Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
8/18/2013 1 REAVALIAÇÃO DE ATIVOS INTRODUÇÃO • Por meio da Lei nº 11.638 de 2007 foi alterada a Lei das S/A (artigo 183,§ 3º e art. 187§ 2º) extinguindo a possibilidade de reavaliação espontânea de elementos do ativo e, em decorrência disso, houve o fim da chamada Reserva de Reavaliação. • A nova Lei, entretanto, possibilitou a manutenção dos saldos dessa reserva até que ocorra a sua efetiva realização ou o seu estorno. INTRODUÇÃO • Tal eliminação está em desacordo com as normas internacionais que permitem esse tipo de procedimento. • Entretanto, o principal motivador para a impossibilidade de realização de novas reavaliações no Brasil foi o mau uso desse mecanismo. INTRODUÇÃO • São muitos os exemplos de empresas que procederam a reavaliação de seus ativos para: • Transformar patrimônios líquidos negativos em positivos; • Diminuir os dividendos a serem distribuídos; • Conseguir concordata ou algum tipo de favorecimento jurídico; • Participar de concorrências públicas. CONCEITOS • Reavaliar significa avaliar de novo, o que implica a deliberação de abandonar valores antigos. • A reavaliação é a adoção do valor de mercado para os bens reavaliados, em substituição ao princípio do registro pelo valor original, sendo que o valor da reavaliação do ativo imobilizado é a diferença entre o valor líquido contábil do bem e o valor de mercado, com base em laudo técnico elaborado por três peritos ou entidade especializada (Lei das S/A art. 8º e 182,§ 3º). PERIODICIDADE DA REAVALIAÇÃO • A reavaliação do ativo imobilizado deveria ser efetuada pelo menos: a) anualmente, para as contas ou grupo de contas cujos valores de mercado variassem significativamente em relação aos valores anteriormente registrados; b) a cada quatro anos, para os ativos cuja oscilação do preço de mercado não era relevante, incluindo ainda os bens adquiridos após a última reavaliação; c) periodicamente, observados o conceito e os prazos acima, se a entidade optasse por um sistema rotativo, realizando reavaliações parciais, por rodízio, com cronogramas definidos, que cobriam a totalidade dos ativos a reavaliar a cada período. 8/18/2013 2 CRITÉRIOS DE REAVALIAÇÃO A contabilização da reavaliação era efetuada com base em laudo fundamentado que indicava os critérios de avaliação e os elementos de comparação adotados. • A reavaliação observava o princípio da continuidade, ou seja, levava em conta o pressuposto da entidade em marcha e considerava a efetiva possibilidade de recuperação dos ativos em avaliação mediante seu uso. • Para os bens sujeitos à depreciação, exaustão ou amortização, era indispensável que no laudo de avaliação houvesse a indicação da vida útil econômica remanescente, visando a definição das futuras taxas de depreciação, exaustão ou amortização. CONTABILIZAÇÃO • No caso, por exemplo, de um terreno (bem não depreciável), a contabilização é bem simples: D – Terrenos (Imobilizado) C – Reserva de Reavaliação (PL) • E o valor do lançamento corresponde à diferença entre o valor do laudo e o constante anteriormente na contabilidade. • O registro da contrapartida na conta de reserva deve-se ao fato do principio da realização da receita, onde não se pode reconhecer como lucro um ganho não realizado mediante operação com terceiros e com isso originando dinheiro ou um direito a receber. CONTABILIZAÇÃO No caso de ativos sujeitos à depreciação, amortização ou exaustão, suponhamos que uma máquina com custo corrigido de $ 3.500.000 e depreciação acumulada de $ 2.000.000 seja avaliada por $ 3.200.000. Com isso teremos: Novo valor da máquina 3.200.000 Valor contábil atual Custo 3.500.000 (-) Depreciação acumulada (2.000.000) 1.500.000 Valor da Reavaliação 1.700.000 CONTABILIZAÇÃO Os lançamentos contábeis seriam: D – Depreciação Acumulada Máquina (Imobilizado) C – Máquina (Imobilizado) 2.000.000 D – Máquina (Imobilizado) C – Reserva de Reavaliação (PL) 1.700.000 Com isso a máquina ficaria registrada no ativo pela valor de $ 3.200.000, como se tivesse sido adquirida agora, e passaria a ser depreciada com base na sua vida útil remanescente. CONTABILIZAÇÃO Entretanto, há que se considerar, ainda, o ônus tributário da reavaliação (Imposto de Renda e Contribuição Social), embora esse valor fosse exigido pelo fisco somente no momento da realização do bem. • Visando compatibilizar o controle fiscal com a posição contábil, o registro dos impostos era efetuado em conta retificadora do grupo reserva de reavaliação. • Exemplificando: Reserva de Reavaliação 1.700.000 (-) Tributos sobre Reserva de Reavaliação (40%) (680.000) (=)Reserva de Reavaliação Líquida 1.020.000 CONTABILIZAÇÃO • Registro contábil: D – Tributos sobre a Reserva de Reavaliação (PL)* C – IR Diferido (PNC) 680.000 * Conta retificadora 8/18/2013 3 CONTABILIZAÇÃO • Registro contábil: D – Tributos sobre a Reserva de Reavaliação (PL)* C – IR Diferido (PNC) 680.000 • Conta retificadora Esse valor adicionado ao Patrimônio Líquido precisava ser transferido da Reserva de Reavaliação para a conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados, à medida que o ativo reavaliado fosse realizado mediante depreciação, amortização, exaustão, alienação, baixa. CONTABILIZAÇÃO Continuando o mesmo exemplo, suponha que o laudo estimou a vida útil remanescente em oito anos e que a empresa faça a depreciação linear. Assim, os $ 3.200.000 serão depreciados à razão de $ 400.000 por ano, sendo: • 1.500.000 / 8 = 187.500, pela parte relativa ao saldo antigo; • 1.700.000 / 8 = 212.500, pela parte relativa à reavaliação. • D – Depreciação • C – Depreciação Acumulada ……. 400.000 CONTABILIZAÇÃO • Lançamentos de baixa da reserva de reavaliação: D – Reserva de Reavaliação (PL) 212.500 C – Tributos sobre Reserva de Reavaliação (PL) 85.000 C – Lucros ou Prejuízos Acumulados (PL) 127.500 D – IR Diferido (PNC) C – IR a Pagar (PC) 85.000 Caso o ativo fosse vendido, no ano da venda o saldo remanescente na Reserva de Reavaliação e no Passivo Não Circulante deveriam ser transferidos totalmente da mesma forma. CONTABILIZAÇÃO • Lançamentos de baixa da reserva de reavaliação: D – Reserva de Reavaliação (PL) 212.500 C – Tributos sobre Reserva de Reavaliação (PL) 85.000 C – Lucros ou Prejuízos Acumulados (PL) 127.500 D – IR Diferido (PNC) C – IR a Pagar (PC) 85.000 Caso o ativo fosse vendido, no ano da venda o saldo remanescente na Reserva de Reavaliação e no Passivo Não Circulante deveriam ser transferidos totalmente da mesma forma. Tratamento da baixa do ativo As depreciações, amortizações ou exaustões seriam contabilizadas, como visto, sobre o valor total; dessa forma tinha-se um acréscimo de despesas em cada exercício devido ao valor reavaliado, o que reduzia o resultado. • Todavia, o mesmo valor reduzido era acrescentado à conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados, pela reversão da Reserva de Reavaliação, ambos líquidos dos efeitos tributários. • Assim, nos resultados acumulados estava sempre o valor total do resultado realizado. 18 REFERÊNCIAS IUDÍCIBUS, Sérgio; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto R.; SANTOS, Ariovaldo dos. Manual de contabilidade societária (aplicável a todas as sociedades de acordo com as normas internacionais e do CPC). São Paulo: Atlas, 2010. (Capítulo 24) Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC 15 (R1) Lei 6.404/76 – Dispõe sobre a sociedade por ações (atualizada)
Compartilhar