLIDAÇÃO
- Somar o saldo das contas;
- Ajustes: eliminar os efeitos das transações
realizadas entre as empresas do grupo;
- As demonstrações contábeis consolidadas
devem ser elaboradas utilizando políticas
contábeis uniformes para transações e outros
eventos iguais, em circunstâncias similares.
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Diferença na data de encerramento do exercício
CPC 36 determina o uso da mesma data, a menos que
isso seja impraticável.
Admite-se uma defasagem da data de encerramento do
exercício entre a controladora e a(s) controlada(s) de
até 60 dias.
PROCEDIMENTOS DE CONSOLIDAÇÃO
A consolidação da investida se inicia a partir da data em que
o investidor obtiver o controle da investida e cessa quando o
investidor perder o controle da investida.
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Participação dos não Controladores
Uma controladora deve apresentar as participações
de não controladores no balanço patrimonial
consolidado, dentro do patrimônio líquido,
separadamente do patrimônio líquido dos
proprietários da controladora.
PROCEDIMENTOS DE CONSOLIDAÇÃO
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PROCEDIMENTOS DE CONSOLIDAÇÃO
Das demonstrações financeiras consolidadas deverão
excluir:
-As participações de uma sociedade em outra;
- os saldos de quaisquer contas entre as sociedades;
- as parcelas resultantes do exercício, dos lucros ou
prejuízos acumulados e do estoque ou do ativo circulante
que corresponderem a resultados ainda não realizados, de
negócios entre as sociedades.
A consolidação é realizada por meio de papéis de trabalho,
normalmente elaboradas em planilhas eletrônicas.
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Exemplo 1:
A controladora A constituiu em novembro uma controlada B (da qual A tem 100% do
capital) . A integralização de capital foi realizada em dinheiro no valor de R$
125.000.
125.000
125.000
200.000
150.000-
200.000
350.000
-
900.000
450.000
-
400.000
50.000
900.000
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Exemplo 2:
A controladora A constituiu em novembro uma controlada B (da qual A tem 80% do
capital) . A integralização de capital foi realizada em dinheiro no valor de R$
100.000.
100.000
125.000
200.000
150.000
200.000
350.000
-
900.000
425.000
-
400.000
50.000
900.000
25.000 25.000
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Exemplo 3:
A controladora A constituiu em novembro uma controlada B (da qual A tem 100% do
capital) . A integralização de capital foi realizada em dinheiro no valor de R$
125.000. Em dezembro a controladora A vendeu mercadorias a prazo no valor de
R$ 100.000 (preço de custo) para sua controlada B.
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Exemplo 3:
A controladora A constituiu em novembro uma controlada B (da qual A tem 100% do
capital) . A integralização de capital foi realizada em dinheiro no valor de R$
125.000. Em dezembro a controladora A vendeu mercadorias a prazo no valor de
R$ 100.000 (preço de custo) para sua controlada B.
125.000
125.000
100.000
100.000
200.000
150.000
-
300.000
350.000
-
1.000.000
450.000
-
500.000
50.000
1.000.000
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As demonstrações consolidadas não devem incluir lucros
decorrentes de transações efetuadas entre as empresas do
grupo.
1 – Consolidação de Balanços
Ex: Lucro de operações de vendas entre as empresas do
grupo.
Como consolidar quando as vendas são realizadas a preços
normais, como se fossem para terceiros, incluindo lucros.
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No caso de mercadorias pode ocorrer duas situações:
1 – Consolidação de Balanços
1 – A empresa que comprou as mercadorias já as vendeu
para terceiros, ou seja, na data-base da consolidação, não
tem nenhum saldo daquelas mercadorias em estoque.
2 – A empresa comprou as mercadorias e possui saldo
dessas mercadorias em estoque, na data-base da
consolidação.
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O motivo pelo qual se torna necessária a eliminação dos
lucros remanescentes nos ativos das sociedades que são
consolidadas é para que as demonstrações contábeis
consolidadas apresentem informações sobre o grupo
econômico como uma única entidade econômica.
1 – Consolidação de Balanços
De acordo com as práticas contábeis brasileiras, os
estoques devem ser avaliados ao custo de produção ou
aquisição.
O critério de custo aqui é o custo para o grupo econômico.
Neste caso, os estoques estão distribuídos em diversas
empresas, e este total deve estar ao preço de custo.
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Na situação 1, em que não há mais estoques, logicamente
não haverá lucro nos estoques decorrentes das operações
entre as sociedades.
1 – Consolidação de Balanços
Assim, a eliminação da consolidação será unicamente a
das vendas contra o custo das vendas.
Vejamos a seguir um exemplo.
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Exemplo situação 1:
A controladora A vendeu mercadorias a prazo no valor de R$ 100.000 para sua
controlada B, cujo custo das mercadorias foi de R$ 80.000. A controlada B vendeu
tais mercadorias a terceiros por R$ 120.000.
Lucro consolidado não sofreu alterações (soma Lucro A com o da B), pois não 
remanesceu lucro nos estoques a eliminar.
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No caso de mercadorias pode ocorrer duas situações:
1 – Consolidação de Balanços
2 – A empresa comprou as mercadorias e possui saldo
dessas mercadorias em estoque, na data-base da
consolidação.
Neste caso, há saldo em estoque de mercadorias
compradas entre as empresas do grupo econômico, então
na data da consolidação haverá lucro nos estoques.
Esse lucro nos estoques deverá ser eliminado, pois não
representa lucro efetivamente realizado em
operações com terceiros.
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Exemplo situação 2.1:
A controladora A vendeu mercadorias no valor de R$ 100.000 para sua controlada
B, cujo custo das mercadorias foi de R$ 80.000, tais mercadorias ainda não foram
vendidas pela controlada B.
Lucro no estoque não representa lucro realizado com terceiro, portanto é necessária sua 
exclusão.
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Exemplo situação 2.2:
A controladora A vendeu mercadorias no valor de R$ 100.000 para sua controlada
B, cujo custo das mercadorias foi de R$ 80.000. A controlada B vendeu 50% das
mercadorias adquiridas ao preço de R$ 70.000,00.
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Exemplo situação 2.2:
A controladora A vendeu mercadorias a prazo no valor de R$ 100.000 para sua
controlada B, cujo custo das mercadorias foi de R$ 80.000. A controlada B vendeu
50% das mercadorias adquiridas ao preço de R$ 70.000,00.
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Destinação de Dividendos
Quando ocorre destinação de dividendos por parte da
controlada, uma parcela dessa destinação, por direito,
é correspondente à controladora.
Dessa maneira, a controladora terá em seu ativo o
valor correspondente a sua parcela nos ‘dividendos a
receber’ e a controlada terá em seu passivo, a
obrigação correspondente aos ‘dividendos
destinados’.
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Dessa maneira, na consolidação, faz-se
necessário eliminar este ativo na controladora
e em contrapartida este passivo na controlada,
pois uma empresa não pode dever para ela
mesma e tampouco ter um valor a receber dela
mesma.
Destinação de Dividendos
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Destinação de Dividendos
Exemplo:
A controladora possui 100% do capital da Controlada. No
ano de 2009 a Controlada destinou o valor de R$ 76.500,00
em dividendos.
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Destinação de Dividendos
Exemplo:
A controladora possui 90% do capital da Controlada. No ano
de 2009 a Controlada destinou o valor de R$ 76.500,00 em
dividendos.

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